The True Lives Of The Fabulous Killjoys escrita por So_am


Capítulo 14
The kids from yesterday




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 Janna pov’s

“ Finalmente! Os garotos tomaram posse da minha narração, sabe, se esqueceram que quem envia as cartas sou eu! Mas tudo bem, eu os perdôo, afinal a idéia de mandar uma carta para o passado é fascinante.

  Bom, sobre aquela noite só posso reforçar que foi uma das mais felizes de nossas vidas. Voltamos a Turnpike exaustos, mas satisfeitos. A viagem demorou em torno de quatro horas, e viemos todos dormindo. Exceto PP que dirigia óbvio. Ele estava diferente, desde que aquela cobaia o atacou. Meu primeiro pensamento foi ‘Será que ele está contaminado?’, mas logo percebi a idiotice e me convenci de que ele só estava cansado. ‘Mas não... aconteceu algo’. Ele estava pensativo, com a cabeça longe.

Bem, meu melhor poderá ser a última viagem que nós teremos

Então segure firme e não olhe para trás

Eles não se importam com a mensagem ou com as regras que eles fazem

Nós vamos te achar quando o sol se tornar negro

  No dia seguinte, estávamos todos ‘quebrados’, com dores no corpo e na cabeça. Contamos detalhadamente para Johnny tudo o que aconteceu após a fuga da fronteira, foi engraçado recapitular tudo. Depois do bate-papo, notei que PP quase não participou, estava sentado no canto olhando pela janela. Vendo a paisagem é que ele não estava.

 _ Party, aconteceu alguma coisa? – disse chegando perto. Ele se assustou subitamente.

 _ Nada... - hesitou por um  momento – de importante.

 ‘Merda’ pensei. Aquele lance no hospital foi muito sinistro. Eu estava perto, vi tudo e deduzi que ele conhecia a mulher que o atacou.

 _ Quem era aquela garota, Gerard? – perguntei, adivinhando seus pensamentos.

 _ Eu prefiro não saber, Janna. – ele disse sério.

 Então fui até o sofá e deu um beijo em sua testa, o que ele sempre faz comigo quando estou preocupada. Não ia perturbar ele, afinal já estava mais do que perturbado.

 Lá fora o sol já estava se pondo, e pela primeira vez desde que cheguei aqui, eles estavam desocupados. Resolver missões é vida deles, e agora que haviam alcançado o objetivo, estavam sem rumo. Estávamos no auge da monotonia: PP sentado ali, olhando o vazio, FG olhando através do microscópio, JS no laptop – é claro e CK ainda dormindo. Na televisão, não havia nada de interessante. ‘Maldita mídia’.

  É cômico pensar no modo como me transformei num deles. Foi de uma hora para outra, e vivíamos correndo para lá e para cá, desde que me salvaram daqueles escombros. Quer dizer, e agora já estou até pesando igual a eles. Apesar de me considerar uma aspirante, sempre fui tratada com o mesmo respeito em que se tratam. Sorri ao olhar ao redor, para suas figuras excêntricas e simpáticas.

Todas as câmeras assistem os acidentes e as estrelas que você comeu

Eles só se importam se você pode sangrar

A televisão te faz sentir as pílulas que você comeu

Ou cada pessoa que você fez para ser

 Aproveitando o clima nostálgico, interrompi FG de sua viagem espacial com um cutucão e perguntei:

 _ Fun, me responde uma coisa?

  Ele me olhou desconfiado, como sempre e se abaixou.

 _ Fala.

 _ Como vocês fazem para ser desmancha-prazeres?

 Ele me olhou com ternura, depois fitou todos ali naquela sala, inocentes em suas respectivas atividades e cochichou:

 _ É simples, Janna. Nós somos as crianças de ontem, hoje.

 _ Bem, então estou em certa vantagem – disse, arrancando o sorriso mais bonito que já o vi dar até hoje – Vocês são os melhores!

 _ Nós somos – me corrigiu ao mesmo tempo em que bagunçou meu cabelo casualmente.”

Porque você só vive para sempre na luz que você faz

Quando éramos jovens costumávamos dizer

Que você só ouve música quando seu coração começa a quebrar

Agora nós somos as crianças de ontem


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