‘’- É verdade, querido. – Fechei a porta na cara dele. Até parece que nunca viu. É, realmente ele nunca viu. ’’

Entrei em casa e fui ao meu quarto. Praticamente arremessei as sacolas na cama, e comecei a procurar as mamadeiras. Peguei duas e com a mão direita e com o barco esquerdo peguei Ashley. Fui à cozinha e coloquei Ashley de novo no balcão. Coloquei o leite nas mamadeiras e em seguida as coloquei no isopor. Me virei e lá estava ela com um dos olhares mais curiosos que já vi e com certeza um dos mais lindos também. Fiquei olhando ela, durante minutos. E claro, com uma cara de bobo. Ela começou a fechar os olhos bem devagar, e, Deus já vai amanhecer e eu acordado que nem uma besta vendo ele quase dormir.

- Então Ashley, vamos dormir? E como é seu primeiro dia aqui, você vai dormir comigo, ok? – E enfim, fechou os olhos completamente. A peguei com o muito cuidado e sai da cozinha. Enquanto andava pelo corredor à caminho do meu quarto ouvi alguém bater na porta. Com certeza era Tom. Mudei minha direção e fui a encontro da porta. – Quem é? – Não sei por que perguntei isso, mas... O cuidado nunca é demais, não?

- Bill, sou eu ô demente! – Porra, pode ser um pouco mais gentil?

- Também te amo e já vou abrir. – Peguei a chave no criado mudo ao lado da porta e olhei para Ashley. Enquanto rodava a chave fiquei me perguntando o que Tom pensaria sobre a Ashley. Será que Le vai pensar que minha filha? Ou então, é filha dele, e eu estou escondendo dele? Deus, só Você sabe. Só Você. Virei toda a chave e abri a porta. Olhei para Tom de cima para baixo e percebi que ele não estava bêbado. Voltei minha atenção para seu rosto de novo e percebi sua aparência assustada olhando para Ashley. E voltou sua atenção para mim.

- B-Bi-Bill, quem é e-essa? – Percebi que mentalmente ele implorava para eu não dizer que era filha dele.

- Tom... Eu tenho que explicar uma coisa. – Olhou para Ashley e voltou a olhar para mim.

- Por favor, Bill, não me diga que é minha filha. – Não disse? Ninguém conhece Tom como eu.  – É minha?

- Não Tom, não é sua filha. - Vi seu rosto ganhar uma feição mais calma. – Na verdade ela será minha filha. O mais rápido possível.

- O que? – Seu rosto voltou a ter uma feição assustada. – Como assim? Ela será minha filha? Bill Kaulitz, o que você está aprontando? – Estou ferrado! Quando ele diz meu nome completo, salve-se quem puder!

- Tom, por favor, me escuta. – Disse quase implorando a ela. – Mas, primeiro, temos que entrar. Não quero ter uma conversa com você na porta de casa. – É tenho certeza que ele não é surdo. Tanto que, entrou com uma pressa tremenda que me empurrou e quase que deixei a Ashley cair.

- Hey! Não olha por onde anda, não? – Perguntei indignado, mas, será que ele é surdo? Provavelmente. Já que não virou o rosto quando fiz a pergunta. Espero que seja. E como espero.

- Vamos logo Bill, vai ficar parado aí? – Perguntou com o mesmo tom sínico que perguntou a alguns segundos atrás. – Bill, você é surdo? Vai ficar aí parado? – É, algumas vezes pensamos a mesma coisa. Lindo, não?

- Hã? A sim, já estou indo. – Disse enquanto anda em direção ao sofá. Sentei, olhei para Ashley que já estava dormindo e voltei minha atenção para Tom.

- Então Bill Kaulitz, me explique isso direitinho. Com todos os detalhes. – Deus, estou muito ferrado! Ele disse meu nome completo de novo.

- B-Bem, T-Tom, como vou explicar p-pra vo-você? – Me embolei tanto nas palavras que nem sabia direito o que estava dizendo – Calma, Bill. Vou te explicar do começo.

- Do meio que não seria, não é? – É assim, Tom? E sabia que as vezes tenho uma enorme vontade de socar sua cara? Não, você não sabe. Infelizmente.

- Ok, vou ignorar seu grande senso de humor. – Imediatamente vi o sorriso sínico que existia em seu rosto acabar. – B-Bem, hoje, como tenho feito todas as noites, estava assistindo TV, trocando de canais, e parei em um canal que estava passando um comercial do McDonalds, então eu pensei que...

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Cada vez que lhe explicava o que tinha acontecido naquela noite olhava seu rosto ganhar feições mais assustadas que as anteriores, se possível. Assim que terminei de falar ele olhou para um lado, olhou para o outro e fez uma cara um tanto besta.

- Ai, vi que ela estava quase dormindo e decidi dormir. Mas você chegou e aqui estamos. – Olhou para Ashley e depois me olhou. Parecia um ritual que ele repetia varias vezes.

- Bill, você tem certeza que vai adotá-la? – Não! Essa é a filha da vizinha e você caiu na minha pegadinha! Às vezes acho que ele se finge de idiota para me aborrecer.

- Vou sim, Tom.

- Tem certeza Bill? – Tinha um olhar meio inconformado. Mas sei que isso não vai durar muito tempo.

- Tenho certeza Tom. – Olhou para Ashley e depois para o chão se dando por vencido.

- Então tudo bem Bill. Você é já um adulto, não vou me intrometer suas decisões. – O que? Não vai se intrometer nas minhas decisões? Tom Kaulitz, como assim? Está parecendo mamãe falando essas coisas.

- Que bom que você sabe isso, Tom. – Disse com um tom bem sínico.

- É, sei tanto que vou deixar sua ignorância de lado e vou dormir ok? Vou dormir antes que me estresse com você. – Dizia enquanto andava para seu quarto.

- Tem certeza? Pois acho que você já esta estressado.

- Cala a boca, Bill! – Fechou a porta com tanta força que eu posso jurar que as paredes tremeram.

Me levantei com Ashley já dormindo no meu colo e entrei no meu quarto. Deitei Ashley no lado esquerdo da cama e fui ao banheiro fazer minha higiene. Assim que sai do banheiro fui correndo para a cama. Me deitei ao lado da Ashley enquanto pensava em como eu reclamava que minha vida era a mesma. Mal sabia eu, que em uma noite ele iria virar de cabeça para baixo. E acabei por dormir. Aquela madrugada não poderia ter sido melhor. Também com o sonho que tive. Eu e o Tom estávamos em Hamburgo brigando no carro quando ele bateu em um caminhão, ficou duas semanas em coma e morreu. Graças a Deus eu tive apenas um braço quebrado. Lindo, não?