IV-               Vitórias

Amargo sorriso dos recém-chegados

E abruptos são seus amadores.

Que conquistam com seus olhos

A virtude eterna das videntes

E consuma seus desejos

No leito dos apaixonados.

As vitórias que a vida traz

São coisas que não me acostuma,

São coisas que o sentido não falha

E tais a razão sublime

Apaga.

Pois tão longe das vitórias estão,

Correndo pelos bosques

Alinhe vossas mãos.

Percebe quanta dor,

Caminha junto ao coração?

Das vitórias que consumistes,

Nenhuma mais preciosa é,

Do que aquela que você relembra

E nas lembranças que ficam

O mar leva embora as tristezas

E por fim as vitórias reinam

Deixando as paredes do coração

Enfeitadas de troféus.

(...)

Tão longe caminhas e enxergas

Que não posso mais vê-la, não posso temê-la.

Onde estás aquele sorriso que destes a mim?

Já não mais sei.

Das vitórias que consumi

Das coisas que perdi.

Nenhuma delas restou

Pois o rude vento levou.

E do coração de boneca

Somente porcelana quebrada

Restou.

Um presente do passado

Ou uma verdade dita

Por somente vitórias traçadas,

Ou reino que fita.

Dos sonhos que aqui se passaram,

Nas vitórias que aqui planejamos

Os troféus já não brilham tanto

A graça já fora perdida.

Mas ainda sim, há esperança

Que um dia eu me lembre de todas

As vitórias que eu tive em minha vida.