Por Acaso escrita por Talita Sagittarius


Capítulo 3
O Conselheiro de Pandora


Notas iniciais do capítulo

Nota: Quando a fala estiver entre # #, quer dizer que o personagem está pensando.



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Era uma bela manhã. Morcegos voavam, pessoas morriam e pouco a pouco o inferno se enchia novamente.

Pandora acorda com alguém batendo na porta de seu quarto.

Pandora ­ - Ô desgraça! Ainda são 11h55 e já me acordam!

Pandora abre a porta.

Pandora -­ O que quer?

Radamanthys ­- Bom dia, senhorita! Está um dia muito bonito e pensei em trazer seu café da manhã. Mas se preferir, o almoço já está pronto.

Pandora -­ Eu quero os dois.

Pandora toma a bandeja de café da manhã das mãos de Radamanthys.

Radamanthys -­ Eu vou buscar o almoço.

Pandora ­- Estão desinfetando a cozinha?

Radamanthys -­ An?

Pandora -­ A primeira e última vez que você trouxe comida para mim foi quando as almas da oitava prisão se revoltaram e invadiram o castelo, sujando toda a cozinha.

Radamanthys ­- Ah... É verdade, mas não se preocupe, pois está tudo em ordem. Só vim te trazer o café da manhã porque... Ahh... Eu queria ver você.

Pandora -­ Queria me ver para quê? Ah, já sei! Veio pedir dinheiro! Eu não vou te emprestar! Da o fora daqui!

Radamanthys -­ Não, senhorita! Não é isso.

Pandora -­ Se manda! Cai fora!

Radamanthys ­ Eu vou trazer o seu almoço.

Pandora -­ O quê que foi? Acha que não tenho pernas para ir até a cozinha? Só porque Zeus se esqueceu de ressuscitar metade dos escravos do castelo, não quer dizer que eu vá passar fome porque ninguém trouxe comida para mim.

Radamanthys -­ Não é isso. Eu só...

Pandora ameaça jogar a bandeja de café da manhã na cabeça de Radamanthys e ele vai embora depressa. A irmã de Hades fecha a porta, vai até a janela e abre a cortina.

Pandora -­ Nem sinal do sol, urubus por toda a parte e o lago de sangue está ainda mais cheio... Ele tem razão. Está um belo dia.

Alguém bate na porta e Pandora abre.

Pandora -­ Putz!

Radamanthys ­- Desculpe voltar aqui, mas vim lhe informar que chegou uma alma nova e não sei em qual dos infernos ele deve ficar.

Pandora ­- Isso é trabalho do Lune.

Radamanthys -­ É, mas ele decidiu tirar férias e foi visitar os parentes em Marte.

Pandora ­- Lune é marciano?

Radamanthys ­ Sim.

Pandora -­ Mas eu acho ele tão parecido com o Mu, um dos cavaleiros daquela inútil.

Radamanthys - Lune é primo de 6º grau do Mu.

Pandora -­ Ah ta...

Radamanthys ­- Que coisa, não?!

Pandora ­- Deixa de conversa fiada! Quem ele pensa que é para tirar férias sem me dizer nada?

Radamanthys ­- É que ele sabia que se dissesse, você não iria deixar.

Pandora ­- É óbvio! E você? Porque me olha com essa cara de trouxa? Está pensando em tirar férias também?

Radamanthys ­- Não, senhorita. Eu não tenho família.

Radamanthys faz cara de coitadinho.

Pandora ­- É filho de chocadeira?

Radamanthys ­- Não. Eu quis dizer que minha família morreu.

Pandora ­- Ah ta. Mas de todo jeito, eu me acerto com o Lune quando ele voltar.

Radamanthys ­- Se ele voltar...

Pandora ­- Como é?

Radamanthys ­- Ah... Eu... Disse que sim, faça como quiser.

Pandora ­- E o que você ainda faz aqui?

Radamanthys -­ Ora, eu vim perguntar para onde mando o sujeito.

Pandora ­- Vir me pedir opiniões e me dar recados é trabalho do Minos. Ele também tirou férias?

Radamanthys -­ Não. Er... Ele não estava se sentindo bem e pediu para eu vir no lugar dele.

Pandora ­- Ta... Então leia o relatório da vida do infeliz pra eu ver para onde mando ele.

Radamanthys - Ah, senhorita... A vida desse sujeito eu já decorei.

Pandora ­- É conhecido seu?

Radamanthys ­ Na verdade é seu também. É o Aioros que voltou.

Pandora ­- O Aioros? Mas tem dois dias que ele ressuscitou!

Radamanthys ­- Bem, você sabe que Atena não gosta dele. Nem imagino o motivo, mas ela gosta que ele fique no inferno.

Pandora ­- Traga-­o até o castelo. Não pretendo mandá­-lo para alguma prisão, o infeliz já pagou os pecados dele e de todos os cavaleiros juntos.

Radamanthys ­- Ele vai... Morar aqui?

Pandora ­- Não sei. Quero conversar com ele. Ele deve servir para alguma coisa.

Radamanthys saiu do quarto e foi buscar Aioros. Cinco minutos depois ele retorna com o cavaleiro de Sagitário.

Aioros -­ OLHA EU AQUI DE NOVO!

Pandora ­ Por Hades! É você mesmo.

Aioros ­- Claro que sou eu! Que outro cavaleiro de Atena vive no inferno?

Pandora ­- Todos eles, afinal de contas o Santuário é o lar deles.

Aioros -­ Ah, como você é engraçada! Eu senti falta do seu bom humor!

Pandora -­ Ei! Você está diferente! Você nunca gostou de mim e agora fica cheio de alegria só em me ver, fala que sentiu saudades e tudo mais. O que houve?

Aioros ­- Quê isso, querida Pandora! Eu sempre fui assim.

Pandora ­- Querida Pandora?! Fala logo o que você quer.

Aioros ­- Querida Pandora, eu não sou interesseiro.

Pandora -­ E pare de me chamar de querida Pandora.

Aioros ­- Tudo bem, eu paro.

Pandora ­- Esses homens estão ficando loucos. Mas conte logo, por que você voltou pra cá?

Aioros -­ O Santuário é muito chato, eu tenho que aguentar a Saori me oferecendo comida envenenada e dizendo que eu deveria me aposentar, meu irmão fica na minha casa me enchendo o saco o dia inteiro dizendo que quer recuperar o tempo perdido jogando futebol de botão, o Seiya fica querendo brigar pela armadura de Sagitário, o Shura fica se desculpando por ter me matado, o Shiryu tenta juntar dinheiro para casar e fica querendo me vender pastel de vento, Hyoga e Camus me ligam toda hora perguntando se eu não quero comprar alguma escultura de gelo, Saga e Miro ficam passando trote pelo telefone, o que eu acho uma idiotice...

Pandora ­- Também acho.

Aioros ­- E tem outros fatores também. Agora entende porque eu voltei?

Pandora -­ Perfeitamente, você é mais feliz aqui mesmo. E quem te matou?

Aioros -­ Saori, claro. Na última vez que ela colocou veneno no meu café e me ofereceu gentilmente enquanto dizia, pela milésima vez que só iria abençoar a armadura de sagitário quando fosse o Seiya quem vestisse, eu fingi que não percebi e bebi o café. Mas cá entre nós, eu amaldiçoei a armadura e pretendo assombrar com afinco qualquer um que se aproxime dela. -­ Sorri orgulhoso. – E o Seiya achando que será o próximo cavaleiro de Sagitário... – Ri maquiavelicamente.

Pandora ­- Entendo. -­ Diz com cara de tédio. -­ Então seja bem vindo novamente.

Aioros ­- Obrigado. E onde vou ficar dessa vez?

Pandora -­ Aqui mesmo.

Aioros -­ No seu quarto! Que ótimo!

Pandora dá um soco na cabeça de Aioros.

Pandora ­- Não no meu quarto, seu tarado. Aqui no castelo. Provavelmente numa masmorra.

Aioros ­- Tudo bem. Vou ficar o dia todo descansando lá.

Pandora ­- Quem disse? Você vai ser meu escravo, digo, mordomo.

Aioros -­ É MESMO?! QUE HONRA!

Pandora -­ Você começa a trabalhar amanhã mesmo. Esteja na porta do meu quarto na hora em que eu acordar.

Aioros -­ E como vou saber a hora que você vai acordar?

Pandora -­ Se vira. Se for preciso fique a noite toda acordado.

Aioros ­- Não se preocupe, não vou me atrasar nunca.

Pandora -­ Acho bom mesmo. E você? ­- Olhando para Radamanthys ­- Está fazendo o quê aí parado?

Radamanthys ­- Nada.

Pandora -­ Eu sei que não está fazendo nada. Então procure algo para fazer.

Radamanthys ­- Sim, senhora.

Pandora -­ Senhora é a *&%$#@!! Me chame de senhorita Pandora.

Radamanthys ­- Tudo bem, senhorita Pandora. #Ela ainda está brava comigo. Eu vou dar um jeito nisso hoje.#

Aioros e Radamanthys saem do quarto. Poucos minutos depois, Pandora aparece na sala para almoçar e se senta ao redor da mesa, começando a se servir.

Radamanthys chega na sala.

Radamanthys – Que alegria em vê-la!

Pandora olha fixamente para o juiz.

Pandora – É comigo?

Radamanthys – Claro! Eu não ficaria feliz em ver mais ninguém.

Pandora – Que seja, agora cale a boca e venha comer.

Radamanthys – Que honra! Está me convidando pra comer na mesma mesa que você!

Pandora – Radamanthys... Você come na mesma mesa que eu desde que eu virei irmã de Hades e vim morar no inferno.

Radamanthys – Ah, é mesmo. Mas sempre foi uma honra para mim.

Radamanthys se senta ao lado de Pandora.

Pandora – Cadê Minos e Aiacos?

Radamanthys – Ah... Eles já comeram.

Pandora – Como é? Eles se atreveram a comer antes de mim?

Radamanthys – Não exatamente... É que na verdade eles não comeram direito. Estão passando mal.

Pandora – Os dois?

Radamanthys – Sim.

Pandora – O que eles tem?

Radamanthys – Ah... Não sei, mas não é nada grave. Só algumas dores no corpo.

Pandora – Que estranho... Depois vou vê-los.

Radamanthys – Não se incomode com eles. Logo estarão bem de novo. Ops!

Radamanthys esbarra no copo de vinho de Pandora, que cai sujando a toalha. Pandora olha feio para ele.

Radamanthys – Perdão, eu sou um inútil, vou limpar isso aqui e trazer mais vinho para você, mas por favor me perdoe, não era minha intenção, eu...

Pandora – Está bem, fique calado. Você tem sorte que hoje estou de bom humor. Mas você sabe porque derrubou meu copo, certo?

Radamanthys – É porque eu sou um inútil e...

Pandora – Também, mas o principal motivo é o lugar em que você está sentado. Não sei se reparou, mas essa mesa tem 24 lugares. Quando você chegou, você tinha 23 lugares para escolher onde sentar, mas resolveu se sentar bem ao meu lado.

Radamanthys – Desculpe, eu não sabia que te incomodaria, eu...

Pandora – Não tem problema se sentar ao meu lado. O caso é que você arredou a cadeira para tão perto de mim, que não posso nem cortar a carne sem esbarrar em você.

Radamanthys – Eu corto a sua carne se quiser...

Pandora – Apenas quero que se sente no devido lugar. Está quase na mesma cadeira que eu.

Triste da vida, Radamanthys arreda sua cadeira de volta para o lugar.

Aioros – Oh! Cheguei tarde para o almoço!

Radamanthys – Você não vai comer aqui. Sua comida já foi servida lá na masmorra.

Aioros – Não foi não!

Radamanthys – Claro que foi! Eu mesmo te entreguei.

Aioros – Era pra eu comer? Pensei que fosse a comida daquela criação de ratos que tem lá.

Pandora – Tem uma criação de ratos lá?

Radamanthys – Ah... Bem... Eles se mudaram para lá antes de Aioros...

Pandora – Radamanthys, você cria ratos na masmorra do meu castelo?

Aioros – Ele cria sim!

Pandora – Radamanthys!

Radamanthys – Não. Eles moram lá ha muito tempo, mas vou expulsá-los.

Pandora – Faça isso.

Aioros – Quando vou comer?

Radamanthys – Não tenho culpa se deu sua comida para os ratos.

Aioros – Mas como eu ia adivinhar que aquela coisa não identificável era comida para mim?

Radamanthys – Agora já sabe. Volte para a masmorra.

Aioros – Mas eu preciso comer.

Radamanthys – Já está morto. Mortos não comem.

Aioros – Eu como!

Radamanthys – Não vai poder morrer de fome. Daqui a pouco acostuma a ficar sem comer.

Aioros – Pelo menos a Saori me dava comida... Envenenada, mas era gostosa.

Pandora – Não mencione o nome da piranha.

Radamanthys – É, não mencione. Agora dê o fora daqui.

Aioros – Mas estou com fome!

Pandora – Sente-se e coma.

Aioros se senta diante da mesa todo animado e começa a se servir.

Radamanthys – Esse infeliz vai comer na mesma mesa que a senhorita?

Pandora – Deixe. Assim ele não enche mais o saco.

Radamanthys – Isso é uma honra para você. Está escutando, inútil?

Aioros – Chu Franchu tcha bom.

Radamanthys – Estúpido! Não fale com a boca cheia.

Aioros – Eu disse que o frango está bom.

Pandora – Calem a boca. Quero comer em paz.

Radamanthys – Quer comer em paz na companhia desse defunto ex-escravo de Atena? Ele nem tem educação!

Aioros -­ Ninguém tem educação no santuário de Atena. Não faz diferença na hora de proteger a deusa Atena.

Radamanthys ­- Você está me zoando, seu zé ninguém?

Aioros – Você só fica me insultando porque está com raiva de eu estar aqui segurando vela.

Pandora – O que quer dizer com isso?

Radamanthys – Cale-se Aioros. Deixe a senhorita comer em paz.

Pandora – Antes, me diga o que quis dizer.

Aioros – Eu vi a intimidade com que Radamanthys e você estavam comendo... Da até para imaginar que a sua sobremesa vai ser o Radamanthys. Huhuhu...

Pandora fica vermelha. Radamanthys fica roxo.

Pandora – Eu não permito piadinhas insolentes! Volte agora mesmo para a masmorra.

Aioros – Mas eu não acabei de comer.

Radamanthys se levanta.

Radamanthys – Obedeça a senhorita ou vou afrouxar o que sobrou de seus dentes.

Aioros – Como assim o que sobrou? Eu tenho todos. Ou você pensa que no santuário não existe dentista? Aqui não deve ter, então não me surpreende se você disser que usa dentadura, ou só tem os quatro dentes da frente...

Radamanthys segura Aioros pela camisa

Aioros – Já estou indo embora. Pode me soltar.

Radamanthys solta Aioros, que se levanta e se prepara para ir embora.

Pandora – E solte esse frango.

Aioros – Deixe eu levar para comer na masmorra...

Radamanthys – SOLTA LOGO O MEU FRANGO!

Pandora – Seu?

Radamanthys – Quer dizer... Nosso frango.

Pandora – An?

Radamanthys – Digo... SOLTA LOGO O FRANGO DA SENHORITA PANDORA!

Aioros – Credo... E ainda dizem que eu que não tenho educação.

Aioros devolve o frango e volta para a masmorra. Radamanthys volta a se sentar no seu lugar.

Pandora – E isso é culpa sua.

Radamanthys – Ele ter pegado o frango? Desculpe, eu ficarei mais atento quando Aioros se aproximar da comida. Vou revistar os bolsos das calças dele pra ver se ele não está levando nada e sempre...

Pandora – Não, imbecil. É sua culpa ele... Ter achado que temos um caso.

Radamanthys – Ah... Mas é que Aioros é muito idiota, e só porque nós formamos um belo casal ele pensa que estamos namorando. Ele se deixa levar pelas aparências... É muito burro.

Pandora – Formamos um belo casal? Da onde tirou isso?

Radamanthys enche a boca de comida e faz sinal que não pode responder por estar com a boca cheia. Quando termina de comer, ele se levanta depressa, na esperança de Pandora não voltar a tocar no assunto.

Radamanthys – Com licença. Vou ver como estão Minos e Aiacos.

Radamanthys se afasta o mais rápido que pode. Pandora termina de comer e vai dar uma volta pelo inferno.

— Rio Aqueronte –

Caronte – Ta achando que sou guia turístico? E que ainda trabalho de graça? Se não der dinheiro, pode esquecer.

Aioros – Só uma voltinha! A gente contorna o rio e depois volta. É que estou entediado.

Caronte – Então vá procurar outro pra atazanar.

Pandora – Aioros, o que está fazendo aqui?

Aioros – Aah! Pandora!

Caronte – Oh, senhorita! Que honra vir me visitar!

Caronte faz uma reverência.

Pandora – Estou fazendo uma caminhada. Andar de vez em quando é bom.

Aioros – É mesmo.

Pandora – E você está fazendo o quê, aqui? Mandei ir para a masmorra.

Aioros – É que os ratos estão fazendo uma festinha e disseram que eu estava atrapalhando.

Pandora ­ Que? Não invente. Vá para masmorra.

Aioros – É sério! Venha comigo e te mostro os ratos fazendo festinha...

Pandora – Não me irrite!

Caronte – Senhorita, se quiser, eu acabo com ele.

Aioros – Uh... Decaiu de guarda costas, ein? O Radamanthys ao menos tinha uma cara menos arregaçada do que esse aí. Falando nisso... Cadê ele?

Pandora – Não é da sua conta. Caronte, pode deixar ele comigo.

Aioros – Vai lutar comigo?

Aioros faz pose de luta.

Pandora – Não, demente. Vou acorrentá-lo na masmorra para que pare de dar voltinhas no inferno.

Aioros e Pandora começam a voltar para o castelo.

Aioros – Ah, não faça isso. Eu posso ser seu conselheiro particular.

Pandora – Ah, é? E vai me aconselhar o que?

Aioros – Hum... Diga alguma coisa que deixou você em dúvida. Qualquer coisa.

Pandora – Me pergunto por que ainda não me livrei de você.

Aioros – Ah, é porque eu sou seu conhecido antigo. Na verdade, eu vivi mais tempo com você do que em qualquer outro lugar. E a convivência acaba causando simpatia.

Aioros da um sorrisinho.

Pandora – Eu não acho você simpático.

Aioros – Não? Ah... Mas mesmo assim, minha companhia não é ruim.

Pandora – Se não fosse ruim, eu não estaria indo acorrentá-lo na masmorra para parar de encontrar você em todo canto que vou.

Aioros – Sinceramente, eu acho que você quer que eu saia do seu caminho para você dar uns pegas no loirão.

Pandora – Em quem?

Aioros – No Radamanthys.

Pandora – Ah, mas ele tem razão. Você é muito burro mesmo. Radamanthys é só meu escravo.

Aioros – Escravo sexual?

Pandora pega sua lança e espeta Aioros.

Aioros – Merda! Dói mais que o cetro dourado na cabeça...

Pandora – Se continuar me atazanando, mando você de volta para o santuário.

Aioros – Não! Não! Me acorrente na masmorra, mas não me mande para lá de novo!

Pandora – Então fique quieto.

Aioros e Pandora chegam na porta da masmorra e veem ratos dançando.

Aioros – Não me acorrente. Vou parar de aparecer quando você estiver com o Radamanthys...

Pandora – Pare de aparecer sempre. Não importa com quem eu esteja.

Aioros – Ta, mas não me acorrente.

Pandora – Ta bem, por hoje passa.

Pandora tranca a porta da masmorra e vai ver como estão Minos e Aiacos. Ela entra no quarto deles e fica escutando vozes que vinham do banheiro.

Minos – O que deu em você? Porque não quer mais que eu dê recados pra Pandora? É o meu trabalho!

Radamanthys – Pode deixar que eu faço.

Aiacos – Porque na hora do almoço você nos envenenou e nos trancou no banheiro?

Minos – Você está tentando tirar a gente do caminho da Pandora, né? Quer ficar sozinho com ela.

Radamanthys – Lógico que não. E eu disse para ela que vocês estão doentes. Se não querem morrer, é melhor que continuem mesmo.

Minos – Estou desidratado. Foi jogo sujo.

Aiacos – Você só conseguiu bater na gente porque tacou laxante no nosso miojo e nos espancou enquanto estávamos com dor de barriga. Mas quando nos recuperarmos, vamos arrebentar você.

Radamanthys – Sei, sei... Falem o que quiserem. Agora fiquem quietinhos aí. Duvido mesmo que consigam se levantar da privada.

Pandora escuta passos saindo do banheiro e rapidamente vai embora para o seu quarto, muito confusa.

Pandora – Porque Radamanthys quer tirar os outros juízes do meu caminho?

Aioros – Porque ele está apaixonado.

Pandora – O que você está fazendo aqui?

Aioros – Os ratos me expulsaram da masmorra.

Pandora – Eu tranquei! Como você saiu?

Aioros – Os ratos moram lá ha mais tempo que eu. Eles conhecem uma passagem secreta.

Pandora – Saia daqui. Quero ficar sozinha.

Aioros – Eu sei por que Radamanthys está estranho ultimamente.

Pandora – Então diga.

Aioros – Já disse. Ele está apaixonado.

Pandora – Por quem?

Aioros – Hahahaha... Você nem imagina...

Pandora – Não imagino mesmo. Não tem outra mulher aqui no inferno... Ele é gay?

Aioros – Não sei, mas ele não está apaixonado por um homem.

Pandora – Por um traveco?

Aioros – Ah, cale a boca.

Pandora – COMO É?

Aioros – Perdão, eu quis dizer que não. É por uma mulher mesmo.

Pandora – Como ela se chama?

Aioros – Pandora.

Pandora – E A VAGABUNDA TEM O MESMO NOME QUE EU? AH, MAS ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM.

Pandora pega sua lança e sai do quarto furiosa.

Aioros – Espera, Pandora! Deixe eu acabar de explicar. Eu estava falando de você... Ei! Droga... Ela já foi.

C.O.N.T.I.N.U.A...


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