Terra, Água, Ar. escrita por Dreamy__Girl


Capítulo 3
Capítulo II – Guarda-Costas Dragão




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POV Lilian

   A viagem foi legal, nós ficamos conversando e Quíron contou umas histórias pra gente, além de oferecer uns morangos deliciosos.

   Eu tinha certeza de que Quíron & Cia tinham fugido do manicômio, mas Ellen resolveu ir com eles, e eu não podia abandoná-la. Será que oferecem recompensas por loucos fugitivos?

   Depois de um tempo todos dormiram, inclusive eu, o que me rendeu um sonho muito estranho.

   Eu estava num avião, mas o céu estava totalmente escuro, não havia lua, nem sequer estrelas.

   Ao meu lado, olhando pra mim, estava um homem de cabelos e barbas grisalhos que devia ter uns quarenta anos, se não fossem pelos olhos. Olhos iguais aos de Quíron, que davam a impressão de ter visto tudo.

— E então? — ele perguntou.

— Hein? — respondi com outra pergunta, confusa.

— Ora, todos dizem alguma coisa. “Não vou decepcioná-lo” é a preferida. Tem também “Por que nos abandonou?”, “Estou mesmo falando com um deus?”. Uns poucos também falam “Queria que você morresse! Eu te odeio”. Mas não seria inteligente repetir o último exemplo.

— Quem é você?

— Ah, também usam muito essa, tinha me esquecido. Você tem certeza que não sabe quem eu sou?

— Acho que sim — respondi hesitante.

— Ela acha — murmurou para o nada, revirando os olhos.

   Aquele homem estava começando a me dar raiva. E quem ele pensava que era pra entrar no meu sonho?

   Como se tivesse lido meus pensamentos, seus olhos azuis faiscaram.

— Graças a meu sobrinho Perseu, você descobrirá quem eu sou quando chegar ao Acampamento. A não ser que seja mais esperta do que demonstrou ser até agora, descobrirá bem antes — aquilo só serviu para aumentar minha raiva, mas no fundo eu sabia que não seria inteligente brigar com aquele cara.

— Só mais uma pergunta — falei, tentando me acalmar.

— O quê? — ele estava ficando impaciente.

— Perseu não era seu filho?

   Sorri, achando graça de sua expressão descrente. E sacudindo a mão como se estivesse dissipando uma fumaça ou névoa imaginária, acabei com o sonho.

POV Ellen

  Eu estava morta?

   Sabe, pensei que estivesse morta. Por qual motivo enterrariam alguém vivo? (ok, eu conseguia pensar em pelo menos cinquenta motivos, mas pelo bem da minha sanidade mental, não me concentraria neles).

   Olhei para o lado e vi um homem de cabelos pretos cujos olhos, também negros, me encaravam com desprezo.

— O que pretende fazer? — questionou.

— Não sei — eu não fazia a mínima idéia do que ele estava falando.

— Eu odeio dizer isso, mas preciso de você.

— Oi?

— Não complique as coisas menina! — bradou furioso. — Preciso de você, e espero que não falhe, ou se arrependerá.

   Eu não entendia nada, e queria que ele fosse embora. O sonho era meu, caramba!

   Opa! Se o sonho era meu eu devia mandar lá.

— Vá embora! — fechei os olhos com força, esperando que ele fosse.

   Quando abri, seu rosto estava muito próximo ao meu.

— Você não manda em mim, mocinha. Nem nos sonhos — seus olhos me mostraram visões de inúmeras mortes e torturas.

   Apesar de estar absolutamente apavorada, consegui perguntar:

— Por que você precisa de mim? Por que eu ajudaria você? — assim que pronunciei as palavras percebi que fora uma tremenda burrice.

   Esperei que ele me fizesse em pedacinhos, mas o homem limitou-se a rir e disse:

— Ora, somos uma família.

POV Lilian

   Eu estava pensando no meu sonho e em como minha cota de esquisitices aumentara tanto em apenas um dia quando senti uma mão em meu ombro.

— Tem um monstro nos seguindo — Tom choramingou.

— Falta muito pra chegarmos?

— Não. Temos sorte por este caminhão ser muito mais rápido que os dos mortais. Se estivéssemos em um comum, não sei quanto tempo demoraríamos pra chegar ao Acampamento.

— E o que vamos fazer até lá?

— Apostar corrida.

   Quíron acordou James, Agatha e Ellen, e logo todos estavam tão ansiosos quanto eu.

   Depois do que pareceu uma eternidade, o caminhão parou.

— Chegamos? — James perguntou.

—Não — Quíron respondeu. — Mas o caminhão não consegue ultrapassar as barreiras mágicas do Acampamento.

— Como vamos chegar ao Acampamento com um monstro atrás da gente?

— Vou pedir ajuda — respondeu, e pegou um celular do bolso.

— Quíron, não é uma boa ideia! — Tom praticamente gritou.

— Onde você espera que eu encontre um arco-íris aqui, Tom? Não temos tempo! Se tivermos sorte, os monstros que nos rastrearem vão demorar a chegar aqui — rebateu Quíron, e discou alguns números. — Alô. Sr. D? Aqui é o Quíron. Não. Não. Senhor D, me escute! Não! Chame Noah Jerkins e Alan Nikolaevna! Agora!

   Pouco tempo depois, escutamos uma voz:

— Saiam daí, rápido. Alan está distraindo-o.

   Fui até Quíron, com a intenção de ajudá-lo, mas pra minha surpresa ele se levantou de sua cadeira de rodas; eu estava diante de um centauro.

   Rapidamente, Tom abriu a grande porta e nós saímos.

— Ali! — Quíron apontou para um grande pinheiro com um dragão ao lado.

— Tá de sacanagem, né? Tem um dragão ali! — falei.

— Ele não vai fazer mal!

— Vamos Lilian! — James chamou, fazendo com que eu cometesse o erro de olhar pro lado.

   Dois garotos estavam lutando contra um leão gigante. Um deles era alto e musculoso, com cabelos pretos, e outro, bem mais baixo que o primeiro, tinha cabelos acinzentados, mas não como se fosse grisalho, como se aquela fosse a cor natural de seus cabelos.

— Corram! — Quíron gritou, atirando flechas no bicho, mas sem causar danos.

— Vai logo Lilian! — Agatha me empurrou, e comecei a correr.

   Corri o mais rápido que pude, com os outros ao meu lado, até que escutei um grito, e uma sombra passou por cima de mim.

   Agora o leão gigante estava na nossa frente, a cauda contraída, pronto para saltar. Ele agachou, e quando eu me preparava psicologicamente para minha possível morte, o monstro não estava mais lá.

   O dragão que ficava ao lado do pinheiro tinha empurrado o leão gigante, e agora estava com os dentes à mostra, filetes de fogo escapavam de sua boca.

   O leão rosnou e pulou em cima dele, mas tudo que o dragão fez foi abrir a boca, e fechá-la em torno do pescoço do Leão de Neméia – só podia ser ele –, fazendo com que este encolhesse gradativamente, até que tudo que restou foi um casaco de pele.

   O nosso salvador pegou o “casaco” com os dentes e jogou na floresta.

— Qualé Peleu, não acredito que você desperdiçou isso! — o menino de cabelo cinza gritou, se aproximando junto com o outro.

   O alto usava óculos e tinha belos olhos azuis. O mais baixo tinha olhos também azuis, porém num tom mais claro como nuvens fofinhas, e uma cicatriz cortava sua sobrancelha direita. Ou seria esquerda?

—Qualé? — ele parecia gostar daquela “palavra”.

— Olá — o alto cumprimentou. — Eu sou Alan Nikolaevna. — ele tinha um sotaque que eu não consegui identificar.

— Meu nome é Noah — o do cabelo cinza se apresentou.

— Hm, oi. James, Agatha, Liliane e Ellen.

— Obrigado por nos salvar.

— Esqueceram que usamos um celular? Milhares de monstros devem estar vindo, vão logo para o Acampamento! — mandou

   E então, acompanhados de nosso mais novo guarda-costas gigante cuspidor de fogo, subimos a colina.


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Notas finais do capítulo

Hm, quem vocês acham que são os aprentes divinos da Lilian, Ellen e Agatha?
Dica: elas são terra, água e ar.

E, hm, reviews? :D



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