Secrets Of a Life 2 escrita por Ester Liveranni


Capítulo 12
Capítulo 12 - Com o pé esquerdo


Notas iniciais do capítulo

Não briguem comigo, eu passei mal, pra vocês terem idéia eu nem fui trabalhar T.T
Agora chega de ladainha e...
Boa leitura!



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Edward PDV

Depois do passeio no parque levei Alice de volta para o hospital, ela estava cansada e acabou dormindo no carro, então a peguei no colo e a carreguei até o seu quarto.

Ao ver minha pequena ressonando tranqüila embaixo dos lençóis Não pude deixar de pensar em minha mãe e nos últimos dias em que passamos juntos.

Mini flashback:

– Mas um dia ruim doutor? – Edward ouviu tia Anne perguntar.

– Sim, um dos últimos talvez. – o médico respondeu.

Edward caminhou lentamente até a porta do quarto de sua mãe, que repousava sobre uma grande cama de casal, rodeada de aparelhos clínicos. Aparelhos esses que sem dúvida prolongavam a sua vida mais do que o necessário.

– Mamãe?

– Sim meu querido, entre. – disse com a voz fraca.

Edward se aproximou com cautela, para que seus barulhos não a incomodassem como seu pai fazia questão de lembrar.

– Venha querido, deixe-me vê-lo.

Edward caminhou até a cama de sua mãe e se sentou no local onde ela indicara. Bem perto do seu abraço. Lilian o aconchegou em seu peito e acariciou suas costas. Edward por sua vez tentava conter grossas lágrimas que rolavam em seu rosto. Lilian percebeu e afagou seus cabelos até que ele se acalmasse.

– Não quero que vá mamãe.

– Eu sei querido. – disse com a voz embargada.

– Isso não é justo! – ele falou fechando os olhos com força. – É tudo culpa do papai, se ele estivesse aqui a Senhora estaria boa!

– Não é verdade meu amor, não fale assim. – ela disse o abraçando mais forte. – Seu pai nos ama, e se ele passa muito tempo trabalhando é por que quer o nosso bem.

– Ele tinha que estar aqui! - Edward falou se desvencilhando dos braços da mãe. – A Senhora sempre melhorava quando ele vinha nos ver!

Lilian deu um sorriso saudoso, lembrando dos dias felizes que passara ao lado de marido e filho, dias que não voltariam, dias jamais esquecido.

– Edward venha cá. – Lilian falou com dificuldade.

E o menino tão logo a atendeu. Ela o abraçou e o encheu de beijos, fazendo com que o menino desfizesse a cara emburrada. E depois de um tempo em silêncio ela continuou.

– Quero que prometa ser um bom menino, que obedeça a sua tia Anne, e que ame e confie no seu pai, independente do que aconteça. – disse com os olhos cheios de água.

– Não mãe... – o menino se agarrou a ela temendo uma despedida.

– Edward, preste atenção, um dia você terá esposa e filhos. - fez uma pausa. – E compreenderá que a família é tudo o que realmente importa.

– Eu... – ele começou, mas ela o interrompeu.

– Edward, seja forte e honrado. E prometa nunca esquecer os seus ideais, e de sempre correr atrás de seus sonhos.

– Eu, prometo. – o menino falou em meio ao choro.

– Bom menino! – ela falou lhe beijando a testa. – Agora vá, e não se esqueça do eu disse.

Na semana seguinte ela faleceu, deixando uma marido amargurado e um filho carente de afeto e atenção.

Fim do Mini flashback:

Esses dias nos hospital com Alice não estavam sendo nada fáceis. Tentamos vários tratamentos, mas nada parecia adiantar. Essa noite ela acordou com dores no abdômen então ligamos para um especialista e pedimos que ele viesse examiná-la.

– Então doutorr?

– Bom, apesar dos esforços do Dr. Foster e da sua equipe nos últimos dias, sinto informar que devido a vários fatores, a doença evoluiu de aguda para crônica, sendo necessário, a mudança do tratamento e o dobro de cuidado para que possamos prolongar esse estágio o máximo possível, visto que ele é irreversível.

***

Levantei indisposta hoje, o que tem acontecido com certa freqüência. Em geral eu durmo mal, acordo com as costas doendo, e como se não bastasse ainda tenho tido dor de cabeça quase todos os dias. Meu pai trouxe o Note-Book, onde fico debruçada a maior parte do tempo. Tempo esse que se arrasta infinitamente dia após dia, o que é no mínimo desesperador. A hora passa tão lenta por aqui, que chego a pensar que estou presa no triângulo das bermudas ou num capítulo ruim de Lost, o que for mais agonizante... À tarde, caminho pelos corredores, pra me exercitar como sugeriu o médico, eu até gosto das caminhadas, apesar desse cheiro de hospital que não muda nunca, eu tenho um motivo em especial para fazê-las, pois quando saio pelos corredores tenho a oportunidade de ver outras pessoas vivendo. Em geral todos no hospital parecem preocupados e abatidos, com exceção da maternidade que está sempre cheia de olhares curiosos e murmúrios de felicidade.

Jasper é o meu melhor companheiro de caminhada, sempre sorrindo ou fazendo comentários bobos. Ele é tão atencioso, não sei o que faria se ele não estivesse presente, provavelmente morreria de tédio.

– O que acha daquele ali? - falou tentando me animar, enquanto apontava para um bebê gorducho no canto da sala.

– O Arnie? – Perguntei desanimada antes de encará-lo através do vidro. - Ele é agitado, talvez seja DJ.

– Será? Com esse nome ta mais pra contador! - disse sorrindo e apertando os olhos pra ver melhor o bebê.

Sorri em muxoxo, com a piadinha dele e voltei meu olhar desinteressado para a janela.

– Ahhh vai Alice, da uma chance ao garoto. - disse tentando me fazer entrar na brincadeira.

– Não quero...

– Vamos lá, não seja rabugenta, eu sei que você quer. – falou me fazendo cosquinha.

– Não, para! – disse ríspida enquanto me desvencilhava de suas mãos.

O sorriso no rosto dele sumiu dando lugar a uma tristeza que eu não havia notado antes. Surgiu aquele silêncio constrangedor, e eu me senti culpada por ter sido rude, afinal ele tem se esforçado tanto, enquanto eu fico aqui reclamando dos meus problemas. Ciente de que desde quando isso tudo começou ele não deixou de vir me ver nem um único dia. Mas hoje essa sombra triste em seus olhos certamente me fizeram pensar no que isso tudo estava fazendo com ele.

– Ta vai, me diz, quem vai ser a próxima vítima? – falei puxando uma pontinha do seu casaco que nem uma criança com olhar pidão.

Ele abriu um sorriso lindo no cantinho da boca e voltamos à brincadeira. Ficamos mais um tempo elaborando o futuro do Arnie e dos outros bebês, quando minha mãe veio atrás de nós, insistindo para que voltássemos.

– Alice Swan Cullen, eu estou te procurando tem uma hora!

– Sem pânico ok!Eu não vou fugir se é isso que te preocupa. - Disse irônica apontando pro tripé com o soro.

– Engraçadinha. - falou sem paciência antes de olhar o relógio. – Anda o médico quer te ver!

Caminhamos em silêncio até o meu quarto, pra mais uma bateria de exames inúteis. Quando o médico saiu, fui ao banheiro molhar o rosto e minha mãe me seguiu pra mais um sermão de responsabilidade.

– Custa você avisar aonde vai?

– Eu só fui dar uma volta, e o Jasper estava comigo!- falei apontando pra ele.

– Ótimo, e tinha que ser exatamente na hora que eu fui tomar um café?

– Não faz drama ta, eu to bem! – falei me sentando a cama.

– Quer saber Alice, eu não vou desperdiçar ainda mais o meu tempo, já que graças ao seu sumiço eu estou atrasada pra buscar o seu irmão.

– Pode ir, eu sei me cuidar sozinha!

– Que bom, por que seu pai vai se atrasar. – falou pegando a bolsa. – Então tenta não piorar mais as coisas ok.

– Ok,já foi? – falei, e antes de sair ela estreitou os olhos, com quem diz “depois conversamos” e no fundo eu sabia que aquela atitude teria conseqüências, mas na hora não me importei.

Jasper se aproximou da cama enquanto eu me cobria com o lençol.

– Não devia ter falado assim...

– Se você vai me dar sermão também então nem começa!

– Não é isso, eu só acho que você devia pegar leve, até por que ela só ta tentando ajudar.

– Só é uma pena que ninguém esteja conseguindo não é mesmo? Nem a minha mãe, nem os médicos, nem a porcaria desse hospital!!! – vociferei.

– É, com certeza essa sua atitude está ajudando muito. – ironizou. – Eu não sei se você percebeu Alice, mas brigar com as pessoas que te amam não vai melhorar as coisas!

Ele falou e eu me calei, sabia que ele estava certo, e que eu não tinha o direito de reclamar, mas poxa ninguém pensa em como é ruim ficar aqui?

Segurei o choro enquanto olhava pela janela, Jasper aproximou a mão de meu rosto e limpou umas lágrimas.

– Imagino como deve estar sendo difícil, mas tente ser paciente minha deusa.

– Não você não faz idéia de como seja! - falei limpando o rosto.

Respirei fundo e fechei os olhos tentando me acalmar, eu não queria ser grossa, mas também não estava com muita paciência.

– Me deixar sozinha. - pedi. - Por favor, hoje não é um bom dia. – expliquei.

– Está bem, qualquer coisa me liga. – disse me beijando a testa antes de sair.

Depois que o Jas saiu, a enfermeira veio me tirar do soro e eu fiquei aqui pensando nas coisas que o Jasper disse. E quando o meu pai chegou pensei que as coisas fossem melhorar, mas ao contrário do que eu esperava, só consegui me sentir ainda pior.

– Posso entrrar?

– Claro.

Meu pai se sentou ao pé da minha cama e ficou me olhando, até que eu o encarasse. O clima estava estranho e eu sabia que logo viria uma bronca. Ele me conhecia tão bem que era impossível ignorá-lo.

– O que houve?

– Nada. – menti.

– Não minta parra mim Alice.

– Se você sabe é por que ela já foi te contar, então o que quer mais? – falei com a voz embargada já prevendo a represália.

– Não fale assim Alice! Você não é disso, sempre se deu bem com sua mãe, então o que mudou? - ele disse sério e eu comecei a chorar.

– Nada, não mudou nada! – falei secando o rosto. – Eu estava brava e descontei nela, foi só.

Me aproximei dele e me aninhei no seu abraço, não por estar carente, precisando de colo, mas por que eu estava morrendo de vergonha de tudo o que havia feito. Não só pra minha mãe como para meu namorado. Depois da minha cena de arrependimento, meu pai me deixou assistindo TV enquanto ia à cantina comer alguma coisa. Eu como não tinha mais nada pra fazer acabei dormindo.

Acordei de madrugada com um barulho no corredor e de súbito me levantei pra saber o que era. Vi os médicos levando uma menina para o quarto ao lado do meu. Me entristeci ao ver que ela não devia ter mais de oito anos, e fiquei imaginando se ela estaria tão ruim quanto eu.Voltei o olhar para o quarto e vi minha mãe havia voltado.Ela dormia encolhida em uma poltrona longe da cama. Peguei um cobertor e a cobri, morrendo de culpa por tê-la tratado mal. Eu não queria acordá-la, mas também não queria ficar longe. Então me curvei e a beijei a testa.

– Eu sinto muito. - sussurrei.

Ela se mexeu e sonolenta olhou para mim.

– Me desculpa mãe, não vai acontecer outra vez!

Ela deu um sorriso cansado e me abraçou.

– Esqueça querida, isso não tem importância. – falou mexendo no meu cabelo. – O importante é que você está bem. – falou antes de levantar e me botar para dormir.

No dia seguinte resolvi fazer diferente, levantei e fui lavar o rosto antes que a enfermeira trouxesse o meu café. Prendi o cabelo com um rabo de cavalo bem no alto, mudei de roupa e fiquei esperando ela chegar.

Minha mãe não estava no quarto, mas eu não me incomodei. Não demorou muito e ela apareceu com a enfermeira.

– Nossa levantamos diferente hoje! - mamãe constatou. - Viu o passarinho verde?

– Não, “ele” só vem depois da aula. – falei animada e nós duas rimos.

Depois do café o médico apareceu. Com os exames e como de praxe eu gelei.

– Alguma novidade? – perguntei receosa.

– Sim, e boa! – ele sorriu.

– Então conta! – pedi impaciente.

– Bom como a senhorita já sabe, devido ao seu caso ter se tornado crônico, hoje você está oficialmente na fila para um transplante de rim, tendo que fazer hemodiálise três vezes por semana como nós já conversamos. – ele fez uma pausa. – entretanto como o diabetes está estabilizado, amanhã depois do almoço a senhorita já estará liberada.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, que eu disse que ia revelar tudo hoje mas não deu!Prometo adiantar tudo no próximo então por favor não fiquem bravas mas eu tenho que seguir o roteiro ok.
Obrigada por cada review, pelas 21 pessoas que estão seguindo a Fic e muito obrigada pela paciência.
*Bjox*