Jutsu do Medalhão do Tempo escrita por EstherBSS


Capítulo 16
Escolha, escolha minha


Notas iniciais do capítulo

Detestei o nome do capítulo, mas estava sem criatividade.
Agradecimentos enormes a Kinhah_uchiha (ID #59915) e a Kika (ID #124638) que recomendaram essa fic e deixaram a autora para lá de feliz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/114038/chapter/16

Capítulo 16 –Escolha, escolha minha

Sasuke não sabia como explicar a necessidade que ele tinha. Ele procurou até que encontrou algo pontiagudo o bastante no quarto. Ele apenas tinha que fazer aquilo.

Sakura entrou correndo no quarto.

- Ai Kami! Sasuke! O que está fazendo?

Ela correu até ele e arrancou a faca das suas mãos. Ela jogou a arma para trás como se aquilo fosse um monstro em miniatura. Segurou as mãos ensanguentadas dele com uma preocupação visível. Ela tinha o cenho franzido e mordia o lábio inferior. A boca dela tremeu um pouco e ele estava quase certo de que ela queria chorar.

Ela usava ninjutsus médicos para fechar a ferida. Mesmo depois que a luz verde desapareceu, Sakura continuou segurando as mãos dele entre as delas. Ela mordeu o lábio ainda mais forte. Então ele se soltou e colocou as mãos no rosto dela. Ela olhou para ele confusa e com um fio de esperança nos olhos.

- Você é real. – ele disse como se percebesse isso pela primeira vez.

- Sasuke...kun...O que?

- Você é mesmo real. – ele disse encantado. Sakura franziu o cenho.

- É claro que eu sou real... – as palavras dela foram interrompidas pelo abraço dele. Sasuke enrolara os braços ao redor de Sakura e descansava a cabeça em seu pescoço. Ela sentiu que ele chorava.

- É difícil aceitar isso tudo. Minha mente procura qualquer desculpa para rejeitar essa realidade. Eu já estava imaginando que isso era um pesadelo ou um genjutsu cruel. Eu... Eu sinto como se tivesse que escolher entre dois caminhos ruins.

Sakura se afastou dele e o segurou no rosto.

- Não deve pensar assim, Sasuke. Nenhum caminho pode ser pior do que a solidão. Você me ensinou isso.

- Mas esse caminho que o meu outro eu escolheu fez todos sofrerem. – ele disse quase em um sussurro.

- Mas estávamos juntos. Isso é o que importa. – ela se aproximou dele e o abraçou. Agora era ela que tinha o rosto entre as roupas dele – Você estava comigo. Você está comigo.

- Como pode gostar de mim depois de tudo o que eu fiz? – ele perguntou retribuindo o abraço e acariciando a cabeça dela. Era bom ter um pouco de carinho para variar.

- Eu te amo, Sasuke. Meu coração vai ser seu até o fim. – ela disse e ele apostava que ela estava vermelha. Ele se inclinou para ela. Quando Sakura afastou o rosto das roupas dele, Sasuke confirmou o rosto corado. Se aproximou. Mais e mais. Chegou perto até sentir a respiração dela na face. Então, quando a distância que os separava era mínima, Naruto entrou no quarto. Ele parou assim que viu o que tinha interrompido. Amaldiçoou baixo enquanto os dois amigos se separavam. Então o Hokage falou.

- Eu não queria mesmo interromper, mas nós estamos com um problemão.

Sakura se afastou corada e Sasuke desviou os olhos do Hokage.

- Qual o problema, Naruto?

- Tem que ser forte, Sakura. – o loiro falou sério, despertando a atenção dos outros dois. A kunoichi franziu o cenho e disse:

- Naze? (Por que?)

- Primera está desaparecida.


\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/

Sasuke nunca tinha visto Sakura tão nervosa. Se o outro eu dele não estivesse ali, iria lá conversar com ela. Ou, talvez, apenas sentar ao lado dela. Quando o time sete saiu do quarto, Sasuke descobriu que era uma casa que ficava fora da vila. Era um local onde eles poderiam conversar a sós e era bem longe do outro eu dele. Tinha sido uma boa escolha. Juntos, os três se encaminharam para o prédio Hokage. Se reuniram com os melhores ninjas para descobrir o que estava acontecendo.

A segunda pessoa mais aflita na sala Hokage não era o outro Sasuke e sim Minato, filho de Naruto. Mas o Sasuke do futuro também devia estar sofrendo muito, mas a indiferença não deixava o fato transparecer. É claro que para Gen era fácil perceber os sinais de preocupação. Ele conhecia a si mesmo.

Saskun também estava lá. E tanto o filho quanto o pai encaravam Gen com desconfiança. Os ninjas que vigiavam a entrada da vila disseram ter visto Primera sair com Minato a menos de meia hora. O filho de Naruto falou que era impossível, pois ele passara a manhã toda treinando com Saskun. Podia ser um clone seu. Gen quis falar e viu que não era o único. Mas o garoto era o filho do Hokage e ninguém queria levantar suspeitas sem sentido. O filho mais velho dos Harunos confirmou a informação. Estivera treinando com Minato toda a manhã e ainda sob a supervisão de Kakashi.Naruto olhou para o antigo sensei e o copy ninja afirmou com a cabeça.

- De qualquer jeito, tem apenas meia hora que ela foi vista saindo da vila. Vou mandar um grupo de rastreadores. Não devemos demorar a acha-la independente do que tenha acontecido. – Naruto ordenou e selecionou os ninjas.

Gen foi colocado no time de Minato e do bom e velho Rock Lee. Tinha ficado longe da Sakura por precaução. Não seria bom irritar o outro Sasuke naquele momento. Tinha pensado em um bom apelido para o seu outro eu. O chamaria de Edo-Sasuke de agora em diante. Era uma maneira de associá-lo a um outro lado e a uma outra realidade.Minato corria como um louco. O garoto estava realmente apaixonado pela Uchiha. Olhando o rapaz, Sasuke se lembrou da expressão de Naruto quando eles partiram. O amigo tinha os acompanhado até o portão principal. Ele queria ir procurar tanto quanto os pais da menina, mas o Hokage não saía da vila por qualquer coisa. Sasuke imaginava que essa era a única hora em que Naruto odiava o posto. O Uzumaki tinha prometido enviar um clone assim que recebesse notícias.

Eles procuraram por muitas horas. O sol já começava a se pôr quando eles ouviram um sinal. Os grupos de busca se reuniram em um local onde parecia ter havido luta. Edo-Sasuke e Sakura lideravam a perícia do lugar. Eles eram os pais e eram sennins. Minato também se empenhava com tudo o que podia. Ele parecia terrivelmente preocupado. Quase tanto quanto a mãe de Primera. Sasuke se arrependeu por ter sido tão duro com ele.Hyuugas usavam o byakugan para vasculharem toda a área em volta. Ele estava olhando algumas folhas amassadas quando se levantou e esbarrou em Saskun. O rapaz lhe deu uma olhada tão fria que Sasuke sentiu como se houvesse lâminas de gelo em sua nuca. Eu aposto que ele está imaginando a minha morte. Destino caprichoso esse, ele devia me respeitar mais. Sou o seu pai, afinal.

Foi Minato que encontrou a marca na árvore. Edo-Sasuke se aproximou com duas passadas e quase arrancou o Uzumaki do lugar. Era um símbolo que Sasuke conhecia. Um círculo quase perfeito, não havia sido terminado. O símbolo do clã Haruno. Era a marca que Sakura costumava usar nas costas. Mas ele não entendia o que isso queria dizer. Do modo que estava, parecia mais um U torto.

- O que isso significa? – Kakashi perguntou tão confuso quanto os outros.

Edo-Sasuke destruiu o galho com um chidori e os outros se calaram assustados. Sakura, que tinha se agachado para analisar a marca, se levantou rígida. A franja caía sobre o rosto de modo que não era possível ver seus olhos.

- Primera foi capturada. – Sakura falou em uma voz controlada. Talvez só o marido, o filho e Sasuke soubessem que ela estava se controlando para não surtar.

- Instruímos nossos filhos a usar símbolo Haruno em caso de emergências. – Sasuke falou colocando a mão sobre o ombro da esposa – Um círculo completo significa “em missão com risco”. Um círculo cortado por uma reta é “em missão, mas em segurança”. E um círculo incompleto significa “socorro, enviar ajuda o mais rápido possível”.

- Minha pobre menininha... – Sakura falou com voz trêmula. Ela lutava ferozmente contra as lágrimas.


\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/_\o/

Primera nunca sentira tanto medo na vida. Esperava que os pais encontrassem o símbolo que deixara e viessem ajuda-la o mais rápido possível. Via as folhas e galhos ficando para trás. Assim como a minha amada casa. Seu corpo não respondia. Resultado do veneno que o inimigo usara. E ele a carregava nas costas como se ela fosse uma porca pronta para o abate.

Ela estava em casa lendo um livro quando ele chegou. Ao atender a porta, viu Minato e nem pensou em desconfiar que era um jutsu de transformação. Lembrou se da mãe dizendo: “É fundamental aprender a reconhecer genjutsus, transformações e armadilhas. Isso vai te livrar de emboscadas e servirá melhor do que habilidades de batalha. Você não precisa se preocupar com golpes nos quais não caiu.” Sei disso agora, mãe. Pena que um pedido de desculpas não vai me tirar daqui.

O falso Minato tinha dito que precisava da ajuda dela. Ele disse que como um time, deviam compartilhar coisas. Primera fez um clone para ficar em casa e cuidar do irmão menor como tinha prometido a mãe. E seguiu para fora da vila com o falso companheiro de time. Ela começou a desconfiar dele depois andar um pouco. Parecia o Minato, falava e agia como ele, mas mesmo assim era estranho. Primera sabia muito bem que o menino sempre falava idiotices quando estava perto dela. Como se ele quisesse causar uma má impressão de propósito. Mas ali era diferente.

Pediu para pararem. Disse que estava com vontade de fazer xixi. Escolheu uma árvore e começou a esculpir o símbolo Haruno com uma Kunai. Ela pretendia fazer apenas um círculo completo. Minato estava estranho demais. Ou melhor, ele não estava estranho o que por si só não era normal. Ficou feliz em ser atacada antes. Já tinha melhorado os sentidos quando começou a estranhar o outro, então, conseguiu perceber o ataque a tempo. Também ficou feliz por não ter terminado o círculo.

Mesmo desviando com precisão, o golpe passou perto de acertar. Muito perto. Quem quer que fosse o inimigo, ele era bom. E isso ficou ainda mais evidente quando os dois começaram a lutar. Primera desfez o clone que deixara em casa. Kuran se assustaria e falaria com o tio Itachi. Aquilo serviria para que eles percebessem que havia um problema.

Primera lutara com tudo e mesmo assim perdera rapidamente. O inimigo era assustador. Parecia quase tão incrível quanto o seu pai e usava técnicas de medicina assim como sua mãe. Ele até invocava cobras. Parecia ser a mãe e o pai unidos contra ela. Foi nessa hora que começou a perceber que não tinha chances. Lutou mais um pouco. Deixaria o terreno bem acabado e com o máximo de pistas que conseguisse. Perdeu logo depois. O oponente jogou o corpo para a direita e ela para a esquerda como resposta. Ele então girou e a espetou com uma agulha pelo lado esquerdo. Se amaldiçoou internamente enquanto sentia o controle sobre o corpo ir embora. Eu sempre caio nesse golpe. Sempre acho que o oponente vai para um lado e ele vai para o outro.

No momento, tentava fazer algo pequeno mas importante. Cuspir. Sim, cuspir. Conhecia os ninjas da vila e sabia que eles eram bons o suficiente para seguir o cheiro dela pelo cuspe.Nojento mas útil. E eu preciso de utilidade agora. Lembrou se da história que o Hokage contou sobre a mãe, Kushina. Ele disse que o Yondaime a achara pelos fios de cabelo. Ela queria usar alguns fios. Tinha bastante. Só que os braços não respondiam às ordens dela.

O cara estranho correu sem parar por quase um dia. Primera era nova, mas as costas dela já protestavam como se ela fosse uma velha com artrose. Queria ir ao banheiro também e estava com fome. Quero ir ao banheiro! Tentou falar, mas a língua parecia mole em sua boca. Maldito o remédio que ele tinha injetado nela. O inimigo caminhou por mais algumas horas até parar. Ele devia estar cansado também. Se bem que sua mãe dizia que seu pai era capaz de lutar por dias seguidos sem parar. Queria que ele estivesse lá. Queria que ele a segurasse nas costas e dissesse que estava segura. Ela queria apenas ir para casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Muita gente acertou o que ele ia fazer? A fic está chegando ao fim. O resgate de Primera é a última coisa que separa essa história do Grand-finale.
Então aproveitem
bjs
ja na