Fleet Captain escrita por Cherrybomb


Capítulo 6
Capítulo 6 - Indignada


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado a Ramona, minha diva, melhor amiga, a luz da minha vida... Beleza, sou eu Ra - não diga - postando esse capítulo que... Ahhhhhhh! Sem comentário, apenas leiam.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/116030/chapter/6

            Caminhei lentamente para o gabinete do meu pai. Tentava respirar lenta e continuamente, mas essa parecia uma missão impossível. Meu coração estava a mais de mil. Deus, e se papai tivesse descoberto sobre a causa do incêndio? E se ele tivesse descoberto algo sobre a cena do corredor? Ele iria me punir? Me renegar?  Engoli seco, prefiro não pensar nisso agora.

            Bem antes do que queria já estava em frente à porta de magno branco – a única que fugia a exceção das cerejeiras – e a encarei por um tempo, não mais que um minuto acho. Respirei fundo três vezes e tomei coragem, na verdade não tomei nada, so que essa era minha única escolha; afinal o que eu faria? Fugir? Essa idéia revirou meu estomago de uma forma boa. Imaginei-me em um navio e em seguida em uma mata fechada, eu de calças e bota a desbravando heroicamente. Balancei a cabeça. Cecile, que raios você esta pensando?! Bufei e levei minha mão a maçaneta, assim que iria abri-la ela se escancarou fazendo com que eu desse de cara com os olhos mais lindos que já existira.

            O capitão ergueu uma sobrancelha me advertindo de que estava sendo idiota por encará-lo dessa forma. Pisquei duas vezes e recuperei a sanidade, não antes de sentir o interior das minhas coxas latejando.

- Capitão. – Fiz uma referencia e ele sorriu, um sorriso de pura educação – que eu odiava nele, sinceramente preferia mil vezes um sorriso debochado nele; ao menos era sincero.

- Cecile, entre agora. – O Capitão me deu passagem, respirei fundo. Era agora ou nunca. Coloquei um pé em frente ao outro caminhando demasiadamente devagar.

- Papai, o que deseja? – Perguntei e logo em seguida ouvi o barulho da porta sendo fechada, deduzi que O Capitão havia nos deixados a sós.

- Primeiro, sente-se. – Ele gesticulou para a cadeira de madeira clara com detalhes de ouro e assim fiz. – Não sei como dizer isso minha filha, sinceramente não sei.

- Tem algo haver com o incêndio? – Perguntei com meu coração quase na boca. Meu Deus, é agora!

- Não querida, pode ficar tranqüila em relação a isso. O prejuízo foi minúsculo, nada que deva se preocupar. – Não pude deixar de suspirar aliviada, ele não soube que fui eu. Segurei-me para não dar pulinhos de alegria. – É sobre o Capitão e você, querida.

            O alivio que me percorria cessou tão drasticamente que uma vertigem me atingiu. Então era por isso que o Capitão estava aqui no escritório e ainda mais com aquela cara irritada. Fiquei rígida, e por um milagre não senti vontade de chorar, o que era particularmente estranho. Eu devia estar arrependida, certo? Eu estava há quase duas horas atrás. Meu cérebro dizia que eu devia estar com ódio, nojo de mim mesma, mas eu não sentia isso; eu me sentia até bem na verdade, e isso me deu uma tranquilidade inacreditável.

- Sobre mim e ele? – Meu tom de voz saiu frio e sem se importar, como se aquilo fosse uma coisa idiota do meu pai dizer. Ah, se fosse...

- Bem, não entre você e ele, mais sim duas noticias uma que envolve você e outra ele. – Eu poderia gritar aleluia aos céus agora, mais fiquei calada e apenas dei um pequeno sorriso. Um pensamento me ocorreu por um segundo, tão rapidamente quase não o captei: Se ele tivesse descoberto, eu teria mesmo me importado? Limpei a garganta e me segurei para não balançar a cabeça.

- Pois diga.

- Vou dizer primeiramente a mais fácil. – acenti e ele continuou. – O Capitão Leto ficara mais algum tempo em nossa casa. Ele disse que quer ajudar com a reconstrução do andar de cima de nossa casa, mas cá entre nós querida, ele so ira ficar mais dois dias porque um dos barcos de sua frota aparentou um problema, e como a Marinha Francesa nunca falha ele inventou essa desculpa. – Ele revirou os olhos. Confesso que mal ouvi o que ele disse após anunciar que o capitão ficaria mais dois dias aqui em casa. Uma onde de pânico e felicidade me atingiu. Ele iria ficar, eu repetia mentalmente, ele iria ficar! Mas isso era bom ou ruim? – Espero que isso não seja problema para você e suas irmãs. Cecile. – Ele falou de forma preocupada, provavelmente minha expressão não era das melhores. – Ele tentou alguma coisa com você? – Pisquei algumas vezes surpresa com o que ele havia falado. Ele estava preocupado que o Capitão estivesse me assediando sendo que eu estava louca pra ser assediada novamente?

- Claro que não! – Minha voz saiu um pouco aguda demais. – Quero dizer, ele nunca nem trocou mais de duas palavras comigo. E eu não me dou a essas coisas Papai. – Ele sorriu um sorriso tão orgulhoso que meu coração doeu. Eu odiava mentir, era a coisa que mais repudiava no mundo, alem de ser pecado. Não que eu fosse católica assídua, isso era com a Anne e a Mamãe.

- Pois bem, depois de essa noticia a sua Mãe e suas irmãs. – Acenti e ele suspirou. – E isso nos leva ao segundo assunto. Querida, estamos passando por uma fase complicada, digo no sentido financeiro.

- Como? – Essa me pegou se surpresa, eu não fazia idéia. Minha família sempre havia sido rica e nos nunca passamos por dificuldades.

- Isso mesmo querida. Com o cessar das guerras no oriente as vendas de navios caíram muito, quase ninguém quer comprar navios de combate. E nos temos uma divida muito grande com uma distribuidora inglesa de madeira.

- Desculpe, mais não entendo o que isso tem haver comigo. – Se papai quisesse alguém para desabafar sem duvida faria isso com Mamãe ou Simone, e já estava estressada por saber do estado da minha família.

- Já estava chegando lá querida. O dono dessa distribuidora é aquele viúvo que a mulher dele morreu no acidente em Paris algum tempo e ele esta procurando uma nova esposa.

- O Conde Bouvie? – Eu lembrava desse tal fornecedor, ele era um velho com uma verruga no nariz, muito estranho. Ele era um verdadeiro pervertido, ele ficava olhando para os seios da Simone todo o tempo, fora o fato de quase me comer com os olhos.

- Ele mesmo, querida. – Ele falou e ficou me encarando, como se esperasse que eu falasse algo. Bufei irritada.

- Desculpe papai, mais não estou entendendo aonde quer chegar. – Ele suspirou e fechou os olhos, as palavras saíram cuidadosa e vagarosamente se sua boca.

- Eu não tenho como pagar a divida Ceci, eu entrei em contado com o Conde há algumas semanas perguntando se não havia algum meio termo, se não havia alguma forma de parcelar o pagamento, talvez dois ou quatro barcos como pagamento. E hoje eu recebi a resposta, ele disse que havia uma forma de quitar a divida, que eu possuía uma coisa que ele desejava muito.

- A casa? – Perguntei sem pensar, o nosso maior bem material é a casa, e ele ficou encantado com o local quando visitou nossa propriedade um dia desses. – Porque se for não vejo problemas Papai, nos podemos nos mudar para a casa de Saint Petersburgo, a Rússia sempre é uma opção. O Senhor sabe como mamãe adora aquela terra e...

- Você Cecile, ele quer você. – Um sussurro, essa frase foi apenas um sussurro, mas foi o suficiente pra me fazer congelar no lugar. Como assim eu? Foi então que tudo se esclareceu, ele me queria como esposa dele, ele desejava a mim. Juro que senti a bile subir pela minha garganta. Pensar nesse homem me possuindo, me tendo como esposa me deu vontade de vomitar. Um surto de raiva me possuiu, minhas mãos tremiam compulsivamente, respirei fundo.

- Você vai dizer não, certo? – Falei entre dentes, me controlando profundamente para não começar a berrar.

- Terei que dizer sim filha, não a outra forma de...

- NÃO! Como você pode fazer isso comigo? – Se não queria chorar nem gritar, estava fazendo os dois agora. – Eu não vou me casar com um homem nojento como ele nunca, entendeu, NUNCA!

- Chega Cecile! – Agora era papai que gritava ele se levantou da cadeira e so então percebi que também estava de pé. – Você nunca fez nada pra essa família, esta na hora de ajudar em algo! Você vai casar com ele esta me ouvindo, você VAI!

- Nunca! – Gritei de volta. – Eu sabia que iria casar mais achei que seria com alguém da minha idade ou algo assim, mas ele é nojento. Prefiro a morte a casar com alguém como ele!

- É mesmo? – Sua voz de trovão estava em um tom tão feroz que estremeci por dentro. – Então é isso Cecile, ou você casa, ou vamos todos a falência, aí você vai poder escolher entre se prostituir ou a morte, o que acha?

- Prefiro vender meu corpo por um pedaço de pão do que casar com aquele crápula! – Confesso que não era verdade, pelo menos eu acho, mais não tive tempo pra ter certeza do que tava falando porque algo atingiu fortemente meu rosto e eu cai no chão com tudo.

- CECILE MORSSON NUNCA MAIS OUSE REPETIR ALGO ASSIM ME OUVI? – Eu não acreditava, meu rosto queimava e minha visão estava tão embaçada que mal conseguia ver a um palmo de distancia de meu nariz. Ele havia me batido, meu pai, que nunca levantou a mãe pra mim em 16 anos havia me batido no rosto. Eu não estava com raiva, so chocada. Não conseguia me levantar do chão, estava completamente sem reação, então comecei a falar sem pensar, sussurros, foi tudo que eu consegui pronunciar.

- Porque esta fazendo isso comigo? Todas podem escolher seus futuros menos eu. O que eu lhe fiz Sr. Morsson? Diga-me. E não me importo em vender meu corpo se quer saber, prefiro viver como uma meretriz e morrer sozinha do que casar com alguém como esse homem.

- Eu mandei não repetir isso novamente Cecile, agora você vai ver. – Enxuguei as lagrimas e olhei pra cima, em direção a Papai, e so tive tempo de ver ele tirando seu grosso sinto de coro antes de ele atingi meu braço.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ramona: Eu prometi para a Cherry que qualquer coisa era só pedir, já que a nossa querida autora - que eu simplesmente acho fodona - pediu, aqui estou eu postando esse capítulo que, vamos combinar, está tudo de bom. Vou admitir que deu uma vontade de bater no pai da Cecile...
E como Cherry pediu, eu vou postar o outro capítulo ainda hoje e amanhã eu posto mais um.
Eu sei que eu não estou falando nada com nada, é a emoção e a ansiedade para ler o próximo capítulo, então até o próximo e beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fleet Captain" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.