Ironia do Céu escrita por malu_way


Capítulo 1
One Shot




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A IRONIA DO CÉU

Todos sabiam que Gerard odiava praia. Isso estava praticamente carimbado em sua pele, que era branca demais. Por azar ou por simplesmente ironia do destino, ele foi obrigado a ir a uma, já que a família passaria o ano novo lá.

Na estrada, olhando pela janela do carro, Gee pôde perceber que o céu tentava contar alguma coisa. Avisar, talvez. Não captou a mensagem. Ignorou.

“O céu é inimigo do mar, por isso posso te ajudar...”ele ouviu essa frase, vinda de qualquer lugar. Não entendeu a mensagem, a viagem seria longa, adormeceu.

Chegaram no hotel, coisa simples. Ninguém sorria. Tiraram as malas, assinaram os papéis necessários. O quarto tinha cheiro de mofo, era apertado e pálido. “É o mais perto da praia que encontramos.” – ele ouvia sua mãe dizer. “Está ótimo, somos só em quatro pessoas” – ele ouvia seu pai dizer.

Se jogou em uma cama qualquer, estava realmente deprimido. Sentia algo lhe apertar o coração como se... Como se estivesse sendo chamado. Nem ele podia explicar que sentimento era aquele. O irmão veio discutir – lhe por uma razão qualquer. Ele odiava aquele momento, era um ódio que nem ele podia entender. Se levantou da cama. Ele se sentia andando, mas não andava. Era como se algo o guiasse. Ia sair do quarto, mas antes lançou um último olhar para o céu misterioso.

“ O mar está de ressaca hoje, então é bom não provocá-lo ! “ – ele ouvia. Essa frase lhe martelou sua mente o tempo todo que andava em direção a praia.

Sentiu seus pés afundando na areia, o céu o observava. Não estava completamente inconsciente. Estava entorpecido. Sentou na areia e ficou a encarar o mar. Veio- lhe a sensação de estar sendo chamado.

“Sou eu que estou te chamando, pode vir...” – dizia o mar.

Levantou-se e caminhou em direção a água. Sentiu o gélido invadir seus pés, seu corpo, sua mente, bem devagar. Estava realmente gelado. Mas agora nada importava, o mar já havia o envolvido completamente. “Está me faltando ar...”  - Gerard dizia, mas em vão, o mar não iria ouvi-lo – “Por favor, eu preciso respirar...”

Algumas horas depois, pessoas curiosas se reuniam na praia. Apontavam para o corpo que boiava na água . “Será a morte?” – murmuravam.

O irmão e os pais foram avisados. Sentiram culpa, sentiram muito, etc. Dor impossível de se descrever.

Além do destino, quem ria-se , irônico, era o céu.

“Estava avisado, lembram –se? : O mar está de ressaca hoje, então é bom não provocá-lo!”

QUEM IRIA ADIVINHAR QUE O MAR SERIA SEU FIM?

QUEM DIRIA
QUEM IRIA ADIVINHAR
QUE EU MORRERIA,
NAQUELA NOITE FRIA,
POR CAUSA DO MAR...

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