Numb escrita por Rosalie_McCarty


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Dedicado à minha incrível mana mais velha, que sempre apoia minhas idéias loucas e me ajuda muito mais do que eu posso descrever.



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Numb

De: Rosalie McCarty

Para: Srta. Yuuki

Sasuke.

Eu conseguia sentir meu coração batendo no meu peito, o sangue quente correndo nos meus ouvidos. Meus olhos estavam arregalados enquanto eu mirava a cena na minha frente.

Lá estava meu herói, o meu maior exemplo, manchado com o sangue de toda a nossa família.

Tudo o que ele sempre me ensinou, tudo o que ele sempre me fez prezar, simplesmente estava desmoronando na minha frente.

Ele me disse: "Meu irmãozinho tolo. Se quiser me matar, me despreze, me odeie e viva uma vida miserável... Fuja, fuja e agarre-se à vida. Então um dia, quando você tiver os mesmos olhos que eu, venha até mim."

Meu soluço ecoou pela mansão da minha família, antes tão cheia de vida.

O meu rosto entregava a vergonha que eu sentia, fraco demais pra vingar as pessoas que eu mais amava, fraco demais pra tentar - verdadeiramente - matar aquele que eu mais amei.

Entretanto, eu me perguntava o porquê dele querer que eu seguisse seus passos.

Eu me sentia uma criança outra vez, seguindo seus conselhos como se fossem as coisas mais certas do mundo. Meu pai disse que você era meu maior exemplo, então... Isso era certo, não é?

Me vi preso entre a verdade e o que eu queria.

Uma parte de mim, queria matá-lo por tudo o que fez. A outra simplesmente queria ver a surpresa e admiração em seus olhos.

Sim, completamente fútil.

Mas você sempre soube que eu era assim.

Eu, entretanto, me desapontava mais uma vez por não conseguir ser o que você me disse pra ser.

Eu conseguia ver nós dois em cada canto daquela casa amaldiçoada, ainda ouvia meu riso e sua voz me repreendendo por algo.

Delírios intermináveis me deixavam entorpecido, levado de volta para a época de ouro da minha vida.

Onde tudo o que me preocupava, era ser o bastante pra te chamar de Aniki.

Mas, de repente, o sonho terminava. E eu me encontrava sozinho, perdido naquele escuro sufocante.

Eu estendia a mão, e você não estava lá pra segurá-la.

Era como se você fosse meu carrasco eterno, onde quer que eu estava, eu conseguia ver sua cara de decepção.

Mas antes que eu fosse pego por essa corrente, o riso estúpido e despreocupado dos meus 'companheiros de equipe' me tiravam do topor.

Por algum motivo, por mais idiota que eles fossem, eu conseguia sentí-los me tirando do fundo do poço onde você me jogou.

Mas era passageiro... Porque só de olhar meu reflexo num lago qualquer, eu me lembrava que nunca iria escapar de você.

"Eu só... Queria ser, uma vez, eu mesmo. Sem estar sob sua sombra, um reflexo do que fora o nosso clã."

Havia algo em você, que naquela época eu não conseguia identificar.

Uma urgência desesperada, quase lunática. Como você estivesse esperando que eu fosse inteligente o suficiente pra compreender.

Meus olhos nublados procuravam a resposta à deriva, como um cego procurando um fantasma na névoa.

Eu estava sufocado.

Desesperado para entender o que quer que você quisesse me dizer, mesmo que isso terminasse me matando.

Itachi.

Eu não queria ter de olhar em seus olhos antes de terminar, porque eu sabia que se visse aquele brilho de adoração em seus olhos infantis, eu não iria conseguir.

Será que você podia ver a dor em meus olhos? Ou será que estava tão afogado no ódio que só conseguia ver um traidos na sua frente?
Acredite, irmãozinho, eu poderia matar qualquer um. Menos você.
E, naquele momento, mesmo sem saber, você matou um pedaço de mim.
Grite, me chame de monstro, me odeie, tenha medo de mim. Mas não me olhe com esses grandes olhos decepcionados.
Eu não poderia...

É o certo, pensei comigo mesmo. Você está fazendo isso por ele.

Mesmo que você me odeie, mesmo que você me mate...
... Eu vou sempre amar você.
Você sentiria orgulho se eu disesse que é mais parecido comigo do que apenas físicamente? Não, eu sei que não.
Então, porque doí tanto?
Eu conseguia sentir meu sangue escorrer quente pela minha roupa, enquanto tentava desesperadamente chegar até você.
Diga-me, Sasuke, você se sentiu assim? Você estendeu as mãos pra mim, exatamente como faço nesse momento, e sofreu a decepção de não ser atendido?
Alguém desapontou você, não é, meu irmão? Sim, eu entendo você. Porque alguém me desapontou também.
.
Mas eu não quero que você saiba disso.
Porque eu estou feliz.
Eu ainda consigo ver aquele pirralho que corria atrás de mim em você. Por trás de todo o ódio, por trás de todo o medo, você é...

Sasuke.

Silencioso como uma serpente, aquele momento tão esperado se aproximava de mim. Zombando da minha fraqueza por querer correr até você.
Diga-me, meu irmão, como se sente agora? Eu sou o bastante pra você? Você tem orgulho de mim?
Apartir desse momento, o motivo que me levava à diante se afastava com cada gota de seu sangue que caía na terra.
Eu sabia a verdade: Eu nunca estaria feliz com isso.
Porque mesmo que eu seja um fraco pra você, mesmo que eu nunca seja dígno de dizer que fui irmão de Uchiha Itachi, você é...
Itachi e Sasuke.

Acima de tudo, a única coisa que importa, é que você é meu irmão.


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Notas finais do capítulo

[O Nyah conseguiu ferrar todo o texto, como puderam ver. Assim que eu conseguir, vou concertar. Por enquanto... Bem, não consigo deixar melhor que isso =/]