A noite cai sobre a cidade, é o que diz meu relógio já que estou distante demais para contempla os holofotes que iluminam a escuridão amanhecendo tal lugar.

Mas nem sempre está distante é esta longe, há coisas que pertencem a está cidade que agora escurece e que estão comigo, coisas que vão muito alem do material, coisas como lembranças, desejo, amor, saudade, arrependimento, pressentimento... Coisas que me vem no cair da noite.

Pois é no cair da noite que eu me pergunto quando meu celular irá tocar interrompendo uma de minhas noites de sono, mas ai lembro-me que ele não ira tocar não com o seu nome no visor. É quando vejo a verdade é quando percebo que posso dormir tranquilamente, só que eu não quero dormir tranquilamente, não mais...

É no cair da noite que me lembro de suas ultimas palavras antes de eu sair de dentro do laboratório em direção ao aeroporto.

-Grissom estou indo embora. –Lhe disse parada em frente a sua sala o vendo continua com os olhos abaixados não desgrudando de seu trabalho, para varia.

-Tudo bem seu turno já terminou.

-Não foi isso que eu quis disser. –Falei firme enquanto na verdade estava desmoronando.

-Por quê? –Você perguntou finalmente me encarando e eu pude ver que me via desmanchando, voce sempre viu a verdade escondida atrás de meus olhos, mas nunca disse nada, nunca fez nada.

-Você sabe. –Foi só que disse antes de continua meu caminho.

É no cair da noite que me dou conta que voce não sabia, não tinha como saber afinal voce não queria ver mesmo enxergando, você não queria enxerga, pois não era algo de seu interesse eu não sou e nunca foi mais nada alem do que sua amiga e apesar de sempre saber disso insistir e nesta minha insistência sofri e ainda sofro.

Sim sofro dês do momento que sair daquele laboratório coisa que hoje me arrependo profundamente e ao mesmo tempo sinto-me aliviada. Como é possível? Havia pessoas ali que eu gosto muito e não queria me separa e são elas que causam meu arrependimento, mas havia você nisso tudo e era em relação à voce que me desmanchava em dor cada vez mais e sair de toda minha própria tortura me trouxe um pequeno alivio, bem pequeno, mas significativo.

E é no cair da noite que esse alivio e arrependimento toma conta de mim, pois é quando lembro-me de sua voz gritando meu nome me impedindo de embarca no avião, ou pelo menos temporariamente.

-Sara! –Lhe ouvi grita em meio à multidão que tomava conta do saguão do aeroporto foi quando também ouvi chamarem os passageiros para o vôo a São Francisco, meu vôo.

-O que esta fazendo aqui/ - Perguntei parando imediatamente ao lhe ver bem próximo de mim.

-Vim lhe pedi para que volte. –Você disse retomando o fôlego da corrida que fez para me alcança.

-Sinto muito mais não posso. –Disse naquele momento achando que voce sabia o porto, mas voce não sabia ate demonstrá-lo.

-Por que não? Sara precisamos de voce, o laboratório precisa de você.

-Mas você não, não como eu quero que precise.

-Do que esta falando? –Perguntou confuso.

-Sabe você é uma pessoa que eu admiro tanto sempre tão inteligente, mas tem horas que não percebe o que esta estampado claramente a sua frente.

-Depende do que esteja.

-Isso voce percebeu? –Perguntei encostando meus lábios nos seus o pegando de surpresa.

Sei que neste momento não deveria ter sentindo nada afinal nem era para ele ter acontecido, só que não ressentir não conseguir deixar de sentir o calor percorrendo meu corpo, não resistir impedi meus dedos a acariciarem seus cabelos, não resistir não lhe deseja.

-Porque fez isso?! –Você perguntou rispidamente nos afastando, mas eu não sentir raiva saberia que seria esta sua reação, mas não quer disser que eu quisesse acredita.

-Viu? Você não percebeu. Adeus Gil. – Foram minha ultimas palavras ditas para Grissom antes de ir para São Francisco.

É no cair da noite que essas lembranças de misturam com meu alivio, arrependimento, pressentimento, desejo em uma única coisa: A dor, mas também é no cair da noite que era dor se transforma em amor.

Sim amor afinal na vida ano temos apenas dor. Na vida sonhamos com varias coisas e é difícil alguma delas se realiza, mas alguma se realiza mesmo que não percebemos ou não lembramos mais com o que sonhamos. E é no cair da noite que tudo se transforma, ate os sonhos ou apenas um deles.

Pois tudo isso foram o que pensei e lembrei a minutos atrás.

Estava mais uma vez olhando para a janela de meu pequeno apartamento vendo o cair da noite, relatando meus sentimentos mais vivos naquele momento, minhas lembranças mias dolorosas, estava, pois a capainha tocou em meio a minha dor e quando eu atendi essa dor foi transformada em surpresa.

-Grissom? –Perguntei sem acredita que estava vendo sua figura parada a minha frente depois de longos cinco anos.

-Oi Sara, posso entra? –Não pude negar jamais te negaria algo como nunca neguei. Então voce entrou e antes mesmo que eu pudesse disser algo voce falou, falou seus sentimentos mais vivos e suas lembranças mais dolorosas.

-Sei que não deveria esta aqui, mas não agüento mais Sara. Quando voce partiu achei que voltaria que atenderia meus chamados como sempre fez só que você não retornou e então eu percebi que havia lhe perdido e esta perda me fez perceber algo que sempre existiu dentro de mim só que eu nunca vi.

- Sempre tão inteligente, mas tem horas que não percebe o que este estampado claramente a sua frente. –Disse a mês a frase que havia lhe dito cinco anos trás. –Ou dentro de se próprio.

-Infelizmente tem razão, eu não percebi o que sentia por voce antes de lhe perde, mas é com disse só nos damos conta do que nos realmente importa quando nos a perdemos.

-QUem disse que voce lhe perdeu?

-Eu não lhe perdi?

-Não sei, depende do que veio fazer aqui.

-Isso. –Foi o que me disse antes que repetir a mesma cena de antes, só que agora era ele que me beijava e não ouve interrupções nem perguntas e a única coisa que nos parou foram três palavras, três palavras que sempre sonhei em ouvir.

-Eu te amo. –Foi o que ouvi a exatamente três segundos atrás.

Três segundos que viveram com o cair da noite.