Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 34
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Posso dizer que passamos todo o nosso tempo na Sala Precisa apenas nos concentrando em arranjar um feitiço para envelhecer o armário, mas isso seria mentira. A verdade é que nem vimos o tempo passar e logo todos já estavam indo para Hogsmeade para o teste de aparatação.


Eu obviamente não ia porque tinha perdido todas as aulas práticas, já que estava no hospital. E Draco ainda não tinha 17 anos, então foi uma desculpa perfeita para ficarmos sozinhos em Hogwarts. Quer dizer, não sozinhos, sozinhos, mas pelo menos não teríamos Potter para nos encher e poderíamos ir até a ala restrita da biblioteca.

Eu estava rondando a biblioteca para ver quem poderíamos usar como cobaia, quando vi Peter dormindo de forma adorável em uma das mesas. Só estava esperando a bibliotecária acordá-lo com uma livrada na cabeça, mas nada aconteceu, então eu que o acordei.

- Ei! Que desnecessário, Miller! – ele exclamou, acariciando a cabeça no lugar onde eu bati.

Eu ri. Foi completamente necessário.

- E ai? – perguntei de forma casual e me sentei a sua frente. – Eu achei que você gostasse de estudar... – completei, divertindo-me.

- Eu gosto. O que você quer?

- Nossa. Grosseria gratuíta não, obrigada. – respondi. O que era aquilo tão de repente? Esse era o mesmo Peter que sempre anda de bom humor e me trata bem?

- Não é gratuíta, você me acordou com um livro. – ele disse, mas não me convenceu. Eu nem tinha batido tão forte e ele já sabia do meu gênio brincalhão.

Fiquei séria e fitei seus olhos maravilhosamente claros, mas não suficientemente cinzas, se é que você me entende.

- O que houve? – perguntei, lembrando-me de como ele tinha se preocupado com o meu bem estar quando eu estava tentando ver se ele era um Comensal da Morte.

Ele desviou o olhar e eu franzi a testa. Ótimo, mais um amigo que se irritaria por nenhum motivo comigo. Se bem que Cece tinha um bom motivo, se fosse real... Enfim.

- Peter, qual é? – insisti e estava pronta para me levantar, quando ele murmurou de forma seca:

- Eu odeio mentiras. – ele respondeu e eu juntei as sombrancelhas. Não me lembrava de nenhuma mentira que eu tinha contado para Peter. Posso mencionar várias que eu contei para outras pessoas, mas... - Você disse que não era mais uma tiete do Malfoy.

Ah, isso.

- Eu não sou. – falei. Era verdade. Quer dizer, eu era namorada dele. Certo, ainda não me acostumei em falar isso, deixe-me tentar de novo. Eu era namorada dele, não tiete.

- Ah, não? – ele perguntou, agora me fitando. – Eu ouvi alguns boatos por aí sobre vocês dois. As pessoas não são cegas, sabia?

Suspirei, as pessoas realmente estavam falando sobre eu e Draco? Aquilo era um problema. Não pra mim, claro, mas para a reputação dele. E como poderiam saber que estávamos juntos se só ficávamos na Sala Precisa o tempo todo?

- Boatos de quem? E sério que você vai confiar em boatos? Achei que você fosse mais Corvinalesco que isso, Peter.

Veja bem, eu não estava negando e nem afirmando nada, só queria saber de onde ele tinha ouvido aquilo.

- Não sou estúpido, Liz. – me respondeu,  ao invés de falar o que eu queria que ele falasse. Por que as conversas nunca acontecem como queremos?

- Sério, de onde você ouviu isso? – perguntei de novo, agora mais séria.

- Por aí! Estão falando que você é a mais nova presa do Malfoy. – ele ralhou, com desgosto, me fitando de forma cautelosa.

Presa?

- Presa?! – exclamei, inconformada.

Ele apenas se contentou em acenar com a cabeça. Eu estava feliz por ele achar aquilo tão ridículo quanto eu, mas ainda não entendia porque tinha ficado tão irritado. Ficamos nos fitando por alguns segundos, quando ele finalmente soltou:

- E ai? Não vai desmentir?

- Eu não sou a presa dele. – murmurei entre os dentes. Aquilo era patético. As pessoas realmente me viam assim? Como uma garota indefesa que caiu na rede do ilustre Draco Malfoy.

- Mas vocês estão juntos? – Peter insitiu, aquilo estava ficando irritante.

- Por que você se importa? – perguntei, um pouco mais seca do que eu pretendia. Mas sério, eu entendia o motivo das pessoas odiarem as “tietes” de Draco, mas Peter me conhecia, ele sabia que eu não era esse tipo de menina. Ele sabia que eu era melhor do que isso, por que estava me julgando de forma tão errada?

Ele suspirou e voltou o olhar para a mesa, baixando os ombros.

- Eu acho que eu estava começando a gostar mesmo de você. – respondeu honestamente e eu corei de forma patética. O que raios ele estava falando? Gostar? De mim? Elizabeth Miller? A sangue-ruim da Sonserina? Certo.

- Estava? – foi tudo o que eu consegui dizer sem pedir uma explicação por escrito do porque exatamente ele estava começando a gostar de mim.

Então, ele me fitou e eu estremeci. Nunca tinha visto aquele Peter antes, ele estava ainda mais confiante e extremamente sério quando me corrigiu:

- Estou.

Engoli um gritinho. Ok, então quer dizer que um cara inteligente e lindo do sétimo ano estava gostando de mim? Ótimo, não podia pedir por coisa melhor, a não ser por um pequeno detalhe, óbvio... Eu estava namorando Draco.

Mas é claro que o universo estava conspirando contra mim. Se eu não tinha provas antes, aqui está ela. Nunca, em seis anos de Hogwarts, alguém gostou de mim romanticamente, os admiradores secretos eram sempre de Cece e até alguns para a tímida e adorável Su. Mas eu? Claro que ninguém gostou de mim, eu era a sangue-ruim da Sonserina.

Mas agora, um cara completamente normal, bonito e inteligente estava gostando de mim e eu não podia aproveitar porque estava ocupada demais ajudando o amor da minha vida a matar o diretor da escola. Não é simplesmente perfeito?

Não que eu realmente fosse ficar com Peter se eu não tivesse Draco... Quem eu estou enganando? Eu estaria agarrando aquele colarinho apertado demais em dois tempos, porque sabia que nunca teria chances com Malfoy. Mas a verdade é que eu tinha, quer dizer, tenho... Quer dizer, estamos namorando!

Não pense mal de mim, eu não estava tendo dúvidas sobre querer ou não ficar com Peter. Mas que ele podia ter surgido antes na minha vida, podia. E só depois eu encontrasse Draco e nós podiamos casar e matar o diretor juntos, seria adorável.

Ai, a ironia do destino. Quem ia imaginar que eu iria acabar sendo sobrinha de Voldemort, namorar o cara que eu sempre gostei desde os onze anos e ajudá-lo com um plano maligno? É até engraçado.

Concentre-se, Liz. Peter, você tem que responder Peter.

- Está? – perguntei pateticamente e ele simplesmente acenou com a cabeça. – Ótimo.

Ele sorriu.

- Quer dizer, não ótimo... Eu... Quer dizer, eu estou. – corrigi-me, desviando o olhar. Dá pra perceber que sou ótima com palavras.

- Está o que? – ele perguntou, agora com uma expressão confusa. Ele entendeu tão rápido. Ele era tão mais esperto que Draco, por que eu simplesmente não podia me apaixonar por ele?

- Estou junto com Draco. – respondi. Pude ver nos seus olhos a sua decepção. – Mas não é como você pensa, Pete...

- Claro que não é. – desdenhou e eu bufei.

- Não me julgue. – retruquei. – Não é como estão falando por aí.

Peter revirou os olhos, me deixando extremamente irritada. Eu odiava quando reviravam os olhos para mim quando eu falava alguma coisa perfeitamente normal.

- Não estou te julgando, Elizabeth. – ele disse de repente. – Só achei que você fosse melhor do que isso.

- Ah certo, porque isso é não me julgar nem um pouquinho! – exclamei, levando uma bronca da bibliotecária, que nos mandou ficar quietos ou sair de lá.

- Olha, me perdoe se eu não estou pulando de alegria por você e Draco Malfoy. Não vou mentir pra você e nem fingir que eu não acho ele pateticamente arrogante e imbecil. – Peter ralhou. Suas palavras me atacaram de forma bruta e eu fiquei sem reação por alguns segundos.

Eu sabia que ninguém conhecia Draco realmente, mas eu nunca achei que Peter fosse tirar conclusões tão precipitadas assim.

- Você nem o conhece. – sussurrei de forma fria e me levantei.

- Nem quero, obrigada.

Bufei, por que Peter estava sendo tão insuportável? Aquilo era ciúmes? Desde quando alguém tinha ciúmes de mim com alguém? Então, de forma completamente importuna e fora de lugar, eu comecei a gargalhar com a situação. Aquilo estava mesmo acontecendo?

Sério mesmo? Comigo?

- Você está rindo? – Peter perguntou, incrédulo.

Tentei, em vão, parar de rir e respondê-lo com algum comentário ácido, mas simplesmente não consegui.
 

 - Desculpa. – pedi finalmente, enxugando minhas lágrimas. Eu já não sabia se elas eram mesmo de dor ou de tanto rir. – Desculpa se eu te decepcionei e desculpa por não gostar de você do mesmo jeito que você está começando a gostar de mim.

Ele piscou algumas vezes, surpreso com tanta honestidade.

- Não quero perder sua amizade. – falei por fim e ele soltou um meio sorriso em sua face irritada.

Peter respirou fundo e me fitou por um longo tempo. Talvez estivesse vendo se eu estava mentindo ou algo assim, mas eu percebi que já não estava mais tão irritado comigo por estar com Draco. Talvez ele aprendesse a aceitar o fato e se acostumasse com isso, afinal, ele acreditou que eu era a única sangue-ruim da Sonserina, mesmo isso sendo impossível.

No fim, Peter tinha fé em mim e era isso que eu mais gostava nele. Éramos amigos e ele confiava em mim... Mais do que eu nele, pelo menos, considerando o fato de que eu achei que ele era um Comensal da Morte.

- Você não me decepcionou, eu já não pensava tanto de você pra começo de conversa. – retrucou divertido e eu sorri, feliz pela conversa ter voltado ao tom normal de zoação.

Sentei-me na sua frente novamente.

- Eu aceito o seu pedido de continuar amigos, só não mencione Malfoy que estaremos bem. – Peter falou e eu ri.

- Seu pedido é uma ordem. Só preciso mencionar que Draco realmente sabe o que está fazendo quando...

- Argh! Pelo amor de Merlin, Liz, sai daqui! – exclamou alto demais, e levamos outra bronca.

Rimos e de repente me lembrei do motivo de estar na biblioteca.

- Agora que somos amigos de novo, eu preciso de um favor. – pedi, indo completamente contra tudo o que Draco tinha falado, mas francamente, seu plano era ruim e eu podia fazer de forma melhor, então pra que ouvi-lo?

- Nossa, isso é uma coisa tão Sonserina de se dizer. – Peter retrucou e fez um careta de desgosto.

Revirei os olhos.

- Amigos ajudam os outros, isso é completamente normal! – falei, defendendo a minha casa que tantas vezes era tão injustiçada.

- Sim, mas vocês fazem amigos por interesse.

- Claro que não! Quando eu te conheci no hospital eu nunca pensaria que iria precisar de um favor seu. – respondi, inconformada com seu pensamento.

- Mas tenho certeza que pensou no que eu poderia ser útil no futuro. – disse de forma maliciosa e eu bufei. A verdade era que ele tinha razão, eu posso não fazer amigos com interesses prontos na cabeça, mas eu sempre penso no que eles podem ser úteis pra mim e isso era meio repugnante.

Me enojei com meus próprios pensamentos, desde quando eu era tão da Sonserina? Talvez eu sempre fosse...

- Ok, tanto faz. – falei para impedir meus pensamentos de chegarem a uma conclusão óbvia.

- Eu estava blefando! Não acredito que você realmente pensa nisso quando faz amigos! Que coisa nojenta, Liz! – Peter arregalou os olhos e me fitou de forma incrédula.

- Eu estava brincando! – menti, mesmo sabendo que ele ia perceber que eu estava mentindo. – Só me faz um favor, por favor?

- Se você está tão desesperada que até está rimando, ok, eu faço. O que você quer?

Tentei não rir com a piada idiota e respondi, torcendo para que ele não me perguntasse detalhes.

- Você tem uma autorização para entrar na ala restrita? 


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Notas finais do capítulo

Oooie, três caps seguidos sem atraso, vish, to arrasando *não*
Hahah, enfim, gostaram?? ♥3

Beijão :*