- Certo, repita o que lhe falei. – Flora me encarava um pouco incerta.

- Devo fazer o que ele mandar, mas sem deixar de fazer o que quero; esperar ele tomar a iniciativa; morder o lábio inferior dele algumas vezes e sempre gemer o nome dele. – A cada palavra que falava Flora balançava a cabeça positivamente. Suspire e ela deu um sorriso de puro orgulho.

- Exatamente! Você é uma ótima aprendiz, Ce... Quer dizer Hannah.

- Obrigada. – Sorri. – Mais alguma coisa?

- Oh sim. Se não quer pegar uma barriga nunca, jamais deixe ele ou qualquer outro homem gozar dentro de você. – Pisquei algumas vezes sem entender.

- Como...

- Não temos tempo para mais nada, entre e arrase! – Ela abriu a porta de madeira escura que era uma das ultimas do corredor vermelho e me empurrou batendo a porta logo em seguida.

- Flora, espera! – Gritei e então ouvi uma risadinha. Não me pareceu ser de deboche nem nada do gênero, me pareceu apenas que ele achava aquilo engraçado.

- Tudo bem aí? – Ele, o tal de Shannon, perguntou.

            Continuei imóvel. Não, não estava nada bem, por que:

- Sim. – Gaguejei. Continuei encarando a porta e com a respiração ofegante. Ouvi outra risadinha.

- Então porque não se vira para eu poder admirar seu lindo rosto? – Minhas mãos tremiam compulsivamente (todo o meu corpo tremia) a mesmo assim me virei e me deparei com uma surpresa.

            Admito que senti enquanto caminhava ouvindo as instruções de Flora criei uma ideologia sobre o tal Shannon, imaginei um homem gordo, barbudo e meio velho – afinal que homem de outro perfil daria prazer a uma mulher que esta pagando? – mas estava totalmente errada. Ele me parecia ter uns 37 ou pouco mais, tinha o rosto um pouco arredondado, olhos bem desenhados, sobrancelhas grossas e uma barba constante, bem aparada e um cabelo curto que era de um castanho denso. Seus lábios cheios e perfeitamente desenhados sorriram pra mim e eu dei um pequeno sorriso de volta.

- Você é muito bonita. Acho que nunca a vi por aqui. – Seu tom de voz era curioso, natural e senti um pouco de formalidade, como se ele fizesse questão de conversar um pouco antes de me agarrar.

- Sou nova aqui.

- Mesmo? – Acenti e ele pareceu satisfeito por eu esta cooperando. Shannon que estava sentado na cama usando apenas uma calça branca que possuía duas listras azuis laterais, notei que tinha o corpo bem definido e assustei-me um pouco com o tamanho de seu braço, sorriu e deu dois tapinhas no colchão e caminhei lentamente tentando – repito, tentando – parecer sexy e sentei-me bem a sua frente.

- Sim. – Disse por fim. Quando me aproximei percebi que seus olhos eram cor de carvão. Lindos.

- Há quanto tempo esta aqui?

- Este é meu primeiro dia. – Ele piscou duas vezes e remexeu-se na cama parecendo desconfortável.

- Nossa tão pouco tempo assim?

- Você nem imagina. – E então por algum motivo dei uma risadinha que ele acompanhou.

- E então qual seu nome?

- Hannah. – Mordi a língua, por um segundo eu tive certeza que iria falar Cecile.

- Belo nome, admito que não combina com você mas mesmo assim belo nome. Sou Shannon – Ele estendeu a mão que eu apertei de pronto. Não era bem assim que imaginava meus primeiros minutos como meretriz.

- Prazer. – Ele riu e me perguntei se havia perdido alguma piada. Ficamos calados por alguns segundos e decidi demorar mais essa conversa. Sorri e fiz uma voz um pouco presunçosa. – Que nome você acha que combina mais comigo?

- Algo mais delicado como Madeleine, Anne, Vigília ou talvez Cecita. – Quase dei um pulo quando ele falou Cecita. Segundo o que minha mãe falava esse iria ser meu nome, so que Papai preferiu Cecile. Fiz uma careta.

- Cecile é bem melhor. – Deixei escapar em voz alta e mordi a língua com tanta força que senti gosto de sangue. Ele abriu um sorriso iluminante.

- Isso mesmo! Cecile é perfeito para você. – Ele riu. – Se pudesse lhe descrever em uma palavra, seria Cecile. – Começamos a rir e então uma duvida me ocorreu.

- O que significa? – Ele me olhou confuso.

- O que?

- Cecile. O que significa esse nome? – Uma ruguinha formou-se entre seus olhos.

- Não sei, mas posso descobrir. – Ele sorriu e depois deu de ombros. O silêncio se formou mais uma vez.

            Ele me encarou um com uma quase imperceptível ruguinha entre os olhos. Ele parecia estar preocupado com alguma coisa. Então, como se tivesse tido uma idéia brilhante, ele sorriu e ficou de pé. Percebi que ele não era muito alto, fato que o tornava bem mais musculoso.

- Gostaria de beber alguma coisa? – Sorri um pouco tremula e levante-me indo acompanhá-lo em direção a pequena bancada de madeira marrom que havia no canto do quarto.

            Lá, haviam algumas garrafas com líquidos que variavam do transparente ao carmim. Shannon pegou a mais escura, pela cor deduzi que era vinho. Cruzei os dedos pedindo para que fosse suave e não aquele maldito vinho seco.

- Aqui está. – Ele sorriu torto. Peguei o caneco (quem já se viu tomar vinho em um CANECO!) e dei um gole na bebida. Agradeci aos céus, era suave. Quando dei por mim já havia virado tudo. Quando abaixei o copo ele riu e murmurou um “nossa”. Corei envergonhada.

            Depois que tomei dois canecos de vinho – o que não era pouca coisa – percebi que Shannon estava me olhando de forma um tanto... Pervertida. Ele me olhava como se tentasse ver por dentro de mim, pelas minhas entranhas ou talvez nem tão profundamente assim.

Shannon venho caminhando em minha direção e segurou minha cintura com as mãos, e prensou meu corpo ao dele. Definitivamente ele tinha um físico perfeito. Também puderas, era da marinha afinal de contas.

Beijou-me o pescoço. Sua língua quente deixando rastros de fogo em minha pele, queimando também por dentro de mim. Acho que o vinho acabou com toda a minha vergonha e a dele também. Deu-me uma mordida violente, mas no senti dor, senti outra coisa. Retribui suas caricias.

Derrepente lembrei-me de Jared, foi apenas um lampejo que veio de algum lugar do meu subconsciente que gritava NÃO FAÇA ISSO o que me fez recuar instintivamente. Mas Shannon não deixou. Ele me segurou mais forte pela cintura e prendeu-me parede, pegou minha perna e passou por seu quadril, deixando nossas intimidades próximas, ambas pegando fogo. O que me deixou completamente molhada.

Beijou-me com volúpia, de uma forma que nem Jared havia feito. Estava me levando loucura.

Pegou meu corpo como se fosse uma pena e colocou na cama, suavemente. Bom, eu deveria fazer meu trabalho, se quisesse trabalhar com Madame Tricot, portanto enfiei uma das mãos na calça branca - que deduzi fazer parte de seu uniforme - e masturbei-o. Shannon gemia, e seu sexo pulsava em minhas mos. Por um minuto achei que não caberia em mim.

Não conseguia entender como soube que aquilo era o certo a fazer, apenas sabia que ficava excitado e então o fiz.

Shannon puxou com fora as alas finas da minha “roupa” deixando meu colo despido. Abocanhou um dos meus seios enquanto massageava o outro. Foi minha vez de gemer.

Tinha bastante habilidade com a boca. Colocou-me embaixo e abaixou com rapidez a tal calcinha. Inseriu dois dedos em mim, enquanto sua língua golpeava minha intimidade. Não conseguia caber em mim mesma de tanto prazer.

Tirou o resto de suas roupas e entrou em mim com uma incrível facilidade. Senti uma dor aguda e dilacerante. Mordi meus lábios até sentir um leve gosto de ferrugem em minha boca.

Shannon movimentava-se dentro de mim com facilidade e rapidez, e logo a dor foi substituída por um incrível prazer. Algo dentro de mim explodia, deixando um rastro de puro fogo e desejo em mim. Passei a movimentar-me em seu ritmo, e logo cheguei ao prazer máximo. Era rápido selvagem, cheio de desejo.

Olhei em seus olhos, negros e encontrei novamente aquela luxuria, o que me fez desejar ele mais e mais dentro de mim.

Shannon sentou-me em seu colo, enquanto eu descia e subia em seu membro. Ele ditava o ritmo com perspicácia e habilidade segurando minha cintura. Comecei a sentir o fogo novamente, aquela quentura dilacerante que trazia consigo o prazer. Shannon rugiu em meu ouvido e soltei um gemido alto.

Eu ofegava e me sentia um pouco tonta. Nunca tinha me sentido desse jeito antes. Tão cansada e tão viva, tão completa e tão destruída, tão mulher e tão moleca. Dei uma risadinha e Shannon, que estava sentado me olhou sorrindo também. Seu olhar desceu lentamente pelo meu corpo e assim que botou os olhos em meu tronco seus olhos se arregalaram em um terror que me deixou desesperada.

- Quem fez isso com você? – Seu tom era raivoso.