Hiroshimas Rose escrita por nathyouko


Capítulo 1
A rosa radioativa, estúpida e inválida...


Notas iniciais do capítulo

Yep, mais uma passagem minha por aqui. Sem romance desta vez, apenas um devaneio que me ocorreu durante uma aula interdisciplinar de História e Química, sobre bombas nucleares. E o Nyah tem algo contra apóstrofos, portanto, peço desculpas pelo título escrito incorreto. Boa leitura.



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Chovia. O céu escuro como poucas vezes já visto antes refletia a alma daquele que estava deitado no leito de um hospital de alta classe.

Os olhos castanhos estavam opacos e sem vida enquanto observavam a água bater no vidro violentamente – ao menos, o olho esquerdo, que não estava coberto por gaze e esparadrapo.

-Não achei que fosse chover tão cedo.

Kiku manteve-se calado, sem se virar para olhar aquele que lhe fazia companhia já há algum tempo. A última pessoa que desejava encarar no momento.

Alfred saiu do canto escuro em que estava encostado à parede e caminhou pelo quarto, parando em frente à bandeira japonesa que estava hasteada ao lado do leito.

-Você sabe – começou o loiro com a voz baixa – que foram ordens do meu chefe. Eu não fazia idéia do tamanho das conseqüências.

O americano tocou o pano branco com as pontas dos dedos enluvados, trazendo-o perto de seu rosto. Parecia-lhe ser seda.

-Se ao menos você tivesse se rendido... – soltou o tecido e se virou para o nipônico, debruçando-se no colchão de forma que deixasse Kiku entre seus braços – Se rendido à mim.

O loiro aproximou os rostos mais um pouco, uma de suas mãos tocando algumas mechas do cabelo negro que caiam sobre as ataduras.

-Você não irá morrer. Você é forte, irá se levantar... E me seguir. Esqueça os vilões, junte-se ao herói – Debruçou-se ainda mais, seus lábios quase tocando a bochecha pálida do japonês – Junte-se à mim.

O silêncio dominou o quarto por um ou dois minutos, nenhum dos jovens se manifestando por gestos ou palavras, até que Alfred se endireitou e retornou ao canto que ocupava anteriormente. Kiku ouviu-o se aproximar novamente após alguns instantes, seguido do barulho de papel plástico amassando e algo metálico chocando-se contra a mesa que havia entre o leito e a bandeira.

Logo, passos, a porta abrindo-se, fechando-se e então o silêncio. Somente após alguns momentos o nipônico virou o rosto para saber o que Alfred havia deixado ali.

Uma latinha de Coca-Cola e um buquê de rosas brancas. Kiku suspirou.

-Definitivamente – murmurou – você não sabe ler a atmosfera.

Atrás da porta, o estadunidense sorriu satisfeito ao ouvir as palavras pronunciadas em japonês. Ele conseguiria, no final.

-Huuuuh... Recrutando aliados desde já, América-kun, da?

Alfred virou-se e encontrou Ivan aproximando-se, um sorriso infantil contrastando com o olhar malicioso.

-Pois é. Todos querem estar ao lado do herói, afinal – concluiu, enfiando as mãos nos bolsos da jaqueta e rumando para a saída do hospital.

-É mesmo, não é? – Continuou o russo, sem se importar em parar o mais jovem quando este passou ao seu lado – No final, Japão-kun estará mesmo com você. Afinal – virou-se para encarar as costas do loiro, que se afastava sem se preocupar realmente em ouvir o que Ivan dizia – todos serão um com a Mãe Rússia. Especialmente você...Meu querido porco capitalista, huhu.


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Notas finais do capítulo

Pois é, a visão do Kiku enfaixado em uma cama de hospital, com a bandeira japonesa hasteada ao lado e Alfred olhando-o meio nas sombras do quarto simplesmente invadiu minha mente e não consegui sossegar até escrever algo. Obviamente, não perdi a oportunidade de incluir um breve momento Cold War no final, haha.

Espero que tenham gostado!