Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 23
Capítulo 23 - Wakaranai...


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo dedicado especialmente ás fãs do Hikaru ;D

Espero que gostem te~hee~ :9



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Andava pelas ruas sem sentir o chão em que pisava. Eu estava, de fato, flutuando...

Como são macios os lábios do Kaoru-kun... é tão apaixonante e viciante, eu estou completamente derretida por dentro...

Entrei no prédio da escola, e mesmo estando cercada de pessoas, eu não conseguia me deter a nenhum detalhe. Todos eram apenas borrões disformes movendo-se a minha volta.

Nunca pensei que Kaoru-kun fosse capaz de me beijar daquele modo, ele acabou me mostrando um lado que eu não conhecia, e de certa forma me surpreendeu, mas eu quero saber muito mais sobre ele, os aspectos que ainda não conheço da sua personalidade, de todas as maneiras possíveis...!

Mas...

Como eu devo encará-lo hoje? O que eu deveria falar...? Como devo me comportar, agora?

Será que alguma coisa mudou?

— Ai!  - bati em alguma coisa, enquanto estava distraída pensando em tantas coisas ao mesmo tempo. Levantei a cabeça, e senti meu estomago afundando, mergulhado em borboletas. Dois orbes de ouro derretido me fitavam com intensa surpresa, acompanhado de bochechas enrubescidas.

Corei também.

Beijando-se no meio da rua movimentada...

Desculpa, eu sou muito ciumento.

Na frente de tantas pessoas...

Posso te beijar de novo?

Ambos fizeram algo realmente ousado ontem...

As imagens de ontem retornaram como slides na minha cabeça. Eu queria sumir. Eu queria sair correndo e me esconder em um buraco. Eu queria ser uma minhoquinha, me enterrar no chão e não sair de lá nunca mais.

Fitei o chão.

Aaaaaah! Droga, eu não consigo nem olhar nos olhos dele...

— I-isso... é... – Kaoru-kun parecia tão confortável quanto eu, o que, de certa forma, é quase um consolo.

— O que? – respondi, apressada demais. Fiquei tão nervosa, que estava quicando no mesmo lugar, como uma bola de basquete.

— De novo... podemos, sair juntos, de novo? – Kaoru-kun olhava para o lado, com o rosto ainda mais vermelho, coçando o queixo de modo que pretendia parecer despreocupado.

Meu coração saiu para fora, saltando para cima como um foguete, rumo à lua.

— Claro! – eu disse, rapidamente. Sorri, tentando parecer calma, mas sentindo-me borbulhando por dentro. Estava tão feliz por Kaoru-kun ter dito aquilo, que as preocupações de poucos segundos atrás pareceram bobas e infundadas.

Kaoru-kun também sorriu, e me acompanhou até a porta da sala.

Eu ainda estava pisando em nuvens, mas quando caí em mim, e olhei ao redor, percebi. Onde estava Hikaru? Já faz dias que eu não o vejo na aula...

-

Terminei de amarrar a faixa branca no karate-gi, e me olhei de relance no grande espelho do vestiário feminino, que há esta hora estava vazio. Vestir a roupa estava se tornando algo rotineiro, e eu já não precisava mais de ajuda para amarrar a faixa da maneira certa... acho que estou finalmente me adaptando à vida de “lutadora” – entre aspas, é claro!

Fiz duas tranças, uma de cada lado da cabeça, notando o quanto meu cabelo já estava mais comprido, ultrapassando a linha da cintura... em breve eu deveria cortar as pontas, que já estavam começando a ficarem ressecadas.

Saí da sala, esbarrando em alguém logo na porta. Eu deveria tomar mais cuidado por onde ando...

— Ai-chii!!! É você! O que está fazendo ainda na escola?

— Eu entrei no clube de Fotografia – ela disse, mostrando a máquina na mão, e balançando os longos cabelos lilás com a outra.

— Ah! Minha mãe me contou que sua irmã está voltando dos Estados Unidos, é verdade?

— Sim, ela vai voltar – Aiko disse, suspirando imperceptivelmente. Droga! Eu havia esquecido que Ai-chii e a irmã dela não se dão muito bem, por que ela é filha ilegítima do casamento... deve ser difícil para ela... Ai! Eu não devia ter tocado nesse assunto! Como eu posso ser tão idiota as vezes?

— Eu tenho que ir – Ela disse, com a voz quase como um sopro. Ela estava parecendo bastante mal, e eu queria saber de algo que pudesse fazer para ajudar, mas não consigo pensar em nada. Tenho que falar com a Haruhi-chan sobre isso mais tarde.

Segui meu caminho, andando calmamente até o clube de karate. Me surpreendi ao ver quase a maioria dos membros do clube do lado de fora, se espremendo para ver alguma coisa pela porta. Está acontecendo alguma coisa? Será que o Honey-senpai perdeu o coelhinho de novo, e está fazendo Hikaru procurá-lo, como da outra vez?

Passei por entre toda aquela gente, com dificuldade. Senti meu corpo todo tremer por um instante, ao conseguir chegar na frente.

Dois borrões alaranjados no meio do tatame principal.

Sim, Hikaru e Kaoru estavam lutando.

Meu coração acelerou, dolorosamente, e eu temia que qualquer um dos dois saírem machucados, por que, apesar do Mori-senpai estar lá supervisionando, isso não parece com uma luta normal do clube.

— O que aconteceu? – perguntei a meia voz a um dos senpais.

— Hikaru apareceu aqui de repente e chamou Kaoru para lutar – ele respondeu, sem desviar os olhos da luta nem por um instante.

Olhei mais uma vez para o centro. Era difícil diferenciá-los em meio aos golpes rápidos e as defesas precisas. Ambos tinham expressões de concentração e raiva em seus rostos, completamente iguais. Um deles sangrava no canto da boca, e o outro tinha um hematoma vermelho na bochecha.

Droga! Por que ninguém parou isso ainda?

— Ei! Príncipe! – ouvi a voz rouca berrando. Ele estava de pé, enquanto Kaoru estava de joelhos, o encarando com furor – por que você não luta com tudo o que tem? Como quando protegeu aquela coelhinha, hein?

Kaoru levantou-se, posição de defesa, esperando por Hikaru. Seu rosto adquiriu uma expressão ainda mais feroz ao ouvir aquelas palavras.

— É tão irritante... me dá muita raiva, ver esse seu rosto tão feliz... como na outra noite, no parque, eu vi tudo sabe? Porque? Porque é sempre... só você? – as últimas palavras saíram como um rugido, enquanto Hikaru avançava de punhos fechados na direção de Kaoru. Aquilo já não era mais uma partida de Karate.

Eu não podia mais ver aquilo calada.

Num gesto impensado, peguei o balde que estava atrás da porta, usado como punição por Mori-senpai muitas vezes, e joguei na direção dos dois.

— Isso já foi longe demais! – gritei, com tudo o que podia, chamando a atenção para mim.

— O que? – Hikaru virou-se para trás, com uma áurea de puro ódio ao seu redor. Seus cabelos, sempre apontando para todos os lados, agora pingavam, alinhados para baixo. Ao olhar para mim, sua expressão abrandou-se, beirando à surpresa.

— Você nunca está presente nos treinos ou na aula, e chega de repente, perturbando as pessoas! Já chega, Hikaru! Não seja mais tão infantil! As coisas não se resolvem dessa forma, com punhos e violência!!!

— Qual é seu problema, idiota? – Hikaru me encarava, irritado. Koaru, mais atrás, tinha a face lívida de incredulidade.

— Aaargh! – encaixei com força o balde na cabeça de Hikaru, molhando-o mais ainda com a água que havia sobrado. Parecia um cosplay mal-feito de Power Ranger. Ele tirou o balde da cabeça, lentamente, saindo dali à passos firmes, obviamente irritado. Não olhou para mim nenhuma vez.

-

Depois que terminei de ajudar Kaoru-kun com os hematomas, que eram bem mais leves do que pareciam, o treino seguiu normalmente. No final, tive que ficar para ajudar a limpar a sala, era a semana dos novatos, e como eu era a única presente, fiz tudo sozinha. Koaru quis me ajudar, mas eu insisti que ele aproveitasse as regalias de ser senpai, e me esperasse na entrada, como sempre.

Quando finalmente terminei de limpar tudo – e era muita coisa... Garotos são tão relaxados! – eu tomei um banho rápido no vestiário e corri para a saída.

Procurei por Kaoru na entrada principal e nos portões laterais, mas ele não estava em lugar nenhum. Corri até os jardins, onde ele costuma ficar algumas vezes, e o encontrei em meio as arvores e arbustos.

Kaoru estava deitado no chão, na sombra de um grande carvalho, com um livro repousando sobre seu peito. Os olhos estavam fechados, e sua respiração estava pesada. Ele sorria levemente, deve estar tendo um sonho agradável. Caminhei lentamente até lá, para não acordá-lo, enquanto pegava o celular para tirar fotos. Algumas chances não devem ser desperdiçadas. Kaoru-kun fica tão fofo dormindo!

Sentei no chão ao seu lado, sem conseguir desviar os olhos. Alisei seu rosto perfeito, que estava levemente inchado por causa da briga, tocando com a ponta dos dedos a sua bochecha, os olhos fechados, a testa, a ponta dos cabelos, os lábios...

Isso é tão inacreditável... há pouco tempo atrás eu achava que o que sentia não passava de um amor platônico, um sentimento que jamais iria ser retribuído, totalmente inalcançável... mas agora, nós podemos estar tão perto um do outro...

— Você não sabe o quanto estou feliz em estar perto de você – sussurrei para mim mesma. Me inclinei em sua direção, de olhos fechados. Como eu disse, existem chances que não podem ser desperdiçadas...

— Você é bem ousada... – esse tom de voz, sarcástico e rude, não era o que eu esperava ouvir.

Abri os olhos, subitamente, mas já era tarde. Hikaru estava com uma das mãos atrás da minha cabeça, e a outra segurava meu pulso, ainda deitado. Seu sorriso de escárnio aumentou de tamanho.

— Fazendo esse tipo de coisa em plena luz do dia... tsc tsc... a que ponto chegamos Hanako-chan! É esse tipo de relação que você tem com o Príncipe? – ele disse, sorrindo, acariciando meu rosto calmamente.

Eu não posso acreditar!!!

Antes que eu percebesse, Hikaru já havia se levantado, invertendo nossas posições. Eu estava deitada na grama, e ele se inclinava sobre mim, com os olhos brilhando de um jeito que me assustava.

— Sabe, eu pensei que me sentiria melhor depois de acertar a cara daquele moleque – Hikaru dizia, me encarando com furor, com seu rosto a centímetros de distância. Eu podia sentir o peso do seu corpo sobre o meu, e a sua respiração quente e forte batia no meu rosto. Tudo o que eu podia fazer era escutá-lo com atenção, por que, seus olhos transpareciam que tudo o que ele queria era ser ouvido. Claro que não era necessário ser nessas condições – mas... eu ainda não me sinto nada bem... e é tudo culpa sua!

— Minha? – balbuciei, sem entender.

— Você está saindo com ele, não está? Aposto que até mesmo já dormiram juntos – ele acusou, raivosamente.

— Não diga esse tipo de coisa!!! – eu falei, assustada, me debatendo, tentando me livrar. A maneira com que ele fala sobre essas coisas...

— Eu sempre vejo você tão feliz perto dele... se eu soubesse... se eu soubesse que você seria dele, teria feito alguma coisa antes! Eu teria... naquela noite, mesmo que você chorasse... eu teria tido você para mim.

— H-hikaru? – ele fala sobre isso como se não fosse nada! Senti ele segurando meu pulso com ainda mais força, me encarando de um jeito estranho.

— Hanako-chan! Você está aí?

Essa voz! Kaoru-kun!

Eu ia gritar. Pedir por ajuda. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, meus lábios forma tomados ferozmente. Não podia me mover. Minha voz não saía. Eu queria me lembrar de tirá-lo de lá, de me afastar, mas era díficil manter os pensamentos coerentes em meio aquele violento ataque de sensações.

Me ajude!

Eram sentimentos quentes, cálidos. Um fogo que crepitava lentamente, mas que queimava, doía. Isso machuca.

Kaoru-kun!!!

— Ele se foi – Hikaru disse, ao ouvir o barulho de passos se afastando. Ele estava ofegante, e sua expressão já não era mais debochada. Era dura, séria - Que príncipe inútil! Não pode salvar a sua princesinha das garras do monstro malvado! – o que pretendia ser uma brincadeira sarcástica não teve som de nada.

— IMBECIL! – empurrei-o para longe, da maneira que não havia conseguido antes. Lágrimas quentes e novas deslizavam pelo meu rosto, e minha cabeça latejava culpadamente. Me movi inconscientemente, atacando Hikaru. Um soco lateral, perfeitamente aplicado, como aprendi nas aulas, e ele estava cambaleando para trás, com uma expressão incrédula e a mão na bochecha vermelha – Você odeia o Kaoru tanto assim? Odeia, ao ponto de me perturbar dessa maneira? Logo quando comecei a mudar de opinião sobre você... pensei que talvez você não fosse tão ruim assim, pensei que só se sentisse... sozinho... eu... eu... s-só porque você não se entende com o Hikaru, não brinque comigo, não brinque com os meus sentimentos!

As lágrimas continuaram a descer, ininterruptas, embaçando a minha visão. Virei de costas, pronta para sair correndo dali, mas Hikaru me impediu, segurando minha mão, e soltando logo depois, receoso. Não me virei na sua direção.

— Você está errada – Hikaru fechou os punhos, com o corpo rígido – não é assim... Não é por vingança!!! – virei para trás, fitando-o. Ele estava com o rosto vermelho, e não era pelo soco. Olhava para o todas as direções, menos para mim - Eu... eu só queria... te beijar, isso é tudo.

Inclinei a cabeça para um lado, tentando entender. Meu coração acelerou com essas palavras, mas eu custei para assimilar seu significado.

— Uma vez... você me disse que só deveria beijar alguém que se ama. Eu achei besteira na época, no entanto... eu entendo isso, agora. Nesse momento, não importa o que seja, mesmo se for apenas um beijo, eu só quero fazer isso com você. Eu quero... só... você.


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Notas finais do capítulo

Waa! Hikaru fight! Gambare~~ Nyaaaaaaaan~

Como autora, eu tenho que preservar a imparcialidade, entãaaaaaaaaao, eu digo, Hanako, e o Kaoru?! ó.ò?

Neee, deixem reviewzinhooos, para a autora bakaa que está chorando pelo estrago no cabelo (cortaram demais, e agora eu pareço o willy wonka...)e que agora só anda de maria-chiquinha até ele crescer de novo, ficar um pouco mais feliz e menos depressiva!!! o/

Kisus minna ♥!