A Cidade Morta escrita por fosforosmalone


Capítulo 1
Capítulo 1




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Parkins Gillespie observa Ben Mears partir com o garoto. O antigo delegado de Salem Lot se pergunta se aqueles dois realmente fariam o que disseram. Será que iriam mesmo atrás do vampiro responsável pela desgraça que se abateu sobre a cidade? Ele torceu para que não. Era muito provável que fossem mortos se tentassem enfrentar a criatura.

Parkins se lembra de como tudo começou. Com o cachorro morto, encontrado cravado nas lanças do portão do cemitério. Depois, veio o desaparecimento de Ralph e Danny Glick. Danny Glick foi encontrado não muito tempo depois, com uma estranha anemia. Mas Ralph nunca mais foi visto, e na opinião de Parkins, nunca mais seria. O Pobre garoto deve ter sido transformado em vampiro, ou talvez tenha tido sorte, encontrando uma morte rápida.

Gillespie apaga o cigarro, e entra na delegacia. Era hora de partir. Ele vai até a escrivaninha, e observa seu revolver e seu distintivo sobre a mesa. Havia falhado em seu dever de proteger a cidade, mas por outro lado, como proteger a cidade de um mal que só conhecia das historias de terror que lia quando garoto?

O Delegado se lembra que na época em que investigou o desaparecimento dos Glick, suspeitou dos três recém chegados na cidade, Ben Mears, Richard Straker, e Kurt Barlow. Não encontrou nada que ligasse os forasteiros ao desaparecimento dos garotos. Hoje Parkins Gillespie tem a certeza de que Mears nada teve a ver com aquilo. Mas tambem tem a certeza que Straker e Barlow estão envolvidos até o pescoço nisto. Ele devia saber, ninguém que vai morar na casa Marsten poderia trazer boa coisa.

A Casa Marsten. A velha casa que todos temiam, exposta no alto da colina, como uma ferida aberta e infeccionada em Salem Lot. Foi esta casa que Kurt Barlow escolheu para residir. Parkins imaginava que o misterioso Sr. Barlow, que nunca era visto por ninguém fosse o tal vampiro. Barlow é um câncer maligno que se instalou naquela ferida, e se espalhou por toda a cidade, pouco a pouco.

Parkins sai da delegacia e anda em direção ao seu carro no fim da rua. Toda a sua bagagem já esta lá. Ele pretende entrar no carro, e dirigir para fora do Estado, até chegar à cidade de Kittery, onde deve passar algum tempo com sua irmã ate se restabelecer. O antigo delegado da cidade lança um ultimo e melancólico olhar para a delegacia antes de dar a partida.

Enquanto dirige pela cidade, Gillespie relembra que em poucos dias, varias crianças deixaram de ir à escola. Velhos rostos que Parkins via a luz do dia na cidade começaram a desaparecer. Até mesmo o pobre Nolly, seu parceiro, havia sumido. Salem Lot estava morrendo, lenta e silenciosamente, e não havia nada que pudesse ser feito para salva-la.

Ben Mears o havia chamado de covarde. Parte de Parkins se sentia mesmo um covarde por abandonar a cidade assim. Mas por outro lado, não havia mais por que lutar. Salem Lot estava acabada, e isso era inegável. Não vale a pena arriscar a vida para proteger uma cidade morta. Enquanto sai da cidade, o carro de Parkins passa pela placa onde se lê, “Bem Vindo A Jerusalem Lot”. No fundo de sua alma, ele sabe que é a ultima vez que vê esta placa, e que jamais ira voltar a esta cidade. Não é uma cidade, mas um defunto que esta deixando para trás.

Entretanto, Parkins Gillespie não consegue deixar de pensar em Bem Mears e naquele garoto. A coragem deles é realmente admirável, mesmo que lutem por uma causa perdida. Apesar de achar uma burrice tremenda, é uma atitude realmente nobre. Parkins pede a deus que proteja Mears e o garoto, pois aqueles dois se dispuseram a ficar no inferno.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado desta pequena fic. Quem puder, deixe um review analisando acertos e erros da fic.

Grande abraço!
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