Rin é Um Gênio! escrita por debs-chan


Capítulo 5
Capítulo 5 - Conversas


Notas iniciais do capítulo

LEGENDAS:

— Blábláblá = fala da personagem

(N/A:blábláblá) = comentário da autora

VOCABULÁRIO:

Moshi Moshi = algo do tipo "alô"
Kami ou Kami-sama = algo como Deus
Ja ne = usado para despedidas
— sama = pronome de tratamento, denota respeito. Algo como Senhor (a)
Onegai = por favor
Gomenasai/gomen/gomen ne = desculpas
Sumimasen = pedido de desculpas mais formal
Hai = sim
Nani = o que? Como assim?
Baka = idiota



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"O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho."

(MACHADO DE ASSIS)

RIN É UM GÊNIO!

Cap. V – Conversas

Sesshoumaru fechou os olhos na intenção de dormir, mas sua cabeça trabalhava a mil com os acontecimentos e informações que obtivera naquela noite. Tinha que admitir que estava intrigado com a bela moça e estava muito interessado em sua história. O youkai remexia-se mais uma vez na cama, quando sentiu uma leve brisa invadir o quarto, mantendo-se praticamente imóvel na cama, semicerrou os olhos para ver o porquê daquilo, não queria se mostrar acordado para que a jovem não pensasse que o tinha despertado de seu sono, foi então que viu que a porta de vidro que dava passagem para a pequena sacada que havia em seu quarto estava aberta, e Rin mantinha-se parada naquele vão com os olhos fechados como se desfrutasse daquela sensação boa de sentir o vento batendo em seu rosto, então virou o rosto para verificar se não havia acordado seu amo e para evitar fazê-lo, saiu até a sacada e fechou a porta atrás de si.

O jovem youkai ficou com aquela imagem em sua cabeça por um tempo até que, vencido pelo cansaço que sentia em seu corpo, adormeceu. Durante a noite Rin ficou o tempo todo na sacada observando e admirando a grandiosidade daquela cidade com seus prédios altos e suas luzes coloridas, ficou ali até ver o sol nascer no horizonte, ficou maravilhada com aquele espetáculo, não sabia dizer quando fora a última vez que presenciara algo como aquilo.

Rin foi tirada de seus pensamentos ao ouvir uma voz angustiada vindo do aposento atrás de si. Abriu a porta de vidro e viu que Sesshoumaru debatia-se na cama e chamava insistentemente por alguém, ele estava preso em um pesadelo, pelo o que ela pôde notar.

- Sara! Não, não, Sara... por favor ...não! – quase gritava o youkai, tamanha era sua angústia.

Rin sentiu seu coração doer ao vê-lo sofrendo daquela maneira, se aproximou da cama, notou que ele estava encharcado de suor. O sonho parecia mesmo atormentar Sesshoumaru.

- Meu amo? – tentou chamá-lo sem ao certo saber o que fazer, mas o youkai não pareceu acordar e continuava a se debater e chamar por Sara.

- Meu amo acorde! – pediu ela com a voz um pouco elevada na esperança de que assim ele a ouvisse – Vamos, acorde! – tocou-o no braço – Acorde por favor! – disse já em tom choroso demonstrando toda a sua preocupação por ele.

O fato daquele pesadelo estar causando tanto sofrimento a Sesshoumaru fazia o peito de Rin comprimir-se em dor ocasionando-lhe certa falta de ar.

- Não! – Sesshoumaru gritou desesperado acordando de súbito e logo se sentando na cama. Sua respiração era ofegante e seu corpo estava molhado e alguns fios de seu cabelo grudavam em sua pele suada.

O jovem youkai não esteve com Sara no momento do acidente e nem mesmo o presenciou, no entanto sonhava com ele constantemente, o que lhe ocasionava muitas noites mal dormidas. "Via" o acidente em seus sonhos da forma como imaginava que tinha acontecido, imaginava a dor e o sofrimento que sua futura esposa havia passado...

- Meu amo? – Rin o chamou com a voz baixa, estava aflita por ele, precisava saber que ele estava bem.

Ao ouvir a voz preocupada da moça, o youkai voltou seus olhos em sua direção e foi surpreendido ao ver aquele mar de chocolate cintilando por estar úmido de lágrimas. Percebeu que ela estava preocupada com ele, mas por quê? Nem ao menos se conheciam, afinal, uma noite não é suficiente para se conhecer uma pessoa...Mas ele tinha que admitir que vê-la daquele jeito, com os olhos marejados d'água não lhe agradava em nada.

- Foi apenas um pesadelo...- Disse simplesmente, como se aquilo fosse algo completamente normal, enquanto fazia menção de levantar-se.

- Meu amo está bem? – indagou tocando-lhe o braço, mas percebendo o que fazia, logo soltou-o. Sesshoumaru apenas olhou-a indagativo.

- A Rin ficou preocupada, o amo parecia estar sofrendo muito... – comentou cabisbaixa.

Rin havia pronunciado aquelas palavras com tanta sinceridade que Sesshoumaru não poderia e nem conseguiria ignorá-la como era sua intenção.

- Estou bem Rin, como disse, foi apenas um pesadelo... – a garota apenas maneou-lhe positivamente com a cabeça e viu-o levantar-se da cama.

- Quem é Sara? – perguntou com a voz hesitante.

Sesshoumaru parou de súbito, sentiu um calafrio percorrer seu corpo e olhou a moça de soslaio. Como poderia ela saber sobre Sara?

- Sumimasen meu amo, não quero ser intrometida, mas a chamava enquanto... – não conseguiu terminar seu argumento, o youkai lhe cortou.

- Isso...isso não é da sua conta. – viu-o ficar sério demais, mas sentia a tristeza que assolava o coração dele em cada palavra que ele acabara de pronunciar; então se manteve calada. Realmente quem quer que Sara fosse ou o que quer que tivesse acontecido, não era da conta dela...

Sesshoumaru seguiu para o banheiro para fazer sua higiene pessoal e Rin ficou sentada na beirada da cama do youkai esperando-o. Estava pensativa. A moça o viu sair do banheiro vestindo roupas que, segundo as informações que obtivera através de seu "upgrade", eram usadas para a prática de esportes.

- Rin, vou sair fazer meus exercícios e depois trarei algo para comermos. – disse enquanto seguia até a porta de seu quarto e notou que era seguido pela moça.

- Meu amo não deseja fazer seus pedidos? – disse Rin quase num sussurro enquanto caminhava atrás do youkai e de cabeça baixa. Não sabia por quê, mas ainda sentia-se mal por ter perguntado sobre Sara.

- Achei que tivesse dito que tenho 30 dias para fazê-los – respondeu enquanto caminhavam pelo corredor que dava acesso à sala e à copa. Rin manteve-se calada.

Diante do silêncio da garota, o youkai se vira para fitá-la, percebendo que ela estava cabisbaixa e parecia triste. Será que teria sido pela forma que a respondera anteriormente? (N/A: Não! Será? Imagina!rs )

- Por que te incomoda o fato de eu ainda não querer fazer meus pedidos, Rin?

- N-não me incomoda meu amo – disse depressa enquanto balançava as mãos freneticamente ante seu corpo – Só acho estranho...

- Como assim?

- Acho que estou apenas confusa...- viu-a sorrir-lhe sem graça - ...nunca fiquei tanto tempo fora da minha garrafa antes. – vendo que Sesshoumaru ainda a encarava curioso, resolveu continuar:

– De um modo geral, o máximo de tempo que fiquei na presença de um amo foi 10 minutos. Como eu disse antes, os amos anteriores recebiam esta Rin com muita alegria e euforia e antes mesmo que pudesse me apresentar ou dizer qualquer coisa, já faziam seus pedidos. Na maioria das vezes só ouviam minha voz ao pronunciar as palavras: "Seu desejo é uma ordem"!, então imediatamente seus pedidos eram realizados e eu voltava para a garrafa e era enviada para algum outro lugar do planeta para esperar que outro amo achasse a minha garrafa. Nenhum deles jamais se deu ao trabalho de conversar comigo algo que não fosse a respeito de seus pedidos. Por isso, não entendo o que faço aqui ainda...

Antes que Sesshoumaru pudesse dizer qualquer coisa, a jovem se pôs a falar novamente.

- Sinto como se algo estivesse errado, ou melhor, que estou fazendo alguma coisa errada. A Rin sente como...- ficou pensativa por uns instantes como se escolhesse as palavras para melhor se expressar – A Rin só não quer mais incomodar este amo com sua presença.

Sesshoumaru estava calado, não sabia o que responder. A moça parecia realmente confusa , talvez até mais confusa do que ele ficara quando descobriu que ela era um gênio. Enquanto o jovem youkai parecia pensar em algo para dizer, uma idéia cruzou a mente da jovem.

- É isso! – disse como se tivesse encontrado a solução pra um problema – Vou voltar para a garrafa e ficar lá até que este amo tenha seus pedidos bem definidos, assim não o incomodarei e ele não ficará mais bravo com a Rin. – a moça disse estas palavras enquanto se virava e caminhava devolta para o quarto do youkai onde sua garrafa se encontrava, mas seus passos foram interrompidos quando Sesshoumaru segurou um de seus pulsos.

- Este Sesshoumaru não está bravo com a Rin e a companhia dela não o incomoda, na verdade, ele tem gostado da companhia dela. – viu-a virar o rosto para si fazendo com que o olhar de ambos se encontrasse.

- Rin, não fiz meus pedidos ainda porque não sei bem se o que quero é o certo a ser pedido. – viu-a olhá-lo curiosa – Se for o certo, apenas 1 dos 3 pedidos a que tenho direito me bastará, mas algo me diz que esse meu pedido não é algo que possa ser realizado...

- Nani? Por que não?

- Instinto. – ela pôde sentir novamente a tristeza na voz do youkai.

- Além do mais, estou muito curioso sobre você.

- Curioso? Sobre mim? – perguntou a moça completamente surpresa.

- Sim. Este Sesshoumaru quer muito aprender mais sobre gênios e quer muito conhecer esta Rin e saber qual é a história dela. – Rin sentiu-o acariciar-lhe a face enquanto dizia estas palavras, o que a deixou levemente corada.

Rin sustentou o olhar dele e devagar foi se aproximando do youkai até que a distância entre seus corpos fosse quase nula. Ele parecia ter se perdido no fundo daqueles olhos cor de chocolate e ela tentava transpassar aqueles olhos dourados para assim chegar até a sua alma. Ela podia ler claramente a tristeza nos olhos de seu amo. Aquela tristeza era tão latente que quase podia ser tocada. Rin sentiu seu coração apertar no peito e sua alma doer dentro de seu ser, ao perceber o sofrimento que seu amo carregava dentro de si.

- Meu amo...tão triste... – dizia de forma sussurrada.

- Sesshoumaru...

- Nani?

- Meu nome...Sesshoumaru. – sussurrou ele ainda perdido naquele mar achocolatado.

Ela sorriu-lhe timidamente ante as palavras dele, aquilo significava que ele lhe dava permissão para não mais chamá-lo de amo, mas sim por seu nome.

Levada pela tristeza que gritava nos olhos do youkai, tocou-lhe o peito do lado em que seu coração batia e sustentou o olhar do homem, prendendo-o nos seus por uns instantes.

- Sinto que seu coração está quebrado ...e que ...há bastante tempo está assim...

"Você...poderia...consertá-lo?"- pensou o jovem youkai ainda mergulhado naquele transe, mas em questão de minutos foi "acordado" pelo barulho irritante de seu telefone.

- Moshi moshi.

- Sesshoumaru-sama é Miuki.

- Diga Miuki-sama.

- Estou ligando para avisar que me atrasarei hoje, houve um acidente envolvendo o metrô, por isso não conseguirei chegar no horário.

- Tudo bem Miuki-sama, deixarei avisado na portaria que se atrasará.

- Arigatou Sesshoumaru-sama e perdoe-me pelo atraso. Ja ne. – o youkai não respondeu, apenas desligou o aparelho e o colocou no lugar.

Percebeu que havia se esquecido que Miuki – uma senhora que trabalhava limpando sua casa 2 vezes por semana – viria naquele dia. Voltou seu olhar à jovem e a viu curiosa sobre a conversa que tivera, então percebeu que não havia avisado Miuki que tinham visitas e não pediria para Rin passar o dia todo na garrafa, isso seria inconcebível.

- Droga, esqueci de avisá-la sobre você. – disse já pegando o telefone para ligar pro celular da mulher, mas seu movimento foi interrompido pela delicada mão de Rin sobre a sua, olhou-a confuso.

- Não se preocupe com isso, somente Sesshoumaru-sama pode ver-me. – disse-lhe com um discreto sorriso nos lábios.

Então como um flashback o youkai lembrou-se de ouvi-la dizer algo do gênero na noite anterior quando estava na casa de seus pais. O youkai notou mais um detalhe no que ela dissera, ela não o tinha chamado de amo – sorriu discretamente – não sabia por que, mas havia gostado e muito de ouvi-la dizer o seu nome.

O jovem advogado andou até a porta de entrada de seu apartamento. Já estava com a mão na maçaneta da porta, mas antes de sair de seu apartamento virou-se novamente para a moça que estava parada atrás de si.

- Gostei muito de nossa conversa e pretendo continuá-la em breve. – viu-a assentir-lhe em confirmação – E acredito que Miuki-sama não chegará antes de mim, então não se preocupe. – e viu-o sair fechando a porta à sua frente.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez: obrigada pelas reviews!
Agradeço tbm aqueles que perderam seu tempo lendo essa fict e q por alguma razão não me deixou review!

=)



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