Surpresas do Coração escrita por EmyBS


Capítulo 7
ANDANDO DE BICICLETA


Notas iniciais do capítulo

Olá! Mais um capítulo! Gostaria de agradecer a todos que estão me apoiando nessa história... Vocês me deixam muito feliz... Por favor, continuem comentando sempre... Beijinhos...



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O dia amanheceu encantador naquela manhã. O sol brilhava radiante. E todo aquele brilho fazia lembrar-se da infância de Draco. Ele olhava pela janela por onde o sol invadia o quarto sem pedir autorização e recordava de quando seu pai o ia acordar. Lucio sempre abria a janela fazendo o sol entrar. Ele parecia saber o quanto aquilo irritava o filho. Tinha sido numa manhã como aquela que Draco tinha ganhado sua primeira vassoura de verdade. Não aquelas de brinquedo que mal saiam do chão, mas uma real que cortava o céu. Um dos momentos felizes junto com os pais. Sentia tanta falta deles.

Seus pensamentos foram cortados pela água fria caindo na sua cabeça e seu corpo.

- Bom dia Malfoy! – Weasley e Potter riam da cara enfurecida de Draco todo molhado na cama.

- Que merda é essa, seus dementes? – perguntou irado saindo da cama.

- Uma brincadeirinha inocente Malfoy. – os olhos azuis do Weasley brilhavam de ironia.

- Idiota! – resmungou tirando a blusa molhada e jogando num canto já procurando outra para se trocar andando em direção ao banheiro.

- Acho que ele ta doente. – ouviu Potter comentar – Faz tempo que ele não revida.

- Se é isso que estão esperando podem desistir, eu não vou fazer nada para que vocês me entreguem ao Lorde das Trevas. – Draco disse alto do banheiro.

- Sabe... – o ruivo se apoiou no batente do banheiro.

- Não somos tão malvados assim! – Potter se apoiou do outro lado parecendo uma imitação ridícula dos gêmeos Weasley.

- Vocês sabem quem estão parecendo falando assim não é? – Draco perguntou olhando para eles pelo espelho erguendo uma sobrancelha.

Os dois caíram na gargalhada e Draco apenas sacudiu a cabeça saindo dali.

- Malditos grifinórios idiotas! – resmungou descendo as escadas e encontrando a mesa do café já pronta, mas vazia.

Sentou-se no seu lugar de sempre no canto e se serviu do seu café preto puro como sempre. Sentia falta dos biscoitos da sua mãe, mas nunca revelaria isso, nem sob tortura.

- Bom dia! – Elisabeth apareceu sorrindo na cozinha e se sentou na frente dele.

- Só se for para você. – resmungou Draco mal humorado.

- Nossa! Que bicho te mordeu Malfoy? – recrutou a garota fazendo uma careta.

- Bom dia! – praticamente gritou a ruiva irritante entrando junto com a Granger fazendo Draco fechar ainda mais a cara.

- Bom dia! Os meninos ainda não acordaram? – Granger perguntou se sentando na mesa.

- Bom dia! – Potter e Weasley falaram juntos irritantes.

- Gostou de banho Malfoy? – aquele ruivo nojento não tinha noção de perigo.

Draco bufou indignado com a petulância deles.

- Banho? – quem mais perguntaria se não aquela outra peça ridícula da Granger?

- Isso explica o mal humor lamentável. – dizia Elisabeth se servindo de café.

- Não sei como você pode tomar café puro de manhã, sem comer nada. – comentou a pequena Weasley preparando o seu leite.

- Alguns já passaram da idade de tomar leitinho Weasley. – Draco respondeu acido.

- Isso foi um elogio Malfoy? – Elisabeth o olhou divertida fazendo-o corar. – Eu não gosto de leite, nunca gostei.

- Nem eu. – murmurou Draco se mexendo desconfortável na cadeira.

Elisabeth sorriu provando seu café antes de continuar:

- Não sinto fome de manhã, Gina.

- Então... – começou o Weasley de boca cheia – O que vamos fazer hoje?

- O dia tá tão lindo! – a Granger suspirou olhando pela janela.

- Verdade! – concordou Elisabeth – Por isso achei que seria interessante darmos um passeio pelo condomínio.

- Mas só para sair da sua casa é um caminho enorme... – reclamou o Weasley e Draco concordou internamente muito a contragosto.

- Não vamos a pé... – Elisabeth ria marota – Vamos de bicicleta!

- Bici o que? – Draco encarava furioso a garota a sua frente não fazia a menor idéia do que era aquela tal de bici alguma coisa, odiava essas coisas trouxas que ele não conhecia.

- Maravilha! Estou com saudade de pedalar! – a Granger se animou logo, claro que aquela sangue-ruim tinha que conhecer aquelas coisas estúpidas.

Já Potter olhava desesperado para a castanha.

- Os Dursley nunca me deram uma bicicleta... Eu aprendi escondido numa velha do Duda... Não sei se lembro ainda...

Draco teve vontade de rir da cara envergonhada dele.

- Ninguém nunca esquece como se anda. – respondeu simplesmente Elisabeth.

- Bom papai tentou nos ensinar uma vez... Você lembra Gina? – o Weasley perguntou meio incerto.

Pronto! Era só o que faltava para Draco até os pobretões Weasleys sabiam do que aquela trouxa estava falando, mas claro que eles saberiam sendo amantes de trouxas.

- Lembro, mas eu acho que ela estava enfeitiçada. – a nanica ruiva fazia uma careta pensativa.

Draco bufou inconformado por ser o único perdido naquelas malditas coisas trouxas, mas olhou confuso para Elisabeth que ria olhando para ele.

- O que? – cruzou os braços encarando o azul dos olhos dela, pareciam o dia lá de fora.

Elisabeth bufou fechando a cara e cruzando os braços.

Todos na mesa caíram na gargalhada.

Draco estreitou os olhos e ela fez o mesmo aumentando o riso daqueles malditos grifinórios.

- Quer parar com isso! – Draco se levantou apoiando as mãos na mesa se inclinando em direção a ela.

- Quer parar com isso! – Elisabeth o imitou ficando a alguns centímetros dele.

Draco encarou irritado aquele azul sem fim que parecia fazer força para se manter zangado, mas ali de perto ele sabia que ela sorria. Seus olhos sempre sorriam. Azul, não cinzento e frio como os dele ou escuro e revolto como os do Weasley, mas claro e profundo como se vissem além.

Levantou irritado consigo mesmo, onde estava com a cabeça para ficar analisando a cor dos olhos daquela trouxa.

- Eí, não se preocupe eu te ensino a andar. – Elisabeth se jogou sobre a mesa segurando o braço dele.

Draco lançou um olhar de nojo a fazendo soltar rapidamente.

- Não me toque sua trouxa! – ele rosnou sério.

- Grosso! – Elisabeth o olhou magoada.

- Deixa ele pra lá... – a Weasley deu um abraço na loirinha. – Vamos pessoal? 

- Mas já? – o Weasley estava de boca cheia ainda.

- Para de comer Rony! – reclamou Granger puxando o ruivo pela mão.

Não demorou muito e todos estavam na garagem da casa.

- Uau! Você tem uns carros maneiros aqui. – comentou o pobretão impressionado.

Realmente havia uma grande variedade de veículos trouxas ali, mas nada que fizesse Draco ficar impressionado, eram apenas coisas trouxas mesmo.

- É não é? – Elisabeth dizia animada quase pulando na frente deles orgulhosa – Vocês sabem dirigir? – a não loirinha irritante estufou ainda mais o peito – Eu sei, meu pai me ensinou.

- Grande coisa... – resmungou Draco com as mãos no bolso andando devagar atrás deles.

- Olha tem uma bicicleta dupla aqui! – a Granger gritou contente – Vem Rony, eu te levo comigo!

O Weasley corou com o convite, mas subiu naquele troço estranho junto com a garota.

As tais bicicletas como repetiu a sabe-tudo depois que Draco gaguejou o nome eram um pedaço de metal com rodas, precariamente até poderia dizer que pareciam vassouras com rodas.

- Ei! Harry tem uma com cestinho! – a ruiva já subia na bicicleta indo em direção ao irmão e a sangue-ruim.

- O que você ta fazendo? – Potter também tinha selecionado uma vermelha e olhava Elisabeth que estava sentada no chão calçando uma estranha bota com rodas.

- Pode ir Harry! Eu vou de patins ajudando o loiro aí.

- Tem certeza? – perguntou o quatro olhos olhando desconfiado para Draco.

- Claro! Logo encontro vocês. – e mal terminou de falar Potter saiu atrás da Weasley parecendo ainda incerto de deixar a garota com Draco.

- Porque isso? – perguntou Draco um pouco aliviado por ver os outros indo embora.

- Assim eles não ficam rindo e você se concentra. – ela ficou magicamente em pé reta apesar daquelas rodas nos seus sapatos – Você viu como eles subiram na bicicleta né?

Draco concordou com a cabeça e pegou uma das bicicletas, uma preta e reta. Subiu meio incerto e tentou andar, mas logo se desequilibrou sendo amparado por Elisabeth.

- Você ta indo bem Malfoy! – ela o animou fazendo continuar.

- Eu quase cai. – Draco bufou contrariado. 

- Isso é normal! – ela sorriu, ela sempre sorria, garota irritante.

- Malfoys não caem!

- Nem andam de bicicleta. – o tom era de desafio.

Draco bufou mais uma vez fazendo-a rir. Se aqueles grifinórios conseguiam ele também conseguiria, não seria aquela coisa trouxa que iria fazê-lo desistir, ele era melhor que aquilo. Ele andava de vassoura, como poderia não andar nessa porcaria de bicicleta?

Voltou a andar irritado, precisava provar que podia, conseguiu durante um tempo, mas acabou perdendo o equilíbrio outra vez.

- Vamos Malfoy! Você consegue! Você também tem que se equilibrar na vassoura não tem?

Mais uma vez ele apenas concordou com a cabeça e voltou a andar. Estava indo bem até perceber que perderia o equilíbrio novamente, soltou uma das mãos do guidom tentando não cair e assim que fez isso sentiu a mão suave de Elisabeth na sua o firmando-o.

Foi involuntário, ele não pretendia fazer isso, mas sorriu feliz por conseguir. Draco estava andando de bicicleta de mãos dadas com Elisabeth sem nem mesmo se dar conta daquilo. Ela também sorria alegre com a expressão dele.   

Mas esse momento durou pouco, logo Draco ouviu a risada irritante da Weasley e percebeu que estava de mãos dada com uma trouxa insignificante soltando a mão dela de maneira brusca no mesmo instante. O movimento repentino e violento fez ambos se desequilibrarem e Elisabeth na precária tentativa de amparar Draco acabou caindo por cima dele e da bicicleta.

 Draco sentiu a pancada nas costas e uma ardência no cotovelo esquerdo, além do peso do corpo de Elisabeth sobre o seu. O perfume delicado o atingiu em cheio. Os olhos azuis pareciam se inundar em lágrimas. Fechou os olhos irritado.

- Sai de cima de mim. – Draco disse seco.

Elisabeth estava assustada, sabia que Draco não era compreensivo e tentou se levantar o mais rápido possível para sair de cima, mas como estava de patins não conseguia firmar os pés escorregando e caindo novamente em cima do loiro que bufou impaciente a jogando para o lado sentada no chão, enquanto ele mesmo olhava o cotovelo ralado dele.

- Aí... – choramingou Elisabeth não conseguindo evitar as lagrimas que inundavam seus olhos de escorrerem pelo rosto.

- Olha o que você fez Malfoy! – reclamou o implicante do Weasley chegando perto deles.

- Você está bem? – Potter perguntou ajudando Elisabeth a se levantar.

- Sim. – a voz dela tremia.

- Sabia que era uma péssima idéia deixá-la com o Malfoy. – a Granger olhava a garota procurando machucados.

- Eí, eu estou machucado! – reclamou Draco ainda sentado no chão.

- Cala boca Malfoy! – soltou a ruiva irritada.

- Eu não estou machucada Hermione – Elisabeth limpava as lagrimas com as mãos – Só fiquei assustada com o tombo.

- Com o tombo sei. – a Granger não parecia acreditar nas palavras dela, mas para surpresas de todos a garota se agachou tirando o patins para se ajoelhar ao lado de Draco.

- Deixa eu ver. – pediu ela com a voz chorosa.

- Não. – respondeu Draco birrento escondendo o braço.

- Deixa de ser criança Malfoy. – Elisabeth reclamou puxando o braço dele.

- Aí... – reclamou fazendo bico – Ta doendo.

- Você só ralou na queda, deixa de drama. – Elisabeth voltou a sorrir, mas ele mantinha a expressão de dor.

- Eu vou ficar aleijado. – murmurou Draco dramático.

- Bobo... – Elisabeth passou a mão no rosto dele afastando o cabelo loiro dos olhos, mas ele se afastou rápido – Eu tenho remédio aqui.

- Remédio trouxa? – Draco perguntou espantado.

- Não podemos usar magia Malfoy. – a sabe-tudo respondeu de braços cruzados nada feliz com aquela cena. – Esqueceu que tiraram nossas varinhas depois do seu showzinho particular?

Draco bufou contrariado.

- Vai arder um pouquinho, mas eu vou soprar pra passar logo... – Elisabeth dizia ignorando a conversa deles.

- Aí... – reclamou Draco. O tal remédio ardia mesmo, mas logo passou com ela soprando seu cotovelo, seu hálito era quente fazendo-o pensar em coisas que não devia, principalmente com uma trouxa insuportável.

- Melhor? – ela perguntou rindo, pois ele parecia que estava sendo torturado.

- Eí, não para de soprar... Ainda arde! – Draco reclamou ao voltar a sentir a ardência.

Elisabeth riu e voltou a soprar parando logo em seguida.

- Algo mais ta machucado? – a garota perguntou analisando ele.

Draco estendeu as mãos que o haviam apoiado no chão, sentiu as mãos quentes dela nas suas frias. Nunca soube por que das suas mãos serem sempre frias, sua mãe às vezes brincava que ele parecia um vampirinho. Seu pai não gostava daquela comparação, mas era inevitável. Ele tinha as mãos frias e agora pareciam ainda mais em contraste com a pele quente de Elisabeth.

- Não está machucado. – a garota concluiu passando a mão nelas – Isso vai sarar! – e pegando Draco desprevenido ela deu um beijo em cada palma da mão dele se levantando logo em seguida.

- Desnecessário! – ouviu o ruivo reclamar, mas Draco ficou estático encarando suas mãos.

Uma trouxa havia beijado suas mãos, uma trouxa que fazia pouco tempo estava chorando, uma trouxa com quem ele era sempre grosseiro, uma trouxa que sorria sem parar, uma trouxa que sabia que seu pai havia sido assassinado pelo dele e mesmo assim o receberá na casa dela, uma trouxa que cismava em ajudá-lo no que ele não entendia, uma trouxa com cheiro de frutas, uma trouxa com olhos cor do céu, uma trouxa de pele quente e macia, uma trouxa...

Balançou a cabeça desesperado, que porcaria de pensamentos eram aqueles, levantou num pulo batendo a calça jeans que usava.

- A donzela vai voltar ou podemos continuar? – a ruiva implicante perguntou acida, alguém podia calar aquela voz irritante uma vez na vida.

- Potter, faz um favor para a humanidade e cala a boca dessa ruiva chata. – Draco disse ainda atordoado e engasgou ao se dar conta do que tinha dito.

Potter ficou estático olhando para o chão e passando a mão pelo cabelo.

A ruiva chata estava da mesma cor dos cabelos também olhando para o chão, maravilhosamente quieta.

O Weasley abria e fechava a boca sem parar com os punhos fechados sendo segurado pela Granger que parecia não acreditar na situação.

- Acho que alguém está bem humorado. – Elisabeth riu voltando a calçar os patins – Vamos continuar!

Foi difícil, mas eles conseguiram fazer o passeio sem maiores problemas. Draco soltou mais algumas piadinhas acidas e foi derrubado propositalmente por Potter e Weasley, venceu uma corrida que eles apostaram com Elisabeth como juíza e incrivelmente riram juntos durante toda a tarde só voltando para casa ao entardecer completamente desesperados de fome, principalmente o ruivo ogro que se agarrou nas travessas para horror da Granger.   


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