Lullaby. escrita por David_Ned


Capítulo 1
Capítulo único




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A família Weasley fora fundada a base de alguns elementos. Obviamente, dinheiro não era um deles. Todavia, Molly e Arthur Weasley – a matriarca e o patriarca -, com certo esforço e dedicação e paciência e competência, criaram sete filhos. Não só com amor... Nunca só com amor, pois por mais que o amor fosse um dos (mais importantes) pilares, somente ele não bastava. Foram horas a mais trabalhando para Arthur e fios de cabelo branco a mais para Molly para conseguirem colocar comida na mesa para sete boas (nove, com a deles) se alimentarem. Precisaram abrir mão de uma série de prazeres pessoais para vestirem, educarem e, nas oportunidades, mimarem. 
Não que Molly e Arthur Weasley fossem reclamar. Não, eles nunca ao menos pensariam em reclamar da família que haviam construído... Cada filho era único. Especial. Todos eram especiais. Fosse o garoto (ou garota, já que não poderiam esquecer-se da caçula Ginevra) travesso, aplicado em excesso, envergonhado, deslocado, ou qualquer outra característica muito vinculada com o sangue que corria por aquelas veias... 
O sangue dos Weasley’s.
Sangue tão rubro quanto os cabelos, corações e maças dos rostos. Sangue tão digno que, mesmo insultado outrora, demonstrara com valentia que valia – e muito.
Ser um Weasley não era simples. Quem quer que fosse que se aventurasse, precisaria gostar de gritos, logros e trapalhadas, corujas desnorteadas, tias irritantes e suéteres costurados a mão todo-santo-Natal. Ser um Weasley era, algumas raras vezes, engraçado. As reuniões familiares mais pareciam uma reunião anual de ruivos, sardentos e, na maior parte, desengonçados – precisando retirar a adorável Ginevra dessa generalização, pois a menor possuía passos de fada. Ser um Weasley era fazer parte de uma família.
Independente da situação. Independente do momento.
Hermione Granger não levava o Weasley no nome, mas sentia-se parte daquele conjunto.
E por isso Hermione Granger precisaria utilizar o restante de sua coragem – já gasta naquela altura do campeonato – e não fraquejar. Nunca fraquejar. Porque sua família carecia de ajuda para suportar aquele momento de perda. A nostalgia efêmera perdida em um corpo inerte, de cabelos ruivos, sardento e de sangue vermelho de Friederich Weasley. A Guerra, de certa forma, acabara. Voldemort se transformaria apenas em um nome – não mais um nome temido – e em uma cicatriz que nunca mais voltaria a incomodar. Contudo, o caos não terminara... 
Enterrar um filho.
Molly e Arthur Weasley enterraram um filho.
Carlinhos, Gui, Percy, Ron e Gina enterraram um irmão.
Jorge... Hermione fechou os olhos. Não queria e se obrigava a não pensar naquilo.
E por isso ela precisava ser forte.
Porque os outros, naquele momento, não poderiam ser.
Ao seu lado encontrava-se Ronald Weasley parado. Sem mover as pálpebras. Com as íris azuis fixas no túmulo; sem pestanejar. Hermione quis dizer algo. Quis ter palavras para consolá-lo, assim como Harry Potter tinha para consolar Ginevra Weasley... Mas de sua boca não sairia uma palavra sequer. Estava muda pelo medo. Muda por achar que não seria conveniente falar que tudo ficaria bem naquele devido segundo...
... E por isso Hermione, com um cuidado inimaginável, prensou uma mão de Ron entre as suas com firmeza, tentando transpassar qualquer coisa, qualquer sentimento bom, para que Ron não desabasse. Para que ele não sofresse tanto. Ela ansiou que toda aquela tristeza carregada nos olhos longínquos de Ron passasse para os dela. Mesmo sabendo que não suportaria, ela estava disposta a aceitar a dor dele; por ele. Mais e mais e mais e mais e mais dor. Somente para não tê-lo daquela forma.
Deixou-se chorar então quando os dedos de Ron, tão finos e gélidos, responderam ao contato e aceitaram o refúgio que ela oferecia naquele instante e sempre.

Ser um Weasley era fazer parte de uma família.
Independente da situação. Independente do momento.

xxx

A escada soltou um rangido alto. Tão alto que Hermione pode ouvir Bichento movendo-se incomodado no tapete do andar debaixo. Pouco se importou com o olhar que o seu felino irritado lançou-lhe. Os olhos amarelos voltaram a descansar e Hermione voltou a forçar as pernas a funcionarem. Mais alguns degraus e estaria onde deveria estar. Apenas mais alguns degraus...
Parou. A porta estava encostada, não aberta como costumava ficar. Sentiu-se incomodada, pois não sabia se possuía a permissão para entrar. Nem ao menos sabia se ele gostaria que ela entrasse.
Os dedos começaram a formigar. Depois a mão por completo. E pararam de arder somente quando encontraram a madeira carcomida pelo tempo e pelas traças, para então empurrá-la e ter a visão perfeita da tradicional bagunça de Ron. Os pôsteres dos Chudley Cannons seguiam ali, assim como as pilhas de livros e roupas encontradas nos quatro cantos do cômodo. Tudo estava em seu devido lugar, como sempre, e Hermione desejou que pudesse encontrar o Ronald de sempre ali. Sentado na cama, de pernas abertas, com um velho jeans surrado e uma blusa amassada. Com os cabelos vermelhos mal-penteados, com um sorriso despreocupado nos lábios e algum comentário inútil preso na ponta da língua. Queria tanto encontrar aquele Ronald que, como se alguém tivesse esmurrado-lhe o rosto, entristeceu-se ao avistar, deitado de costas para ela, o dono de seus pensamentos. 

— Eu posso entrar?

A pergunta da garota ficou perdida pelo ar. Ron apenas moveu um dos ombros largos, não dizendo uma palavra sequer. Hermione considerou aquilo um sim. E, mesmo se fosse um não, ela entraria.
Ela entraria, sentaria na cama dele, procuraria os olhos dele e tentaria, de todas as formas que encontrasse, fazê-lo sentir-se um pouco menor-pior. Faria aquilo, pois não se perdoaria caso não conseguisse apaziguar o sofrimento de Ron. Afinal, amigos serviam para aquelas coisas... Para os momentos bons e para os momentos ruins. Fosse o que fosse, acontecesse o que acontecesse.
Amigos secavam as lágrimas.
E Hermione estava disposta a secar todas as lágrimas que Ron derramasse. 

— Ron... — chamou-lhe pelo nome, mesmo tendo a noção de que não obteria resposta novamente. — Rony...

Deu passos leves para não se exasperar. Roçou somente as pontas dos dedos na coberta da cama dele, ansiando por tocar-lhe na perna em um carinho inocente, todavia recuou os dedos para a barra da própria blusa, temendo assustá-lo. E, atrevendo-se talvez mais do que deveria, sentou na beirada do colchão, próxima, bem próxima dele.
Mas Ron não lhe afastou.
Ron nem ao menos se pronunciou.
O olhar perdido em um ponto qualquer da janela coberta por gotículas de água da chuva fraca que caia do lado de fora era o mesmo do funeral. O olhar distante, constante...

Paz.
Ele queria paz, ele precisava de paz, ele necessitava, urgentemente, de paz. E ele teria paz!
Queria fechar os olhos e esquecer por segundos (que fossem apenas segundos!) de que estava...Acordado. Apenas para não sentir. Apenas para não... Lembrar.
Ron só precisava de paz, e nada mais.
Só de um pouco de paz...

— Rony... Olhe para mim. 

Aquela voz. Ron reconhecia aquela voz. Ele sabia que poderia estar em transe, mas sempre reconheceria aquela voz. Contudo não conseguia mover um único músculo de seu corpo. Todos os membros estavam desfalecidos, fracos, e não obedeciam ao comando de sua vontade. Mas os seus olhos... Os seus olhos procuraram Hermione. Procuraram-na porque necessitavam encontrá-la.
Procuraram-na porque sabiam que em Hermione teriam paz.

— Eu não quero deixá-lo sozinho... — a voz docemente controlada de Hermione anunciou.

Os olhos se perderam um no outro. A imensidão do castanho invadindo e derrubando a barreira sólida dos azuis tristes. Hermione costumava surtir aquele efeito nele.
Calmaria depois da tempestade.
Isso é, quando ela mesma não era a própria tempestade.
Eu não quero deixá-lo sozinho”, ela dissera. Talvez ele não quisesse ficar sozinho também. 

Ron esticou um braço. Um movimento nada esperado, mas compreendido por Hermione, que, guardando o acanhamento para outra situação, adentrou nos braços dele, tombando o corpo miúdo na cama, ao lado do de Ron, para aceitar o abraço.
Tudo parecia certo naquele instante e Hermione apertou ainda mais o abraço em torno das costas do garoto, como se quisesse mantê-lo ali para sempre. A salvo, em casa.

— Hermione... — a voz de Ron não passou de um sussurro incerto, hesitante. 
— Você não precisa dizer nada. — a resposta veio com aquela mesma voz adocicada. Dois dedos da garota deslizaram pela face pálida dele e pousaram no início do pescoço, descansando por ali. — Feche os olhos.

... Fechar os olhos.
Há quanto tempo Ron não fazia aquilo mesmo? Acreditava que não dormia há dois meses, não levando em conta que cochilava vez ou outra, mas dormir... Não, fazia tanto tempo. Durante todos aqueles meses existiram preocupações e ele não poderia ficar a mercê do sono. Precisava ficar atento. De olhos bem abertos. E talvez aquele fosse o problema. Talvez tivesse se desacostumado.

— Feche os olhos, Ron... — Hermione repetiu e voltou a subir a mão que dormia no pescoço dele para o rosto, para então se perder no cabelo. Uma carícia leve, sutil, superficial, para induzir a tranqüilidade. — Apenas feche os olhos e durma.

Seria melhor obedecer Hermione, porque ele sabia que sempre que se rebelava e dizia não ao que ela mandava, acabava causando confusões para ele mesmo. Então ele obedeceria. Não custaria nada fechar os olhos por alguns poucos segundos... 
Somente por alguns poucos segundos...

— Eu estarei aqui quando você acordar. — ela lhe prometeu assim que avistou os olhos azuis assustados quando, sem querer, ela moveu-se um pouco. — Prometo que estarei aqui... — murmurou, seguindo o carinho nos cabelos rubros e acomodando a cabeça no mesmo travesseiro que Ron. — E prometo também que tentaremos fazer com que tudo fique bem. — o murmúrio fora quase inaudível, todavia a promessa fora selada. — Por isso feche os olhos e durma...

A falta da claridade deixou-o desnorteado por alguns segundos. Não sabia onde estava, pois não conseguia recordar-se de quando caíra no sono. Talvez tivesse sido acertado por algum feitiço ou por algum balaço... Procurou mover os dedos da mão direita, mas algo um tanto quanto pesado impediu a ação. A mão esquerda estava liberta e percorreu toda a extensão do colchão, tateando-o para enfim começar a juntar as peças esparramadas pela cama. 
Os olhos um-pouco-menos-tristes conseguiram distinguir o perfil do corpo de Hermione estendido a poucos centímetros do próprio, afogado em um sono que parecia ser profundo. Pode sentir ambas as mãos da garota, que comprimiam um pedaço de pano de sua camisa, como se quisesse dizer que não o deixaria. Como sempre, Hermione cumprira a promessa. 
Ela estava ali quando ele acordou. 
Ron, em qualquer outra situação, sentir-se-ia terrivelmente intimidado com a proximidade sufocante – e confortável – instalada por Hermione, todavia, naquelas preciosas horas, tê-la por perto e tão perto servia como uma cura. Uma cura parcial, não completa. Mas, de toda forma, uma cura.
Calmaria depois da tempestade, ele bem o sabia e pegava-se repetindo o pensamento por diversas vezes. As poucas gotas restantes da chuva na janela desciam pelo parapeito e perdiam-se em algum canto, deixando o ralo feixe de luz que a Lua minguante exibia adentrar pelo quarto para se perder nos fios amendoados do cabelo de Hermione. Calmaria... Poderia respirar outra vez. 
Meio sem jeito pela falta de espaço, a garota moveu-se, mas não muito. Apenas um pouco para frente, de forma que algumas mechas marrons caíssem sobre as bochechas dela, cobrindo os lábios e o nariz. Ron sorriu. Ele não soube o porquê, mas um fino sorriso brotou em sua boca, fazendo com que assim os seus maxilares doessem por estarem enferrujados. Entretanto, Ron quis sorrir ainda mais por perceber que ainda sabia como sorrir. E tudo por culpa de uma mecha de cabelo de Hermione, que foi retirada de cima do rosto dela pelos dedos de Ron, que, como nunca, agiram com delicadeza para não incomodá-la. Aquela mesma mecha também fora culpada por Ron encontrar uma cicatriz no pescoço e outra logo abaixo do ouvido direito de da garota...
... E então o sorriso se desfez.
Uma carícia não ensaiada – pois Ron não sabia ainda como acariciar direito uma garota, ainda mais Hermione – e meio desajeitada rumou às cicatrizes, tocando uma de cada vez, em seqüência. Quando tocou sem jeito a do pescoço, Hermione suspirou adormecida e franziu as sobrancelhas. Quando tocou sem jeito a da orelha, Hermione abriu os olhos, para então encontrá-lo ali.
Ao seu lado.

“HERMIONE!” 

Ronald voltou a fechar os olhos com força, lembrando-se do episódio ocorrido na Mansão dos Malfoy. Pode regressar ao tempo e sentir a mesma angústia e raiva e ódio e desespero que sentira naquele momento em que aquele lobo idiota do Greyback arrastara-o para o porão. Debater-se não fora o suficiente. Não fora o suficiente

“HERMIONE!” 

E escutou o primeiro grito proferido pela garota. O primeiro foi forte e Ron pode sentir a dor da garota no próprio corpo; na própria alma. O segundo grito também foi forte, e Ronald voltou a urrar o nome de Hermione, como se o próprio grito de algo fosse adiantar.

“HERMIONE!”

O terceiro grito foi mais fraco. Seguido de uma risada dissimulada de Bellatrix. O grito terrível de Hermione ecoou num volume máximo dentro de sua cabeça. A risada também

“DIGA-ME A VERDADE! CRUCIO!”

E a voz de Ron ficou perdida pelo porão a fora. Urrou. Urrou mais uma vez. Debateu-se. Esmurrou o que lhe era palpável. Escutou Harry falando qualquer coisa, provavelmente mandando-o acalmar-se. E não deu importância. Urrou mais uma vez. 

“HERMIONE! HERMIONE! HERMIONE!”

— RON! — a garota, notadamente exasperada, falou em alto tom, segurando o rosto dele entre as duas mãos. — RON! — chamou-lhe outra vez, desesperando-se cada vez mais e implorando em silêncio para que ele abrisse os olhos outra vez. — Ron, eu estou aqui! — diminuindo consideravelmente o tom, chegando a ponto de murmurar, Hermione encolheu-se mais uma vez entre os braços do outro, guardando as lágrimas para outra hora e respirando de forma descompassada. — Ron, você está me escutando? Ron, eu estou aqui! Eu estou aqui...


“HERMIONE!”

Aquela cicatriz no pescoço...
Marca de Bellatrix. Marca perpétua. 
Sempre que Ron olhasse o pescoço de Hermione, veria como havia falhado com ela.
Falhado.
Aquela maldita cicatriz...

“HERMIONE!”

— O que está acontecendo?
— Harry! — com os olhos ralos, Hermione ergueu a cabeça e encurvou-se um pouco – mas nunca quebrando o contato com o corpo de Ron – para então mirar o amigo que, curioso e preocupado, adentrara pelo quarto, aproximando-se da cama. — Eu não... Eu não sei... Ron está... Eu não... 
— Hermione fique calma! — Harry ordenou, observando as mãos trêmulas da amiga e desviando o olhar para tentar compreender o que se passava com o outro. — Ron?

“CRUCIO!”

— RON? — Harry gritou, levando as mãos aos ombros do amigo e sacudindo-o com pouca delicadeza, esperando que com aquele movimento brusco, ele saísse do transe em que se encontrava. — RON?

“HERMIONE!”

Acompanhado do suspiro nervoso de Hermione vieram às lágrimas. E os soluços acompanharam como se fossem brindes. Soluços altos. Quase tão altos quanto o primeiro grito que ela emitira sob a tortura de Bellatrix. 
Ron não poderia falhar mais uma vez.
Não com Hermione.

— RON? 

Quando retornou a abrir os olhos, a primeira visão que teve foi dos cachos amendoados de Hermione debatendo-se contra os seus olhos, nariz e boca. A primeira sensação que teve foi a de segurá-la novamente nos braços, daquela vez, com ainda mais firmeza. E o primeiro pensamento que teve foi o de nunca mais soltá-la.

— Não faça mais isso! — grunhindo e engolindo o choro descontrolado, a garota espremeu-se nele para poder voltar a falar: — Nunca mais faça isso! — sibilou, enterrando o rosto úmido no contorno do pescoço dele e necessitando voltar a respirar. — Eu estou aqui! Eu disse que eu estou aqui!
— Desculpe-me! — o máximo que ele conseguiu foi gaguejar aquelas palavras. — Eu... Não...
— O que está acontecendo aqui? — fora a vez do Sr. Weasley entrar pela porta, com uma preocupação palpável e os olhos focados nos do filho. — O que aconteceu? Por que você estava gritando o nome da Hermione?

Os três mais jovens não responderam. Ron não amoleceu os braços em volta do corpo da garota quando lançou um olhar sem rumo ao pai, esperando que ele compreendesse que ele não diria. Que ele não desejava relembrar os fatos ocorridos

— Você está bem, filho? — captando a informação jogada no ar, Arthur avizinhou-se da cama dele, tendo o coração repleto de uma sensação boa ao notar como Hermione encolhia-se no abraço do garoto, ainda trêmula de pavor. Ronald, outra vez, não emitiu uma palavra sequer.
— Está tudo bem. — quem respondeu foi Hermione, com a voz abafada. — Não precisa se preocupar conosco, Sr. Weasley. Nós estamos bem.

Harry concordou com a cabeça antes de sentir o corpo tombar na cama que lhe pertencia, de frente a cama do amigo, de forma involuntária. Certas horas não conseguia fazer com que o seu corpo obedecesse aos comandos de seu cérebro, e ver aquela família que chamava de sua tão vulnerável, tão abalada... Nem ao menos o seu cérebro conseguia formular coisa alguma.

— Tudo ficará bem. — Hermione repetiu mais para ela do que para os outros. Tudo daria certo. Tudo voltaria a ser como antes. Melhor do que antes. Precisava ser... 
— Eu sei que ficará. — condolente, Arthur concordou, sem muita certeza na voz, curvando-se para postar um beijo na testa da garota e sorrir como conseguiu. — Desçam daqui a pouco para jantar. Vocês precisam comer alguma coisa...
— Desceremos. — Harry fez um esforço para a voz não falhar. — Mas a Hermione está certa, como sempre, Sr. Weasley. O senhor não precisa se preocupar conosco...
— Vocês estão pedindo para um pai não se preocupar com os seus filhos... — a forma como ele dissera... Fora pior do que um soco na cara. 

Completa de dor. Transbordando sofrimento...
... Mas, ao mesmo tempo, que refletia uma proteção costumeira.
O Sr. Weasley lhes sorriu novamente como pode. Hermione derramou mais algumas lágrimas, Ron moveu-se um pouco incomodado na cama e Harry abaixou o olhar.
... Mas, ao mesmo tempo, os corações inflaram; quentes.
Todos ali faziam parte de uma única família e, não somente por aquilo, superariam a dor da perda e o sofrimento diário com aquele calor. Aquele adorável calor que aquecia cada poro de seus corpos. Que vibrava, renascia, que dizia com ganas que dali não sairia mais. 
Um calor... 

— Não se esqueçam de jantar... — dizendo aquilo, o patriarca se retirou, encostando a porta do quarto e deixando os três afundados no silêncio por minutos.

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