Innocence escrita por Anna, Thalia_Chase, bibi_di_angelo


Capítulo 31
Capítulo 31 - Confusões




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POV Annabeth

 

– Eu vou dar uma volta por aí, tirar algumas fotos... Alguma de vocês quer ir? – anunciei, levantando-me do chão. Todas elas negaram com a cabeça, sem nem levantar os olhos. Exceto Thalia, que se levantou, ajeitou sua roupa e fechou o zíper de sua bota. – Não tá muito calor pra ir de bota?

– Não. – respondeu simplesmente.

– Tá bem. Viu a câmera? – indaguei.

– Sim, está na minha mão... – levantou as sobrancelhas enquanto eu corria os olhos pelo quarto, parando em sua mão e vendo a câmera ali.

– Nossa mãe...

–Tá bem, nós vamos pular a janela também? – perguntou, com um sorriso maléfico na cara. – Tipo, eu quero sentir... Adrenalina; sabe?

– Não... Vamos sair pela porta dos fundos. – respondi.

Ela fez um muxoxo.

 

Dobrei-me de tanto rir.

– Não! É sério! – Thalia retrucou.

– CUIDADO COM A BOLA! – Berrou uma voz conhecida ao longe.

Só tive tempo de sentir a pressão em minha testa, fazendo-me gemer.

– Droga! – Thalia resmungou ao meu lado. – Annie, você está bem?

Ouvi passos vindos em nossa direção, e tive certeza de quem eram.

– Desculpe, mas eu gritei. – Michael desculpou-se. – Eu te machuquei?

Levantei a cabeça com a mão na testa e respondi:

– Você acaba de acertar a minha cara com uma bola, e me pergunta se está tudo bem?

Ele deu de ombros.

– Sou educado.

Revirei os olhos. O ar ficou tenso, e Thalia pareceu notar isso, porque disse lançando-me um olhar que claramente significava “cuidado”:

– Bem, vou comprar um sorvete. – e saiu correndo. Naquele instante em que a vi correndo, tive certeza que ela não iria comprar sorvete.

– Então, quando vai embora? – perguntou ele, mudando de assunto e escorando-se na parede da casa vizinha.

– Amanhã.

– Amanhã? – fez sinal para que eu me escorasse junto a ele. Relutantemente, postei-me ao seu lado, com a mão na testa.

Confirmei com a cabeça, fechando os olhos, e quando os abri, o rosto de Michael estava a cinco centímetros do meu.

– O... Que foi? – interroguei confusa.

– Não esperava que você fosse embora tão cedo. Eu iria planejar... Reconquistá-la... E depois te contar isso, mas... Quando você for embora, não vou poder ir mais para Nova Iorque. Annabeth – ele pegou minhas mãos, fazendo-me franzir o cenho. -, estou apaixonado por você.

Fiquei boquiaberta, estática, sem saber o que fazer.

– Mas eu... – tentei dizer, mas fui interrompida por um gesto seu.

– Só... Escute, O.K.? Bem, desde o dia em que você foi embora daquele restaurante, eu tenho te procurado por todos os cantos, e porventura nos encontramos aqui. – franzi a sobrancelha para seu vocabulário.

– Por que está fazendo isso?! – perguntei, tentando sair dele. E, era difícil, porque seu corpo estava me empurrando contra a parede. Nossos corpos colados... Minha respiração ofegante. Dei um tapa em sua cara, conseqüentemente deixando uma pequena marca vermelha de mãos em sua bochecha. Ele apenas riu, apertando meu braço.

Gemi, porque aquilo doeu pra caramba.

Previ que fosse ficar um hematoma, e se Percy visse... Bem, aí já é uma história muito diferente.

– Vamos, me deixe ir! – implorei. – Isso é só por que estou namorando sério, finalmente? Depois de dois anos... Você me procura por que me vê namorando? – estreitei os olhos, gemendo logo em seguida com seu aperto. – Me solta!

– Na-na-ni-na-não. Você fica comigo. E se eu não posso tê-la aqui, ninguém pode.

Tentei sair, o que resultou em: Mais um gemido de dor com outro aperto ainda mais forte.

– Tire. Suas. Mãos. Dela. – uma voz mandou entre dentes, e eu reconheceria essa voz em qualquer lugar: Percy.

 

 

POV Nico

 

– Silena, eu nunca iria trocar você por outra, não enquanto você está aqui comigo. – Falei em voz alta, esperando que ela tirasse aquela ideia amalucada de sua cabeça.

Ela fez um biquinho e abaixou a cabeça.

– Mas não... Vai terminar comigo? – Indagou, com a voz cheia de dor.

Estreitei os olhos, esperando nossos amigos saírem dos cantos e gritarem: “Pegamos você”. Eu estava a ponto de falar algo como “Tá bem, podem sair, vocês me pegaram”, quando vi lágrimas escorrerem sobre as bochechas de Silena.

Aquilo me atingiu como uma facada em meu peito.

– Terminar. Com. Você? – vociferei.

Ela deu de ombros, limpando as lágrimas.

– É. Bem, como você... – engoliu a seco. – Sou uma adolescente, Nico, e... Se você quiser uma garota mais madura...

Balancei a cabeça, cortando sua frase sem-noção.

– “Mais madura”? – fiquei boquiaberto.

– Bem, é... Não sou inteligente como Annabeth, nem forte e decidida como Thalia, mas uma coisa que sei fazer é saber quando um relacionamento está indo bem ou não.

– E o que diz sobre o nosso? – fiz uma piada para aliviar a tensão, mas a gravidade da situação venceu.

– Não sei. – deu de ombros. – Mas posso te garantir que não...

Fiz um gesto com as mãos e levantei as sobrancelhas quando ela ficou em silêncio.

– Por que parou de falar? – perguntei.

– Porque você, obviamente, não quer me ouvir falar.

– Ei. – segurei seu queixo, obrigando-a me encarar. – Sua voz é o som mais importante da minha vida. Saber... Que você está viva, e bem, fico feliz. Mesmo que esteja com outro cara. E se a faz feliz terminarmos...

Antes de poder completar a frase, ela já estava de pé, encarando-me atordoada.

– Não era você que ia terminar comigo?!

Franzi a sobrancelha.

– Não. Você supôs isso, não confirmou.

Ela respirou fundo e encarou a janela. Levantei-me, fui até ela, coloquei sua mão em meu peito e falei a frase que deveria ter falado há muito tempo:

– Eu te amo.

 

POV Silena

 

Respirei fundo e encarei a janela, sentindo o olhar de Nico sobre mim. Quando me dei conta, estávamos frente a frente e ele levou minha mão até seu peito. Um choque de mil volts percorreu meu corpo inteiro, fazendo-me tremer. Então ele disse a frase mais linda do mundo:

– Eu te amo.

Fiquei boquiaberta, seu olhar estava fixamente no meu. Minhas bochechas arderam, minha cabeça estava rodando, e meu estômago estava esquisito, como se estivesse dando cambalhotas ou várias borboletas estivesse voando nele.

– Eu... Também te amo. Muito. – falei, abrindo um sorriso como uma boneca de cabeça de mola.

– Agora você acredita em mim?

Assenti com a cabeça, abruptamente. Ele fez uma coisa que eu achei inesperada e ao mesmo tempo romântica: Beijou-me, e o beijo começou inocente; depois começou a ficar diferente. Sua língua pediu passagem e, claro, dei permissão. Senti suas mãos em minhas costas, puxando-me para perto; sua língua dançava lunaticamente em minha boca.

– Sinto saudades disso. – murmurei entre os beijos. E, aos poucos fomos parando com vários selinhos. E eu não tinha vontade nenhuma de parar, só que se quisesse viver teria que respirar um pouco.

E assim, finalmente, ambos paramos ofegantes

– Esse foi o melhor de todos. – ele sussurrou, com os olhos fechados.

Mordi o lábio inferior, desejando mais. Passei as mãos no cabelo, procurando pontas duplas nos lindos cachinhos loiros.

– Você é perfeita. – ele comentou.

Soltei um sorrisinho idiota.

– Você que acha. – rebati.

Ouvimos um ruído altíssimo e, juntos, viramos a cabeça para a porta. Thalia entrava rapidamente.

– Que... – tentei perguntar.

– Não tenho tempo para responder! Onde está o Percy? – me cortou.

Nico franziu o cenho:

– Arrumando as malas pra amanhã.

Só vi um borrão no lugar em que Thalia estava.

 

POV Percy

 

Respirei fundo e sentei na cama. O notebook de Annie começou a apitar. Franzi o cenho e me aproximei do mesmo. Por curiosidade, abri as “Imagens” nos seus documentos, e me surpreendi ao ver a quantidade de fotos. Bufei, e abri a “Lixeira”. CARACA, MAIS FOTO? Bisbilhotei algumas fotos. Algumas delas eram de uma garotinha, me parecia não ter mais que dez anos, loirinha, com os cabelos ondulados até o meio das costas.

Abri um arquivo chamado “Tay & Me ^.^” e vi algumas fotos de duas garotas, ambas loiras. Uma parecia ter doze ou treze anos, seus cabelos eram cortados em estilo Chanel, devia pesar uns quarenta e cinco quilos, media mais ou menos 1,63, seus olhos eram azuis. Presumi que era a irmã de Annabeth. Ao seu lado estava uma garotinha mais nova, devia ter seis ou sete anos, seus cabelos iam até mais ou menos cinco dedos abaixo do ombro, essa era muito mais baixa que a primeira. Essa era a minha namorada.

E fui passando as imagens das duas loiras, até chegar aos dias de hoje. Abri outro arquivo chamado “Férias >.<”, e vi um garoto e uma garota, não deviam passar de onze anos. O garoto tinha olhos azuis claros e seus cabelos eram castanhos. Usava aparelho móvel, mesmo assim não deixava de fazer a loirinha ao seu lado corar. Ele usava uma bermuda e segurava a garota pela cintura. A menina era um pouco mais baixa que ele, usava um biquíni branco que quase era confundido com sua pele pálida, seus cabelos loiros estavam soltos, esvoaçando ao vento, e ela também sorria. Um sentimento estranho me invadiu ao reconhecer a garota: Annabeth.

Então me lembrei do ex de Annie, e o sentimento me invadiu por inteiro. Eles estavam perto de uma piscina, e ela estava com os braços entrelaçados no pescoço dele, e ele estava envolvendo a cintura dela com os braços bronzeados.

Rangi os dentes e continuei passando as fotos, até chegar a uma que me chamou a atenção. Lá estava ele de novo. Com a minha namorada. Entretanto, nessa foto, eles estavam um pouco mais velhos, pareciam ter treze anos. Annabeth tinha mechas cinzentas no cabelo, usava vários acessórios e uma roupa bem... Chamativa. Chamativa, porém bonita. Só que nessa foto, eles não estavam sorrindo, estavam se beijando. E ao lado deles estava uma garota um pouco mais nova que os dois pombinhos, ela estava sorrindo fracamente. A menina estava com as mãos entrelaçadas com a de um garoto moreno.

E, pude perceber que aquela foto não era muito antiga. E o sentimento estava me dominando por completo, e, naquele minuto, soube qual era aquele sentimento: Ciúme. Bem, resolvi fechar aquela pasta, antes que me desse alguma coisa e eu jogasse aquele notebook pela janela. Abri outra pasta, só que dessa vez fui a um arquivo chamado “Best Friends Forever...”

Bom, nessa pasta, todas as fotos eram de duas garotas. Uma era loira, Annabeth; e a outra tinha cabelos castanhos repicados. Lembrei de Rachel ao ver a garota, e me senti um idiota, porque Rachel é ruiva. Essas eram bem mais recentes. Annie parecia ter quinze anos. A garota também. Em uma foto, me surpreendi ao ver as duas amigas segurando um cartaz escrito: “Emily Fourst & Annabeth Chase Forever. Never Alone.” Ri um pouco ao ver uma foto das duas gargalhando que nem idiotas, e um garoto moreno ao lado delas, fazendo careta.

E não, esse não era o ex de Annabeth. Parecia mais um... Irmão do que um namorado. Continuei passando as fotos até encontrar Annie sendo jogada na água, com o garoto segurando sua cintura. Olhei o título da imagem e estava informando: “A. Chase and J. Lane.” Passei as fotos, que nem um retardado, pra encontrar o nome do garoto e finalmente encontrei: “Annie C., Jake L. and Emily F.” Estavam os três juntos, sorrindo, e estavam agasalhados, porque no fundo da foto, caía neve. 

Fui passando as fotos até uma pessoa desesperada (lê-se: Thalia) entrar pela porta, fazendo mó ruído e conseqüentemente, eu caí da cadeira.

– PÔ, MINHA FIA! – reclamei.

– Percy, precisa vir comigo. É Annabeth.

 

Chegamos perto o suficiente para ser possível ouvir os gemidos de Annabeth. Tinha um garoto perto dela. E ele estava apertando seu antebraço, e eu pude ver que ela queria chorar.

–... E seu eu não posso tê-la aqui, ninguém pode. – ouvi o garoto falar.

Rangi os dentes, aquele garoto estava me dando nos nervos. Thalia olhou-me suplicante, seu olhar dizia: “Tira ela dali, por favor,”.

– Tire. Suas. Mãos. Dela. – mandei, entre dentes.

Os dois viraram a cabeça na minha direção, rapidamente. Primeiro encarei Annabeth, e ela gemia baixinho. Depois, meu olhar foi para o babaca que estava fazendo um hematoma no braço da minha namorada.

– E quem é você pra mandar em mim? – Ele provocou.

– O namorado dela.

Ele apertou de novo seu antebraço, e ela gemeu alto. Parecia tentar mover alguma parte de seu corpo, mas estava impedida, porque Michael estava a apertando contra a parede.

– Vamos! Solte-me! – implorou ela.

Thalia parou ao meu lado, respirando profundamente. Então me encarou, como se estivesse pedindo permissão. Assenti com a cabeça e, só vi um vulto se mexendo para a direção de Annabeth.

Ouvi um gemido tão... Histérico que achei que fosse Annabeth, mas pelo contrário, era Michael. Annie caiu no chão, abruptadamente, quase metendo a cara na calçada. Corri para levantá-la. E quando a mesma já estava em pé, esfregando a mão no antebraço, ficou paralisada com a visão à sua frente: Thalia estava imobilizando o cretino, agarrando seus cabelos e puxando sua cabeça para trás.

– Vai deixar Annabeth em paz? – perguntou ela.

– Não. – respondeu ele simplesmente.

Thalia suspirou, e bateu a cara do merdinha no chão. Tive vontade de gritar “NOSSA, APANHANDO DE UMA GAROTA!”, mas achei que se fizesse isso, a próxima pessoa a entrar em um caixão seria eu.

– Droga! – resmungou ele, enquanto Thalia dava chutes seguidos em sua barriga.

Luke que tenha consciência e não faça merda com ela, pensei.

– Vou perguntar de novo: Vai. Deixar. Annabeth. Em. Paz? – perguntou ela novamente, entre dentes.

– NÃO! – Michael insistiu.

– Francamente, garoto, você não cansa de levar porrada? – Thalia o jogou no chão, ainda dando chutes, na canela, na barriga. Logo em seguida, deu um soco na cara dele.

Fiquei boquiaberto, e Annabeth teve a mesma reação que eu.

Thalia bateu as mãos, como se estivesse tirando a sujeira delas e nos encarou como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo:

– Que foi?

– Você acaba de meter porrada no garoto! – Annabeth respondeu sorridente.

A namorada de Luke checou as unhas pintadas de preto.

– Eu sei. E faria aquilo de novo.

Levantei as sobrancelhas.

– Vamos embora. – Annie gemeu, colocando as mãos no avermelhado em seu braço.

– É. Temos que colocar gelo nisso. – Thalia observou. – Provavelmente vai ficar roxo, e seu pai vai achar que Percy está batendo em você.

 Por que eu sempre me ferro?, Perguntei-me mentalmente.

Nos viramos e começamos a caminhar até que ouvimos o ex-namorado de Annabeth murmurar:

– Que gostosa... – essa foi a minha deixa.

Caminhei duramente até o infeliz deitado no chão, mas meu caminho foi detido por Annie, que disse:

– Percy, não vale a pena brigar. Por favor, por mim. Não vá... Se meter em brigas. – Respirei pesadamente, mas mesmo assim postei-me ao lado de Thalia.

Minha namorada continuava parada, fitando o além.

– Ei, Annabeth, é você mesmo que é gostosa. – Michael disse do chão.

Essa foi a deixa para Annie, ela virou-se lentamente, fechou as mãos em punhos e andou até o merdinha contorcido no chão.

Então ela o pegou pela gola da camisa, suspendendo-o do chão, e deu um soco no idiota.

– ESSA é por apertar meu braço. – Ela deu outro soco no rosto dele. – Essa é por me chamar de gostosa. – Você deve estar achando que ela deu outro soco nele, né? Bem, se pensou isso, errou. Ela chutou bem o meio das pernas dele. – E essa é por me conhecer, seu canalha.

 

– Ah, você viu. – Annabeth murmurou, segurando o saco de gelo em seu braço, cobrindo o roxo que já estava ali.

– Quem é Emily Fourst? – interroguei, colando nossos corpos.

– Era minha melhor amiga. Até morrer em um acidente de avião, com o ex de Silena.

– Desculpe... Como... Assim?

– Bem... – ela fitou o além, de olhos vidrados. – Eles ganharam um sorteio para fazer um intercâmbio no Brasil, mas... A tempestade fez o avião cair. E ambos morreram no acidente, tinham trezentas e trinta e sete pessoas dentro daquele avião. E todas elas... Morreram.

– E o ex de Silena? – perguntei.

– Sim. Antes de conhecermos vocês, nossa vida era bem diferente. Até dois anos atrás, Silena namorava Charles Beckendorf, só que... – deu de ombros, sabendo que eu já tinha a resposta em mente. – Thalia morou até os dez anos em um internato. E eu... Bem, eu vivia com os meus amigos, Emily Fourst e Jake Lane, na Califórnia, Laguna Beach, Orange Country.

– Mas vocês não se conheceram aos três a...

– Sim. – cortou minha pergunta. – Só que só começamos a passar a ser “melhores amigas” – abriu aspas. – aos onze anos, quando entramos em uma escola, que ficava em Nova Iorque. Ah, e você deve se perguntar por que o meu sobrenome não mudou, nem o da minha mãe, nem o da Taylor, quando meus pais se separaram. Minha mãe insistiu tanto... Que meu padrasto teve que mudar o sobrenome para Chase. Eu tenho certeza que ela ainda gosta do papai. Eu, Thalia e Silena não tivemos a infância perfeita como as pessoas acham.

– EU SOU VIRGEM! – Ouvimos um berro lá de baixo.

Annabeth franziu o cenho, indignada com a pouca sanidade da pessoa que berrou isso.

 

POV Thalia

 

– EU SOU VIRGEM! – Luke berrou.

Arregalei os olhos.

– Cala a boca! – repreendi. – Mesmo que eu esteja alegre ao saber que você ainda não perdeu a virgindade, não precisa gritar isso por aí.

 – Desculpa. Me deu vontade de gritar isso.

Ri baixinho.

– Você tem um problema muito sério. – comentei.

– Eu quero pizza. – ele disse do nada.

Estreitei os olhos.

– Você nem tem o número da pizza. – rebati.

– Me liguem, hem... – Ouvi Silena dizer, despedindo-se das meninas.

– EU QUERO PIZZA! – Berrou Luke.

Percy desceu as escadas com um taco de beisebol nas mãos.

– Pô, Annabeth e eu achamos que você estava tendo um ataque.

– E estão certos. – Concordei, balançando a cabeça.

Luke bufou ao meu lado.

– Eu não estou tendo um ataque epilético nem nada do tipo, eu só quero pizza.

– E eu não quero voltar pra casa amanhã. – Percy contra-atacou.

– E que tal vocês dois calarem a boca para vermos o filme? – revidei.

– Bate aqui! – Nico disse, fizemos um toque de mãos, rindo.

– Eu quero pizza. – Silena falou, sentando ao lado de Nico.

Bufei seguidamente de Nico.

– Ahá! – Luke debochou, passando o braço em minha cintura. – Agora é dois contra... Cadê a Annabeth pra votar aqui?

– ANNABETH! – Berrei.

Um vulto loiro desceu as escadas.

– Oi?

– Você quer pizza?

Ela trocou um olhar com Percy e disse:

– O.K., mas só porque o Percy não sabe fazer pipoca.

– Cara, você é retardado? – Nico e Luke perguntaram em uníssono.

– Não. Eu simplesmente não sei fazer pipoca, poxa. Por que todo mundo pergunta se eu sou retardado por causa disso?

Revirei os olhos, sentindo a fragrância de meu namorado invadir meus cinco sentidos.

– Vou pedir a pizza. – Anunciei, saindo dos braços de Luke e indo na direção do telefone.

Antes mesmo de pegá-lo, a coisa tocou, fazendo-me pular de susto. Todos riram da minha cara. Fiz uma careta e olhei o endereço no identificador de chamadas: Chase, Taylor.

Inclinei a cabeça, reconhecendo aquele nome de algum lugar...

– Annabeth, é pra você.

– ÔOH, deve ser um favelado. – ela brincou, fazendo-nos rir.

 

POV Annabeth

 

Maninha do meu coração.

Revirei os olhos.

– O que você quer agora?

Papai falou que, quando você desembarcar amanhã, é para vir direto para casa. E venha sozinha, e se Percy recusar-se a deixá-la vir sozinha, meu pai vai matar ele. E é capaz de matar a minha mãe também, se souber que ela sabia que vocês estão namorando. Na verdade, quando você sair do aeroporto amanhã, é pra passar na casa do Percy, chamar os pais dele e vir aqui pra casa... Observação de cuidado da Taylor: Vocês têm que chegar aqui até as 22hs05min.

– Espera. – cortei sua informação. – Vocês? Quem são vocês?

Você, Percy, mamãezinha do Percy e papaizinho do Percy.

– Co-Como – gaguejei. – assim?

Bem, maninha, é simples: Meu pai quer que os pais de Percy se apresentem formalmente.

– Hã... Pode colocá-lo na linha, por favor?

Ouvi um baque e, de repente, não era mais a voz de minha irmã falando.

– Pa-Pai? – gaguejei. Ótimo, eu sou retardada ou alguma coisa assim?

Eu mesmo. O Percy está aí?

Engoli a seco.

– Sim. Quer falar com ele?

Claro.

Fechei os olhos e estendi o telefone para meu namorado ao meu lado.

– Meu pai. – movi os lábios, formando as palavras.

Ele confirmou com a cabeça e pegou o telefone.

– Sr. Chase?... Ótimo, e o senhor?... Meus pais?... Acho que eles estão livres sim... Mas a minha irmã... O senhor tem certeza disso?... Bem, o senhor pode ligar para casa e falar com eles... Não posso afirmar isso... Obrigado... Annabeth?... O.K.

Ele me estendeu o telefone, relutantemente, peguei o mesmo.

– Pai?

Vejo você amanhã?

– Claro. – tentei parecer mais corajosa do que me sentia.

Bem, então tchau. Ah, a Amy está aqui, quer falar com ela?

– Não... Vou dormir agora. – menti.

Ótimo. Tchau.

– Tchau.

Coloquei o telefone em seu lugar e dei de ombros.

– E então? – Silena perguntou, pela sua voz pude perceber que ela estava ansiosa.

– Não interessa agora. Vou curtir a minha vidinha...  – respondi, rindo.

 

POV Luke

 

– Vou dormir agora. – Annabeth e Nico disseram em uníssono, quase caindo do sofá.

– Já? – Eu e Silena perguntamos em coro. E quando rolei os olhos pela sala, percebi que Thalia e Percy já estavam dormindo. Thalia estava escorada em meu ombro, e Percy estava com a cabeça no colo de Annabeth, essa estava fazendo cafuné em seus cabelos rebeldes.

– Eu tô com sono. – Nico anunciou, roncando logo em seguida.

– Credo. Ele é rápido. – Silena resmungou, cutucando, com o indicador, a testa de seu namorado.

Thalia murmurou alguma coisa ao meu lado, imediatamente fazendo-me ficar tomado pela sua fragrância de garota-que-acabou-de-meter-porrada-no-ex-da-melhor-amiga.

Meus olhos foram, rapidamente, até o relógio do som. E me surpreendi ao ver a hora: 23hs53min.

– Luke, acha melhor nós levarmos essas coisinhas lá pra cima?

Concordei com a cabeça, vendo Annabeth inclinar a cabeça para frente e respirar pesadamente.

Peguei Thalia no colo, subi as escadas e a coloquei na cama. Primeiro, achei que ela fosse pesada, mas a menina era mais leve que um monitor de computador.

Desci as escadas e fiz o mesmo com Annabeth, esperando que Percy não me batesse depois.

E, se você acha que eu fiz isso com o Percy e Nico, precisa se tratar, porque tem que ter muitos problemas pra achar isso. Tenho namorada. E gosto de garotas. E nunca ia carregar um cara.

– Agora é com você. – informei à Silena, a mesma assentiu com a cabeça e balançou os garotos. Como não deu certo, ela bufou, tirou seu All Star e tacou na cara de Nico.

Franzi a sobrancelha, tentando acreditar que ela havia feito aquilo e não iria fazer no Percy.

 

POV Annabeth

 

Acordei com meu despertador tocando que nem um miserável. Cocei os olhos, bocejando.

– Annabeth, acho que é hoje que nós temos que voltar. – Percy murmurou, balançando-me levemente.

Resmunguei alguma coisa que não identifiquei e me levantei. Dei a volta na cama, e balancei Percy. A criatura nem levantou o olho.

– Vamos, Percy. – pedi, fechando os olhos e bocejando de novo.

Olhei para a janela e arregalei os olhos. Estava nevando.

– Percy, acorde! Está nevando! – pedi alegremente.

– Nevando aonde?

Abaixe-me e colei nossos lábios. E sei que você deve estar pensando: Humpf, que nojo! Como duas pessoas podem se beijar sem ainda ter escovado os dentes? Bem, eu não me importo. E Percy também não, porque me puxou pela cintura, fazendo-me cair sobre ele. Soltei uma risada.

– Eu te amo. – disse.

Revirei os olhos.

– Não acha muito... Piegas?  Quero dizer, um casal de jovens se beijando de manhã, enquanto neva do lado de fora?

– Não. – rebateu.

Sorri um pouco mais. Estava de super bom humor.

– Vamos, precisamos nos arrumar. – falei, puxando-o pela mão.

– Que horas são?

Encarei o relógio, e ele me “olhava” como se estivesse rindo da minha cara porque acordei 4hs00min.

– 4hs00min. Precisamos estar em casa ATÉ – dei ênfase. – às 22hs. Então, levanta seu corpo lindo daí e me ajuda a acordar as pessoas.

Ele levantou e espreguiçou-se.

Fui até a suíte e escovei os dentes. Depois disso, saí do quarto e acordei Silena e Nico, esperando que Percy tenha tido a sã consciência de acordar Thalia e Luke.

Preparei o café e o coloquei na mesa, bocejando.

Silena apareceu na porta da cozinha, de baby-doll.

– Quer ajuda?

Neguei com a cabeça.

– Vou fazer minha higiene matinal, me arrumar, pedir para os meninos trazerem as malas para cá e dirigir até o aeroporto, quando chegarmos lá você pode ligar para o motorista ir buscar.

Ela apertou os olhos, confirmando com a cabeça.

Bocejei brevemente e subi as escadas, indo até o quarto, onde ouvi o barulho de água caindo.  Presumi que Percy estava tomando banho. Balancei a cabeça, bocejando de novo. Andei até minhas malas, as abri e peguei uma roupa: Uma calça jeans skinny preta, uma blusa branca com detalhes rosa e um par de meias com o desenho de uma caveira pegando fogo. Revirei os bolsos da mochila rosa choque e peguei um cinto preto.

Percy saiu do banheiro apenas de jeans, secando o cabelo. Tive que me segurar para não começar a babar na frente dele. Entrei no banheiro, tomei um banho, lavei o cabelo, passei o secador e fiz uma rápida prancha. Fiz, também, uma maquiagem básica, com delineador, blush, gloss e uma simples sombra preta. Saí do banheiro e procurei meu All Star branco com detalhes rosa e uma caveira no meio. Ótimo, sou a Miss Caveira hoje. Calcei meu tênis e olhei minhas unhas: Pintadas de preto. Thalia vai achar que sou uma punk desse jeito.

Cheguei até a cama e procurei meus acessórios, achando meu Champion preto, meu anel em forma de caveira, meu colar também em forma de caveira; peguei um brinco em forma de argola, um bracelete e um anel.

Coloquei minha mochila no ombro, e as malas segurei enquanto descia as escadas. Coloquei ambas no sofá e fui direto para a cozinha, onde todos estavam prontos. Olhei a hora e marcava exatamente 5hs30min.

– Que horas é o vôo? – indaguei, colocando o café no copo de vidro e bebendo logo em seguida.

– 10hs30min. Temos 5hs30min para chegar lá, não tem pressa. – disse Silena.

– Silena, onde está a chave do carro? – ouvi a voz de Thalia, ao fundo.

Silena fez uma careta, como fazia sempre que tentava se lembrar de algo.

– Hã... Está no meu estojo de maquiagem.

Sentei no balcão, bebendo o café. Percy inclinou a cabeça para trás e perguntou:

– Não deveríamos escovar os dentes depois de tomar café? Tipo, se escova antes fica com mau hálito depois de comer.

Revirei os olhos, e pelo canto do olho pude ver que Nico também o fez.

– Não ache que ele está louco, Annabeth. – interveio Luke, encarando-me. – Sempre que ele acorda cedo, fica doidão. Tipo, um chapado.

Não pude evitar: Soltei uma gargalhada.

– Nhain... Estou com sono. – comentou Silena, baixinho.

Nico abriu a geladeira e tirou de lá uma barra de chocolate: Diamante Negro.

– Onde você comprou essa barra? – interroguei, levantando-me e colocando o copo de café na pia.

– Quando eu estava vindo para cá.

Percy e Luke levantaram as sobrancelhas.

– Você comprou uma barra de chocolate e não me contou? – perguntaram em uníssono, fazendo Silena e eu gargalharmos.

Thalia entrou na cozinha.

– Bom dia, Annie. – cumprimentou-me. Acenei com a cabeça.

– Rapazes, vocês podem pegar as nossas malas? – pedi, encarando-os. – Eu, Silena e Thalia podemos arrumar as coisas aqui antes de botarmos o pé na estrada.

Eles assentiram com a cabeça e subiram as escadas.

– Annabeth, você está linda. – Silena disse, enquanto arrumávamos os cômodos.

– Obrigada. – agradeci.

– Terminamos. – Luke anunciou.

– Nós também. – concordei.

– Quem dirige? – Nico perguntou.

Todos me encararam.

– Poxa, por que eu? – Investiguei.

– Porque você é a pessoa mais responsável no momento, com minha exceção. – Nico retrucou.

 – “Com minha exceção”? – perguntei rindo.

– É. Não sou anormal como todas essas pessoas aqui.

– Tá legal. Vou fingir que acredito... – Contra-ataquei, baixando o tom de voz.

 

– Ei, Silena. – chamei, olhando pelo retrovisor. – Er... Como vamos voltar para casa a pé quando desembarcarmos?

Percy levantou os braços, em sinal de rendição:

– Eu sei que vou morrer ou ficar surdo com tantos berros. Ah, provavelmente vou ficar de castigo até o fim dessas férias.

– Nós também. – Luke e Nico disseram em uníssono.

Revirei os olhos e estacionei. Olhei o painel, vendo a hora: 7hs57min. Abri a mala, clicando em um botão. Thalia saiu do carro e levantou a mala, pegando primeiramente suas malas.

Segui seu exemplo e notei que todos fizeram o mesmo. Quando virei à cara, Silena já falava em seu IPhone, possivelmente com o motorista. Entramos no aeroporto e fiz o check-in. E, como chegamos cedo – é, ainda iríamos chegar ainda mais cedo, só que estava um engarrafamento do escambal. –, tivemos que ficar esperando até a aeromoça chamar.

Silena falava no seu celular, falando com o motorista de sua família mandar um carro.

Quando deu 10hs00min, alguém chamou. Seguimos na direção do portão sete e guardamos nossas malas, entrando no avião logo em seguida. Por coincidência, sentei na poltrona quarenta e nove, ao lado de Percy.

– Isso é perseguição! – falei, rindo baixinho.

– Não é não. – rebateu.

Respirei profundamente, lembrando que conheci James Stark em um avião.

 

– Annabeth, chegamos. – Ouvi uma voz me chamando.

Apertei os olhos, os abrindo logo em seguida, dando de cara com Percy.

– Chegamos aonde? – perguntei confusa, coçando os olhos.

– Em casa. – ele respondeu, dando um sorriso de matar qualquer uma logo em seguida.

– Estamos em Nova Iorque?

– Sim. A aeromoça acabou de anunciar. O avião já vai pousar, aconselho a você à colocar seu cinto. Teve sorte de conseguir dormir, eu nem preguei o olho. Tivemos várias turbulências. – descreveu.

– Ah, claro. – apertei meu cinto e encarei a pequena janela do avião, vendo apenas nuvens e céu azul. – Vamos repassar... Primeiro vamos à sua casa e almoçamos.

– Confere.

– Eu coloco um fone de ouvido para não ficar surda com os gritos da minha família.

Percy hesitou um pouco, mas acabou dizendo:

– Confere.

– Vamos para casa e ouvimos meu pai fazer um discurso sobre pedofilia.

– Hã... Confere também.

Confirmei com a cabeça, baixando os olhos para meus tênis. Logo em seguida, corri os olhos pelo meu pulso e vi a hora: 14hs35min.

Franzi a sobrancelha e perguntei:

– Levamos 4hs05min para voar da Europa até Nova Iorque?

– Sim.

– E eu dormi tudo isso?

– Sim. – repetiu.

Rolei os olhos pelas poltronas, procurando o cabelo loiro de minha amiga doida. Como não encontrei, busquei o cabelo repicado de Thalia; acredite em mim, é impossível confundir o cabelo dela com o de outra pessoa. Ouvi duas garotas cochicharem atrás de mim com uma revista na mão. É, eu estava na capa da Vogue.

 

POV Percy

 

– Party people... – Annabeth cantou, seguidamente de Thalia.

– Vocês duas são loucas demais. – Silena disse.

Parei no sinal e divulguei:

– Vou deixar todos vocês em casa, depois eu e Annabeth vamos lá pra minha casa.

– Pra mim tanto faz... – Luke resmungou. – Tô mais ferrado do que uma pessoa ouvir a minha avó cantando Baby o dia inteiro.

Franzi a sobrancelha, rindo um pouco.

– Sua avó canta Baby?                                                                                                                                               

– Não. É uma expressão, seu tapado.

Revirei os olhos.

– Cara, vou ficar de castigo até completar a faculdade. – Nico interpretou sua vida daqui pra frente em apenas uma frase.

– Eu também. – Concordei.

– Eu nem tanto. – Annie murmurou, no carona. O sinal abriu, fazendo-me dar a partida no carro. – Bem, primeiro meu pai vai surtar porque fui presa, depois vai ficar normal.

Concordamos. Deixei meus amigos em suas respectivas casas, saindo do carro na casa de Silena:

– Obrigado, se você não tivesse um motorista particular, acho que teríamos que voltar a pé. – agradeci, fazendo as duas adolescentes rirem.

– De nada.

Eu e Annabeth viramos e começamos a caminhar, nossos braços roçando... Até que ela disse:

– Percy, acho melhor não nos vermos por uns dias. Até a poeira lá em casa abaixar.

Bufei e ouvi uma música tocar ao fundo... Blah Blah Blah. Ou era isso ou sei lá o que. Annie me encarou, corada.

– Desculpe, adoro essa música. – e atendeu. – Quem?... Lane?... Espera, Laura Lane?... NÃO BRINCA!... Vou ligar... Obrigada... Tchau.

– Quem é Laura Lane? – perguntei do nada.

– Mãe de outro amigo meu.

—–Ah, tá. É aqui. – mostrei minha casa à ela.

Minha namorada olhou seu relógio e disse:

– 16hs00min em ponto.

Revirei os olhos e procurei minhas chaves dentro da mochila. Fiquei tentado a começar a berrar e correr daquele lugar. Mas não o fiz, porque abriram a porta antes de mim.

– Mãe? – perguntei assustado.


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