Palavras escrita por Akemi Mori


Capítulo 1
Palavras(único)


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, tarde, noite ou um tempo inominável em que você se encontre. Fiz este texto lendo 'Cidade de vidro', de Paul Auster, e, como sempre me acontece ao terminar um livro, fiquei com um surto de insipiração, e simplesmente escrevi.
Leiam e comentem.



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Escrevemos, letra por letra, as palavras. Palavras, formam-se frases das palavras. E das frases formam-se parágrafos. E disto uma página é preenchida. Dez páginas. Cem. Mil.

Podemos dizer então que o centro do universo é uma palavra?

Letras. Letras formam a palavra. Mas letras não são o centro do universo. Não...

Porque letras não tem sentido. Palavras o tem.

E então o centro do universo é uma palavra. Pois deste se originam as frases, os parágrafos... O centro do universo que nos originou. Somos somente uma virgula neste mundo que está sendo escrito.

Que palavra seria esta? Esta palavra que nos originou. Seria longa como sua história ou curta como uma letra?

Letras podem ser palavras?

Afinal, existe o “e”. “E”, letra do alfabeto, mas tão usada em vários casos, que se torna comum como uma palavra. Então o que seria esta palavra? Uma letra?

O Abecedário. Letras, letras. Vinte seis em seu total.

Vinte e seis. Palavras. Números podem ser palavras.

A, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z. Todas essas letras formam palavras. Que formam frases. Que formam parágrafos. Folhas e mais folhas de letras, intercaladas por alguns símbolos como vírgulas, pontos... E espaço.

Espaço. Universo. Podemos ver a simples e complexa relação entre estas palavras.

Que palavra é o centro do universo?

A? A, tantas coisas podem ser feitas com a. Areia, amor, aquário, acetona, amizade, antiga, amigo... Tudo feito com a.

A origina as palavras. Então palavras podem ser letras. Letras podem ser palavras.

Porque faz sentido.

Z. Também inúmeras possibilidades... Zangado, zero, zen, zinco, zangão, zunido, zabumba... Zero. Outro número. Em forma de palavra, em forma de letra.

Mas o centro do universo seria algo mais poderoso... O que seria então?

A. Z. Muita coisa é recheio entre estas duas letras. E esse recheio forma palavras. Que formam frases, que formam parágrafos, que formam folhas.

Mas... E antes de A, e depois de Z?

Pensamos em um círculo. Um círculo, forma perfeita. A forma da vida. Porque, assim como o círculo, a vida dá voltas e mais voltas.

A é o início do círculo, o ponto onde o lápis toca o papel para desenhá-lo. Z, o fim do círculo.

Porém entre A e Z há um minúsculo espaço, um espaço onde existe a palavra que é o centro do universo.

E o que seria...?

Espaço.

Espaço separa A e Z. Universo, espaço. Espaço, universo. Tão simples. Tão eficaz.

Espaço é a grande palavra que nos originou.

Mas isso é uma palavra?

Pensemos. Espaço nos criou. Pois espaço é um local que podemos preencher. Espaço, onde tudo pode ser criado.

Espaço nos fez, pois de espaço são nossas vidas. Nós somente usamos o lápis para desenhar nossos presentes, rabiscando o papel límpido, usando força a ponto de marcar a folha, mas nunca passando borracha.


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