Intrínseca escrita por Feeds


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Finalmente o primeiro capítulo da continuação de História Sem Título!!
Demorou, mas chegou.



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Acordei pela manhã com um barulho ensurdecedor de buzinas. Olhei o relógio do celular: seis e meia da manhã.  Levantei – tonta - e me dirigi à janela do meu quarto. Um conhecido Audi a3 preto estava parado na porta da minha casa. Uma garota de longos cabelos ruivos e impaciente estava em pé, ao lado da porta do motorista, e com os braços dentro do carro. Na certa era ela quem estava buzinando, não seu motorista particular.

Ela me viu na janela e parou de buzinar. Observei-a andar em direção à porta. Suspirei e saí da janela. Era melhor eu descer antes que ela começasse a apertar a campainha. Saí do quarto e desci rapidamente as escadas. Abri a porta e vi a minha melhor amiga, o carma da minha vida, Andressa.

- Bom dia dorminhoca! – ela exclamou entrando em casa sem a menor cerimônia.

- Bom dia Déa. – respondi ainda grogue.

- E então! Já separou a roupa que você vai usar hoje? – ela perguntou jogando uma grande bolsa rosa no sofá e sentando lá.

- O quê? Que roupa? – perguntei sem entender. No mesmo instante fiquei mais alerta.

-Alô! Terra chamando Letícia! – ela revirou os olhos - A festa na casa do Josh esqueceu?

Respirei aliviada. Então era isso. A festa na casa do menino mais lindo do colégio, do menino que tinha um sorriso que fazia qualquer um suspirar, do menino que um dia eu tirei a privacidade lendo, sem permissão, uma carta endereçada a ele. A carta do “melhor amigo irmão” dele que quase liquidou o que hoje é uma amizade entre nós.

- Não esqueci. – sorri. Era hoje que eu iria colocar o plano para juntar Andressa e o Cristian em prática. Eles eram apaixonados um pelo outro, só que os mesmos eram igualmente cabeça dura demais para dar o braço a torcer. Por isso, só viviam brigando.

- Então... – ela começou desconfiada do meu sorriso repentino – com que roupa você vai?

- Roupa. – falei distraída – Provavelmente com uma calça jeans e uma camise...

- Tá! Pode parar por aí! – ela disse levantando do sofá. – Eu só perguntei para confirmar as minhas suspeitas.

- Ai não... – gemi prevendo o que estava por vir.

- Sim senhora! Hoje eu vou te arrumar! – ela falou com uma ar vitorioso.

- Tudo bem, vamos cogitar que eu deixe você me arrumar. Qual a necessidade de chegar aqui às seis e meia da manhã para isso, se a festa é às dez da manhã?

- E por falar nisso, só gente milionária mesmo para fazer uma festa que vai da manhã até à noite – ela falou sonhadora -, e que, com certeza, o ensino médio em peso em vai estar. Imagino o quanto o Josh deve gastar com isso.

- Eu não quero discutir o poder aquisitivo do Josh Déa. – falei me sentindo um pouco mal. A idéia de fazer uma festa havia sido minha, ele estava me ajudando no plano de juntar a Andressa e o Cristian. Eu não queria nem de longe saber o quando o Josh iria gastar nela, só iria fazer eu me sentir pior. – O que eu quero saber é por que você está aqui à uma hora dessas sendo que a festa é daqui a três horas e meia.

- Sinceramente Lê às vezes me pergunto se você é desse planeta.

Eu cruzei os braços esperando pela resposta. Ela suspirou.

- Por que nós vamos nos arrumar! Você acha realmente que arrumar a você e a mim é algo de trinta minutos? Tem o cabelo, maquiagem, escolha de roupa! É claro que vamos ter de levar biquíni para o caso de um banho de piscina e mais duas mudas de roupa. Uma para depois do banho de piscina e outra para a noite. Imagine o tempo que se perde para escolher isso! – ela colocou a mão na cintura, indignada - Com certeza isso não vai durar menos do que três horas.

- Déa, - comecei a minha defesa - sinto informa-lhe, mas ponto um: eu não vou tomar banho de piscina. Ponto dois: Não preciso levar uma muda de roupa. Uma calça e camiseta caem bem tanto na noite quando no dia. E ponto três: você deve ter acordado toda a vizinhança com essa buzinada toda! Sorte que a minha mãe foi trabalhar mais cedo hoje!

- Nossa, deixa de drama Lê! Por favor – ela fez uma carinha triste – deixa eu te arrumar.

- Não. – respondi secamente.

- Só hoje. – ela pediu.

- Não.

- Assim você não vai conseguir conquistar o Josh.

O sangue subiu às minhas faces.

- Isso não tem graça. – ganhei confiança quando vi que a minha voz ainda estava firme. – E sabe o que eu vou fazer agora? Subir, deitar na minha cama e dormir por mais umas duas horas.

Fui andando em direção às escadas sem me deixar abalar pela cara incrédula da Andressa.

- Lê! – ela chamou – é brincadeira.

- Tchau Déa! – falei já subindo da escada.

- Tudo bem. - Ela disse emburrada. - Pode ir dormir. Não quero mais ir a essa festa mesmo.

Parei de subir as escadas assim que ouvi aquilo. Andressa não podia, de hipótese alguma, deixar de ir àquela festa. O meu plano iria por água abaixo e provavelmente o dinheiro que o Josh gastou para fazer a festa também.

Voltei-me e comecei a descer as escadas.

- Não Déa! Você tem que ir a essa festa! – exclamei.

Ela me olhou muito desconfiada.

- Posso saber por que você quer tanto que eu vá a essa festa? – ele perguntou cruzando os braços.

- Eu... o quê? – tentei ganhar tempo enquanto obrigava o meu cérebro a funcionar.

- Você ouviu a pergunta. Lê, me conta o que você está aprontando.

- Nada! – falei rapidamente. – É que... eu percebi que você tem andado um pouco tristinha, e acho que essa festa pode levantar o seu astral.

- Não me convenceu. – ela falou estreitando os olhos.

- Como assim? – tentei parecer indignada – Você não confia em mim? Que espécie de amiga você é?

Na mesma hora sua cara de desconfiada se desmanchou para uma quase de vítima. Aparentemente, a peça de teatro tinha servido para alguma coisa.

- É claro que eu confio em você Lê, só que isso está muito esquisito.

Eu quase me senti culpada quando ela disse isso.

- Tudo bem então. – suspirei percebendo que dizendo o que eu provavelmente iria dizer, sofreria por quase três horas. Mas era o preço que eu teria de pagar para mudar de assunto. – Eu deixo você me arrumar Déa.

- Sério? – ela abriu um enorme sorriso.

- Sério. – falei entediada.

Ela soltou um gritinho de alegria.

- Muito obrigada Lê, você é a melhor amiga do mundo! Eu vou até deixar você escolher a sua roupa de banho. – ela falou subindo as escadas.

- Nossa! Obrigada. Eu acho.

Enquanto subia as escadas atrás dela, tentei imaginar que estava fazendo aquilo por um bom motivo. Unir duas pessoas que se amavam, mas não tinham coragem suficiente para admitir.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!
Beijão!