Mitternacht escrita por Ami


Capítulo 1
Meia-Noite


Notas iniciais do capítulo

Tenho uma forte tendência para songfics obscuras, não pensem que só sei escrever isso T_T
Espero que gostem!

Narração da Yuuki.
Até as notas finais o/
Boa leitura!



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O sol acaba de se por

Na parede escura reluz o vitral rubro

A lua surge através da janela

Ele...

Está aqui!

Quando as carruagens carregam a manhã

e as lamentações dos mortos ressoam

acima do pescoço jaz a marca

Este altar é um cemitério, o lugar do nosso casamento

Os vampiros estão sorrindo, escarnecendo

A festa irá começar

Quando o submundo vem reinar acima...

É meia-noite.

Quando o relógio começar a bater

Fria e densa nuvem negra

Te tocando de leve...

...Meia-noite!

O cavaleiro da escuridão está a me esperar

Em sua capa escura, captura a noite

Os seus olhos reluzem como faróis na baía

Espalhando suas asas

Sorrisos malignos, silhuetas no escuro

Velas e castiçais no acontecimento desta era

Vampiros e bestas, criaturas horrendas

Os lobos acompanham, as árvores estão secas

Nefastos, medonhos, demônios na terra

Olhos vermelhos apavorando os seres, fulgurando na penumbra

Eles começaram a chegar, mortos-vivos procurando uma luz

Caminhando e rastejando, deformados, sem vida.

Eles vieram honrar o senhor das trevas

Implorando misericórdia, tentando tocar o poder, curvando-se ao rei

Com que vou me casar

O lugar sob a noite

O lugar sob a noite

Espiritos na névoa

...Meia-noite!

Neste cemitério vamos nos casar

E eu caminho ao altar...

O meu noivo está morto, a sua amada vem vindo

Kaname me espera, meu irmão me espera

Sua capa escura dançando com o vento.

Ele me estende sua mão

Está pronto para me amar...

Meia noite noite escura

A crueldade dos espíritos

O sino bate

Doze vezes

Quem tem medo do escuro?

...Meia-noite!

A lua nasceu vermelha e sanguinária

Um frio percorre a espinha, o sopro dos mortos ressurge

A coruja lançou seu olhar mortal

Minhas mãos brancas tremelicando ao segurar o buquê

Mais frio e mais silencioso

Então é aqui que vamos nos casar... ao lado das covas e criptas

Neste cemitério sinistro.

Os elfos e gnomos tiveram de se esconder

Para nossa cerimônia começar

Mas ainda estou viva e meu coração teme

Os morcegos subiram aos céus, interrompendo a luz prateada.

Surgiu um lobo no alto da colina, uivando ao luar

É este o momento!

O sangue congela em suas veias

Seu medo amarra ao seu pescoço todos os seus temores

Ouça o seu coração e os sinos baterem

Isso é a noite...

...Meia-noite!

Nossos dedos se entrelaçaram e sua pele fria e pálida tocou a minha

Seu sorriso ameno ardeu em minha face

Você abriu seus braços envolvendo-me na capa obscura

O tecido vermelho encobriu o meu corpo

Cercados de velas estranhas

O Rito iniciou-se logo

Seus dentes brancos como marfim trancaram-se em minha carne

Rasgou minha garganta e bebeu da minha vida

Seus lábios vermelhos pediram por mais

Restou-me apenas morrer em seus braços

O lugar sob a noite

O lugar sob a noite

Espiritos na névoa

...Meia-noite!

Havia sangue sob meus pés

Escorreram em fluxo pelo branco vestido

Sim, estava feito.

Não podemos ser loucos juntos?

A cidade calava-se ao longe.

O seu vulto assombrava meus sonhos

No meio da noite...

Meia-noite..

Media nox obscura nox

Meia noite noite escura  

crudelitas animarum

a crueldade dos espíritos

campana sonat
o sino bate
Duo decies

doze vezes

Mitternacht!

...Meia-noite!

Sangue!

...Meia-noite!

Espiritos na névoa

...Meia-noite!

Sangue!

Meia noite noite escura

a crueldade dos espíritos

o sino bate

doze vezes

Oh meu Deus! Sangue!

...Meia-noite!

Dói e arde

E sufoca-me o ar

Meu corpo está quente, terror, pavor! Horror, meu Deus!

Dói demais!

Demais, demais!

Anjos estão me buscando?

Anjos?

Despindo e abraçando-me com as trevas?

Dentes penetrando minha pele

Eu estou carbonizando!

Crueldades da noite

As duas faces da lua...

Eu não..

Não posso mais!

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Tudo estava negro... então eu vi o teto de cor creme, as cortinas vermelhas. Meus olhos rodavam.

- Yuuki? Yuuki? – ele dizia, tocando meu ombro. Acordei com um salto e assustei ele também.

- Deus do céu! – falei, agarrando Kaname pelo pescoço. Dormimos juntos??

- Estava tendo um pesadelo, Yuuki – dizia ele com voz mansa – Eu disse que você não ia agüentar a pressão.

Fiquei enrubescida e voltei a me deitar. Oh, sim, dormimos juntos... Tentei lembrar da noite anterior. Nosso casamento! Não foi num cemitério graças a Deus. Foi numa catedral linda. Mas parece que me excedi na lua de mel... fiquei vermelha de lembrar.

- Bem, sem mordidinhas da próxima vez, então – declarei, enraivecida. O travesseiro estava manchado de sangue.

Kaname ficou atônito e assustado, como se eu pedisse a ele para cortar fora seu pinto.

- Desculpa desculpa desculpa – ele disse, beijando meus ombros e pescoço desesperadamente – Eu vou morder de leve, prometo.

Eu sorri, vitoriosa. Ah, como é bom ser mulher.

O sino toca

Doze vezes...

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Notas finais do capítulo

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