Mamãe escrita por Star


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

A idéia me veio a alguns dias e até cheguei a procurar pelo Nyah e outros sites de fics, mas infelizmente não consegui achar nada parecido pra matar minha curiosidade, então... Resolvi fazer isso eu mesma, oras.



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- Mamãe! Mamãe!

A garotinha loira entrou correndo dentro de casa e atravessou a sala mais rápido que uma fuinha atormentada. Ia direto para o porão onde sabia que sua mãe estaria, afinal, ela tinha passado os últimos três dias lá embaixo, trabalhando no que alguns dias antes contara à filha ser um novo feitiço que possibilitaria a criação de clones sem o uso da poção polissuco, apenas com um espelho e o seu reflexo.

Da cintura para baixo da garotinha, seu amado vestido amarelo estava sujo de grama molhada, e quando alcançou a porta que se abria para o andar de baixo ela já gritava tão forte que suas bochechas adquiriram uma cor vermelho vivo.

- Mamãe, aquele filho dos Goldman bobão está implicando de novo! Vou estuporá-lo para o Pólo Norte, e deixar os pingüins o devorarem!

Quando ainda estava na metade das escadas, ela parou. Se não tivesse descido fazendo tanto barulho, teria ouvido a mãe pronunciar o novo feitiço, e talvez até mesmo teria percebido como o raio de luz azul ricocheteou contra o espelho e voltou-se contra ela. Mas ao invés disso apenas observou, sem conseguir entender, enquanto a garganta de sua mãe inchava, igualmente como a de um sapo. A mulher levou a mão ao apêndice que continuava aumentando, como se não conseguisse respirar, e talvez realmente não conseguisse. E continuava a aumentar, e aumentar, e aumentar.

- Mamãe?

Ela chamou uma última vez, temerosa, e os olhos maternos tão azuis quanto aterrorizados fitaram os seus. Foi a última coisa que viu, antes da explosão.

A menina fechou os olhos para se proteger, e quando os abriu novamente, todo o porão, assim como ela mesma, estavam cobertos de sangue. Haviam pedaços de pele jogados nas paredes, e pedaços de carne espalhados pelo chão. No lugar onde antes estava sua mãe jazia um corpo com um buraco grotesco aberto sobre os ombros, no lugar onde deveriam estar seu pescoço e a cabeça.

A menina girou nos calcanhares, sua roupa e seus cabelos ensopados de sangue, e começou a subir as escadas de volta e a correr tão rápido que tropeçava a cada dois passos, gritando com todas as forças que lhe restavam.

- Papai! Papai! Papai!

- Então, foi assim que minha mãe morreu.

Luna concluiu, com a sua indiferença habitual.

Do outro lado da mesa os três a encaravam, horrorizados. Rony inconscientemente fazia uma careta de pavor trágica e cômica ao mesmo tempo, e estava tremendo. Hermione tinha os olhos marejados, e levou as mãos à boca, para conter o choro. Harry não conseguia expressar nada, era como se sua alma tivesse acabado de ser sugada para fora do corpo.

Todos os dias os três iam visitá-la em casa, para tomar chá, conversar e ter certeza de que Luna ainda mantinha uma cota razoável de normalidade em sua vida, mas nenhum dos três lembrava como esse assunto tinha surgido, e muito menos conseguiam entender porque Luna o narrara como se fosse uma história que leu em algum livro, mas isso não parecia ter importância alguma.

- Oh, Luna... – Hermione deixou escapar, em um soluço. – Meu Deus, isso é tão... – Não foi capaz de continuar, e levou as mãos à boca novamente. Rony passou o braço por seus ombros, como se a consolasse, mesmo seu estado não sendo muito melhor.

- Está tudo bem, não precisam pedir desculpas. As pessoas sempre fazem isso – Luna falou, confortando-a.

- Luna, como conseguiu superar isso? – Perguntou Harry, incrédulo. Ele esperava que a história fosse de uma certa forma trágica, sim, mas nada poderia tê-lo preparado para aquilo.

- Eu não sei. – Falou, seus olhos tinham um tom quase pensativo. E acrescentou, dando um sorriso discreto e vitorioso consigo mesma - Sou forte, acho.

- Deve ter sido horrível – Falou Rony. - Não consigo imaginar alguém... explodir dessa forma.

Hermione lhe deu uma cotovelada nas costelas e um olhar mal-humorado, censurando-o pela insensibilidade, mas Luna não se importou com o gesto ou com as palavras usadas.

- Oh, sim, foi horrível – concordou, com um suspiro. – Sabiam que mesmo cinco meses depois, meu pai ainda encontrou pedaços dela grudados pelo teto? Tive de ajuda-lo a recolher. Enquanto ele os raspava com uma espátula, eu os apanhava com uma tigela. Lembro-me disso todas as noites, antes de dormir. Provavelmente é por isso que sempre tenho pesadelos. – Falou, com seu tom pensador e ainda tão indiferente, e logo seus olhos brilharam de entusiasmo e sorriu, pegando o bule vazio que estava sobre a mesa. – Mais chá?


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Notas finais do capítulo

Luna, Luna, Luna, Luna ♥
Espero que tenho ficado bom! Ela é minha personagem favorita. ♥ ...Fora a Hermione, claro. E o Rony. E os gêmeos. E a Tonks. E a Edwiges. E o Har-... Não, o Harry não, ele já tem muita fã. u-u

Kisu