Amor Após a Morte escrita por Daani_Graah


Capítulo 20
12. Punição - Maríe




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Parte 2

Ótimo. Já tinham três horas que eu estava fora? Demoniza me mataria, com certeza.

Corri, e por sorte o portão ainda estava aberto. Eu entrei e ela me aguardava no mesmo.

Me fuzilava com o olhar.

- Oi – disse, sem graça.

- Fechem os portões. – Ela não se dirigia a mim, porém seu olhar ainda prendia o meu nele.

- Você está muito encrencada. – ela me disse.

- Só fui dar uma volta. Qual é? Um cineminha. – ela não se convenceu com minhas falas.

- Entre! – sua voz era seca.

Logo estávamos as duas na sala, uma encarando a outra.

- A senhorita não irá para porão nenhum. – eu estava aliviada com aquilo. O cheiro de mofo do porão me dava ânsia. – Siga-me.

Eu enfim senti medo. Não poderia fugir, ela me seguiria. Não poderia correr, ela me alcançaria, ou um de seus vultos aterrorizantes.

Trêmula, eu estava a seguindo.

Entramos em uma sala um tanto estranha. Suas portas e janelas eram de mármore, o piso era pedra, terrivelmente escura e em sua decoração não havia nada mais de uma poltrona com braços de ferro e uma piazinha no canto do cômodo.

- Sente-se. – ela disse. Eu não via nada além daquele sofá, e creio que ela não se referia ao chão. Então, ainda trêmula, me sentei.

Ela me observou – seca e sombria - sentar. E quando tinha certeza de que o fiz, ela se virou e começou a fechar as janelas com cadeados. Ela também puxava as cortinas, evitando qualquer passagem de luz possível. Quando terminou o serviço, saiu do cômodo.

Mas... O quê?

- Não se mova. – foram suas últimas palavras antes de sair pela porta e fechá-la.

Ela iria me manter ali? Sozinha? Presa em uma sala sem nada para fazer.

Era sua punição? Porque não iria durar muito. Logo eu arranjaria uma saída, nem que fosse furando o chão.

Então enquanto eu ainda estava inconformada perdida em pensamentos, ela entrou novamente pela porta, com uma algema e uma estaca na mão.

O que ela faria?

Depois de um tempo percebi. Ela usaria as algemas para me prenderem na poltrona com braços de ferro.

Mas... E a estaca?

Não queria correr riscos então comecei a me rebater. Ela não me prenderia.

Eu não deixaria. Tentei correr pela porta, mas quando a abri dois vultos estavam parados na minha frente.

Ela chamou seguranças também? Ótimo.

Cada vulto segurou em um braço meu, me erguendo e me colocando na poltrona.

Eu tentava gritar, mas outro vulto surgiu da porta com uma fita. Provavelmente iriam me calar também.

- Não consegue fazer o serviço sozinha e depende dos seus ajudantes não é demoninho?

Ela me fuzilou com olhar.

Uma fita vinha em direção a minha boca, eu tentei impedir, mas os vultos agora seguravam-me enquanto a demoniza me algemava na poltrona e enquanto o novo vulto – que eu percebi que era mulher – me calava com a fita.

Depois que eu estava algemada e quieta, os três vultos saíram da sala.

Ainda não tinha entendido a estaca. Até o demônio dirigi-la em sentido ao meu peito.

O QUE ELA IRIA FAZER? Ela não... Podia me matar.

A estaca perfurou minha pele e agora estava entre meus órgãos.

A dor era agonizante. Eu tinha convulsões e ataques. Doía demais.

A demoniza colocava e tirava a estaca do meu peito, me perfurando cada vez mais.

- Essa, é pelos apelidos agradáveis que usava ao se dirigir a mim, querida. – e ela contava cada estacada um deslize meu. – E essa, é por fugir do seu quarto, mais de uma vez. – Ela... Sabia? Mas... Será que ela descobrira sobre os encontros também? – Essa, é por ter fugido de mim na sua punição no sótão. – Ela tinha fúria nos olhos. Eu me retorcia de dor. – Essa, é por salvar sua irmã dos castigos dela. – eu não conseguia chorar, mas com a quantidade de sangue que jorrava de mim, eu realmente não precisaria. – E ESSA! É por ousar sair do palácio!

Por fim ela cravou a estaca, e a deixou lá, por um tempo.

Era extremamente doloroso. As convulsões faziam eu me mexer e isso doía muito mais.

Eu ofegava, jorrando sangue.

A demoniza lavou as mãos na pequena piazinha e depois as secou.

Ela se dirigiu á mim, com as chaves das algemas nas mãos.

- Não se preocupe você não irá dormir eternamente querida. – ela dizia enquanto me libertava das algemas.

Minha boca queria xingar ela o máximo possível, mas eu não conseguia me mexer para tirar a fita da boca.

- Em algumas horas você verá o resultado da sua punição. - ela ria deliciada com meu sofrimento. - As janelas continuarão fechadas, mas a porta estará aberta. Sinta-se em casa.

Ridícula, víbora sem alma. Foi tudo que consegui pensar.

Ela saía pela porta, e a dor ainda me tomava. Aos poucos senti meus olhos se fecharem. Tudo estava apagando lentamente...

***

Quando abri os olhos eu ainda estava imóvel, na poltrona.

As convulsões finalmente haviam cessado e os buracos abertos em meu abdome e no busto haviam fechado.

A estaca ainda estava lá. Agora parecia que ela fazia parte de mim.

O buraco no lugar que ela estava também não estava mais lá, e ela estava presa á minha pele.

Tentei me levantar, estava desnorteada. O resultado não foi dos bons, ainda sentia dores internas terríveis que não me permitiriam sair dali tão cedo.

Tentei puxar a estaca e mais sangue saiu de mim.

Ainda era extremamente doloroso.

Eu estava banhada em vermelho, e o cheiro me nauseava. Estava quase desmaiando quando tomei coragem para me levantar.

Lavei as mãos na pia – não adiantaria de nada, eu precisava de um banho, na verdade – e tentei abrir a porta.

O corredor estava vazio e sem vida.

Andava lentamente, tentando chegar ás escadas, quando minhas pernas cambalearam e eu caí no quinto degrau.

A dor voltara, estava me dominando por dentro. Eu ainda não podia gritar.

Demorei muito para perceber que ainda estava com a fita na boca.

Tentei me levantar novamente, queria apenas ir para o meu quarto e abafar os gritos no travesseiro.

Queria que a tortura acabasse.

***


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