Yellow Pages And Photographs escrita por Hanna Poop


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Para quem acompanha minhas outras fis, eu não desisti delas okay? Estão nas mãos de suas betas, e assim que eu puder eu vou postar, esse é meu bebê, e ele está finalizado, eu ia deixar para postar só depois, porém a Zainne pediu tanto que está aí ó.

Tenha uma boa leitura!



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Hiroto chegou da aula e nem mesmo fechara a porta quando arremessou a mochila para qualquer canto, os tênis foram tirados as pressas, sujando o carpete branco, ao que a senhora Ogata gritava para o filho não pisar naquela região calçado.

O cheiro de arroz fresco preenchia toda a casa, e mesmo que já passasse do meio dia o garoto nem mesmo fora a cozinha, mas sim as escadas de madeira, subindo os degraus em pulos até que finalmente estivesse no piso superior, onde adentrou o próprio quarto, fechando a porta e puxando em baixo da cama a caixa de papelão, achada no sótão dias atrás. 

Jogou-se na cama de casal de seu quarto, sendo recebido pelos ursos e travesseiros em excesso. Seus pais sabiam que desde pequeno Ogata tinha gostos estranhos, ainda mais se tratando de objetos femininos. Mas nunca, nunca havia demonstrado quaisquer interesses pelo mesmo sexo. Tudo bem que também não ligava para o alheio, mas disso seus pais não precisavam saber.

Os dedos longos e finos do estudante de doze anos tocaram a imagem congelada em uma foto. O estilo profissional da imagem a deixava levemente amarelada, mas pela data na parte de trás não teria mais de dez anos.  Nesta estava marcada o “setembro, 200...” o ultimo numero estava borrado, o que impossibilitava o garoto de enxergar.

-Sakamoto Takashi.  –Leu o nome que parecia soar tão belo e fechou os olhos, ouvindo sua mãe lhe chamar para o almoço.

Ogata permaneceu e bruços, com a foto presa entre os dedos, os lábios tocando o rosto do homem que não poderia nunca tocar. Beirava a adoração, passava horas enfiado naquele sótão, lendo os trabalhos escolares apenas para ter a chance de ver a ortografia perfeita de se amado. Ou a coleção de card’s, os desenhos de carros. Parecia que o tal Sakamoto tinha adoração por eles, o que fez com que Hiroto estudasse todos os possíveis. Era quase como sua nova obsessão, fitar o ex morador, estudar suas coisas esquecidas. Aprender tudo o que aquelas caixas tinham a dizer. Poxa, será que estava doido?

-Mamãe está chamando. –Comentou Akemi, adentrando o quarto sem nem mesmo bater, fazendo o moreninho sobressaltar-se e em frações de segundos rolar na cama, sentando-se após. –O Sakamoto né?

-Sim, essa ainda é minha preferida... O carro, ainda não consegui descobrir quando é o bendito que está nesta foto.

-Podemos ir naquele    “car rock fest” . O que acha? –Os olhos do garoto pareceram se iluminar no momento em que a irmã cinco anos mais velha, havia lhe aquilo, ainda mais que ele só poderia ir, se ela estivesse junto. Akemi por sua vez, levou aquela atitude infantil e feliz como um sim, e levantou-se após de dar um beijo no topo da cabeça do menor. Caminhando até a porta após, e antes de fechá-la sussurrar. –Deixa o Takashi quietinho, e vem almoçar... Porque doente, nunca vai ter a chance de ver um carro desses.

Assim que ouviu o pequeno clique de travamento, os olhos e voltaram a foto uma ultima vez, e o sorriso leve, infantil surgiu ali.
-Takashi-sama... Um dia eu vou ter um carro como o seu! –Para aqueles que imaginavam que o interesse de Ogata era ser como Takashi, estavam enganados. Ele queria se aproximar o máximo que podia de Sakamoto, nem que para isso tivesse de pintar os olhos, ou estudar sobre os carros, ouvir as mesmas músicas. Ele queria sentir-se estando com ele, dividindo todos aqueles interesses. Era importante para si. –Eu volto depois.


-

Quanto mais de alongavam os dias para o evento que acontecia apenas uma vez ao ano na cidade de pequeno porte financeiro e turístico. Ogata se sentia ainda mais eufórico.
Não fora fácil para seus pais permitir que fosse com Akemi ao evento, ainda mais se tratando de algo tão grandioso.  Mas depois de muitas faxinas, notas azuis e sorrisos de ambas as partes, os responsáveis finalmente cederam.

Dois meses, dois longos meses e nem mesmo assim conseguiu terminar toda aquela papelada, por sorte sua irmã dividia os mesmos interesses que ele. Não que ela estivesse apaixonada por Sakamoto. Mas era gostoso passar tanto tempo com o baixinho, estudando, rindo dos dias ruins que o diário de couro revelava. 

Mas o que mais fazia a parte feminina da dupla rir. Era toda vez em que era mencionado o tal Kohara.  Dava a entender que o mesmo era primo, e namorado do rapaz. E o pior de tudo, era que as famílias dos mesmos sabiam e apoiavam.

Não que para os Ogata fosse um pecado, mas se havia apoio, não teria término. E isso fazia o estomago de Hiroto doer, assim como o coração, que se apertava cada vez mais a cada nova declaração, que surgia nas páginas levemente amareladas pelo pó.

E fora em uma dessas ocasiões, que os olhos de Akemi brilharam. Levantou-se sem deixar de ler atravessando assim o sótão para a parte onde Hiroto estava sentado, olhando pela pequena janela, o sol que ia se pondo, enquanto sua irmã ditava a vida contida naquelas folhas.

-“...Após dias sem escrever, finalmente tenho tido um pouco de tempo para mim. Meu carro está pronto, depois de meses ajeitando toda a funilaria.  Desde que Kohara fugiu com Amano, tenho me sentido solitário, ainda assim continuo com a minha vida pacata. Este sábado me mudo junto com minha mãe para Tókio, já iremos comemrar meu aniversario de dezoito  anos na nova casa, lá as coisas serão diferentes. A carta do vestibular chegou, e eu passei. Sim, dentro de poucos anos serei o melhor engenheiro automobilístico do Japão. Mamãe está empolgada com essa minha nova fase, e eu também, não quero perder o foco agora. Acredito que a vida nos reserva surpresas inigualáveis. Preciso me focar em meus estudos. E quando houver de me apaixonar... Será único e inesperado, até lá, é melhor eu descer as escadas e ajeitar minhas coisas. Não quero esquecer nada de importante, e como não estarei aqui no dia da mudança, as caixas poderão ser esquecidas, e meu tucano, estará junto com você diário.. “

Ambos riam alegres, Akemi por ver a felicidade exposta no rosto do irmão, e este, por saber que o amor da sua vida havia deixado Kohara, ou melhor, o contrário.

-Será que ele..? Quantos anos será que ele tem agora?  -Alemi de de ombros, mas o sorriso estava ali por um motivo. Sabiam que ele havia saído uma semana antes dos dezoito anos. Sabiam que eles tinham sido os moradores anteriores. De resto o notebook resolveria.



-Um ano e meio. –Disse convicta, fechando o laptop. –Seu amor tem dezenove anos Hiroto. –O estômago revirou de prazer, achava o termo “borboletas no estomago” engraçado, porém era assim que se sentia; com um milhão delas.  –Acha que ele vai estar lá Hiro? –Os olhos do rapaz assumiram um novo tom, esperança. Não havia imaginado isso, nunca sequer havia pensado na possibilidade de ver o homem por quem estava apaixonado, o homem que visitava seus sonhos e formava seu caráter. A maior e melhor influencia de sua vida, ali... Na mesma cidade.  –Hiroto? 

-Hn?  -O olhar fora dirigido a mais velha, que lhe sorriu com o cenho franzido.  Levantou-se da cama segurando o aparelho, e caminhou até o mesmo, que estava sentado na janela do quarto, beijou sua testa desejando-o boa noite.  Mal sabia ela que Hiroto não dormiria, pelo contrário. Seria uma longa noite.  E amanhã, o mais esperado dos dias.

Caminhar até a cama, abraçando assim o tucano de pelúcia e suspirar ansioso. Fechou os olhos, o cansaço o consumindo aos poucos enquanto se apertava mais ao seu pedacinho de Sakamoto. 


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Notas finais do capítulo

Poxa, faça meu dia feliz, mande um review.. preciso muito deles



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