Hoje era o amigo secreto que Esme Cullen sempre fazia todos os anos quando acabava o ano letivo. Ela chamava todos os colegas dos filhos dela para o amigo secreto e eu não queria ir, não queria vê-lo de novo, mas minha mãe insistiu para eu ir e por tanto azar na minha vida eu peguei ele, Edward Cullen, ódio.

O engraçado era que eu não mais estudava na mesma escola que os Cullen e mesmo assim Esme me convidou.

Já fazia dois meses que eu havia saído da escola de Forks e começado a estudar na escola de Port Angeles. Eu havia mudado tudo só para não ver ele todo dia e o que eu não queria era ter pegado ele nesse bendito de amigo secreto.

Quando contei a Renée, minha mãe, o que aconteceu ela me apoiou sem pensar duas vezes, mas ela queria saber quem era ele e eu não iria contar que era Edward. Eu tinha medo da reação dele quando descobrisse que eu estava... bem, vamos dizer inchada. Ainda não dava para perceber, pois ainda era recente e por isso também aceitei o convite de Esme.

Eu não sabia o que comprar para ele então deixei minha mãe comprar o presente de Edward.

Quando cheguei na mansão dos Cullen estava tudo perfeito, com o mesmo tipo de enfeite dos outros anos, aquelas luzes coloridas na frente da casa que iam até a entrada da casa. Caminhei devagar por esse caminho, o coração estava a mil, eu carregava o presente dele na minha mão esquerda enquanto acariciava minha barriga que ainda não mostrava nada.

- Bella, que bom você veio querida, achei que não viesse. – Esme me pegou em um abraço apertado e eu retribui.

- Não poderia recusar um convite vindo de você Esme. – respondi sorrindo.

- Que bom Bella.

Caminhei até a sala onde estava todos os colegas que eu estudei e minhas amigas, Jéssica e Ângela.

- Olá meninas!

- Oh Bella você veio? – Ângela estava feliz por ver.

- Que saudade de você garota! – Jéssica veio e me abraçou.

- Também tive saudade de vocês garotas.

Ficamos conversando horas ali, os outros vinham e perguntavam por que eu sai da escola e eu respondia a mesma coisa: eu estava cansada da escola, queria estudar em outra escola. Os únicos que não conversaram comigo foram os Cullen, eu não era amiga deles por mais que já me envolvi com Edward. Mas isso é passado.

- Gente, vamos começar o amigo secreto. – Esme chamou todos.

Todos sentaram no sofá e Esme começou.

- Bem gente, esse ano eu resolvi participar também. Não vou dar rodeios, então à pessoa que eu peguei ela andou meio distante de nós e no próximo ano letivo não estará mais junto de vocês.

- É Bella, mãe – gritou Jasper.

- Acertou. – Esme virou para mim e me entrou meu presente – Abra Bella.

Quando abri fiquei nervosa, ela tinha comprado roupas para bebe, como ela sabia que eu estava grávida? Comprou vários macacõezinhos na cor rosa e outros na azul e também tinha roupas para grávidas. O meu Deus todos saberiam agora que eu estava grávida, por Deus.

- Bella está grávida? – Edward perguntou se alterando e já levantando do sofá.

- Está meu filho de dois meses. – respondeu Esme sorrindo.

- Não Esme, eu não estou grávida. Minha mãe anda inventando tanta coisa. – quase respondi gritando.

Minha respiração começou a falhar, eu não podia ficar nervosa, faria mal já que minha gravidez era de risco, mas o que eu queria? Engravidei com 18 anos. Esme me olhou com aqueles olhos pedindo desculpa enquanto os Cullen me olhavam curiosos e minhas amigas seguravam minha mão.

Elas sabiam a verdade, elas sabiam que eu tinha engravidado de Edward Cullen.

Edward olhou para mim e subiu escadas acima, ele me olhou com um olhar mortal, de ódio e ressentimentos, ele era estranho.

- Bella eu gostaria que você experimentasse as roupas pra ver se vai ficar boa, pois se não eu troco. Mas poderia ser agora?

- Claro Esme.

Quando comecei a subir as escadas, Mike veio correndo até mim.

- Bella aconteceu uma coisa.

- O que foi?

- O seu irmão, Oliver, ele sumiu.

- Como? – já estava ficando nervosa.

- Ele estava brincando perto do parque ao lado do cemitério e ele sumiu, quando sua mãe foi buscá-lo ele não estava mais lá.

- Eu vou trocar de roupa e vou atrás dele.

- Bella você não tem condições de ir atrás dele, eu só te disse por que se não falasse acho que seria pior.

- Não, ele é meu irmão e eu vou procurá-lo também.

Subi as escadas mais rápido e entrei no primeiro quarto que vi, já fui tirando o meu vestido azul de cetim e as sandálias enquanto pegava a calça de malha e uma bata soltinha que Esme me dera. Entrei no banheiro do quarto só de calcinha e sutiã e já comecei colocando a calça foi quando alguém chegou por trás e me abraçou.

- Você fica linda quando está apenas de sutiã e calcinha – aquela voz aveludada ainda me dava arrepios.

- Edward! – me virei e lá estava ele com apenas uma calça e sem a camisa.

- Olá Bella. – esboçou um sorriso perfeito.

- Me de licença eu tenho que ir atrás do meu irmão.

- Não posso deixar você ir enquanto não me disser a verdade.

- Que verdade?

- Você está grávida?

- Não. – menti.

- Esse filho é meu?

- O que é? Acha que eu transo com todo mundo?

- Então você está grávida. – ele concluiu.

- Eu não disse isso. – respondi terminando de colocar a blusa e pegando uma sapatilha que tinha deixado na bolsa caso meus pés começassem a dor.

- É meu esse filho, não é Bella? Confirma!

- Não tenho nada a lhe dizer. E toma, eu por um grande azar acabei tirando você, engraçado não é?! – entreguei o presente e fui para fora da casa.

- Bella espera – disse Edward descendo as escadas enquanto colocava um moletom.

- Tchau. – entrei na picape e dei a partida.

Acelerei até a picape não agüentar, não demorou muito até chegar na frente do parque. Minha mãe e meu pai estavam lá e toda a policia de Forks, os garotos de La Push e algumas pessoas curiosas e poucos voluntários. Sai do carro colocando o casaco e correndo, bem dizer, na direção deles.

- Renée, onde está meu irmão? – perguntei.

- Não sei Bella onde ele está. Ele estava brincando e de repente sumiu.

- Eu vou entrar no cemitério.

- Bella, você não vai, estou mandando! – Charlie gritou.

- É meu irmão, vocês não entendem?

- E você não entende que você não pode fazer nenhum esforço, muito menos entrar no cemitério à noite.

- Estou mais preocupada com o meu irmão, pai.

- Se preocupe com o seu filho que eu me preocupo com o meu, estamos fazendo o possível.

Corri para a viatura de policia mais perto e peguei uma lanterna e entrei no cemitério correndo, Charlie e Renée gritaram alguma coisa, mas eu não dei atenção a eles, eu queria ver o meu irmão, eu tinha que achá-lo.

- Oliver, Oliver! – eu gritava apontando a lanterna para todo o lugar.

Eu olhava tudo, em todos os cantos, em todos os túmulos e nada de Oliver, eu gritava o seu nome e ele não respondia, foi então quando eu tropecei e cai em frente de uma lapide. O desespero me tomou.

- Não, não e não. – eu gritava pra mim mesma quando li o que estava escrito ali.

Dizia que Oliver Swan havia morrido a mais de uma semana. Mas não havia nenhum caixão ali, só a cova aberta, mas nada dentro. Eu já esta vendo coisas que não devia ver.

- Oliver, cadê você Oliver? – eu gritava, eu queria achar o meu irmão.

- Bella, eu to aqui. – eu escutei a voz do meu irmão e fui em direção a ela. Ele estava dentro de outra cova, todo sujo de terra.

- Oliver, está tudo bem com você?

- Estou Bella, mas eu não consigo sair daqui.

Ajudei ele sair dela e o abracei, meu irmão estava vivo e estava bem, mas de repente comecei a sentir uma dor e quando olhei para mim estava sangrando.

- Bella você está sangrando! – disse Oliver.

- Vá por ali Oliver e chame alguém para me ajudar, acho que não vou conseguir andar.

- To indo Bella.

Enquanto ele foi eu perdi os sentidos e desmaiei escutando a voz de Edward me chamar.

- Bella, Bella. – cada vez ficando mais fraca.

Quando acordei tudo em volta era branco, e um ‘bip’ marcava a minha pulsação fraca. Eu estava no hospital.

Tentei levantar, mas não consegui, não estava sentindo as minhas pernas. Olhei para o lado e lá estava Renée sentada em uma cadeira nada aconchegante.

- Mãe? – a chamei e na hora acordou.

- Bella, filha, você acordou!

- O que aconteceu?

- Está tudo bem agora Bella – disse afagando os meus cabelos.

- O que aconteceu? Fale a verdade!

- Se acalme primeiro.

Respirei fundo e olhei para ela.

- Me desculpe filha, mas eles não conseguiram salvar a criança.

- O que? Não mãe não pode ser.

Comecei a chorar e gritar. Perdi o meu primeiro filho, como essas coisas poderiam só acontecer comigo?

Renée me segura pelos ombros tentando chamar minha atenção enquanto eu chorava evitando olhar para ela e as imagens vieram na minha cabeça: uma criança sendo afastada de mim e sumindo numa escuridão enquanto me deixava sozinha no meio de um enorme navio.

- NÃO, CADÊ MEU FILHO? EU SEI QUE ELE AINDA ESTÁ AQUI EM MIM, EU SINTO ELE! – eu gritava enquanto passava as minhas mãos na minha barriga.

- Calma Bella, por favor, se acalme! – Renée implorava.

- Como quer que eu me acalme se você está mentindo para mim? EU SEI QUE ELE AINDA ESTÁ EM MIM, NÃO ACONTECEU NADA COM ELE!

- Bella, minha filha não minta a você mesmo, isso só vai piorar.

- Só falta me dizer para piorar tudo que Edward está aqui!

- E ele está Bella. Ele não desgrudou um minuto de você!

- INFERNO, INFERNO DE VIDA!

Comecei gritar tirando todas aquelas agulhas de mim e aqueles caninhos, tentava me levantar e não conseguia. Renée tentava me segurar, mas eu estava muito agitada.

Nessa hora Edward entrou no quarto e ficou me olhou com uma respiração nada calma e o barulho infernal de um ‘bip’ continuo me irritou e eu explodi na hora.

- É TUDO CULPA SUA, SEU DESGRAÇADO, MATOU A PESSOA QUE EU MAIS AMEI EM VIDA, SAI DAQUI SEU VAGABUNDO! EU TE ODEIO EDWARD, SAI E VOCÊ TAMBÉM RENÉE. EU QUERO TODOS VOCÊS VÃO PARA O INFERNO ACABARAM COM MINHA VIDA!

Falei tudo isso apontando para Edward e deixando as lagrimas escorrerem pelo meu rosto, Edward me olhava com medo e triste ao mesmo tempo.

- EU NUNA MAIS QUERO TE VER EDWARD, VOCÊ ACABOU COMIGO. QUERO QUE VOCÊ NUNCA MAIS EXISTA, NÃO QUERO NUNCA MAIS OLHAR PARA SUA CARA, VOCÊ É O PIOR CARA QUE JÁ EXISTIU NA FACE DA TERRA E EU VOU TE ODIAR PARA SEMPRE.

A enfermeira chegou correndo e injetou uma injeção em mim, não discuti. A minha respiração começou a voltar ao normal e uma sonolência foi dando em mim, deitei na cama e Edward ainda continua ali, derramando lagrimas atrás de lagrimas com os olhos vermelhos e me aproximando de mim.

Quando fui mandar ele para longe acabei adormecendo.