The Shadow Under The Moon escrita por Megurine Jackie


Capítulo 8
2ª Noite de Lua Minguante




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                                                        Pharos

Na próxima semana começam as provas. Nem sei como vou me sair, já que não estou estudando o suficiente. Quase todas as noites vamos à Tartarus treinar. Sempre volto exausta.

Olhando para o teto do meu quarto eu me dei conta de que o bimestre havia passado e eu não havia feito nada de significativo. Não havia treinado direito na ginástica, nem participado ativamente do conselho estudantil. O tempo estava passando e eu não estava fazendo nada!

‘Você deveria descansar mais!’

-Resolveu falar comigo? Há dias não te escuto, estava achando até que não era mais louca...

‘Há há, engraçadinha...’

Realmente, fazia muitos dias que Minato não falava comigo. Nem durante as batalhas mais intensas ele falava. Eu estava achando aquilo estranho.

- Minato...

‘Sim?’

- Você é mesmo meu irmão? Por que não consigo lembra-me de você?

‘Isso eu também não sei. Mas sei que estou com você já há bastante tempo, nesta condição. Mas só consegui falar com você quanto você chegou à Port Island. Para ser mais exato, quando você chegou a esse dormitório.’

- Nesta condição...

‘Você me entendeu. Não sei por que, mas estou aqui. Dentro de você.’

Fiquei em silêncio. Eu também não entendia o que era aquela situação.

- Mas você não me disse por que anda tão calado...

‘Ando meio... Estranho ultimamente.’

- Estranho?

‘Sim, sinto-me fraco. Agora, por exemplo, já não estou me sentindo bem...’

- Então, vá descansar. Você disse que iria estar comigo nas batalhas. Não pode faltar!

‘Boa noite, Josei...’

Minato, nesse momento, tinha uma voz tênue, fraca. Por um instante senti pena dele. Como poderia sentir pena de uma voz em minha mente?

Adormeci pensando naquilo tudo.

- Olá, Josei.

Dei um pulo na cama. Vejo aquele garoto da outra noite. Mas como ele entrou no meu quarto?

- Nossa, assim você vai me matar...

- Me desculpe. Não quis te assustar. Uma nova lua cheia se aproxima, e com ela você enfrentará mais um desafio. Está preparada?

- Hã... Acho que sim. Mas por que nas luas cheias?

- Tudo ao seu tempo, Josei. Gostaria de te perguntar se podemos ser amigos.

Aquilo foi realmente súbito. Não sabia se ele era uma alucinação, um fantasma ou mais um produto da minha imaginação.

- Claro. Mas qual é o seu nome?

- Hum... Eu devo ter um nome, não é mesmo? – Ele parecia estar pensando sobre o assunto. – Você pode me chamar de Pharos.

- Pharos? Seu nome é Pharos?

- Como eu disse, só você pode me chamar assim...

O garoto tinha um olhar enigmático. Por algum motivo, eu não tinha medo dele. Ele parecia-me bastante amistoso.

- Podemos ser amigos, Pharos.

- Muito obrigado. Até mais.

Desaparece no escuro, como de costume. E depois eu falo que sou estranha e os outros não acreditam...

- Josei! – Yukari, quase arrombando a porta do meu quarto. – Vamos, estamos atrasadas!

Corremos até o metrô. Chegamos a tempo, antes do primeiro sinal.

Havia me decidido que iria me dedicar mais às coisas que eu gostava.

Resolvi ficar após o final das aulas para ensaiar a coreografia de ginástica. Vou tentar me classificar para as seccionais.

Estava ensaiando no ginásio, sozinha, quando tive a sensação de que estava sendo observada. Parei o exercício e olhei para a porta do ginásio, vi quem estava me observando.

- Sempai, o que faz aí?

Akihiko ficou vermelho. Parecia que estava lá já há algum tempo.

- Desculpe, Josei. Mitsuru pediu para que eu te entregasse esses papéis do conselho... – Parecia estar sem graça. – Encontrei com seu professor e ele me disse que você estava aqui no ginásio, só não sabia que estava ensaiando...

- Não precisa se desculpar, sempai. – Sorri.

Ele também sorriu, estava mais à vontade. Eu não acreditava que ele tivesse qualquer interesse em mim, ele estava sempre cercado de garotas, e se entendia muito bem com a Mitsuru sempai.

- Eu... – Ele coçava a nuca. – Você vai fazer alguma coisa mais tarde?

- Nada de mais, eu já estava terminando o ensaio...

- Quer ir comer alguma coisa?

Aquilo era um convite. Seria um encontro? O que?

- Claro! – Quase gritei, tive que me conter. – Sim, até que estou com fome...

Estava disfarçando a empolgação. Ele é tão fofo!

- Eu te espero lá no portão. – Sorrindo.

Será que ele percebeu?

Tomei um banho correndo. Estava animada, mas não queria me empolgar muito, pois de repente era mais um daqueles encontros “te respeito como líder”. Não queria criar grandes expectativas.

No caminho a Paulownia Mall conversamos sobre coisas do colégio, sobre o treino de boxe, sobre a ginástica. Já no restaurante, ele me olha com aqueles lindos olhos azuis.

- Posso pedir o especial?

Concordei com um aceno de cabeça. Queria não ser tão transparente.

- Sabe... Que bom que você veio para cá, digo, para Port Island. – Ele parecia encabulado.

- Eu também estou gostando de estar aqui. Minha vida mudou tanto desde que vim para cá...

Os pedidos chegaram, começamos a comer. Ele ficou calado. Comecei a estranhar aquele comportamento.

- Alguma coisa errada?

Ele me olhou espantado. Acho que ele não queria ser tão transparente também.

- Não, nada. É que... – Ele parecia estar tendo dificuldades para falar. – Ah, não é nada! Vamos comer.

Eu sabia que nem adiantaria eu perguntar mais, ele iria se fechar e não diria mais nada. Mas senti que ele não estava lá para comer apenas.

- Você está me devendo, hein? – Disse a ele, com um sorriso maroto nos lábios.

- Como assim? Devendo?

- Você me viu treinando, agora eu tenho que te ver treinando algum dia...

Ele riu.

- Certo, eu treino as terças e quintas. Pode ir me ver quando quiser.

Estávamos nos dando muito bem. Acho que de repente esse relacionamento vai para algum lugar... Mas onde estou com a cabeça, tenho treino, provas, conselho estudantil e Tartarus. Acho que um namorado não cabe em minha agenda.

No caminho para o dormitório encontramos com duas garotas do colégio. Correram em nossa direção, dando gritinhos e tocando no pobre sempai, que parecia bastante incomodado com a situação.

- Akihiko sempai, o que faz por aqui? Veio comer, não foi? – Disse a mais maquiada das duas.

- Bom, eu...

- Essa aí é a namorada do Jumpei? Pare de tentar pegar todos os solteiros do colégio!

O que foi que ela disse?

- Não sou a namorada do Jumpei! Hey! – Disse, furiosa.

Akihiko viu a minha cara. Ele repentinamente pegou minha mão e disse para as garotas:

- Com licença, estou com a Josei agora.

Abriu espaço entre as meninas e me puxou. Ainda pude ouvir as reclamações e ofensas a minha pessoa, enquanto nos afastávamos.

- Me desculpe por isso, Josei. Vi que você ficou chateada, meu reflexo foi tentar te proteger.

Achei muito lindo o jeito que ele falou isso.

- Não tem problema. Estou bem, tenho que tentar não me incomodar com os rumores do colégio.

Já na porta do dormitório.

- Vamos para Tartarus essa noite? – Ele, sorrindo confiante.

- Sim. Não podemos descuidar, não é? – Disfarçando o cansaço.

Ele entrou na frente. Queria conseguir dizer não para ele. Mas não havia a menor possibilidade disso acontecer. Senti uma leve pontada no peito. O que seria isso?


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Notas finais do capítulo

Domo aregatou!



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