Uma Nova Chance escrita por Mah


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu fiz isso de um dia para o outro e embora eu tenha tentado dar o meu melhor, não acho que tenha ficado muito bom não, mas mesmo assim decidi que vou postar. É meu primeiro Yaoi então está bem fraco mesmo.



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Sasori Pov

Então eu estava morrendo outra vez, mas dessa vez eu estava morrendo em paz, embora me arrependesse de todas as crueldades que já fiz. Graças as palavras do Kankurou, pude entender o verdadeiro significado da minha arte, era daquele jeito que Kankurou disse, que eu queria que ela fosse interpretada, minhas técnicas e criações permaneceriam eternas! Fechei meus olhos esperando chegar ao inferno, era lá que eu e boa parte da Akatsuki estávamos. No inferno era terrível, eram torturas todos os dias, aquele local cheirava a sangue, tinha uma áurea de tristeza misturada com terror, com certeza era o pior ambiente que você pode imaginar, e era lá que eu merecia estar por tantos crimes cruéis que já cometi.

Quando senti meus pés tocarem ao chão já estava preparado para uma tortura como eu havia recebido da última vez que cheguei aqui, mas a áurea estava diferente, essa áurea era tão calma... Abri meus olhos e então vi que não estava no inferno. Afinal, no inferno não há pessoas com asas e sorrisos nos lábios tão gentis como ao da moça que estava na minha frente.

-Seja bem-vindo ao Reino do Céu, Sasori. -disse-me ela.-Sou Liz, um anjo responsável por almas recém-chegadas.

Então eu havia parado no céu, é? Ótimo, vou poder descansar a minha eternidade em um ambiente agradável, longe de torturas. Um sorriso se formou em meus lábios. Não tinha como eu não sorrir, eu estava feliz. Liz ao notar meu sorriso, desmanchou o seu.

-Sasori, você não pertence completamente ao céu ainda.-disse ela, quebrando a minha felicidade em mil pedaços. Acho que entendo agora um pouco da arte do Deidara.

-Como não? Então o que eu estou fazendo aqui? -perguntei, calmo.

-Bem, você tem uma chance de pertencer ao céu, mas para isso, terá que fazer uma missão no mundo humano. -disse Liz.

-E que missão seria essa? - perguntei.

-Salvar a alma do seu amigo Deidara. -disse ela.

Em primeiro lugar, Deidara não é meu amigo. Segundo, a alma do Deidara é um caso perdido, ninguém será capaz de salvá-lo.

-Impossível! -falei dando uma risada.

-Então terei que lhe enviar ao inferno. -disse Liz.

-Ok. -respondi concordando.

-Pensei que ficaria feliz em rever seus pais novamente. -disse ela, fazendo eu entrar em um estado de choque.

-Meus pais? -perguntei com a voz fraca.

Meus pais, como eu gostaria de vê-los mais uma vez, somente mais uma vez já seria o suficiente para mim.

-É, eles ficaram muito desapontado com o rumo que você tomou em sua vida, mas mesmo assim sempre o amaram, assim como a sua avó. -disse ela.

Meus pais, minha avó, eu tinha que pedir desculpa para eles.

-Deixe-me falar com eles! - falei em uma voz alterada.

-Lamento, mas somente poderá ter contato com eles se você pertencer ao céu. -disse Liz.

Então essa seria minha recompensa caso conseguisse salvar a alma do Deidara, não é? Pois bem, por mais que a chance de salvar a alma daquele moleque seja menos de 1% , vou tentar até o fim, tudo pelo meus pais e minha avó.

-Eu vou aceitar a missão. -falei em voz firme.

Liz olhou pra mim e voltou a sorrir.

-Você fez a escolha certa, Sasori, seus pais vão ficar felizes com essa decisão! Mas para salvar a alma do Deidara, você terá até o final do dia. Não vai ser uma missão fácil, mas com certeza a recompensa valerá a pena. -disse Liz.

-Até o final do dia!? -perguntei com os olhos arregalados.

-Sinto muito, é o máximo que posso fazer. -disse Liz.

Ok, entrar no céu tem seus preços.

-Mas por que salvar a alma do Deidara se ele vai voltar para o inferno? -perguntei.

-Digamos que ele mudou muito interiormente, mas pelo efeito do edo-tensei não é possível notar isso... -disse Liz. -Sasori, você voltará com seu corpo humano, portanto não ficará vulnerável a ataques, não posso fazer com que você volte ao mundo humano invulnerável. Mas a sua missão é somente salvar a alma do Deidara, feito isso, vocês dois irão morrer e então irão parar aqui. -disse ela feliz como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

Não tive tempo de falar nada, pois logo senti meu corpo sendo teletransportado. Fechei os olhos por um momento e logo senti meu corpo batendo forte contra o chão. Abri os olhos e olhei ao meu redor, eu sabia que lugar era esse, foi aqui que eu morri.

-ME TIREM DAQUI, UN! -gritava Deidara, ainda preso dentro da marionete do Kankurou.

Deidara devia estar puto por ter sido derrotado novamente por outra arte. Levantei e me aproximei lentamente, estando alerta para possíveis ataques.

-Danna, fala alguma coisa, estou preocupado, un! -disse o loiro.

Deidara preocupado comigo? É, ele realmente estava um pouco mudado como Liz havia dito.

-Deidara...-pronunciei, perto da marionete.

-Até que enfim, un! Já estava ficando agoniado em não ouvir sua voz, Danna! -disse-me ele. -Peraí, sua voz está próximo dessa minha marionete, você conseguiu se soltar,un? Me tira daqui, Danna! -falou ele batendo forte contra a marionete. -Cancelaram minhas bombas com o elemento raio, un, não posso fazer nada. -disse ele com uma voz quase, quase chorosa. -Aliás, que merda foi aquela que você falou pro Kankurou, un? Eu pensei que tivesse morrido! -falou ele.

Quase falei que tinha morrido realmente, mas isso seria uma história muito longa a ser contada e eu tinha um plano muito melhor. Não posso perder tempo, tenho até o fim do dia para salvar a vida dessa criatura loira e já está tarde.

-Eu fingi. -menti.

-Ah, eu sabia... Meu danna não morreria tão fácil, un! -disse ele.

Será impressão minha ou ele ficou um pouco orgulhoso disso? Não interessa, tenho que começar a agir.

-Er, Deidara, vou lhe tirar daí, mas prometa que não irá sair atacando os inimigos. -falei.

-Por quê, un? -perguntou ele.

-Porque eu tenho um plano. - eu disse. Deidara ficou em silêncio por alguns segundos.

-Tá! -concordou ele.

Então destranquei aquela marionete, pra mim era fácil agora que eu estava solto e sabia perfeitamente como ela funcionava, afinal, fui eu que a construí. Deidara saiu de dentro dela e respirou fundo.

-Pensei que ficar preso ali pra sempre,un. -disse ele.

-Sempre é uma palavra que não combina muito contigo. -falei.

Ele riu.

-Tem razão, explosão combina perfeitamente comigo, só que estou impedido de usar minhas bombas, un. -disse ele, meio triste.

-Não se preocupa, apenas me siga. -falei.

Andamos correndo pela floresta por horas. O afastei o máximo que pude da batalha. Eu precisava conversar com ele sem perigo de sermos atacados. O sol estava se pondo,não tinha muito tempo.. Quando senti que já estávamos seguros, parei, me sentando em um tronco de árvore caído. Deidara veio e sentou-se no chão, a minha frente.

-Danna, não estou ouvindo barulho de batalha, acha que todos já se mataram,un? -perguntou ele.

-Talvez... -respondi.

Graças a Deus que Deidara nem se deu conta de que eu estava o levando para fora do campo de batalha. Ele era muito inocente. Ele aparentava ser inocente, quem o vê sentado no chão tipo índio, não acredita que esse moleque já enfrentou fortes inimigos.

Ficamos em silêncio por alguns minutos enquanto eu pensava em encontrar algo que o fizesse entrar em paz com sua alma. Talvez se eu elogiasse a maldita arte dele...

-Pena que está impossibilitado de usar suas bombas, Deidara, elas são magníficas. -menti.

Deidara me olhou muito estranho, então ele começou a se levantar lentamente...

-Você não é o Danna, un. -disse ele.

Então eu ri, ri da reação dele e a cara estranha que ele estava fazendo. Ele ficou mais estranho ainda ao me ver rindo.

-Não se preocupa Deidara, eu estava mentindo pra ver o que você faria. -tive que confessar antes que ele desse um jeito de fugir dali e então parei com meu riso.

Então o loiro voltou a se sentar, dessa vez do meu lado.

-Não gosto disso,un. -falou ele.

-Disso o quê? -perguntei.

-Disso tudo que está acontecendo, eu não tenho total controle dos meus atos, você também não deve gostar, né Danna, un? -disse ele.

O encarei. Foi estranho, estávamos perto demais e então comecei a prestar atenção nos mínimos detalhes. O rosto dele era perfeito, os azul dos olhos parecia brilhar como uma água cristalina, o cabelo liso que caia como seda sobre seus ombros. Deidara era lindo, se eu entendesse os sentimentos diria que sinto amor pelo Deidara. Que merda eu estou pensando? Balancei a cabeça afim de distanciar aqueles pensamentos.

-O que foi, un? -perguntou ele, preocupado.

-Dor de cabeça.- menti.

Eu sou ótimo em mentiras, deu pra perceber. Ficamos em silêncio por alguns minutos novamente, eu não podia perder tempo, talvez eu tivesse que abri o jogo com o loiro para conseguir o que eu precisava.

-Deidara, lembra do inferno? -perguntei.

Deidara me olhou com os olhos arregalados. Eu sabia que o loiro não gostava do inferno, afinal, vivia sofrendo as consequências por ser respondão.

-Eu não queria voltar pra lá. -disse ele, com um voz fraca.

-Eu também não quero. -falei com a voz firme. -E eu acho que a gente consegue não voltar nunca mais pra lá.

-Como,un? -perguntou ele curioso.

Eu teria que falar a verdade pro loiro. Respirei fundo.

-Deidara, lembra quando eu dei posse das minhas marionetes pro Kankurou? -perguntei.

-Sim, mas isso tudo foi uma mentira, você disse, não é Danna? -falou ele.

-Não foi mentira, Deidara. -falei.

Deidara se levantou rapidamente ficando alguns passos longe de mim.

-Sasori, o que aconteceu contigo,un? - ele perguntou, me encarando e a testa enrugada em sinal de preocupação.

-Eu me arrependi de ter matado pessoas inocentes, me arrependi de ter entrado na Akatsuki e então decidi que não estou mais do lado do Kabuto.-falei.

Deidara riu, riu de um jeito sarcástico a qual eu desconhecia nele.

-Isso é mentira, não é, Danna? -disse ele, ainda em risos.

-Não é. -falei.

Deidara respirou fundo e então se aproximou de mim lentamente. Foi tudo muito rápido, não consegui me desviar do soco do loiro. Jamais imaginei que ele seria capaz de algo assim. Levei minha mão ao meu nariz, onde ele havia socado. Pude sentir um pouco de sangue escorrer.

-Que merda você fez, Danna? Un? O que você vai fazer comigo? Me entregar para os seus novos amigos? - o loiro falava alterado.

-Calma Deidara. -eu falei.

-Calma nada, eu estou no meio de uma floresta com um inimigo e...- Deidara falava mas eu o interrompi.

-Não sou seu inimigo! -falei firme.

-Como eu posso ter certeza disso,un? -perguntou ele.

-Porque eu vim salvar sua alma. -respondi.

O loiro ficou me olhando por alguns minutos. Ficamos em silêncio, talvez Deidara quisesse descobrir se eu estava ou não falando a verdade. Foi então que notei que já estava escuro, somente a clara luz da lua nos iluminava. Comecei a sentir um chakra que não era do Deidara, porém era reconhecido.

-Are,are, estão curtindo aqui sozinhos enquanto tem uma batalha para enfrentar? -disse Kabuto saindo do meio das árvores, revelando seu sorriso debochado.

-Como vocês nos achou? -perguntou Deidara.

-Muito fácil rastrear o chakra de vocês. -disse Kabuto.

Meu coração parecia que iria saltar pela boca. Tudo estava arruinado. Eu não poderia ver meus pais, nem minha avó, teria que viver eternamente no inferno. Tudo foi um fracasso. Deixei uma lágrima escapar do meu olho. Deidara me encarou com uma expressão indecifrável, não saberia dizer se era de pena, de indignação...

-Akasuna no Sasori chorando, isso é uma cena hilária! -disse Kabuto -Bem, vou precisar de vocês no campo de batalha e...

-Eu não vou e não vou deixar você levar o Deidara. -eu disse firmemente, limpando minha lágrima. Não posso desistir assim tão fácil.

-Então você se libertou do edo-tensei, não é mesmo, Sasori? -perguntou Kabuto, se aproximando de mim. Eu nada falei. -Fala qual é a falha do meu edo-tensei, fala! -disse ele com um olhar assassino nos olhos. Pude ver de relance o pavor de Deidara expressado em seu rosto. Eu mesmo estava com medo, mas eu não iria perder minha única chance de ver meus pais novamente e além do mais, já estava começando a sentir um certo sentimento pelo loiro, mesmo depois daquele soco.

Deidara e eu ficamos muito tempo juntos, aqui no mundo humano, no inferno, novamente aqui no mundo humano. Ele sempre foi um moleque, a qual eu sempre tinha que proteger, embora ele fosse forte o suficiente para se defender sozinho, isso é claro, quando não tinha as bombas canceladas pelo elemento raio.

-Não vai falar, não é mesmo? -disse Kabuto.

Rapidamente ele invocou uma espada comprida e fina e ergueu a mão. Fechei os olhos e senti a espada furar um pouco meu estômago. Com o impulso que ele havia pego ao levantar a espada no ar, não seria somente isso que ela iria penetrar. Abri os olhos e me deparei com os olhos azuis de Deidara. Olhei pra baixo e vi a espada atravessada no estômago de Deidara chegando ao meu estômago.

-O que você fez, idiota? -perguntei com a voz fraca.

Deidara iria responder, mas ao abrir a boca o sangue começou a cair de sua boca, pingando no chão.

Kabuto retirou a espada, doeu em mim e deveria ter doído muito mais em Deidara já que ultrapassou seu estômago.

-Não preciso mais de vocês, e Sasori, você vai morrer sem espalhar o segredo para ser libertado do edo-tensei. -disse Kabuto com um sorriso sarcástico e então ele sumiu pela floresta.

Deidara estava muito pálido, ele não iria aguentar muito. O meu sangue jorrava pela barriga,eu também não aguentaria por muito tempo. Meu plano foi um fracasso, mas a essas horas eu já não me importava muito com isso, estava preocupado com a dor que Deidara estava sentindo. Eu estava preocupado com o loiro e o resto do mundo que dane-se.

-Deidara, sinto muito. -falei o deitando no chão.

O loiro abriu a boca tentanto falar algo, mas a voz não saía, ele estava muito fraco. A gente já estava ferrado mesmo e então agi por impulso. Aproximei meu rosto do seu e o beijei. É, cada vez mais consigo entender a arte da explosão do Deidara, era igual a minha vontade súbita de o beijar.

Parei de o beijar quando já não senti mais sua respiração. Deidara havia morrido e seu corpo estava se reduzindo a pó. Pensei que ficaria triste por não ter conseguido realizar minha missão, mas eu estava triste por não ter feito nada a mais para o salvar do inferno. Ele não merecia isso. Fechei meus olhos e então novamente eu estava morrendo. Meu corpo estava se despedaçando.

Ao abrir novamente o olhos, eu estava no céu. Com certeza Liz iria me informar que eu havia falhado na missão e por isso não teria o direito de permanecer ali. Foi então que olhei pro lado e vi ele. Deidara estava com o olho arregalado, surpreso com aquele local.

-O que é isso? -perguntou ele mais pra si mesmo.

-É o céu. -respondi.

Só então Deidara me notou ali. Ao me olhar, eu sorri, então ele veio até mim e me abraçou.

-Danna, eu te amo! -disse ele. Eu retribuí o abraço.

-Parabéns Sasori, conseguiu realizar a missão com sucesso. -disse Liz. -Agora você e Deidara podem entrar no céu, há alguém esperando por vocês!

Não pensei duas vezes, saí correndo segurando a mão do Deidara que ficou sem entender nada. Então vi meus pais sorrindo para mim, e ao lado deles estava minha avó. Fui correndo os abraçar e pedir perdão por tudo o que eu havia feito. Olhei de relance para Deidara, ele estava sorrindo.

Então Liz apareceu e chamou todos nós para uma conversa.

-O que foi Liz? -perguntou minha mãe.

-Vocês receberam uma nova chance de poderem viver no mundo humano. -disse Liz, com um sorriso.

-Eu não quero sair daqui,un! -disse Deidara. -O mundo humano me faz lembrar de coisas que ruins que eu já fiz, un...

-Por isso mesmo que vocês vão voltar como reencarnação. -disse Liz.

-Como? -perguntou minha vó.

-Vocês terão uma nova vida, a mesma alma, mas em corpos diferentes. -disse ela.

-Mas como eu vou reconhecer o danna,un? -perguntou Deidara.

Acho que essa era a pergunta que todos queriam fazer, do que valeria a pena voltar ao mundo humano se eu perderia o contato com meus pais, minha avó e Deidara?

-Pelos sentimentos. Mesmo que você esteja em outro corpo, Deidara, sua alma continuará a amar a alma do Sasori. -disse Liz.

Todos nós ficamos pensando, até que então concordamos com Liz. Nós aceitávamos reencarnar. Era mais uma chance para eu e Deidara ficarmos juntos no mundo humano, dessa vez sem erros.


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Notas finais do capítulo

Aceito críticas construtivas e obrigada por ler! :D