POV Annabeth

Faz cinco semanas desde o baile. Hoje é sábado. Estou em casa. Morrendo de tédio. Thalia está com Luke; Silena com Nico e eu... Bom... Digamos que eu esteja bastante feliz com o Percy. A propósito, estamos namorando faz uma 5 dias. Aaah... Pra você morrer de inveja de mim... Ele me deu um anel e um bracelete... Foi no dia que ele me levou no cinema. Estávamos vendo Harry Potter 7. O filme terminou e ele me puxou.

"— Annie.

— Hmm?

— Eu quero conversar com você. — ele disse, sério. Meu coração palpitou.

— Pode falar.

— Olha... Eu sei que a gente não... Você sabe. Nós não nos conhecemos faz TANTO — ele se demorou na palavra — tempo assim. — Abri um sorriso e assenti. — Mas... Eu gosto muito de você. MUITO mesmo. — meu sorriso se alargou mais ainda. — Eu ia te pedir quando... Sei lá, quando você estivesse pronta. Mas, eu não consigo mais me segurar, lá vai... Annabeth Chase, eu amo você, e gostaria de ter a honra de ser o seu namorado. Você aceita? — a essa hora, eu já estava chorando. As pessoas batiam palmas à nossa volta. Ele estava ajoelhado.

— Eu... — o puxei para um beijo. Aquele, sem dúvida... Era perfeito. Era único. Subestimava todos os tipos de beijos que eu já dei na vida. Incluindo o nosso primeiro. Era quente e frio. Era apaixonante. Até hoje não consigo descrever. — Isso responde a sua pergunta? — assentiu. Ele pegou uma caixinha preta e abriu. Lá tinha um anel MUITO lindo, em conjunto com uma pulseirinha. Era prata.

— Percy... Eu... Eu nem sei o que dizer.

— Então não diga. — ele me beijou e retribuí, claro. Paramos para recuperar fôlego. Eu estava radiante. Ele pegou a caixinha e me olhou como se esperasse aprovação. Assenti. Ele pegou minha mão, delicadamente, colocou anel e a pulseira."

A essa altura, eu já estava chorando. Meu celular tocou. Li na tela: Percy. Atendi com a voz chorosa:

— Alô?

— Não... Desliga essa TV. Eu não quero ver...— ri. Esse era ele brigando com o irmão. Para não assistir Barney. Ri ainda mais com esse pensamento. — Ah, oi.

— Oi. — disse ainda rindo.

— Do que você tá rindo?

— De você.

— Por quê?

— Porque eu te amo.

— Sei...

— Mas fala aí... Que foi?

— Nossa, que tipo de namorada é você? Não posso nem ligar pra ouvir a sua voz?

— Não. Fala logo.

— Éee... O Luke me ligou.

— E...?

— Ele pediu pra falar com você.

— E o que estamos fazendo agora? — ri.

— Não... É... AH!— ri ainda mais. Ele ficava todo enrolado com queria me pedir alguma coisa. — É que Thalia pediu para fazermos um encontro triplo, na verdade, não é bem um encoontro — ele se demorou na palavra —, vamos no cinema. Eu acho.

— Você acha? — perguntei, arqueando uma sobrancelha.

— Ele não disse. Falou que era surpresa.. Eu e você, Thalia e Luke; e Silena e Nico. O que você acha?

— Tá marcado. Quando?

— Hoje.

— Que horas?

— Passo aí 20:00hs.

— Percy...? — fiz minha voz manhosa.

— Hmm?

— Não se atrase. — falei rápido e desliguei o celular. — TAYLOR! – fritei. Ouvi passos rápidos vindo em minha direção. Ela chegou perto de mim, ofegando, com um taco de beisebol na mão. Ri.

— O... O quê?

— Preciso da sua ajuda. É urgente. — falei.

— Pra quê? — ela perguntou, estranhando.

— É que eu vou ver as meninas hoje.

— Só as meninas? Tem certeza?

— E os garotos. — respondi.

— Quando você diz garotos... — ela começou, me incentivando.

— Quero dizer Luke, Nico e Percy. — ela fez uma careta no último nome. — Qual o seu problema com ele? — perguntei, irritada.

— Bom... Nenhum. O problema é com o meu pai. — verdade. Meu pai não tem uma relação muito boa com Percy. Sentei na cama, cansada.

— Não sei qual é o problema dele.

— Mana, não é culpa dele. Ele só quer cuidar de você.

— Como? Tentando dar motivos pra mim terminar com o... — fui interrompida.

— Olha, ele só quer o seu bem. Então, pra quer ajuda? — repetiu.

— É que... Preciso que você faça a minha maquiagem e o meu cabelo.

— E a roupa? — perguntou, me olhando com a mão no queixo, pensativa.

— Já sei qual vou usar. Então... — olhei o relógio. Marcava 17hrs46min. – Vou tomar um banho. Prepare o babyliss. O estojo de maquiagem está no meu closet. Perto da fileira dos tênis. — assentiu.

Deixo a água cair levemente em cima de mim. Morna, nem fria, nem quente. Do jeito que eu gosto. Deixo todos os meus pensamentos fluírem. Fico ali, deixando a água cair em cima de mim, nem sei por quanto tempo. Saio do banheiro enrolada em uma toalha. Taylor olha pra mim e começa a rir.

— Qual é. Dá uma folga — reclamei.

— É... O Percy ligou e falou que vai ser em um restaurante. De. Luxo. — falou pausadamente.

— Ótimo. — botei meu roupão. — Vou ter que arrumar outra roupa.

— Então... O que quer fazer no cabelo? — perguntou.

— Olha... Eu acho que vou enrolar só nas pontas... Alguns fios e deixar solto. O que você acha?

— Eu não acho nada. Desde que fique bom... Tudo ótimo. — disse. Passou 30min e ela terminou o “trabalho”. Olhei no espelho e disse:

— Uau, ficou ótimo.

— Eu sei. — virou-se e começou a descer as escadas. 

— Abusada. — murmuro quando ela já está longe o suficiente. — Bom... Mãos à obra. — falei me referindo ao que vestir. Entrei no closet. Verifiquei a hora novamente. 19hrs34min. — E se eu... — lembrei-me de uma roupa que ganhei no meu aniversário. E que nunca usei.

(...)

— Uau. — Taylor, que estava assistindo TV, se surpreendeu.

— Eu sei que estou MUITO — dei ênfase — linda. — A campainha tocou. Ela me olhou e nos encaramos. Ela olhou para os meus pés e moveu a boca, formando as palavras:

— Se ferrou. — e saiu correndo. Nem tentei ir atrás. Já sabia do que ela estava falando. Estava de salto alto. Se tentasse correr... Bom, você já imagina. Eu a ouvi falando com meu namorado.

— Claro, vou chamá-la. – Taylor chegou perto de mim e apontou o polegar, em sinal de positividade. Pulou em silêncio. Ri e andei até a porta.

— Oi. — ele me olhou e arregalou os olhos. — Está tão mal assim?

— Na-Não. Você está li-linda. — engoliu em seco. Corei e abri um sorriso.

— Obrigada. Você também não está nada mal. — era verdade. Estava com uma calça jeans preta. Um all star preto e uma blusa dobrada ao cotovelo branca.

— Vem. — ele me puxou pela mão e me mostrou o carro. Entrei no veículo. Ele ligou o carro. Eu não sabia onde era, então perguntei:

— Então... — comecei. — Onde é?

— Sei lá. — ergui a sobrancelha.

— Não sabe? Como a gente vai chegar lá? — ele levantou um pouco do banco e foi me entregando tudo: celular, carteira. Até que achou um papelzinho e me entregou.

— O que é isso?

— A informação do lugar onde vai ser. — olhei o lugar e engoli em seco.

— O que foi? — perguntou, estranhando minha reação.

— Nada... É que... Esquece. — falei, tentando me controlar.

— Pode me contar. — disse com a voz grave e sincera.

— É que... Esse restaurante... Pra não falar, vou resumir: Não me traz boas lembranças.

— Você quer que eu ligue... — Interrompi:

— Não. Não vou deixar que minhas “más lembranças” — fiz aspas — estraguem a nossa noite. — falei apertando sua mão.

— Se é isso que você quer... — ele parou no sinal e me encarou.

— Não é o que eu quero. É o que queremos. Não é? — ele assentiu. Me aproximei e antes que pudéssemos nos beijar, o sinal abriu. Ri. Mas ainda estava meio nervosa. Chegamos no restaurante. Não estava tão diferente desde a primeira vez que vim aqui.

— Chegamos. — anunciou. O manobrista abriu a porta para mim e me mandou um olhar malicioso. Percy chegou, segurou minha cintura e disse, quase como ameaçando:

— Eu assumo daqui. — ri baixinho. Entregou a chave para o manobrista, que identifiquei como Victor, pelo crachá. É... Esse lugar não mudou nada. Pensei. Vi as meninas acenando para mim, do lado dos seus devidos namorados. Silena chegou perto de mim e falou, com a mão no queixo, de brincadeira:

— Hmmmm... Nada mal para um iniciante. Você tá super Fashion.

— Obrigada. — agradeci rindo. — Você também.

— Aaah, oi Percy. — ela disse. Ele acenou com a cabeça. Luke chegou perto de nós com as mãos entrelaçadas com a de Thalia — que por sinal, também estava linda com seu jeito “punk” — e disse:

— Nossa noite começa agora. — Silena choramingou um pouco. Eu ia perguntar o por que. Mas... Quando Nico chegou e abraçou ela por trás, ficou feliz. Os outros entraram pela porta de vidro. Vi quem estava atendendo naquele sábado. Suspirei. Aquela seria uma loonga noite. Parece que ele também me viu, porque arregalou os olhos.