Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah


Capítulo 23
13. Assustada - Jane




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Parte 2

Onde Maríe se meteu?

Fazia horas que eu não a via.

Estava começando a me preocupar.

Algo dentro de mim – meu instinto fraternal – me dizia que minha gêmea não estava bem. Mas, eu não podia perguntar a ninguém se tinham a visto ou se ela estava bem. Droga de inferno!

Decidi ir ao quarto dela, mas ao chegar lá encontrei o vazio. Então eu fui ao jardim ver se ela estava por lá.

Nada. Nem uma pista.

Desabei na balança.

Depois de mais algumas horas fui para meu quarto ainda sem nenhuma notícia de Maríe.

Logo eu teria que me encontrar com Bain no cemitério, então fui me arrumar, tentando convencer a mim mesma que ela estava bem.

Tomei um longo banho, o sabonete mudara não era mais de rosas.

Depois do banho eu estava cheirosa, desta vez cheirava a lavanda.

Fui ao guarda-roupa e peguei uma calça jeans preta, uma camiseta azul e um colete preto e um tênis preto também.

Desta vez não pulei a janela.

Fui pela escada e, fiquei surpresa a constatar que havia sangue nela. E não era pouco.

Será que este sangue era de...

— Aonde vai querida? – me perguntou aquela víbora, como Maríe chamara.

— Sair. – respondi como se fosse lógico, ainda preocupada, olhando o chão.

— Para...?

— Para um lugar que não é da sua conta. – eu disse e sua cara foi do branco ao vermelho.

— Está muito insolente. Toma, escolha um celular. – eu a olhei com uma sobrancelha arqueada.

— Para que fim? – eu lhe perguntei.

— Para se falar?! – ela disse como se falasse com uma idiota sem saber que a única idiota que tinha aqui era ela. – Escolha um.

Escolhi um de cor lilás metálico com roxa nas bordas. Óbvio que era Touch Scream.

— Não volte muito tarde. – ela começou a subir, mas eu a chamei.

— De quem é este sangue? – eu perguntei.

Isso não é da sua conta. – com essa ela saiu.

Suspirei e desci as escadas olhando as manchas de sangue.

***

Cheguei ao cemitério e meu namorado ainda não estava lá.

Era estranhamente agradável a palavra meu namorado. Especialmente quando o meu namorado é um anjo chamado Bain.

Sentei em um túmulo e aguardei.

Esqueci-me de completo aquele sangue. Não podia ser de Maríe...

— Oi. – braços quentes me envolveram.

— Olá, meu namorado.

Ele riu e me beijou.

— Tudo bem? – eu perguntei a ele.

— Estou sempre bem quando estou com você.

Suspirei. Ele era sempre tão romântico.

— Bain, seu amigo Nate, esteve com Maríe hoje? – eu lhe perguntei.

— Não que eu saiba. Por quê?

— Não a vi o dia inteiro. – eu dei de ombros.

— Hum... Como vão as coisas no palácio?

— Uma droga. Quer dizer, um inferno. – revirei os olhos. – E as coisas no céu?

— Ótimas. Queria que você estivesse lá comigo.

— Eu também queria... Não sei por que eu tive que vir para . – suspirei.

Bain nada disse e ficamos em silêncio.

— No que está pensando? – ele me perguntou.

— Em nada. – respondi.

— Que tal sairmos. Sempre ficamos aqui nesse cemitério.

— Sairmos para onde?

— Para o céu, por exemplo, ou para o mundo humano. O que me diz? – seus olhos brilharam.

— Eu topo. – sorri.

Bain e pegou em seus braços e depois estávamos subindo em direção ao céu.

***

Ficamos horas por lá, naquele mundo tão divino e eu conheci a família dele.

Pensei que ficariam surpresos a me ver, pois eu era uma morta-viva. Mas, não. Parecia que eles já sabiam de tudo e me aceitavam.

Conversamos por horas, até que meu celular vibrou e eu vi o número da demoniza. Já estava programado.

Seus olhares eram preocupados quando me despedi.

— Boa noite. – disse Bain enquanto me abaixava delicadamente na relva do cemitério.

— Boa noite. – eu sussurrei e o beijei intensamente. – Obrigada.

— Por? – ele me questionou.

— Por me levar até lá... Me senti muito bem com sua família... Parecia que eu fazia parte de um mundo divino. – eu sorri deliciada com a lembrança.

— Você faz. – ele fez uma pausa e depois continuou – Eu também não entendo porque você está aqui. Você não pertence a isto. – ele fez um gesto com a mão – Você pertence ao céu. Vou descobrir como tirar você e sua irmã daqui. Eu JURO. – sua voz tinha o selo da promessa.

— Não me jure nada. Pode ser que não aja um jeito. Talvez eu pertença ao inferno. Passei por um ritual e por um julgamento. Vim parar aqui e não lá. Realmente não acho que há alguma coisa que você ou Deus possa fazer. – dei um suspiro triste.

— Você verá. Eu te levarei para o céu, que é o seu lugar.

Queria poder me agarrar a aquelas palavras. Só de pensar em Bain e eu no céu... Juntos, já era o paraíso.

— Confia em mim? – perguntou ele.

— Sim, eu confio.

— Logo, você e sua irmã irão subir.

Apenas assenti tentando ter alguma esperança. Palavra que não tem no meu vocabulário. Eu parara de sentir esperança assim que cheguei aqui.

— Eu tenho que ir agora. – sussurrei e o beijei. – Nem pense em ir ao meu quarto.

Eu o alertei e ele fez um gesto positivo com a cabeça.

— Durma com os anjos. – ele sorriu para mim.

— Lógico que dormirei. – eu disse e revirei os olhos – Vou sempre sonhar com você.

Ele riu e me beijou novamente.

Era tão fácil estar com Bain, tão fácil como respirar.

Cada momento nosso era único e completamente importante para mim e para minha sanidade.

Não sei se não ficaria louca convivendo só com demônios e pessoas sem almas.

Claro, que minha irmã era uma exceção, mas eu não podia me encontrar com ela tanto quanto antes. Antes éramos inseparáveis.

Com mais um beijo – roubado, desta vez – ele partiu, me deixando sozinha.

Agora eu estava de volta ao inferno. Estava de volta a aquele palácio infernal. De volta para o meu quarto.

Depois de tomar um banho e por um pijama de seda rosa, fui ao quarto de Maríe, mas não cheguei a entrar, vendo que a demoniza estava lá.

O que ela queria com minha irmã?

Teria que perguntar a Maríe quando nos víssemos amanhã.

Pelo menos isso queria dizer que ela estava em segurança e que nada de ruim a acontecera, certo?

Lentamente e sem fazer qualquer barulho voltei ao meu quarto e deitei em minha cama.

Dormi rapidamente e nesta noite, não sonhei com Bain. Nesta noite tive um pesadelo.

Nele Maríe sofria com uma estaca em seu tórax e abdome em uma sala.

Nessa sala tinha uma cadeira de metal a qual ela estava algemada.

Minha irmã recebia vários golpes com a estaca.

A mão que a golpeava era a de demoniza.

Ela continuou apanhando, até que recebeu um último golpe e a estaca fora cravada em seu peito.

Após lavar as mãos aquele demônio idiota a deixou sozinha e, depois de mais alguns instantes de tortura, Maríe fechou os olhos e dormiu...

Acordei assustada e de manhã soube que o pesadelo fora real.

O sangue que vira na escada era dela, por isso a demoniza não quis me dizer de quem era.

Esse pesadelo ocorrera bem mais cedo e eu não pude impedi-lo.

Novamente a culpa era minha.

Minha respiração ainda era ofegante enquanto me levantava e ia para o quarto de Maríe, não me importando com quem estivesse lá.

Desta vez, não fui pela janela.

Eu ia cruzar a porta.


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