Bella.

Havia uma semana que eu estava na Inglaterra. Mais precisamente em Londres. E nesses poucos dias já me aconteceram várias coisas.

          Por exemplo: há dois dias descobri que estou grávida. Isso mesmo: grávida. Pelo menos uma explicação para meus enjôos constantes e a protuberância em minha barriga que crescia mais a cada dia. Desconfiei que fosse pelo fato de ser o bebe de um vampiro. A criança dentro de mim crescia muito rápido.

          Ah! E agora eu tenho uma amiga. Elena Salvatore. Ela se casou há uns dois meses e também está grávida. Nos conhecemos assim:

          Lá estava eu, deprimida saindo de um consultório médico com o resultado dos meus exames. Tinha acabado de descobrir sobre a minha gravidez. E eu estava caminhando olhando para o chão, sem ao menos prestar atenção em onde ia. Até que trombei em Elena. Eu pedi desculpas e ela me perguntou se eu estava bem. Pelo menos descobri que eu parecia uma zumbi (em expressão, é claro).

          E acabei contando tudo pra ela. Não a parte de eu estar grávida de um vampiro. Mas a parte em que eu fui abandonada logo depois do casamento e com um bebe, ainda por cima. Ela me disse que se encontrasse com esse cara um dia, iria xingar ele demais.

          E então ela me deu seu telefone e endereço. Acabei descobrindo que ela morava no Surrey, uma cidade há uma hora e meia (de carro) de Londres, onde estava. Elena estava fazendo compras para seu bebe, que ela disse ter certeza ser um menino. Bem, pelo menos um casal feliz no mundo, né.

          E agora aqui estou eu, no meu apartamento no centro de Londres, sozinha, discando o número da Elena. Eu precisava conversar com alguém. Urgente. Ou iria explodir!

          - Alô? – escutei uma voz melodiosa do outro lado da linha.

          - Oi. – respondi – A Elena está?

          - Quem está falando? – perguntou a voz masculina e muito sexy (que pensamentos são esses, Isabella?).

         - Isabella.

          - Ah! Eu vou chamá-la.

          E lá se foi a voz masculina melodiosa e sexy. O que foi? Estou grávida e abandonada, mas não estou morta!

          - Oi, Bella – ouvi Elena.

          - Oi Ele. – apelidos carinhosos são T.U.D.O! (acabei de falar que nem uma patricinha).

          - Está tudo bem?

          - Er... Sim. É que eu queria conversar, mas eu só conheço você... Então resolvi te ligar. – falei meio sem jeito.

          - Que bom que me ligou! Estava precisando conversar também. Mas com uma mulher, e não com os três homens com quem convivo. – ela disse sarcástica e eu soltei uma risada, coisa que não fazia há algum tempo.

          Conversamos umas duas horas e estava totalmente feliz! Foi muito estimulante e conversamos sobre tudo; desde flores á quantos fios de cabelos temos. E eu descobri que ela é super viciada em compras que nem a anã de jardim do jardim da Polly (vulgo Alice).

          Olhei o relógio e eram oito da noite. Eu não estava com sono, mas queria dormir. Esquecer de tudo. Então fui pro meu quarto e fiquei pensando na minha vida. Que por acaso estava uma DROGA! E uma das piores partes era a em que eu me divorciava. Isso mesmo; eu estava me divorciando. Contratei um advogado há quatro dias. Não quero ficar casada involuntariamente com alguém que me abandonou. Humph. E eu acho que o Edward não pensou nisso quando me deixou. Fazer o que? Gente burra e sem noção é outra coisa.

          Faltava pouco para eu conseguir meu divórcio, e depois eu iria ficar livre. Livre para namorar, casar, ter MAIS filhos. E com esse pensamento faço a dancinha da vitória. Mas você me pergunta: como o Edward vai assinar os papéis sem saber onde você está? Eu respondo: o meu advogado me disse que eu não preciso identificar o lugar em que estou; é só eu assinar os papéis que ele manda para um escritório de advocacia na Rússia, que vai encaminha-lo até o meu futuro ex-marido.

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          Agora são uma da manhã e eu não estou com nenhum sono. E agora? O que eu faço?

          Andei até meu guarda roupa e peguei uma roupa bem confortável: uma meia calça, um vestido de manga comprida que cabe minha barriga e uma sapatilha. Chamei um táxi e disse o primeiro lugar que me veio á mente: Surrey. Mais precisamente no lago Surrey Water.

          O caminho durou um pouco mais de uma hora e meia. Quando chegamos, eu paguei o táxi e andei até um banco pertinho da beira do lago. Então, sem nenhum motivo, comecei a chorar, os soluços balançando meu corpo.

          Então senti um vento gelado e pensei respirei fundo aquele ar tão puro. E então me acalmei. Aí eu percebi; eu precisava mesmo era chorar, colocar toda a minha tristeza para fora. Mas as lágrimas continuavam a cair em um choro silencioso.

          Senti alguém atrás de mim e me virei, encontrando duas lindas safiras me encarando. E ele me encarava de volta, com um olhar sedutor. Senti-me envergonhada por estar chorando, o que me fez morder o lábio inferior. Limpei as lágrimas que insistiam em cair com raiva, e o cara lindo na minha frente esboçou um sorriso. Até que ouço uma voz tão linda e sexy quanto a do Tom Cruise.

          - Olá.

          - O-oi. – respondi, me amaldiçoando por gaguejar.

          - Sou Damon – ele disse, sentando-se ao meu lado no banco.

          - Sou Isabella, mas pode me chamar de Bella. – respondi me forçando a não gaguejar.

          - Então, Bella, o que te traz às redondezas do lago  Surrey Water, sozinha no meio da madrugada?

          - Coisas, e você, o que te traz ao rio sozinho no meio da madrugada? – respondi, pensando “1x0, Isabella!”.

          - Estava procurando uma vítima. – ele respondeu com um sorriso sarcástico.

          Bem, normalmente eu ficaria com medo, mas depois de ser abandonada, enfrentar uma vampira psicótica, um vampiro louco, a realeza vampírica e ser abandonada DE NOVO e grávida nada mais me assustava. E a única coisa que eu pensei foi “Claro, e eu estava procurando uma loja de camarões”. Mas como sou uma ÓTIMA pessoa, arregalei os olhos (falsamente, é claro) e perguntei:

          - Vo-você o que?

          - Você se encaixa nos meus padrões de vítima perfeita.

          - Eu não tenho medo de você! – respondi dando um olhar a lá “vai sonhando”.

          Ele gargalhou o que me fez ter quase um ataque epilético de nervoso.

          - E isso não faz as coisas serem melhores? – ele perguntou sarcástico.

          - Talvez sim, talvez não.

          - Então, vai contar por que está chorando? – ele continuou, fazendo com que eu percebesse que ainda havia lágrimas nos meus olhos.

          - Achei que fosse me matar. – respondi fazendo uma cara impagável. Se eu não sabia mentir agora eu sei.

          - Eu sou uma pessoa relativamente sociável.

          -Bom, eu fui traída, abandonada, e descobri que estou grávida do cara que me largou no meio da nossa lua de mel. – falei com um pouco de raiva lembrando tudo o que passei.

          - É Isabella, sua vida é uma droga! Mas você não é a única.

          Ficamos alguns momentos calados, nossos olhares conectados. Até que quebrei o silencio.

          -Me explica agora o que faz você vir até o lago, agora.

          Ele lançou um olhar fatal a lá James+Laurent+Victória. E com a voz super sarcástica, ele respondeu.

          -Eu vim até aqui achar uma vítima. E você chamou minha atenção.

          Ok. Agora é oficial: ou ele está brincando, ou está falando sério, ou é louco. E eu prefiro a primeira opção. Quando eu ia responder, senti uma coisa quente descendo por minha perna, e uma dor lancinante, pior do que a dor do veneno de James, e eu não agüentei. Soltei um grito agudo, e a última coisa que eu me lembro é Damon me olhar confuso e depois me pegar no colo e eu pensar “o que está acontecendo?”.