Londons Sin escrita por Vina Cherry


Capítulo 22
.Chapter Twenty-two.




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- Lucy, eu preciso ver Rebecca.
- A senhorita não tem permissão para vê-la.
- Eu sei... Mas... Não agüento mais! Preciso conversar com alguém, Lucy.
A ama sentou-se de frente para Lauren.
- Estou a sua disposição, senhorita.
Lauren, admirada, olhava para Lucy. Até que se jogou em seus braços.
- Oh Lucy. Não quero me casar com o Conde Mueller.
- Mas... Por que senhorita?
- Eu não o amo, Lucy! Precisa de mais motivos?
- O amor vem com o tempo, senhorita.
- Não quando já o encontramos, Lucy.
- A senhorita esta apaixonada?
- Sim, Lucy. Eu estou.
- E quem é ele?
- Você não o conhece. Pode ser que sim, mas não me convém revelar o nome.
- Entendo...
- Como dizer isto a mamãe?
- Acho que deveria ser sincera, senhorita. Diga-lhe a verdade. Exponha sua opinião e sentimentos.
- Eles não me entendem. Não me trata como um ser humano. Para eles, eu não passo de mais uma de suas criações valiosas.
- Não diga isso senhorita!
- Não me diga que não percebeu, Lucy. Eles estão de olho na fortuna do conde... não na minha felicidade.
- Ainda penso que a senhorita deveria falar com eles.
- Não vale a pena, Lucy... Não vale a pena... – mais uma lagrima se escorreu, molhando o colo da ama.
Horas depois desceu para o almoço. Seus pais permaneciam na sala a sua espera. Ao se aproximar, a família Cowell foi fazer sua refeição.
- Teremos visita para o jantar. – Oscar quebrou o silêncio.
- Me farão receber o Conde Muller com o mesmo sorriso em meu rosto? – Lauren disse irônica.
- Não se trata de Conde Muller.
- De quem se trata? – Geórgia disse curiosa.
- Um amigo do parlamento. Mas ainda conto com o mesmo sorriso em seu rosto, Lauren. – Oscar disse-lhe sorrindo.
Lauren suspirou.
- Se fizer o que me pedem, deixarão que eu veja Rebecca?
- Certamente.
Ela foi até o pai e o beijou no rosto.
- Obrigada, papai. Amo você.
- Também a amo, filha. Mas termine logo sua refeição.
- Desculpe-me, senhorita. – Behwi ainda olhava-o boquiaberta. – Tudo bem?
Ela ajeitou o vestido e tentou disfarçar.
- Sim, sim. Obrigada por se preocupar.
- Gerard! Vamos logo. Sua mãe nos espera para o almoço. – Donald gritava pelo filho mais a frente.
- Sim papai. – e dirigindo-se a Behwi. – Mais uma vez, desculpe-me, moça.
Sorriu-lhe e foi ao encontro do pai, deixando Behwi admirada. Era a família de Michael! Só poderiam ser. Os olhos e sobrancelhas do estranho eram idênticos ao de Michael, até mesmo o formato dos lábios.
Seria seu irmão? Mas... Ele não estava no seminário?
Balançou a cabeça contínuas vezes, tentando desvanecer a confusão. Arrumou a cesta no braço e continuou com as compras.

Entardeceu.
Anoiteceu em Londres.
Em uma casa rústica, agora limpa, Gwen acordava. Estava sozinha, como sempre esteve todos os dias. À noite, Frank dormia ali. Fazia-lhe companhia. Conversavam. Em sete dias, ela descobriu que ele era...convivente. Suportável... Isto! Esta é a palavra.
Ainda não conhecera a amiga que ele tanto falava. Também não conhecera outros amigos, se é que os tivesse.
Frank não demorou muito a chegar. Como sempre, trazia-lhe alimento, o que apenas a mantinha viva. O que a satisfazia e a saciava pulsava em sua jugular tão tentadora. Ela precisava do seu líquido precioso. Precisava urgentemente.
- Como está?
- Bem.
- E o pé?
- Muito melhor. Já consigo andar normalmente. Creio que já está na hora de eu ir embora.
- Não creio que seja a hora.
- Por quê?
- Pelo pouco que conheço de medicina, acredito que deva esperar por mais uma semana. – tudo bem, ele mentia. Mas não poderia deixá-la sair pela aldeia em uma noite de lua cheia.
- Uma semana?! Não! Eu não agüento mais ficar aqui trancada, Frank. Não sabe o quanto é torturante para mim.
- Não é bom para nenhum ser humano ficar trancafiado por dias. – “Ser...humano? Pobre coitado!”, ela pensava. – Entendo como se sente perfeitamente, mas não posso fazer nada a respeito. Sei que não me ouvirá, por isso a tenho mantido trancada e a continuarei mantendo. Bom, deixe-me preparar-nos algo para comer.
Gwen fez uma pequena careta e ele sorriu. Havia aprendido a lidar com o jeito revoltado dela. Havia aprendido a gostar dela. Pelo pouco que contou sobre sua vida, não era um mar de rosas. Ele sabia que não poderia fazer muita coisa para ajudá-la, mas tentaria o máximo. Uma delas seria impedi-la de cometer um suicídio.

Michael se arrumava enquanto Mia não parava de encher sua paciência.
- Não entendo por que não fica aqui comigo de vez...
- Eu não posso, Mia...
- Você é meu, Michael. MEU. Diga a seus pais que nos casamos escondido...
- Você é louca? – ele a olhava incrédulo.
- Não estamos mais na Era Medieval, querido.
- Tem razão, não estamos. Mas se morarmos juntos, acabaríamos por matar-nos um ao outro. Bom, meu prazo acabou. Estou livre para ver minha família e respirar. Até algum dia, Mia.
- Até amanhã, Michael.
- Não virei amanhã.
- Ah sim... você virá... Sabe muito bem que virá...
Michael a olhou com ódio e saiu rapidamente do quarto e da mansão. Transformando em morcego, voava em direção a sua casa, mas ao passar pela floresta, um aperto no coração fez que ele desviasse seu caminho.
Rebecca acordou. Olhou a sua volta e não viu ninguém. Behwi havia saído. Era sua chance.
Levantou-se e colocou um dos vestidos que a feiticeira havia lhe emprestado. Não chegava perto dos que ela possuía, mas ela já não se importava.
Abriu a porta da cabana e saiu. Levantou a barra do vestido e começou a correr pela floresta adentro. Sairia em algum lugar, disto ela tinha certeza.
Bem... Após algum tempo, não tinha tanta certeza assim.. Acabara por sair no mesmo lugar. Tanto esforço fora em vão. Mas ela tinha visto o Michael ir por ali... Por que ela não conseguia?
- Tentando fugir, Srta. Campbell?
Ela virou-se assustada. Ali estava ele, Michael, e não parecia estar muito feliz. Ela ficou sem reação...
- Eu... er... não. Apenas... daria uma volta.
- Sei... Se tentava fugir, devo assegurar-lhe que não é uma prisioneira. Apenas estamos cuidando de você. Protegendo-a. Não é seguro para uma dama andar sozinha pela floresta em noite de lua cheia...
- Não sou uma dama. Olhe para mim? Estou mais para uma...
- Uma...
- Esqueça! – ela já se virava para sair, mas voltou de repente. – Quando me levará para ver meus pais?
- Era por isso que iria embora?
- Eu preciso vê-los.
- Venha comigo, Srta. Campbell. Levarei-te aos seus pais.


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