Suddenly escrita por Sayami


Capítulo 13
Reita


Notas iniciais do capítulo

Entao galere, vms as desculpas, digo, explicações -APANHA

Eu tenho na verdade algo que faz mto sentido pro meu atraso com a fic! Eu quase nao tenho capitulos adiantados de Suddenly

Na verdade, postando esse, eu só terei um cap adiantado @_@

Entao até eu escrever outro, eu devo demorar pra postar ;___; HONTO NI GOMEN!

To postando esse cap como um agradecimento a tds q leram minha fic recem-postada de RxR x3

Vou me esforçar para nao demorar, mas nao quero prometer nada e depois deixar vcs esperando ç-ç gomen ne, tenham paciencia, minna T_T

Espero q gostem! Eu estava relendo o cap, pra corrigi-lo e tal, e lembrei do pq gostar tanto de escreve-la XD O Aoi eh um grande FDP nessa fic! XDDDDDDD

Divirtam-se! e mais uma vez: Gomen nasai!!!

Ps: ele ficou grandão, espero q ajude na misericórdia por mim -apanhamais



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Reita POV

- Você é um maldito intrometido, Kouyou! – Falei sem rodeios, assim que cheguei na escola com Ruki de mãos dadas a mim.

 

            Vi Aoi sorrir de leve, como se já esperasse minha reação. O loiro se escondeu atrás do moreno – o que não adiantou, afinal, ele era mais alto que Aoi.

- Eu não fiz nada de errado, Rei-chan! – Falou emburrado, ainda se escondendo atrás do namorado. – Néé, Ru-chan? – Virou-se sorrindo pro pequeno ao meu lado, que apenas assentiu meio sem graça.

 

- Você sabe que o Uruha só estava preocupado com vocês, Reita. – Aoi falou, ainda com aquele sorriso de senhor-da-razão que eu tanto odiava. – Ele não quis se intrometer no relacionamento de vocês, então pare com as crises de mulherzinha, Akira. – Disse ironicamente, fazendo Uruha rir loucamente no meio do pátio.

 

            E juro que se não fosse por Ruki ter me impedido e pedido tão adoravelmente para que eu parasse, eu não teria poupado a vida daqueles dois.

 

            Após mais algumas ameaças de morte àqueles dois, nós finalmente fomos pra aula.

                                                                       XxX

- Né Rei-chan, Ru-chan, o que farão amanhã? – Uruha nos perguntou, assim que desgrudou a boca dos lábios do namorado pela primeira vez no intervalo.

 

- O que tem amanhã, Uruha? – Perguntei de uma vez, já sentindo que o loiro planejava alguma coisa.

 

- Amanhã é sábado, né? Podíamos sair nós quatro! – Falou empolgado, sorrindo abertamente pra Ruki.

 

            Estava pronto para recusar a oferta, afinal, eu queria passar o final de semana junto com o baixinho, só nós dois...SOZINHOS! Mas Ruki fora mais rápido e respondera positivamente a proposta de Uruha.

            Olhei meio decepcionado pro baixinho, que virou o rostinho redondo e sorridente pra mim. Os olhos fechados, a boca curvada no sorriso lindamente infantil, as bochechas levemente rosadas...Não tinha como ir contra tudo aquilo.

 

            Suspirei, sorrindo de leve, puxando-o contra o meu peito, acariciando sua bochecha quente, sendo presenteado por seu sorriso que era só pra mim.

 

- Ohhh, não é lindo, Aoi? – Ouvi a voz de Uruha e virei meu olhar assassino para ele. – Aki-chan tão apaixonado!

- Calado, Uruha! - Senti Ruki enrubescer, escondendo o rosto constrangido em meu peito. Abracei mais forte sua cintura, afagando seus cabelos com a mão livre.

 

            Ouvi os outros dois rindo e após mostrar o dedo médio com todo respeito ao casal de namorados ao nosso lado, voltei minha atenção toda ao pequeno corado em meus braços.

 

                                                                       XxX

            Faltavam alguns minutos para encontrar com Ruki na casa dele. Estava terminando de me arrumar e, quem diria, me descobri muito vaidoso. Já fazia algum tempo que estava arrumando meu cabelo, deixando meu moecano impecável.

            Eu nunca fui de ficar me arrumando pra sair. Quando eu saía com Matsumi, eu mal me preocupava em escolher uma camisa. Geralmente era a primeira que pegava na gaveta e geralmente era a que ela nunca gostava.

            Mas por algum motivo bobo e apaixonado eu queria estar bonito para Ruki. Acho que era isso que as pessoas chamavam de estar apaixonado, certo? Pensar na pessoa o tempo todo, querer estar junto dela, estar bonita para ela...Todos esses sintomas eu tinha com o pequeno.

            Depois de passar o perfume pela terceira vez, me certificar pela quarta vez no espelho de que estava decente, pus minha carteira e celular no bolso e saí do quarto. Adorava ser homem, não tinha que me preocupar com levar bolsa pros lugares.

 

- Akira, vai sair? – Minha mãe perguntou, como já era de se esperar, e eu simplesmente assenti, calçando meus sapatos. – Pra onde? – Começara o interrogatório.

 

            Acusado: Suzuki Akira.
            Crime: Ser filho

- Vou ao cinema, mãe. – Respondi calmamente, já pronto pra sair de casa antes que viessem mais perguntas.

 

Mas as perguntas de minha mãe são sempre mais rápidas

 

- Com a Matsumi-chan? – Senti uma pontada de esperança na voz dela e revirei os olhos.

 

- Não, mãe. Terminei com ela, lembra? – Respondi com a “maior” boa vontade do mundo.

 

- Eu tinha esperanças de que você já tivesse corrigido esse erro. – Falou desapontada e aquela era a hora de eu ir, antes que começasse o drama.

 

- Deixe o garoto, querida! Akira sabe o que faz. – Juro que se não parecesse muito...gay da minha parte, eu teria saído correndo e dado um abraço em meu pai.

 

- “Sankyu, otou-san!” – Agradeci-o mentalmente, sorrindo de lado. – Ittekimasu! – E saí de casa.

 

            Olhei para o relógio em meu pulso, constatando que ainda estava dentro da hora para encontrar com Ruki. Ainda bem que sua casa ficava a poucas ruas da minha. Mas então...Por que eu estava andando tão rápido?

 

            Inconscientemente eu estava andando mais depressa do que deveria. Isso tudo para...encontrar com Ruki? Deus, como eu estava estupidamente apaixonado.

 

            No percurso que demoro uns dez minutos, eu devo ter feito em cinco. Parei em frente ao portão casa dele e toquei a campainha. Mas que apareceu fora a mão dele e não ele.

 

- Akira-kun, entre, por favor! Taka-chan esta terminando de se arrumar. – Ela falou com o tão habitual sorriso gentil no rosto.

 

            Já sabia de quem Ruki havia puxado o sorriso.

 

- Ele está lá em cima já faz um tempão, não conte que eu lhe disse isso, mas... – A voz dela foi diminuindo e ela cobriu um dos lados da boca com a mão. – Ele passou a manhã toda escolhendo a roupa pra sair com você! – Eu sorri ao ouvir aquilo.

 

            Então meu pequeno estava se arrumando todo pra mim? Queria logo vê-lo.

 

- Aceita alguma coisa pra beber, Akira-kun? – Ofereceu docemente, e quando ia responder, ouvi passos vindos da escada.

 

            O menor vinha calmamente descendo as escadas, os cabelos loiros, que ele certamente gastara um tempo arrepiando; a blusa branca de mangas compridas, o colete preto, a calça preta perfeitamente justa...Tão lindo...

 

            Ele não percebera ainda que eu estava ali, vinha guardando alguma coisa no bolso e não olhara pro frente...Até aquele exato momento.

 

- R-Reita?? – Indagou surpreso, os olhos levemente demarcados pela maquiagem preta arregalaram-se. – Mããããe, por que não me avisou que ele já estava aqui?? – Descera o restando da escada voando, indo reclamar com a mãe.

 

            Não pude evitar rir com a cena, o que acabou deixando-o mais envergonhado.

 

            Depois de recusar educadamente cada coisa que a mãe do loiro gentilmente oferecera, nos despedimos dela e saímos.

 

- Me desculpe mesmo pela cena que eu fiz, Rei-chan...Pareci muito...idiota... – Murmurou de cabeça baixa, virando o rosto pra janela do ônibus.

 

- Eu achei adorável, chibi. – Falei, segurando seu queixo em minha mão, puxando seu rosto para o meu.

 

            Ainda bem que o ônibus estava vazio, porque eu não estava agüentando de vontade de beijá-lo desde que saímos de sua casa.

 

            Colei meus lábios aos seus, beijando-os com calma, sentindo a maciez de sua boca junto a minha. Minha língua pediu passagem por entre seus lábios e obedientemente ele os entreabriu, me permitindo intensificar o beijo. As mãos do menor em minha nuca, acariciando docemente, enquanto as minhas segurando possessivamente sua cintura.

 

            Mordi seu lábio inferior levemente, quando afastamos nossas bocas, precisando respirar. Ele sorriu, afundando a cabeça em meu pescoço, inspirando fundo.

 

- Cheiroso... – Os pelos de minha nuca se arrepiaram com a respiração quente tão próxima à minha pele.

 

- Você também...Lindo, cheiroso...isso tudo pra mim? – Perguntei divertido, vendo suas bochechas corarem quando ele me olhou. Minha mão automaticamente tomou posse de uma delas, fazendo carinho em seu rosto.

 

- É, tudo pra você. – Sussurrou docemente, deitando o rosto contra minha mão, entregue ao carinho.

 

            E eu podia simplesmente ficar ali, daquele jeito com ele, que meu peito já estourava de tanta felicidade.

 

            A voz eletrônica do ônibus anunciou o nosso ponto e descemos de mãos dadas. O shopping estava irritantemente cheio. Puxei Ruki para minha frente, enlaçando sua cintura com um de meus braços e fui guiando-o até o cinema.

 

            Assim não tinha perigo de nos perdemos um do outro e, convenhamos, era bem mais aconchegante.

 

- Parece que Aoi-san e Uru-chan ainda não chegaram... – Comentou, olhando para todos os lados, a procura do loiro mais alto e do moreno.

 

- É, mas se tratando daqueles dois, é normal que se atrasem. – Disse simplesmente, puxando a caixa de cigarros do bolso junto com o isqueiro. – Devem estar se agarrando em algum lugar.

 

            Pus o cigarro na boca e o acendi, olhando para Ruki, vendo-o muito vermelho. E parecia que uma grande bigorna havia caído em cima de mim.

 

- Er...quero dizer...Uruha deve estar parando em todo lugar pra ver as lojas... – Tentei me corrigir rapidamente, em visto da burrada que havia dito e deixado o menor envergonhado.

 

            Traguei o cigarro, soltando a fumaça apressadamente. Olhei com o canto dos olhos para ver se o loirinho ainda estava constrangido e o vi me encarando.

 

- Tudo bem, Ruki? – Perguntei, tirando o cigarro da boca.

 

- Você...fica bonito...quando fuma. – Falou tímido, mas sem desviar o rosto do meu.

 

            Sorri, beijando seus lábios de leve, mordendo o canto de sua boca.

 

- Obrigado, meu lindo. – Agradeci, afagando seus cabelos claros, tendo cuidado de não bagunçar o arrepiado que fizera.

 

- Reita... – Chamou-me baixinho e o encarei, esperando que falasse. – V-você me daria um...? – Perguntou, apontando para o cigarro.

 

- Err...mas você não fuma, chibi. – Tentei falar o mais carinhoso que pude. – Não precisa...

 

- Só quero ver como é... – Falou calmamente, sorrindo de leve.

 

            Fiquei pensando se devia ou não, afinal, não queria que Ruki se perdesse naquele vício nojento em que eu caíra. Mas ponderei seu pedido e resolvi atendê-lo.

 

            Peguei meu cigarro e entreguei a ele. O menor agradeceu, sorrindo como de costume. Prendeu o cigarro entre os dedos e levou-o até a boca, dando uma tragada pequena.

 

            E a cena a seguir foi no mínimo...adorável. Sucedeu-se uma crise de tosse vinda do baixinho, que deixara até o cigarro cair no chão.

            Segurei-o pelo ombro, dando algumas tapinhas em suas costas, o mandando soltar toda a fumaça que havia inalado. Depois de uns minutos tossindo, ele finalmente parara. Os olhos levemente úmidos e era visível que ele estava sem graça pelo acontecimento.

 

- Está tudo bem, pequeno. – Falei mansamente. – Foi mais ou menos assim quando fumei pela primeira vez. Na verdade, eu caí no chão de tanto tossir.

 

            Ele me encarou, um pouco surpreso e começou a rir, possivelmente imaginando a cena. Mas rir o fez tossir um pouco mais e me ofereci para comprar algo para ele tomar.

 

            Fui à máquina mais próxima e lhe comprei um chá gelado, mandando-o beber para diminuir a tosse. E o fiz prometer nunca mais colocar um cigarro na boca e ele prometera, me dando um sorriso sem graça.

 

            Guardei os cigarros no bolso, colocando algumas balas de menta na boca. Era melhor não o tentar a pegar outro. Não deu cinco minutos e Aoi e Uruha chegaram aos beijos e abraços.

 

            O loiro mais alto largara o namorado e correu para abraçar o meu namorado.

 

- Não fique emburrado, Akira. – Aoi falou, abraçando-me pelos ombros. – Eu já tenho tudo planejado pra deixar vocês dois a sós!

 

- O que diabos você vai fazer, Aoi? – Questionei desconfiado. Sentia que aí vinha coisa. E vindo da mente diabólica do moreno, eu podia esperar qualquer coisa.

 

- Vamos compras os ingressos? – Uruha falou, já praticamente na fila, junto com Ruki.

 

            Conseguimos os últimos ingressos para a sessão que queríamos. E por algum motivo, aquilo me dizia que era tudo parte do planto de Yuu. Corremos para a sala, pois o filme começaria em alguns minutos. E eu pensando que havíamos chegado com tempo de sobra de antecedência.

 

            Chegando a sala de exibição, eu entendi completamente o plano de Aoi. A sala estava realmente cheia, sobrando alguns poucos lugares, muito afastados uns dos outros. Olhei para Aoi que sorria com ares de superioridade, enquanto Uruha reclamava algo de não podermos sentar todos juntos.

 

- Bom, já vi meus lugares com Uruha, achem logo o deu vocês, que o filme vai começar. – Nos deu uma piscadela e saiu puxando Uruha até os acentos vagos que havia achado.

 

- Acho melhor acharmos logo os nossos, pequeno. – Falei, suspirando, e ele assentira com a cabeça.

 

            Achamos duas cadeiras vagas quase na última fileira, bem no alto. Era melhor do que assistir o filme em pé. Logo as luzes apagaram e os trailers começaram a passar.

 

            Assim que o filme começou, vi Ruki levantar o encosto entre nossas cadeiras e se aconchegar mais em mim, deitando a cabeça em meu ombro. Sorri, passando o braço por seus ombros, puxando-o mais pra perto de mim, enquanto minha mão livre segurava uma das suas com carinho.

 

            Na metade do filme, eu já havia praticamente colocado Ruki em meu colo, enquanto eu calmamente ninava-o em meus braços. Nenhum de nós ligava para o filme, só estávamos olhando para tela por costume. Não sabíamos a história, o nome dos personagens, ou o que estava acontecendo.

 

            Mas realmente não nos importávamos.

 

            Ruki estava com a cabeça deitada em meu peito, o rosto virado para a tela, as mãos ao redor de meu pescoço, massageando minha nuca algumas vezes. Tão lindo e fofo abraçado contra meu corpo. Abaixei meu rosto até seu pescoço, inspirando seu perfume que mexia com todo meu corpo.

 

            Senti o menor estremecer em meu colo e resolvi ser um pouco mais abusado. Colei meus lábios na parte exposta da gola de sua camisa, beijando lentamente sua pele clara. Ouvi Ruki soltar um suspiro satisfeito e me senti mais incentivado a continuar.

 

            Trilhei beijos de seu pescoço até sua orelha, me divertindo com os gemidos abafados do menor quando eu lambia sua orelha ou mordia o lóbulo da mesma. O loiro virou o rosto em minha direção, tomando meus lábios com os seus, tão calidamente, com tanta calma, uma calma excitante.

 

            A língua antes tímida agora avançava contra minha boca, lambia meus lábios. Mordia-os com sensualidade, me fazendo ofegar. E havíamos começado um jogo perigoso, num lugar não muito apropriado.

 

            Meu cérebro se desligou de tudo a nossa volta, e esquecendo onde estávamos, pus minha mão por dentro de sua camisa, acariciando a pele sob meus dedos. Ruki afastou-se de minha boca, gemendo baixinho contra meu pescoço, as mãos descendo até o cós de minha calça.

 

            E eu senti o perigo quando a mão de Ruki ficou sobre meu baixo ventre, abaixando o zíper da minha calça.

 

            Não sabia se Ruki tinha noção do que aquela proximidade causava a mim, mas acho que ele não sabia que eu já havia aberto alguns botões de sua camisa.

 

- R-Ruki...e-eu... – Eu não tinha certeza do que ia falar, mas não consegui nem terminar minha frase, pois as luzes da sala começaram a se acender, assustando nós dois.  

 

            O menor saltou para seu acento, fechando os botões da blusa, enquanto eu fechava minha calça e tentava me recompor, antes que as pessoas ao nosso lado notassem alguma coisa.

 

            As pessoas começaram a sair e nós também. Mas havia um clima um tanto tenso entre nós. Estávamos visivelmente constrangidos com o que fizemos, ou quase fizemos.

            Encontramos Aoi e Uruha lá embaixo, nos esperando, mas os dois não tiveram o menor trabalho de ocultar o que estava na cara que haviam feito durante o filme. O moreno estava com a blusa toda amarrotada e Uruha tinha o cinto da calça aberto.

 

            Como eles conseguiam ser tão cara de pau?

 

- Vamos comer alguma coisa? Ainda está cedo pra voltar pra casa. – O moreno estava certo, ainda eram 19h.

 

- Claro vamos...mas...antes disso...Uruha, feche esse cinto e Aoi, arrume a blusa, sim? – Pedi levemente mal humorado, tentando manter a calma.

 

                                                                                  XxX

- Aconteceu alguma coisa, Reita? – Aoi perguntou sem rodeios, assim que Uruha e Ruki saíram para comprar algo para comermos. – Você e o pequeno estão meio...tensos. – Maldito observador, Shiroyama.

 

- Não foi nada... – Ele me lançou um olhar cético e percebi que não adiantaria mentir. – Nós estávamos vendo o filme numa boa...aí começamos a nos beijar e as coisas foram esquentando... – Sentia-me meio sem graça de contar aquelas coisas para ele.

 

- Ora, mas isso ia acontecer, uma hora ou outra. – Disse simplesmente, dando uma tragada no cigarro recém-aceso.

 

- Mas não num cinema, né Yuu? – Falei levemente irritado. – Acho que o constrangi. – Murmurei, me sentindo culpado.

 

- Hum...Acho besteira essa tensão entre vocês. – Seu tom era tranqüilo e eu me sentia num terapeuta quando Aoi começava a falar daquele jeito. – Depois que comermos, você o leva pra casa e conversa com ele e estarão trocando mais carinhos calientes amanhã. – Suas palavras saíram sem um pingo de vergonha, assim como seu sorriso descarado.

 

            Nessas horas eu tinha vontade de socá-lo lindamente. Porque ele sempre tinha razão. Sempre.

 

            Uruha e Ruki voltaram logo com uma grande pizza e nos concentramos em comer e conversas coisas triviais sobre o filme – que Ruki e eu não prestamos a menor atenção.

 

            Depois de comermos, Aoi deu uma desculpa super esfarrapada sobre estar com vontade de comer takoyaki e puxou Uruha para irem embora.

 

            Após muita reclamação da parte do loiro mais alto, ele finalmente se rendeu aos “belos olhos castanhos” do moreno e foram embora, se despedindo rapidamente de nós.

 

- Quer ir agora, Ruki? – Perguntei, passando a mão nervosamente pelos cabelos.

 

- Ahh, claro, Reita. – Assentiu levemente a cabeça.

 

            O caminho até o ponto foi feito em silêncio, a espera do ônibus também foi silenciosa. E todo aquele clima estava me deixando muito nervoso. Será que eu havia magoado ele? Será que ele estava bravo comigo?

 

            Eu precisava tirar aquilo a limpo. Estávamos há uma rua de sua casa, andando lado a lado, ainda em silêncio. E aquilo estava me afligindo.

 

            Pus-me na frente do pequeno, recebendo um olhar confuso em resposta. Sem pensar duas vezes, puxei-o contra mim, abraçando-o com força.

 

            Ficamos um tempo abraçados. Ruki não falara nada, mas senti suas mãos em minhas costas, retribuindo o abraço. Aquilo tirou uma parte do sofrimento que estava sobre meus ombros.

 

- Ruki...me desculpe... – Murmurei me sentindo verdadeiramente culpado. – Se eu te magoei, chateei, por favor, me perdoe! – Seus olhos me encaravam com surpresa.

 

            E eu ficava mais agoniado, porque ele não me falava nada.

 

            Foi aí que senti o toque daquela mão pequena e quente em meu rosto, e aquele sorriso que levava toda minha angustia para longe.

 

- Rei-chan...por que está se desculpando? – Indagou calmo, o sorriso cálido moldando seus lábios. – Você não fez nada de errado, amor... – Falou mansamente, acariciando meu rosto.

 

            Fiquei quieto, absorvendo e processando toda palavra que o menor me dizia. E cada palavra ia dissipando o resto de agonia que estava sobre meus ombros.

 

- Eu só fiquei um pouco...constrangido pro estarmos num local publico, fazendo aquelas coisas... – Sua voz abaixou um tom, mostrando o quão sem graça estava. – Mas foi só isso...não me ofendi nem fiquei chateado com o que aconteceu, Rei-chan...pelo contrário...eu gostei... – Abaixou o rosto corado rapidamente, tentando esconder a vergonha com a franja loira.

 

            Esbocei um sorriso de lado, abraçando o menor mais uma vez, buscando sua boca com a minha. De imediato, o pequeno retribuíra meu beijo, levando a mão que estava em minha bochecha até minha nuca.

 

            Apartei o beijo, encarando intensamente seus olhos, chegando a constrangê-lo.

 

- Eu te amo, chibi. – Sussurrei contra sua orelha, beijando seus lábios mais uma vez.

 

            Deixei-o em casa, recebendo um último beijo e um último sorriso naquela noite. E eu podia jurar que tinha ido para casa flutuando de felicidade pelas ruas.

 

            E eu não ligo o quanto isso soou gay.


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Notas finais do capítulo

Deixem as ameaças de morte depois da review, plz? ''