Sonho Diferente do que Eu Pedi escrita por starimagination


Capítulo 22
Capítulo 21 - O centro comercial (part.II)


Notas iniciais do capítulo

A continuação do outro capitulo...



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- Apetece-me ir à casa de banho. – diz Roxy.

- E a mim também. – diz Sam.

- Está bem, vaiam lá encontramo-nos na porta de saída do centro. – diz Daniele. – Vamos Rafael.

- Sim, mas não demorem, estou cansado.

- Velho! – ri-se amostrando a lingua Roxy.

- Criança! – diz Rafael seriamente.

- Vá, vamos. Antes que se matem. – Sam arrasta o Roxy.

Lavaram os dois as mãos e para se rir provoca o Roxy:

- Roxy, gostaste do teu presente? - sorri Sam.

- Não detestei. Odiei!

Começa a bater-lhe com leves socos, Sam olha-o sorrindo. Roxy pára e olha-o nos olhos intensos, Sam também. Sam aproxima a sua boca da do Roxy e seus lábios tocam levemente. Roxy olha para o chão, suas feições ficam carregadas de revolta. Afasta Sam, começa a lavar-se, deita água violentamente contra a sua cara, mete a cabeça debaixo de água, deita sabão na sua boca, depois enche a boca de água e cospe. Sam olha-o paralisado, teria feito mal? Ele conhecia o Roxy, sabia que ele “amava” raparigas e rapazes, mas não compreendia o que acontecera agora. Olha para o chão se sente culpado, pelas pequenas gotas no rosto de Roxy que não vem de nenhuma torneira. Morde o lábio:

- Desculpa. – diz Sam envergonhado.

- Eu odeio-te, eu não gosto de homens! Eu já disse, detesto! És horrível! – a voz de Roxy estava trémula e ele chorava.

- Tu amas raparigas…?

- Não, elas também são horríveis. Metem-me nojo, este mundo é nojento. Odeio-o! Não era suposto estar aqui, não percebes mesmo! Eu vivia livre num circo… Não era suposto beijar homens, nem mulheres ainda. Era suposto estar a fazer o que quisesse! Sinto-me preso como um animal que está enjaulado! Odeio tudo! Quero morrer!

Roxy bate fortemente contra o peito de Sam, desta vez ele sente a dor mais profunda, bem dentro do peito. Ele é que odiava vê-lo dizer aquilo. Sentia-se tão mal por tudo. Abraça-o. Ele não o amava, apenas era seu amigo, mas acontecera e fora sem querer:

- Desculpa, Roxy, não volta a acontecer te prometo.

- Eu não percebo nada. Não queria estar aqui. Porque me abraças, porque me salvas dessa estranha forma? – diz Roxy com voz baixa.

- Um dia vai tudo passar. – diz Sam esperançoso.

- Desculpa-me. – Roxy olha-o já sem lágrimas que tinham sido limpas na roupa de Sam. – Não sou normal.

Ele não compreendeu e disse:

- Tens que viver, para eu me rir mais um pedaço, mas sobretudo para voltares um dia, quiçá, para eles. Para o teu circo.

- E tu viras-me ver?

- Claro, o Rafael e o Daniele também.

- Acho bem, não quero perder a vossa amizade, por nada deste mundo. – sorri Roxy.

- Nem nós. – diz Sam.

Chegam os dois ao pé da porta. Parecia tudo normal. Daniele conversa com Sam:

- Que se passou? Estás estranho.

Rafael capta a pergunta de Daniele.

- Nada está tudo bem. – Sam olha para o chão com as mãos nos bolsos do seu casaco.

Chegam ao apartamento. Cada um vai para o seu quarto, menos os gémeos que ficam no quarto de Sam a conversar:

- Tu não me enganas manito. – Rafa está de pé.

- O que queres dizer com isso? – Sam prende o seu enorme cabelo com uma prisão sentado na cama.

- Eu sei, o que estás a sentir… Sou teu irmão gémeo. – diz Rafael sentando-se.

- Tens razão, eu também sei o que pensas. Eu beijei o Roxy, mas foi sem querer, foi mesmo sem noção…

- O quê!? Aquela lambisgóia? – irrita-se Rafa.

- Sim, mas eu não sinto nada por ele, além da amizade. – diz Sam para acalmar o irmão, sendo muito sincero.

- Não faças uma loucura dessas, mano! As mulheres são melhores. Muito melhores!

- Não te preocupes, eu gosto mais de outra pessoa.

- Quem? – pergunta Rafael tentando pensar que isto não estava a acontecer.

- É uma…

Eles continuam a falar no quarto, enquanto isto Daniel desce e vai até ao trabalho. Lá o esperava a madrasta ou a Dona Bruxa apelidada pelos seus empregados. Ela mastiga um chiclete, tem umas roupas justas e com um vestido vermelho com rendas negras que fazia notar as suas curvas. Vendo-o, diz desconfiada de que este andava a vadiar:

- Está na hora de trabalhar, chega de brincar.

- Sei, já vou. – diz ele zangado, pegando num pano e pondo-se num salto atrás do balcão que os separava.

- Assim gosto mais.

Ele tinha mesmo voltado ao seu mundo apodrecido. O dia amanhã podia ser melhor.


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Notas finais do capítulo

Continua.....



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