Forças do Destino Iii, asas para o Amor escrita por Luuh


Capítulo 3
Ódio




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-Obrigada. – Hermione disse assim que Victor entregou-lhe os livros que estava carregando, virando-se em seguida, a fim de entrar na sala de aula.

-Te vejo mais tarde? – o garoto fora mais rápido, segurando assim o braço da morena. Ela o fitou por um tempo. Ainda não o havia perdoado por completo, mas ele era uma das únicas companhias que tinha. Apesar de lembrar com freqüência tudo que acontecera, não gostava de ficar sozinha, e muito menos segurando vela entre Harry e Gina ou Rony e Lilá. A morena abriu então um pequeno sorriso, dando ao garoto uma resposta positiva. Ele, então, soltou-a, dando-lhe em seguida um beijo na testa.

Assim que Victor deu as costas e foi embora, Hermione entrou na sala e se sentou na primeira fileira, como sempre fizera. Tudo estava como deveria ser... na medida do possível. De fato, Harry e Rony foram a parte mais fácil de todas as escolhas que tinha feito; trazê-los de volta para sua vida não precisou de muito esforço... Eles se amavam, e com algo tão verdadeiro como o que eles tinham, nem mesmo tudo que acontecera era o suficiente para afastá-los.

Já havia se acostumado com o fato de ter outra Hermione Granger andando por ai; de fato, ainda não gostava, mas não se assustava mais ao se encontrar com Jenny, nem tinha mais a sensação de estar se olhando no espelho. Sabia que não estava enlouquecendo e que a garota a sua frente não era ela, era outra pessoa.

O caso com os outros dois gêmeos, Victor e Aaron, que envolvia o casamento era algo ainda longe de ser aceito, pelo menos por ela. Jenny, ao contrário, parecia muito feliz com o fato de ser uma princesa e não se cansava de correr atrás da irmã para relatar todas as novas ideias para as festas de coração e casamento. Dos quatro envolvidos, ela era a mais animada com a situação; Aaron apenas tentava controla os anseios de sua prometida. Aparentemente, a ideia de se casar com ela era assustadora, mas ele não demonstrava isso... não na frente dela. Aquiles não se pronunciava, nunca. Atendia ao pedido de Hermione de não falar sobre tal assunto, não demonstrando, portanto, se ainda estava ou não com o medo que uma vez admitira ter para sua noiva.

Mione sabia que o moreno agia daquela forma para agradá-la e garantir seu perdão. De fato, com ele fazendo de tudo para satisfazê-la, era impossível que a garota o odiasse por muito mais tempo; já não se importava mais com o fato de Victor ter mantido o fato de serem prometido um ao outro em segredo. Passar uma borracha nesse fato era uma das decisões que tinha feito quando escolhera voltar a ser apenas Hermione Granger. Sabia que não podia mudar o fato de ser uma princesa, ou de um dia ter amado Draco Malfoy, mas não guardaria rancores do seu passado, se estivesse ao seu alcance.

-Oi Hermione. – a morena acordou de seus devaneios com a voz de Aaron. O garoto se sentou no lugar vago ao lado dela, pedindo licença com um sorriso. – Atrapalho? – perguntou percebendo que a tirara de seus pensamentos.

-Nem um pouco. – apesar de ter consciência de que Aaron também sabia de tudo sobre sua verdadeira família e seu noivado, não conseguia ficar com raiva por ele não ter contado nada. Ao seu lado, só conseguia pensar em como era fora carinhoso com ela enquanto estivera naquele maldito castelo, batalhando com todos os seus monstros interiores. – Tudo bem?

Aaron e Hermione não costumavam conversar, principalmente pelo fato de ele ser um sonserino, amigo de Draco Malfoy; mas, quando tinham aulas juntos, o garoto fazia questão de chegar mais cedo à aula, sabendo que quando chegasse, Hermione estaria sozinha, perdida entre seus pensamentos. Aquelas eram as poucas oportunidades que tinham de conversar.

-Sim, Vossa Alteza Real. – Aaron sabia que Mione odiava o fato de pertencer à nobreza, mas não conseguia se controlar, usando o pronome de tratamento para irritá-la. A morena acabava não se importando devido ao tom de ironia na voz do garoto; até gostava de poder dividir sua angústia com alguém. – Sabe que não deveria andar sozinha; é um perigo para o nosso reino que esteja desprotegida. Como cavaleiro fiel à coroa, disponho de meus serviços para protegê-la.

-Oh, gentil senhor. – a morena esticou sua mão em direção ao garoto, que a pegou, dando-lhe um beijo. – Seria uma honra ser protegida por tão nobre cavaleiro pelos próximos minutos, até que alguém adentre nesse recinto. – puxando a mão de volta para si, ela soltou um riso leve – Você não tem jeito mesmo.

-Você me adora. – Aaron se levantou do banco, se dirigindo à carteira que costumava sentar. – Já fez as pazes com meu irmão? – perguntou, enquanto andava. – Aposto que o reino ficaria muito infeliz pela princesa se ela se casasse com alguém que ela tanto odeia.

-Já não pedi para não falar sobre isso?

-Desculpa, vou deixar então que a Jenny tenha a honra de te irritar com seus brilhantes modelos para os vestidos de sua coroação, o que você acha?

-Eu acho que vou transferir meu ódio do seu irmão para você. – a morena observava o garoto, tentando parecer séria. Ao ouvir as palavras de Hermione, Aaron parou onde estava e se curvou.

-Seria uma honra ser odiado por você, Vossa Alteza Real. – abrindo um sorriso sarcástico, complementou seu discurso – Mas confesso que seria um súdito ainda mais feliz se me amasse.

-Jamais poderia roubar tamanha felicidade de minha querida irmã. – Aaron soltou seu material na carteira que sentaria durante a aula e de lá fitou Hermione, que estava do outro lado da sala. Ficaram em silêncio por um tempo; a morena esperava pela resposta do garoto e ele pensava no que dizer.

-Sua irmã não pode me amar. – rebateu o garoto, mais para si do que para a morena.

-Já estão em crise? Mas que casal mais romântico.

-Infelizmente, ou felizmente, nunca seremos um casal; assim como você e o Victor. – escutar o nome de seu noivo foi um balde de água fria para a leveza de Hermione até aquele momento. Não gostava de imaginar seu casamento com Aquiles. Aaron estava certo; eles dois jamais seriam um casal. – Vocês duas são mais parecidas do que você pensa, sabia?

-Duvido; odiaria ter qualquer coisa em comum com uma sonserina.

-Oow, grifinória; fica quietinha ai no seu canto, tá? Ou solto minhas cobras em você.

-Pode vir, que acabo com elas apenas com meu rugido. – ambos riram, olhando-se de longe. Era assim que se sentiam, distantes um do outro. Mesmo com os minutos de interação antes das aulas, e dos cumprimentos escondidos nos corredores, eles nunca seriam os amigos que gostariam de ser. Pelo menos, por enquanto.

-Escuto passos; finja que me odeia.

-Isso não é difícil. – a morena respondeu, abrindo um último sorriso antes de a sala ser invadida pelos outros alunos e ambos adotarem suas expressões de desgosto. Falsa, mas convincente.

[ - ]

Harry se sentou ao lado de Hermione na mesa do Salão Principal; a garota sorriu ao dar-lhe bom dia. O moreno retribuiu, dando-lhe um empurrão com o ombro. Rony foi o próximo, sentando-se a frente do casal de amigos. O ruivo também estava de bom humor, e Hermione sabia que ela era o motivo. O trio voltara a ser um trio, e isso era motivo o suficiente para arrancar sorrisos dos três... até que as respectivas namoradas chegassem.

Mione sabia, contudo, que não podia reclamar da falta de atenção. Durante seu breve período de loucura, quando estivera perdidamente apaixonada por Draco Malfoy, fizera pior do que dividir a atenção em setenta por cento namorado e trinta por cento amigos e afins. Se era matematicamente possível, seu mundo virou bilhões por cento loiro-oxigenado-maldito. Mas não pensaria mais naquele seu passado sombrio; só de lembrar-se de sua súbita perda de consciência, já se arrepiava.

De fato, não era tão ruim conviver com as namoradas de seus amigos; Lilá e Gina eram suas amigas antes. Vê-las com mais frequência não iria mata-la. Além disso, não ficava com os garotos tanto tempo normalmente; como traça-de-livro, seu tempo era bem gasto na biblioteca. Como sentira falta daquele deliciosamente intoxicante cheiro de livro velho.

-Já vai para a biblioteca? – perguntou Harry, desviando sua atenção de Gina para a morena assim que percebeu sua movimentação.

-Ainda tenho que por em dia todas as aulas que eu perdi com meu estrelismo. Vejo vocês nas aulas. – carregada de livros, ela se despediu dos amigos, caminhando para fora do Salão Principal. Realmente, tudo estava com deveria ser. Tomava café com Harry e Rony, como sempre. Ia para a biblioteca, como sempre. Carregava vários livros, como sempre. Não enxergava seu caminho, como sempre. Tropeçar em alguém, contudo, era novidade.

-Ficou cega, sangue-ruim? – não, tropeçar em Draco Malfoy não era novidade. Quieta, ela se limitou a pegar os livros que caíram de suas mãos com o tranco; não iria se rebaixar ao nível do loiro novamente. Mas o sonserino não se satisfaria com xingá-la; ele sentia prazer em irritá-la. Se aproximando da garota, ele chutou os livros que estavam nas mãos dela. Hermione inspirou fundo, tentando se acalmar, e continuou a organizar seu material. O loiro manteve sua provocação, empurrando-a com a perna contra o chão. – Ai é o seu lugar, sua imunda.

-Qual é o seu problema? – a morena se levantou, soltando todo seu material no chão. – Porque você não some da minha vida de uma vez? Vai procurar o que fazer.

-Não existe nada melhor para fazer do que colocar pessoas do seu tipo em seu devido lugar. – o loiro se aproximou da morena; os rostos dos dois estavam próximos o bastante para que não apenas ouvissem suas respirações, mas também as sentissem.

-Vai pro inferno. – Hermione se prolongou em suas palavras, sentindo um prazer até doentio em odiar o garoto a sua frente.

-Eu vou, mas eu te levo junto. – o tom de Malfoy era como uma apunhalada em Hermione. Não suportava aquele garoto; vê-lo era motivo para fazer seu sangue subir à cabeça, escutar sua voz então, fazia com que ela desejasse usar um dos feitiços proibidos. O loiro colocou a mão no cabelo da morena, enrolando os fios com os dedos. – Preferia você ruiva; era mais sedutora, se é que isso é possível. Se bem que, pessoas do seu nível vivem disso no seu mundinho, não? – Hermione bateu na mão do loiro, forçando-o a afastar-se do cabelo dela. Encarando-o, ela quis mata-lo apenas com o olhar para não ter que sujar suas mãos.

-Não me provoque. – Draco soltou uma risada maldosa, dando então um passo para trás, afastando-se da morena.

-A propósito, fala para sua irmãzinha que ela estava uma gracinha ontem; e que se ela quiser, podemos brincar hoje de novo.

-Brincar com ela? Não vai se sujar assim? – a morena respondeu sem entender exatamente sobre o que o garoto falava; não podia deixar que ele se sentisse vitorioso.

-Pode até ser; mas para fazer o que faço com ela, Jenny não poderia ser pura mesmo. – Malfoy abriu seu sorriso irônico, dando uma piscada para a morena. – Vê se olha por onde anda, sangue-ruim. Da próxima vez, não serei tão gentil. – passando pela lateral de Hermione, ele foi embora.

A morena queria responder, mas compreender sobre o que o loiro brincava com Jenny fez Mione tremer na base. Ele estava brincando, não estava? Draco só dissera aquilo para provoca-la; Jenny nunca se sujeitaria a algo daquele tipo. Desesperada por respostas, ela terminou de juntar seus livros e se encaminhou para a biblioteca. Não conseguiu se acalmar, contudo; perdeu todo o tempo que tinha para estudar pensando nas palavras de Malfoy. Precisava encontrar Jenny o mais rápido possível, ou enlouqueceria.

Consciente de que permanecer na biblioteca era perda de tempo, a morena guardou seu material e se dirigiu para a sala de aula, ainda pensativa. Não, Jenny não faria nada daquele tipo; sequer havia lugar para que eles... “Não, tenho que parar de pensar nisso, agora”.

Em seu caminho para a aula avistou Aaron; não podia cumprimenta-lo naquele momento, sabia disso. Mas queria perguntar para ele se era verdade, se Jenny e Draco tinham algo juntos. Jamais saberia; eles não conversavam sobre assuntos desse tipo. Não eram amigos o suficiente para tal. Perguntar para Jenny estava fora de cogitação também; apesar de estarem se conhecendo, ainda não se davam bem o bastante para tamanha intimidade. Na certa Jenny gritaria que aquilo não era da conta de Hermione e iria embora irritada.

“Por que me importo? Que eles morram juntos!”

-Hermione?

-Que é? – por impulso, a garota gritou irritada, virando-se depois para olhar quem a chamara. Victor! Sua voz estridente chamou a atenção das poucas pessoas no corredor; envergonhada, ela levou a mão ao rosto – Desculpa, estou em um péssimo dia.

-Jura? Não parece. – o garoto tentou arrancar um sorriso da amiga, inutilmente. – O que aconteceu?

-Tive o prazer de encontrar Draco Malfoy logo cedo.

-Pensei que já tivesse superado isso. – Victor tentou ser o mais delicado possível ao tocar em tal assunto; todo cuidado era pouco quando se tratava de Hermione.

-Eu já superei, mas ele falou algo sobre a Jennifer que eu não gostei.

-Difícil gostar de qualquer coisa que venha da sua irmã; não me surpreendeu. – a morena encarou Aquiles venenosa – Desculpa ai senhora.

-Você é podre.

-Desde quando você se importa com ela mesmo?

-Desde que a boca suja do Malfoy usou o nome dela para me afetar.

-E voltando ao loiro.

-Não tem nada a ver com ele. Não sei porque comecei a falar sobre isso, ele só estava me provocando.

-Não quer falar mesmo? – a garota balançou a cabeça negativamente, disposta a esquecer aquela mentira. Afastou aquilo de sua mente; tinha coisas mais importantes com as quais deveria se preocupar – Me encontra depois do almoço hoje em frente ao lago?

-Pra que?

-Preciso de ajuda para contar meus fios de cabelo. – Hermione revirou os olhos, dando em seguida um soco carinhoso no braço do garoto. – É só pra te tirar um pouco da biblioteca mesmo – ele sorriu para a amiga; ela não teve alternativa além de retribuir. Victor estava fazendo tudo que estava ao seu alcance para deixá-la bem, apesar de toda confusão em que eles estavam metidos, enquanto ela... O que fazia além de maltratá-lo e culpá-lo por tudo que ela passava. Ele merecia esse crédito.

-Pode ser.

-Trate de trazes esse sorriso com você, ou serei obrigado a convidar a Jenny para nos fazer companhia. – o tom de ameaça na voz de Aquiles fez a garota rir; a idéia de sua gêmea acompanhando os dois em seu tempo livre era medonha de tão engraçada.

-Você não se atreveria.

-Pode apostar que sim. – com o sorriso maldoso no rosto, o moreno de aproximou de Hermione, dando-lhe um beijo na testa.

-Ei, eu ainda não te perdoei; mais devagar com esses carinhos. – a garota o afastou com a mão; não estava realmente brava. Na verdade, estava mais assustada do que desgostosa; nunca se acostumaria com toda a atenção que Victor lhe dava.

-Boa aula. – ele disse, ignorando a bronca da morena. Com um sorriso e uma piscada de olho, ele deu as costas à garota e saiu andando rumo a seu destino como se aquele beijo fosse a coisa mais natural do cosmo.

-Eu te odeio, sabia? – Mione gritou, tentando chamar a atenção do garoto de volta. Ele não olhou, ainda de costas, apenas acenou com a mão como se não ligasse para as palavras dela, como se soubesse que, na verdade, a morena nunca poderia odiá-lo.


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Notas finais do capítulo

N/A: Não me odeiem; eu sei que faz anos que eu não posto a continuação. Sei que muitos pensaram que eu nunca mais escreveria FDD. Mas depois de tanto tempo, aqui estou, com novidades. Sim, senhores. FDD3 não morreu. E eu vou terminar essa série. Agora que sou uma universitária linda, cheia de tempo e inspiração, vou poder fazer jus a espera de vocês.
Para a felicidade de vocês, além de continuar com FDD3 eu vou reescrever FDD1, que, convenhamos, está um caco. Alguém se lembra do fato de eu ter escrito FDD1 há SEIS anos atrás. É, eu tinha 12 anos quando escrevi; e tenho vergonha de reler aquilo. PORTANTO, FDD1 será reescrita SIM SENHORES. Não vou mudar a história, só vou contar de uma maneira melhor. Prometo, vocês vão gostar. A narrativa vai ser mais parecida com a minha escrita agora. [lê-se FDD3 capítulos 1, 2 e 3]
É isso, boa diversão e até a próxima.



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