Following You... escrita por Tomoyo-chan


Capítulo 1
Capítulo 1 - Como de costume...


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem... Essa ideia surgiu quando eu estava vendo o ônibus passando (foi tão rápido e estranho ><)...

Enfim... Divirtam-se



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Tudo ocorrera como o previsto: chegou atrasada ao ponto e correu para que o ônibus parasse novamente. E então, adentrou-o e sentou-se no mesmo banco de sempre, ao lado da janela.

Mas o que me intrigava não era seu modo de sentar, em postura ereta, nem o modo como delicadamente colocava entre seus pés a maleta de escola. O que me intrigava nela era o modo como seus olhos brilhavam a cada palavra lida naquele livro. Não só aquele, como outros que eu a havia visto ler antes.

Miyazawa Yukino. A garota mais inteligente e popular da escola. A garota perfeita estava na minha sala e, aparentemente, não notava minha presença nenhuma das manhãs, naquele ônibus, o que era bom para mim, assim ela não me veria observando-a...

- ... não é, Arima? – meus pensamentos foram interrompidos. Havia me esquecido de que sentei em sua direção e não atrás como habitualmente.

- Como? Desculpe estava pensando.

- Hoje temos prova, você não pode se atrasar. Vai descer no próximo ponto, não?

-Ah!! Sim, claro, vou sim! – Sorri, sem saber que o pior estava por vir

- Que estranho, por que você veio nesse ônibus se você mora do lado oposto da cidade?

E agora? O que responder a uma indagação tão correta? Eu tinha três possibilidades de resposta:

1ª: Estava na casa de um amigo... Se estivesse ele estaria comigo, não? E não tenho tantos amigos... – inviável

2ª: Estava na casa de parentes... Não, não tenho parentes por aqui e ela certamente perguntaria quem era – sem chance

3ª: Contar a verdade, que eu estava seguindo-a e fazia isso todas as manhãs... Não, definitivamente não! O que ela pensaria de mim? Que sou um sequestrador ou coisa pior.

Só me restava então uma alternativa:

- Isso porque eu precisava comprar esse livro – mostrei a capa: Mansfield Park de Jane Austen, o livro que Miyazawa lera semana passada. Já fazia um mês e ela já lera quatro livros. No momento em que ela terminava eu comprava um exemplar e lia. Queria entende-la melhor e ter o que conversar.

- Ah! Esse livro! Eu li semana passada! Depois de lê-lo, Arima, o que acha de conversarmos sobre ele? É um clássico...

- Está bem, claro! – “Ufa ela não percebeu que a cidade não poderia estar aberta a essa hora da manhã” pensei. Eram 7 horas e a cidade abria às 8.

O ônibus parou e nos dirigimos lado a lado para a sala, conversando e rindo sobre o dia-a-dia. Na sala, ela encontrou suas amigas e eu fui para o meu lugar. Como disse, não tenho muitos amigos, mas alguns se aproximam para conversar comigo e tudo que faço é me esconder em uma máscara sorridente e gentil, era sempre assim. Não esperava, entretanto, que fossem tantos “colegas”.

- E aí, Arima? Fisgou a Miyazawa é? – perguntou um em tom de deboche.

- Você sabe que se tentar alguma coisa com ela a gente arrebenta tua cara né? – outro se apoiou no primeiro e logo um terceiro fechou o círculo em minha volta. Era só o que me faltava, os fãs-número-um-que-mais-parecem-sarna da Miyazawa, mais essa agora? Não estava a fim de aguentar isso, então...

- Aí, e quem você pensa que é para me fazer ameaças? Um cara que só tira nota mínima e nem cérebro deve ter direito, pois vocês podem se apoiar agora, mas e depois? Quando ela tiver escolhido um com quem ficar, o que vocês farão, hein?

Os três ficaram amedrontados e me deixaram só. Espero que ninguém tenha visto o meu verdadeiro eu: arrogante e rebelde, exatamente como os outros da família diziam meu pai era.

E a aula aconteceu normalmente e sem muitas novidades ou, como eu diria, chata. Nada do que os professores diziam me interessava, então fingia escutá-los e fazia o que eles pediam, não que eu quisesse.

Enfim o período de aula terminou. Apenas as aulas. Ainda tinha de ir à reunião do Grêmio Estudantil e limpar a sala, que às segundas-feiras, fica por minha conta e da Miyazawa que também faz parte do grêmio. Eram os únicos momentos em que eu estava com ela, entretanto, não proferia nenhuma palavra sequer. Apenas escrevia as diretrizes na lousa, falava com os outros sobre os planos do grêmio ou varria o chão, apagava a lousa, limpava as carteiras no completo silêncio.

Como outra segunda qualquer, saí da reunião assim que ela acabara e me dirigi, novamente, a sala de aula. Miyazawa sempre chegava antes de mim. E, como de costume, lá estava ela, a apagar a lousa. Como de costume peguei a vassoura e varri o chão. Como de costume arrumei as mesas e, como de costume ela as limpou. Como de costume permaneci calado. Isso começava a me incomodar, quantos “como de costume” eu continuarei a dizer? Será que eu nunca vou ter um diálogo completo com ela?

Foi então que ela disse:

- Posso conversar com você antes de irmos embora?


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Notas finais do capítulo

Continua...

Espero que tenham gostado

Até a próxima!

Deixem um comentário pra mim, pleeeaseee!!
Façam uma autora felizz!!

bjinhuss
CamiTiemi