Born With Nothing, Die With Everything escrita por prettyreckless


Capítulo 5
Capítulo 4 - Just Tonight


Notas iniciais do capítulo

Um dos meus capitulos favoritos, então vamos la :)
boa leitura xx



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/112848/chapter/5

Apesar do dia anterior ter passado rápido devido ao excesso de sono ─ e medo ─, sentia como se tivesse passando toda a minha vida em câmera lenta. Já estava no saguão do gigantesco aeroporto de Guarulhos com minha recente família e agregados (Lucas, Marina e Fernando seu marido), faltavam alguns minutos para liberarem a sala de embraque.

Você está com tudo Nicole? ─ Era a décima vez que me perguntavam isso ─ Não está se esquecendo de nada? Ainda da tempo de voltar e pegar! ─ Ainda da tempo de voltar e me esconder?

Não, estou com tudo aqui ─ Disse fazendo uma careta ─ Eu acho que já disse isso, mas eu estou morrendo de medo! ─ Apertei minha mão na pequena bagagem de mão que levava, Lucas me abraçava de lado e Marina logo ficou do meu lado segurando minha mão.

Olha aqui mocinha ─ Marina começou a falar ─ Ou melhor, mulher ─ E riu ─ Tudo vai dar certo, você só precisa entrar em contato com esse homem ─ E estendeu um cartão. David Jost, com o número de três celulares e um e-mail. Meus poucos conhecimentos sobre Tokio Hotel concluíam que era o primeiro produtor deles. ─ Provavelmente ele estará no show de amanhã naquele endereço que esta no papel branco dentro da sua carteira. ─ Assim que terminou de explicar, foi feita a primeira chamada para o avião com destino a Hamburgo. Gelei.

Todos olharam para mim com diferentes expressões, meus avos estavam esperançosos, Marina e sua família pareciam preocupados. Me despedi de todos, demorando um pouco mais com Lucas que insistia para sua mãe para ir junto comigo, quando passei pelos seguranças minha ficha caiu me deixando meio completamente frágil. Com a pouca vontade que me restava, virei para trás e acenei já sentindo a saudade apertar. Segui o fluxo automaticamente com destino a aeronave, disfarçando a vontade de chorar.

Achei a poltrona 22/23 com um pouco de dificuldade devido as lágrimas que embaçavam meus olhos e ameaçavam rolar por todo meu rosto. Eu não queria pensar em nada, me recusava a chorar mais hoje. Conectei os fones de ouvido no meu simples celular e coloquei o primeiro berro que vi pela frente, afim de não escutar nem meu pensamento. Horas depois, e sem o mínimo sono, chegamos à Hamburgo e como previa, fazia um frio desgraçado já que a neve cobria boa parte do canteiro da pista do aeroporto. Agradeci pelas aulas pagas por Marina de inglês quando vi as placas em dois idiomas, após o processo de desembarque, segui as placas que indicavam a saída e os taxis.

O relógio em cima do criado-mudo ao lado da cama marcava 01h48min am, sem a minima vontade de desfazer minhas malas, tomei um banho rápido e peguei o notebook para avisar à todos da minha chegada. A conversa com Lucas foi muito boa, como sempre, ele me acalmava, mas a tranquilidade logo se foi quando desliguei o computador e fui tentar dormir.

Sentia como se existisse duas mãos me enforcando, ao mesmo tempo gerando uma dor imensa no peito, para variar sentia vontade de chorar só de pensar no dia seguinte. Uma moleza dominou meu corpo me trazendo a inconsciência.

Xx

É muito fácil pra ti falar isso né Lu? ─ Ri ─ Seus pai não é famoso por ter má fama. ─ Ele riu. Estavamos à 15min falando pelo telefone, até imagino o valor da conta.

Nic você já está pronta para o show? ─ Ele perguntou ─ Espero que já, e queria tanto te ver e..

Na verdade estou parada olhando as roupas na minha mala, de roupão. ─ Peguei um vestido preto básico

Gostaria muito de ver a cena ─ Lucas disse abafando um riso ─ Vá linda, quer dizer isso você já é então qualquer roupa que vestir ficará bem.

Hm, puxa saco

Finalizamos a ligação depois dos desejos de boa sorte de Lucas, agora já vestida com o vestido preto tomara-que-caia, uma jaqueta de couro, meia calça preta e uma ankle boots. Deixei meu cabelo solto mesmo, e sai do quarto demorando um pouco observando a porta do elevador. Respirei fundo algumas vezes enquanto esperava o taxi no saguão do hotel, nessa altura queria apenas que tudo fosse rápido e menos doloroso para que voltasse para o Brasil, tudo bem que seria ótimo se tivesse um pai. Foi aí que comecei a raciocinar de verdade, sem fugir de nada. Péssima ideia.

A única coisa que se passava na minha cabeça era como Tom Kaulitz iria reagir, não sou uma babaca, sei como ele é. Trinta e seis anos na cara, e nunca namorou ninguém ─ e sinceramente acho que nem pretende. Esse era o meu...Pai. Acordei dos meus pensamentos e reparei que ainda estava encarando o chão do taxi. O velho motorista de relance me olhava pelo retrovisor, provavelmente deveria estar encarando minha maquiagem que teimava em borrar ou minha evidente expressão de medo.

Chegamos moça ─ Disse ele falando, ou melhor, tentando falar inglês.

Aqui está, obrigada e tenha uma boa noite. ─ Disse saindo do carro tentando manter minhas pernas sob minhas ordens. 

Ouvi o ronco abafado do motor arrancar e o taxi sumir de vista, depois disso minha audição foi tomada por gritos de fãs do antigo Tokio Hotel. Em apresentação especial, seria em uma casa de shows famosa em Hamburgo. Me assustei quando ouvi um segurança loiro imenso falou alguma coisa em alemão. 

Desculpe, eu não falo alemão. ─ Tentei sorrir, apesar do susto que levei.

Desculpe, ─ ele riu e tragou seu cigarro ─ Não vai entrar? O concerto já começou. ─ Ele me olhou de uma forma estranha. 

Oh, que bom... Digo, vou entrar sim, só estou, acho que ─ Suspirei tentando me acalmar. ─ estou me preparando. ─ Ri derrotada. O segurança riu enquanto soltava aquela fumaça que só servia para me deixar mais tonta.

Não entendo essas fãs, desde que esses caras eram pequenos, não saem do pé deles. ─ O outro segurança riu, me deixando mais sem graça ainda.

Nem eu entendo. ─ Disse

E o que faz aqui? ─ O outro que cuidava da porta perguntou. Me fiz essa mesma pergunta desde quando sai do Santa Maria. Qual era o real motivo para continuar com tudo isso? Meus pais nunca deram a atenção que deveria receber.

Então, por quê? Ou melhor... Pra que? Um vento frio me despertou, e fez com que me encolhesse.

Sou jornalista de uma revista do Brasil, tenho uma entrevista marcada ─ Menti, e caminhei até o curioso entregando parte do ingresso e comprovando com minha identidade. Sentindo olhares dos seguranças, entrei no local já ouvindo uma música dos Tokio Hotel, procurei pela escada dos camarotes um pouco assustada com a diversidade de fãs da banda.

Apoiei na grade devido a pequena tontura, era muita coisa para assimilar. A casa estava lotada, os fãs cantavam alegremente suas músicas, a banda tocava impecavelmente e o vocalista desfilava pela pequena passarela e pelo cenário nostálgico com fotos antigas. E ele estava lá, tocando a sua gibson preta e, como nos dvds, fazia as mesmas caras e bocas para o delírio de suas fãs. Me vi parada feito uma estátua durante duas musicas seguidas olhando para Tom Kaulitz. Quando voltei ao normal, procurei pelo cartão de Jost na minha bolsa, e fui na direção do banheiro tentando achar um lugar mais silencioso.

Alô? ─ Ele gritou em alemão

Oi, er ─ Travei ─ David Jost é isso? ─ Andava de um lado para o outro

Sim, quem é? ─ Ele disse agora com a voz mais baixa.

Hm, o meu nome é Nicole ─ Disse sem emoção ─ Quem eu sou, aí já é um problema ─ Deixei escapar

Olha Nicole, se for mais um trote das fãs vocês...

Não é nada disso Jost, pode confiar. Você pode subir até o camarote número 5? ─ Disse insegura ─ Não fique com medo, não sou nenhuma louca e nem fã de Tokio Hotel.

Nicole, eu sou casado...

David, por favor... Não é nada disso ─ Ri nervosa ─ Não sei nem o que te falar... É dificil explicar por telefone, mas é de interesse seu e dos Tokio Hotel, mais especificamente de Tom.

Oh meu Deus, você está grávida? ─ Ele gritou e desligou. Ótimo, já posso ir embora.

Assisti mais um pouco do show, enquanto me perguntava por quê não bati o pé e fiquei na minha casa.

Nicole? Isso? ─ David Jost entrou junto com dois seguranças para o meu susto. ─ Não tem cara de estar grávida...

Eu não estou grávida! ─ Disse tremula

Então, o que o Tom tem com isso? ─ Ele perguntou desconfiado.

Bem, ele engravidou sim alguém ─ Disse um pouco baixo demais, arrepios desceram pelo meu corpo, isso sempre acontecia quando lembrava de minha mãe. Jost ficou surpreso por alguns minutos, porem em silêncio. Continuei a contar, cuidando com suas reações ─ Mas obviamente não foi eu, e sim a minha mãe.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

hehe, ta ai gent :)
se não conseguir postar amanhã/hoje, FELIZ NATAL ♥
xx