Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 25
Capítulo 25 - Waku Waku


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está bem... anh... Vamos apenas dizer que eu ainda não acredito que escrevi isso -.-'''

Boa leitura...



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Eu sei disso...

“Eu sei disso...”

Aaah, eu não acredito que fui capaz de dizer algo tão odioso! Por ficou tão difícil dizer simplesmente ‘eu também’... eu já disse tantas vezes antes... então por que ficou tão díficil falar qualquer coisa naquele instante? Foi por causa do que Hikaru disse? Eu não admito que aquela declaração tenha me deixado abalada!

Embora...

— Chegamos – a voz aveludada de Kaoru me acordou dos meus pensamentos.

Suspirei.

— Obrigada por me trazer em casa – eu disse, juntando os dedos das mãos. Queria algum assunto, ou qualquer coisa, para mantê-lo perto de mim e afastar todas as outras lembranças atordoantes.

— Não foi nada – ele respondeu, sorrindo. Como ele é capaz de sorrir tão perfeitamente dessa maneira num momento como esse? Meu coração palpitou dolorosamente ao ver seu sorriso doce, direcionado somente para mim. Me senti aliviada ao constatar que ainda me sentia trêmula e agitada quando ele olhava para mim dessa maneira. No que raios eu estava pensando?

— K-kaoru-kun! E-eu... só queria que você soubesse que me sinto muito feliz ao seu lado...eu amo você! – disse, corando até a raiz dos cabelos, encarando os orbes de mel com toda a minha coragem.

Kaoru se aproximou, depositando um breve selinho nos meus lábios, causando arrepios na base das costas. Tocou minha face com delicadeza, fechando os olhos, e se aproximando novamente. Senti seu maravilhoso cheiro, que me inebriava.

— Hanako – ele murmurou, tocando meus lábios enquanto falava, me deixando ainda mais tonta – por favor, prometa que não vai mais falar com o Hikaru! Nem mesmo estar no mesmo ambiente que ele!

— Anh? – eu fiquei um pouco surpresa com o pedido, mas acenti rapidamente, ávida por tê-lo mais perto finalmente. Ele sorriu, depositando mais um beijo leve, e aprofundando logo depois.

— Hanako nee-chan! O que é isso??? – uma voz estridente e aguda exclamava com ironia. Sobressaltei-me, afastando Kaoru instintivamente.

Minha mãe me encarava intrigada, ao lado de Izumi, que ria com escárnio, ambas carregando sacolas de compras. Perdi o chão por alguns segundos, imaginando em que tipo de universo paralelo havia me metido. Ter minha mãe e Kaoru no mesmo lugar parecia agora bem surreal.

— Ah! Wakamiya-san – Kaoru sorriu educadamente, sem se abalar. Aproximou-se da minha mãe, com a mão estendida e um sorriso irresistível no rosto – É um prazer finalmente conhecê-la.

— Então é você quem anda saindo com a minha filha... – minha mãe retribuiu ao cumprimento, com o olhar investigador analisando Kaoru.

Engoli em seco.

Aquela seria uma noite interminável...

-


Senti minhas pernas enrijecerem, e constatei que estava na mesma posição a cerca de uma hora. Mal conseguia respirar. Kaoru, sentado também imóvel ao meu lado, parecia estar no meio de um interrogatório da polícia. E de fato, estava... Minha mãe em nenhum momento parou de fazer perguntas, que iam desde o simples “quais as suas intenções com a minha filha” até o exagero mortal “até onde vocês chegaram” ou “qual a intensidade de seus sentimentos”.

Definitivamente, sem sobra de dúvidas, aquela foi a primeira noite na minha vida em que eu pensei: Eu quero morrer!

Depois de muito tempo fazendo perguntas, ela finalmente decidiu se conformar com o fato de que Kaoru não era um desocupado, delinquente ou aproveitador, e parou com o surto de juíza suprema da inquisição, oferecendo até mesmo um chá, e o convidando para jantar em casa. Senti um imenso alívio e gratidão, por minha mãe ter ao menos o mínimo de empatia e perceber o nível de constrangimento que ela nos obrigou a agüentar, parando com toda aquela cena.

Entretanto, para meu total desespero, Izumi voltou à sala, com o seu terrível sorriso chantagista sarcástico destacando-se. Com calma e leveza nada características, ela sentou-se ao lado de Kaoru na mesinha. Fitou-o intensamente durante vários segundos, sem nenhuma noção de espaço, e depois suspirou.

— Você tem realmente muito bom gosto, Hana nee-chan! Ele é muito mais bonito do que eu achei que você fosse capaz de conseguir... na verdade, eu duvidei que algum dia você fosse conseguir um namorado!

Trinquei os dentes, reprimindo a vontade de pular em cima de Izumi e arrastá-la pelos cabelos para fora da sala.

— Sabe, uma vez eu encobri a Hana nee-chan numa fuga no meio da noite... ela voltou até com uma pulseira bem bonita e brilhante! Era com você que ela ia se encontrar? Foi você quem deu a pulseira pra ela? – Izumi continuou, empolgada, ignorando habilmente os olhares mortíferos lançados por mim.

— Não – Kaoru respondeu, sorrindo, e estranhamente achando a situação divertida.

— Agora já chega, Izumi – minha mãe apareceu, trazendo uma bandeja com chá da cozinha. Sorria, enquanto dizia com o olhar para Izumi deixar de ser impertinente. Ela suspirou, derrotada. – é melhor vocês irem para o quarto, para conversarem melhor. Saibam que eu tenho ouvidos muito bons, e sou rápida para subir as escadas. Posso aparecer por lá a qualquer momento!

— Mãe! – exclamei exaltada, corando tanto quanto era possível, com a gargalhada de Izumi ecoando nos meus ouvidos. Levantei, acompanhada de Kaoru, e segurei a bandeja com as xícaras que mamãe me estendia. Queria poder enfiar minha cabeça num lugar pequeno e escuro e não ter que sair de lá jamais.

— Eeeei, Kaoru nii-san! – Izumi disse, levantando o braço – Se você se cansar da magricela, saiba que eu sempre estarei aqui! Não sou tão nova quanto pareço! – Ela piscou, no auge de seus 11 anos. Maldita pirralha!!

 Sorri, tentando parecer controlada, mas a áurea assassina vermelho-sangue que surgia atrás de mim era palpável. Subi as escadas, sem olhar para trás. Entrei no meu quarto, apoiando a bandeja sobre a mesinha baixa do centro.

— É a sua irmã?

— Prima. Uma encostada, na verdade... - respondi, ainda irritada com Izumi. Kaoru riu, parecendo divertir-se com a situação.

Foi então que a ficha caiu, e eu percebi que estaria sozinha no meu quarto com Kaoru, de fato.

Senti minhas pernas bambearem, e por pouco não caí de joelhos no chão. Sorri desajeitada para Kaoru, que me acompanhava com o olhar. Sentei no tapete, em frente à mesa, e ele fez o mesmo, servindo-se de chá. Olhava ao redor com discreto interesse, bebericando aleatoriamente. Qualquer um que observasse, diria que ele estava se sentindo em casa.

Aquela situação era extremamente embaraçosa, mas eu não pude evitar de me sentir feliz em ter Kaoru aqui, perto de mim. Minha mãe tinha gostado dele (ou não teria servido chá) então ele era oficialmente meu namorado... talvez eu até já pudesse planejar nosso casamento heheheheh...

Kaoru remexeu-se no chão, parecendo desconfortável. Claro, que idéia a minha, fazê-lo sentar-se no meu tapete dessa maneira!

Levantei rapidamente, sem saber ao certo como agir.— V-você não quer sentar aqui na cama, Kaoru-kun? É mais confortável! - eu disse, sentando na cama, e dando pequenos tapinhas ao meu lado.

Tarde demais, percebi a verdadeira conotação das minhas palavras, e senti meu rosto ardendo imediatamente.Kaoru-kun sorriu, sentando ao meu lado. Será que ele tinha percebido o que eu disse?

— Hana-chan... eu gostaria que soubesse que eu fiquei muito feliz de ter conhecido sua família. Parece ser muito divertido viver aqui! - ele disse, sorrindo sincero. 

Sorri sem-graça em resposta, lembrando das vezes em que Izumi colocou cola no meu shampoo, ou wasabi no meu chocolate quente... sim, é beeem divertido...

— Bem, eu estava planejando dizer isso hoje mais cedo, mas não foi possível... - ele continuou, colocando a mão na nuca e olhando para o teto - mas minha mãe pediu que eu convidasse, você e sua família, para uma festa que ela vai dar no fim de semana.

Senti meus olhos arregalando levemente. Isso é mesmo verdade? Eu vou conhecer a família do Kaoru-kun! Woooow, de repente, acabei me sentindo nervosa...

 E se não gostarem de mim? 

E se eu parecer idiota demais, eu patética demais...?

 É óbvio que eu não pertenço ao mesmo nível do Kaoru-kun! A família dele jamais vai me aceitar!

Comecei a tremer, com a visão embaçada, imaginando as inúmeras formas com que eu poderia me humilhar em público em uma festa dessas... eram infinitas!

Enquanto eu fantasiava com a mãe de Kaoru me rejeitando, ele me fitava com preocupação.

— Fique calma, Hana-chan - ele disse, passando a mão nos meus braços carinhosamente - Tenho certeza de que minha mãe vai gostar de você quase tanto quanto eu! 

— Mesmo? - indaguei incrédula.

— Sim! - ele respondeu sorridente. 

Lembrei por um instante de Hikaru, em lágrimas, momentos antes, mas logo a imagem dele se desfez em minha mente. No que eu estava pensando?!


 Kaoru passou a mão na minha face, lentamente. Fechei os olhos, deixando o calor da sua pele chegar até mim. Seu rosto se aproximou, e logo senti seus lábios tocarem os meus. Sem me conter, passei os braços em volta do seu pescoço, trazendo-o para mais perto. Ele aprofundou o toque, envolvendo com os braços a minha cintura, com urgência que eu nunca havia visto. Não consegui raciocinar, ou ao menos lembrar do meu nome, tudo o que eu tinha em mente era a proximidade dos nossos corpos nesse instante.

 Kaoru deitou-me na cama, sem afastar-se nem mesmo para respirar. Sentia suas mãos na minha cintura, e seus lábios tocando meu pescoço. Arrepios percorriam meu corpo todo, causando pequenos tremores. Ele segurou meus pulsos acima da cabeça, pressionando ainda mais meu corpo contra a cama. Sua língua percorria todos os cantos da minha boca, sem me dar espaço para sequer respirar, ainda que eu não lembrasse dessa função primordial em primeiro lugar. Apesar da vozinha lá no fundo, que lembrava um pouco Haruhi, dizer que isso parecia errado, eu não conseguia encontrar em lugar nenhum lugar forças ou motivos para me afastar.

Subitamente, senti o calor esvair-se. Kaoru havia se afastado, como se houvesse levado um choque. Em um instante, ele estava do outro lado do quarto, respirando ofegante, como eu, e com o rosto escarlate reluzindo. Trazia uma expressão carregada, levando a mão à boca com pesar. Olhou para mim, assustado, com a face de quem pede desculpas.

— Hana-chan... - ele murmurou, dando um ou dois passos na minha direção. Sentei na cama, sentindo uma dor chata na boca do estômago... seria a rejeição? Regularizei lentamente a respiração, com meu cérebro voltando as suas funções normais aos poucos. Meu coração ainda acelerado, martelava dolorosamente, causando o rubor que subia às minhas faces.

— Desculpe... eu estava muito...

— T-tudo bem...

Olhei para os detalhes da parede, enquanto Kaoru sentava do outro lado da cama, bem afastado. Respirei fundo, ainda me sentindo trêmula. O que foi tudo aquilo? Nunca imaginei que Kaoru pudesse... dessa forma tão... tão... intensa.... Quase como se eu fosse derreter...

Corei instantaneamente com o pensamento. Eu sou realmente uma pervertida!

Eu... e-eu gostaria de ganhar outro beijo como aquele...

— Me desculpe... tenho que ir agora - ele disse, sério, enquanto se encaminhava para a porta. O que aconteceu? Eu fiz alguma coisa errada? - Eu não tenho certeza... - ele olhou para mim, com o rosto corado e olhos culpados -  mas acho que se ficar mais tempo aqui, sozinho com você, vou querer beijá-la de novo, e não vou conseguir me controlar... quero... ir mais adiante que isso...

E-então era isso...

Continuei fitando Kaoru, sem conseguir agir diante da sua revelação. Meu coração, que mal tinha se acalmado, voltou a bater com força, quase como se fosse sair pela boca.

— Você é tão importante para mim - ele dizia sem olhar na minha direção, com a mão segurando os cabelos ruivos - eu quero... que seja completamente minha - admitiu por fim, virando-se para a porta - me desculpe, eu vou ir embora agora...

— Eu... se... - desesperada, eu balbuciava desconexa qualquer coisa para não deixá-lo ir - se for com Kaoru-kun eu não me importo! - as palavras pularam da minha boca.

Kaoru estancou, paralisado.Abri o primeiro botão da minha camisa, confirmando o que tinha dito. Um parte do meu sutiã cor-de-rosa rendado apareceu, mas de alguma forma, eu não me sentia tão encabulada quanto achei que fosse me sentir. Tudo o que eu queria era que Kaoru-kun me apreciasse.

Abracei-o por trás, segurando com força sua camisa.

— Por favor, me faça ser completamente sua.






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Notas finais do capítulo

Waaa!!! o.o Até agora não to acreditando no que eu escrevi... e não faço idéia do que vou escrever no próximo capítulo...:9 entãao vocês podem esperar qualquer coisa... mas uma coisa eu garanto: a classificação indicativa da fic não vai mudar XD


Beeeem, eu espero que a vontade de estar no lugar da Hanako nesse momento não impeça ninguém de deixar reviews!!!



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