The Shadow Under The Moon escrita por Megurine Jackie


Capítulo 3
1ª Noite de Lua Crescente




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                                  Mitsuru Kirijo

- Minato...

Olhando no espelho vejo meu rosto. Não há nada de especial, nada que chame atenção em meu rosto.

Estou no dormitório há alguns dias. As aulas começam amanhã e, é claro, estou ansiosa. É sempre bem difícil começar na nova escola, fazer novas amizades e essas coisas. Mas desde que cheguei nessa cidade, essas coisas estranhas estão acontecendo. Shadows, Personas... Que coisa!

Por enquanto as coisas andam tranquilas por aqui. Não houve nenhum incidente noturno desde aquele dia. Às vezes penso que aquilo tudo foi um sonho... Até abrir a gaveta da cômoda e olhar para aquela... Arma.

- Hey, Josey! - Ouço a Yukari me chamar. - Está acordada?

- Já vou.

Abro a porta do quarto e vejo-a com um grande sorriso no rosto.

- Vamos na cidade! Estou querendo comprar uma bolsa.

- Okay.

No lounge do dormitório vejo Akihiko sentado no sofá, lendo uma revista. Ele apenas levanta os olhos. Sinto meu rosto corar toda a vez que vejo ele.

- O que foi, Josei? - Pergunta Yukari, com um sorriso maroto.

- Er... Nada. Por que?

- Ele é realmente um gato. É capitão do time de boxe do colégio. Todas as meninas ficam em cima dele, mas não está saindo com ninguém agora.

- Do que você está falando? - Fico ruborizada.

- Ah, sei... - A garota ri. - Akihiko sempai, é claro. Vi como olha para ele. 

- Que bobagem... - Sorrio, sem graça.

- Não se preocupe, não falo pra ninguém.

Passeamos pelo centro comercial. Tinha algumas lojas simpáticas, e um café bem charmoso. Acabei comprando um caderno e algumas canetas.

- Vamos na livraria! - Disse Yukari, bem animada.

- Yukari...

Ela olhou para mim, curiosa.

- O que foi, Josei?

- Você entende bem sobre essas coisas estranhas do SEES?

Ela viu que eu parecia preocupada. Sorriu, me empurrando de leve.

- Não se preocupe. Eu também sou novata, mas confio muito na Mitsuru sempai. Ela está fazendo esse trabalho sozinha já há bastante tempo.

- Sozinha?

- Isso. Coitada, ela conhece a Hora Negra desde quando era criança. Deve ter sido bem difícil para ela...

Pensei em como deve ser viver cercada de monstros desde a infância. 

Já no dormitório, eu estava no meu quarto, novamente olhando para o meu rosto.

- Que cara mais sem graça... – Resmunguei.

- Eu não acho!

Ouço novamente aquela voz, dentro da minha cabeça.

- Ah, oi Minato... – Disse, sem empolgação.

- Não parece estar contente em me ouvir, Josei.

Sentei-me na cama. Por que estaria contente em ouvir uma voz em minha cabeça?

- Às vezes sinto que estou enlouquecendo... Principalmente quando converso com uma voz dentro da minha cabeça.

- É meio complicado, Josei. Mas logo tudo vai ficando claro. Você só precisa ter um pouco de paciência.

Deitei-me na cama, olhando para o teto. Estava me sentindo estranha, um pouco cansada. Repentinamente com sono.

- Josei, você não deve se preocupar com isso agora. Mas preciso pedir que tome cuidado nos próximos dias.

- Por quê? Vão aparecer outros monstros?

- Sim. E você precisa ser forte, Josei. Infelizmente, você não tem escolha.

- Não pensei em fugir, Minato.

Sua voz era estranhamente familiar para mim. Seu nome também. Tão sonoro...

- Eu sei que não. Mas lembre-se que estarei com você. Nos momentos mais difíceis, deixe-me agir!

Achei muito estranho. Como ele agiria sendo apenas uma voz imaginária em minha mente?

- Err... Certo. Só me diga como fazer isso.

- Não se preocupe com isso. Preciso ir. Até mais, Josei.

Sentia-me muito cansada nesse momento. Fechei meus olhos.

No meio da noite, tenho uma estranha sensação. Abro os meus olhos e me deparo com um garoto, aparentando uns dez anos de idade. Tinha grandes olhos azuis. Dei um pulo da cama.

- Olá, Josei.

- Hã? Quem é você? Minato? – Não reconhecia a voz.

- Desculpe-me, Josei, mas não conheço nenhum Minato. Mas estou aqui para avisá-la. A lua cheia se aproxima, e com ela, novos perigos. Não quero que nada de mal lhe aconteça, Josei.

Achei aquilo muito estranho. Quem era aquele garoto? E por quê todos estavam me mandando tomar cuidado?

- S-Sim. Vou tomar cuidado... – Gaguejando.

- Fico muito feliz de saber. Então, até mais.

O menino deu um passo para trás, sumindo na escuridão. Achei que tinha sonhado com aquilo.

Naquela manhã, acordei assustada, com a Yukari batendo na minha porta.

- Hey, Josei! Acorde, estamos atrasadas!

Eu dei um pulo da cama, já correndo para o banheiro. Respondi com a escova de dente na boca:

- Jchá Vou...

Ouvi-a rindo do outro lado.

- Vou te esperar lá em baixo, okay?

Desci as escadas correndo, ainda pegando meu material. Mitsuru nos aguardava na porta.

- Voltem direto para casa. Vou apresentá-las ao Dr. Shuji Ikutsuki. Ele é um dos responsáveis técnicos do SEES.

- Sim, vamos voltar. Tchau, Mitsuru! – Gritou Yukari, puxando-me pela mão.

- Não sei por que, mas... – Ela parecia com receio de falar. – Mas não gosto muito dela. Mitsuru tem sempre esse ar de superioridade...

No trem, a vista da cidade era realmente incrível!

Chegamos ao colégio. Era enorme! Uma bela construção, muito arborizada. O uniforme era também muito bonito. Eu pessoalmente havia adorado. O blazer e a saia eram azuis marinhos, a camisa branca e uma gravatinha vermelha. Combinavam com a cor de meus cabelos.

Yukari enrolava a saia, para deixá-la um pouco mais curta. A minha eu mantive no comprimento original, um pouco acima do joelho.

- Chegamos! Essa é o Gekkoukan Hight School. Espero que você adore esse colégio. Eu adoro!

Eu ainda estava deslumbrada com o tamanho daquele saguão. Notei que muitos dos alunos que estavam ali olhavam para nós. Fiquei meio tímida.

- Hey, não se preocupe. É difícil ser nova na escola, mas logo você vai se acostumar. Veja no mural em que sala você vai estudar.

Caminhei até o mural. Procurei nas listas de 11º ano, logo encontrei.

- Hum... Shujinko Josei... Sala E17.

Subi as escadas, olhando atentamente a minha volta. Achando tudo incrível. Cheguei no corredor e ouvi um burburinho feminino vindo do fundo.

- Ah, sempai, você poderia ser mais gentil...

- Mila, o charme do sempai é esse mesmo!

Viro-me para descobrir do que se tratava e vejo Akihiko sempai no meio de uma roda de garotas animadas. Ele parece meio incomodado com a situação. Eu acho graça daquilo. Ele olha para a minha direção e começa a caminhar. Acho que ele me viu rindo.

- Josei... – Ele me olha nos olhos. – Me tira daqui, por favor..

Ele cochichou a última parte e pegou minha mão, puxando-me pelo corredor. Ainda pude ouvir as reclamações ao fundo.

- Obrigado. Não agüento mais esse assédio todo...

Eu ainda estava rindo. Ele me olhou sério.

- Achei que todo garoto gostasse da atenção feminina...

- Você parece estar adorando essa minha situação! – Ele riu, descontraído.

- Agora sou a menina nova mais odiada desse colégio.

Ele riu. Achou engraçada minha atitude.

- Muito obrigado. E me desculpe se a coloquei em uma situação difícil. – Passava a mão pela nuca.

- Não se preocupe. Eu administro. Mas agora, só vou poder entrar na segunda aula...

Ele olhou para o fim do corredor e viu que não havia mais ninguém do lado de fora. Ele, subitamente pegou minha mão.

- Vem, vou te mostrar um lugar...

Novamente, fui puxada por ele. Mas eu estava adorando aquilo tudo.

Subimos alguns lances de escada correndo. No último eu já estava sem fôlego.

- Calma, estamos chegando. – Ele disse isso, empurrando a barra de uma grande porta corta-fogo. Ele me olhou e fez um gesto para que eu passasse e colocou um caderno entre as portas, para que não fechasse. Era o terraço da escola.

Andei até bem próximo da beirada. A vista era incrível! Dava para ver quase toda a cidade lá de cima. Até o dormitório eu conseguia ver.

- E então? O que acha?

Sua voz estava bem próxima do meu ouvido. Meu coração disparou. Nem me virei para ver, com medo de vê-lo tão de perto.

- É lindo... A vista é linda! – Eu totalmente sem graça.

- Meu agradecimento. E meu pedido de desculpas.

- Desculpas aceitas!

Rimos ali. Conversamos sobre o dormitório e sobre as pessoas de lá. Parecíamos um casal. Ficamos ali até o sinal da próxima aula tocar.

- Temos que ir... – Sua voz parecia um pouco triste. Meu coração acelerou. Será que ele gostou de ter matado aula aqui comigo?

- Sim, vamos. – Senti que meu rosto estava corado.

Separamos-nos ali. Entrei na minha sala e notei os olhares furiosos de algumas meninas.

- Onde você estava? – Yukari, me cutucando, sentada na carteira atrás de mim.

- Depois te conto...

Minha primeira história para contar. Pelo menos, a primeira história normal.


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Notas finais do capítulo

Adoro esse jogo! Precisava escrever sobre ele.Espero que gostem.Domo aregatou!



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