Escapista escrita por LetíciaG


Capítulo 1
Escapista


Notas iniciais do capítulo

Tive que mudar a categoria, espero que os fãs ainda encontrem essa história, não quero perder leitores por estar obedecendo regras.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/115768/chapter/1


Ele escrevia em seu porão, o único lugar onde era possível viver naquelas terras amaldiçoadas pela ditadura da guerra. Sob a construção de madeira e tijolos, sua humilde moradia, ele estava sentado em frente a uma mesa pequena, onde se encontra o tinteiro e o papel com algumas palavras, a pena em sua mão tinha fios coloridos, que faziam contraste com o ambiente escuro, sombrio, frio, apenas iluminado pela luz fraca de um lampião próximo ao pé da cadeira em que o poeta estava.

Aproximadamente, a cada 30 minutos olhava para uma janela, muito pequena, mas que lhe proporcionava uma visão de muita tristeza, mas ao mesmo tempo, de inspiração e esperança, era esse o mundo exterior.

Ó, mundo assustador era esse, uma guerra era travada do lado de fora, o que dava ao poeta uma trilha sonora de terror.

Em um dia de céus nublados, não havia olhado pela janela ainda, de repente algo começa a bater nela.

Ele então olhou, era uma ave, um rouxinol tentando escapar do mundo exterior, o poeta abre a pequena janela abrindo passagem ao animal, que voou por todo o porão, deu três voltas no homem e sumiu na escuridão daquele lugar.

Ele só encontrou o rouxinol dentro de uma gaiola de ouro que havia ganhado quando era uma inocente criança, nas terras que eram cobertas por neve.

O homem pegou a gaiola e ficou admirando o rouxinol ali dentro.

A ave se aproxima das grades douradas e olha fixamente nos olhos de seu novo dono.

Era como uma conversa, entre iguais, entre o poeta e o rouxinol, entre o prisioneiro do labirinto da realidade e o prisioneiro da gaiola de ouro.

O poeta coloca a gaiola sobre sua mesa e continua a escrever sua melodia.

O rouxinol o observa e começa a cantar, uma melodia suave, mas ágil, que transportava o ouvinte à uma espécie de vôo sobre a terra dos sonhos, então o poeta olha para a janela e ouve o rouxinol, e começa uma nova canção, com a melodia do rouxinol.

E assim foi, dia após dia, a canção de ninar do rouxinol e a pequena vista do mundo exterior lhe dando a inspiração de que precisava. Até que um dia, o rouxinol não cantou mais, o poeta encontra a portinha da gaiola dourada aberta, o rouxinol havia fugido.

Essa era sua hora, olhou para o lado de fora, ainda estava em guerra e completa destruição, o rouxinol havia fugido porque aquele não era seu lugar, ele correu a procura de seu próprio paraíso.

O poeta também tinha que o fazer.

Com uma capa preta e a touca em sua cabeça, saiu do porão, saiu da casa.

Fugiu de sua própria prisão.

Em busca de seu paraíso.

Cantarolando o verso da canção com a melodia do rouxinol.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Escapist: a Tradução é Escapista, e Escapista significa fugitivo, aquele que pratica o escapismo, a arte de fugir, na mágica, e a imaginação, na poética.Simplesmente, é a Fantasia.
Lety xD 13/12/2010