Contos Natalinos escrita por Neko D Lully


Capítulo 4
TrainxSaya


Notas iniciais do capítulo

E aqui começa a sessão de Black Cat, ela vai ser um pouco curtinha porque tenho poucos casais no anime, mas acho que aqueles que gostam desse casal vão adorar essa fic. Fiz ela cheia de drama, tristeza, mas com uma enorme alegria no final.

Espero que gostem.



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Contos natalinos

Black Cat

TrainxSaya

Era um dia especial para seus amigos, mas para ele Train Heartnet, o famoso Gato Preto essa data só lhe trazia mais tristeza do que felicidade. Toda essa decoração alegre e brilhante lhe fazia lembrar de sua amiga, aquela que lhe fez ser o que é hoje, aquela que lhe ajudou a mudar e a ser alguém melhor, aquela que lhe ensinou a amar.

Não podia evitar ficar mal humorado nessas horas. Por mais que seus amigos tentassem animá-lo não dava porque a única pessoa que poderia passar esse dia, a única pessoa que poderia lhe fazer sorrir nesse momento seria ela, mas não dava, porque ela havia morrido a muito tempo... Por sua causa, por tê-la conhecido, por ter se apaixonado por ela e tentado mudar por ela.

Fechou os olhos, tentado se acalmar e tirar esses pensamentos da cabeça. Se continuasse pensando nela seu coração não ia suportar mais. Ele já estava doendo, contraído pelas lembranças delas, não suportaria continuar daquele jeito.

Voltou a abrir os olhos encarando aquela noite estralada, mas que estava sendo ofuscada pelos brilhos intensos da cidade que estava completamente enfeitada de luzes pisca-piscas e outros aparelhos. Podia ver a lua cheia brilhar intensamente no céu sem se importar com as luzes em baixo de se.

De repente, sem poder evitar, uma imagem do rosto dela apareceu na lua, sorrindo abertamente como costumava fazer e como fez da ultima vez que a viu. Levantou-se estressado e foi ate a porta que levava a parte de dentro do prédio que estavam hospedados. Mas antes que pudesse pegar a maçaneta da porta que o tiraria do telhado um pequeno floco de neve caiu em sua mão o fazendo olhar para cima.

Quando o céu havia se nublado? Se perguntou ao ver como pequenos flocos de neve tão brancos que se destacavam na escuridão da noite, caiam lentamente das nuvens que haviam se acumulado repentinamente no céu. Só queria que ela pudesse ver isso.

- Saya... – sussurrou para logo depois entrar e fechar a porta em um estrondo. Podia sentir as lagrimas se acumulando em seus olhos, mas não ia se permitir chorar. Era o melhor caçador de recompensas e assassino que já existiu na historia, não ia mostrar fraqueza, seu orgulho não permitia.

Entrou no apartamento em que compartilhava com Sven e Eve e se deparou com o primeiro arrumando a arvore de natal e a segunda lendo um livro de contos natalinos sentada no sofá. Andou despreocupadamente, escondendo toda a dor que sentia, ate o sofá e se sentou do lado de Eve, que não deixou de ler o livro nem um minuto se quer.

- Esta nevando. – disse na maior casualidade chamando atenção dos dois que estavam no local.

Eve largou seu livro no sofá e soltou do mesmo, correndo logo em seguida na direção da janela. Sven viu divertido a garota e depois dirigiu sua atenção para Train que tinha uma cara seria e um pouco mal humorada. Se aproximou dele disposto a dar uma noticia que achou que iria animá-lo.

- Os outros viram para comemorar o natal conosco. – falou com um grande sorriso no rosto. – Leon e os garotos órfãos, a Kyoko, a Sophiria, resumindo todo mundo.

- Que bom. – falou sem muito animo e deitando-se no sofá jogando o livro de Eve no chão.

- Não seja tão mal humorado Train. – reclamou Sven pegando o livro de Eve e colocando-o em cima da mesa que tinha entre os dois sofás da sala. – É natal! Se anime!!

Train apenas bufou. Não queria se animar, não podia se animar, não sem a pessoa que roubou seu coração, não em aquela que o cativava com apenas um sorriso. Não podia fazer isso sem ela.

Passou um tempo e todos começaram a chegar. Train começava a se incomodar com todos os risos e conversas animadas que surgiam enquanto os convidados entravam e se acomodavam em alguma parte da pequena sala. Seu temperamento só ia piorando e sabia que se alguém mexesse com ele seria a gota D’água.

- Gatinho!! – essa voz... Não podia ser, por favor, digam que não é... – A Kyoko quer um beijo!!

- Fica longe de mim. – disse Train em um tom ameaçador, mas a porcaria da garota não quis ouvir e o abraçou tentando dar um beijo nele. Já não conseguiu se conter mais e a empurrou com força fazendo a mesma cair no chão e chamar a atenção de todos. – Não me escutou sua garota irritante?! Eu disse pra ficar longe de mim, ou você seu cérebro não consegue assimilar nem um simples pedido?!

Todos ficaram boquiabertos ao ouvir as palavras do Comboio, que começou a caminhar pesadamente ate a porta e sair do apartamento, batendo a porta com força logo atrás.

- O que será que deu nele? – perguntou Sven quebrando o fúnebre silencio que havia tomado o lugar. Mas ninguém fora capaz de responder a essa pergunta. Ninguém, nem mesmo Sophiria sabia o que se passava pela cabeça de Train.

O mesmo agora saía do prédio e começara a correr sem rumo pela cidade, em meio a neve que caia e aquela que se acumulava no chão. Estava usando um casaco preto para sua sorte, mas não sabia por quanto tempo ele podia lhe aquecer e nem se importava pra falar a verdade. Tudo o que queria era escapar daquilo. Queria poder escapar da realidade e ir para outro mundo, um que ela ainda estava viva, um que podiam ficar juntos.

Não suportou mais e deixou as lagrimas escorrerem por seu rosto mostrando toda a dor que sentia. Seu rosto contorcido em desespero, com os olhos fechados com força e o cenho franzido, nem parecia mais aquele garoto corajoso e cruel que algum dia foi, nem mesmo o garoto sorridente e brincalhão, que adorava comer que era a algum tempo.  Agora seu corpo, sua alma e seu coração estavam banhados na dor, na dor da perda do ser mais importante de sua vida miserável.

Será que esse era seu castigo? Será que isso tudo era pelo fato de ter matado tantas pessoas? Esse era o preço que tinha que pagar por todo o sofrimento que causara aos outros? Pois se fosse assim queria pelo menos vê-la mais uma vez. Queria pelo menos dizer o que sentia para ela ou que pudesse trocar de lugar com ela. Mas isso era impossível, nunca mais a veria e isso era a dura realidade.

Só parou de correr quando havia chegado no meio de um bosque escuro e rodeado de neve, deixando o ambiente mais monótono e tétrico. Suas mãos estavam quase congelando já que não estava usando luvas, e suas pernas já começavam a tremer por estar usando uma calça tão fria. Mas já não tinha forças para voltar, sua respiração rápida e descompassada aparecia como fumaça por causa da temperatura e seu corpo já doía por causa da correria que havia feito para chegar ali.

Deixou-se cair na neve macia que tinha no chão e escorou suas costas na arvore que tinha atrás de se. Deixou-se relaxar em meio a tanto frio e tristeza, deixou-se ter pelo menos mais um momento de ilusão, um que ele pudesse tê-la mais uma vez por perto e cantando aquela doce canção que cantava todas as noites.

Abriu os olhos de golpe e se levantou. Essa canção não era fruto de sua imaginação, alguém a estava cantando e esse alguém era a dona de seus pensamentos, de seu coração, aquela que acreditava estar morta. Não poderia ser verdade, mas a voz era a dela, tinha certeza. Então ela estaria viva? Poderia vê-la mais uma vez?

Não perdeu tempo e saiu correndo bosque a dentro seguindo aquela doce voz, aquela que admirava tanto. Estava tão distraído que nem percebeu que a neve havia parado de cair e que a lua havia se destampado novamente de detrás das nuvens cinzentas, iluminando todo o bosque.

Só parou quando chegou a uma parte do bosque em que havia um espaço maior entre as arvores agora brancas, onde tinha uma silhueta de uma garota vestida com uma jaqueta branca que parecia vem aquecida, uma saia azul curta, uma bota branca. uma meia calça que tampava toda sua perna exposta da cor branca e uma luva azul. Os cabelos dela eram castanhos curtos e uma pele pálida e delicada que parecia brilhar com o brilho da lua que era refletido pela neve.

Não podia ser... Mas aquele rosto... Aquela voz... Aquele sorriso... Não podia ser outra pessoa. Será que era uma ilusão? Uma imagem dela criada por sua mente em um momento tão triste para o fazer sofrer ainda mais sabendo que não podia tê-la de volta? Não sabia, mas seu coração bombardeou sangue tão rápido que fez com que uma pequena chama de esperança aparecesse em seu peito.

Quando ela parou de cantar e ficou ali, parada, de olhos fechados e um sorriso no rosto não pode evitar dar um passo para frente, sem deixar de mirar a imagem a sua frente nem um segundo.

- Saya... – sussurrou em um tom tão baixo que duvidava que ela tinha escutado da distancia em que estavam. - Saya!! – dessa fez falou mais auto, com mais desespero e clemência.

Ela abriu os olhos surpresa e virou o rosto rapidamente para ele, mostrando aqueles belos olhos azuis cheios de esperança e surpresa. Não podia ser uma ilusão, tinha que ser real, tinha que ser real! Por favor, que fosse real!!

Ela sorriu extensamente e correu ate onde estava. Agora era a hora. O momento de saber se ela era real ou não. E quando ela o abraçou e escondeu o rosto em seu peito não teve mais duvidas. Ela era real. Não era uma brincadeira de sua cabeça! Ela estava viva!!! Não duvidou nem mais um minuto em abraçá-la.

- Train!! – exclamou ela feliz. – Não acredito que te encontrei!!

- Nem eu, mas Saya... – começou a falar um pouco eufórico. – Você não tinha morrido? Eu vi o Creed, ele... – não pode continuar já que sua voz morreu bem na metade da frase. Não gostava de lembrar esse dia, o dia que achou que a tinha perdido.

- Eu também achei que tinha morrido, mas ai acordei em um hospital da cidade e tinha... – ela parou de falar e se separou um pouco dele, para logo depois abrir um pouco a blusa de frio e abaixar a blusa que tinha por dentro ate o meio dos seios onde tinha uma espécie de lâmpada em seu peito, redonda e achatada que tinha um brilho azul. – Isso estava em mim. Acho que os médicos colocaram isso para se passar por meu coração e me manter viva. Acho que agora sou uma espécie de aberração.

- Não diga isso! – repreendeu Train a segurando pelo ombro. – O que importa é que você esta aqui, esta viva. Não importa como nem o porque, a única coisa que me interessa é que tenho você de volta.

- Train... – sussurrou Saya um pouco surpresa e ao mesmo tempo comovida.

- Te amo Saya. – finalizou dando um beijo nela. Saya no inicio se surpreendeu, mas retribuiu o beijo com a mesma paixão que ele demonstrava sentir.

Ela passou seus braços em volta de seu pescoço enquanto ele a abraçava pela cintura. Era tão bom senti-la assim, tão perto e tão real... Sentia que voltara a viver, agora tinha uma vida ao lado dela e não trocaria por nada.

- Também te amo Train. – falou logo depois que se separaram. Ele sorriu e a beijou mais uma vez.

Passaram horas namorando, se divertindo na neve, recuperando o tempo que haviam perdido separado. E Train, passara a gostar mais do natal, já que foi nessa época que voltou a ver sua amada Saya.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Logo, logo vem mais por ai, eu prometo.

Bjss e Feliz natal!!