Nos encaramos por alguns segundos.

-Eu deveria ir.-Sorri e me virei para ir embora.-Foi bom te ver.

Andei até a sada,e encontrei o Edward encostado no meu carro.

-Oi.-Sorri para ele

-Você o traiu Bella?-Edward perguntou de braços cruzados

                                    Os Preparativos

PDV Bella

- O que?- Perguntei confusa

- Você o traiu. Traiu aquele cara?- Edward insistiu

- Como você soube dele? Estava escutando?-Perguntei com as sombrancelhas franzidas

- Não mude de assunto Bella, por favor não.

- Não estou mudando de assunto.- O olhei incrédula

- Então responda.

Olhei bem para o Edward e mordi o lábio inferior. Ele me pareceu ansioso para a resposta. Eu olhei para ele e olhei para o chão. Olhei para ele de novo, e pela sua expressão, foi como se dissesse ' Vamos, diga. '

- Por que a curiosidade ? -Perguntei tentando contornar o assunto

- Porque sim! Eu acabei de chegar a conclusão Bella, de que não sei nada sobre a sua vida.

- Ok, quer saber sobre a minha vida? Eu te conto. Sem problemas. -Sorri para ele

- Eu quero saber sobre isso! -Ele insistiu

- Por que essa obsessão toda por esse assunto?- perguntei curiosa

- Não é obsessão.É  só uma curiosidade ok? Se você já traiu, não tem o porque de não confiar em mim, depois do que eu fiz.

O olhei surpresa. 

- Você está dizendo que só porque eu trai uma vez, tenho que aceitar a sua traição?-Perguntei não acreditando em minha próprias palavras 

- Você acabou de admitir!- Ele sorriu cínico - E não, não estou dizendo isso. Só estou dizendo que você me entende, já que fez o mesmo que eu.

- Edward, eu só fiz aquilo porque era adolescente e não sabia o que era gostar de alguém. Eu não sabia o quanto era ruim se sentir traido. E eu me arrependo todos os dias por ter feito o que eu fiz, então por favor, nunca mais diga que eu entendo o que você fez, porque eu não entendo. E eu nunca irei entender. - Olhei em seus olhos

- Me desculpe, eu não queria...-Eu lhe interrompi

- Não tem problema. Eu entendo que você queira saber do que eu fiz no passado, e eu prometo te contar. -Acariciei seu rosto -Só vamos esperar essas coisas acabarem, porque no momento eu estou com a cabeça cheia. Pode ser?

- Claro que sim.- Ele sorriu fraco 

- Ótimo. -Sorri largo - Agora eu tenho que ir para a casa da minha mãe. Ela quer conversar comigo e com Alice, sobre algum assunto sobre meu pai, quer vir?

- Ah não. Eu tenho que resolver uns assuntos com o meu pai, por isso vou voltar para o hotél. -Edward sorriu

- Ok então. Tchau. -Lhe dei um selinho e entrei no carro.

Eu não me lembrava desse assunto. Esse foi um assunto que eu desejei esquecer para sempre, mas agora isso tudo vai vir á tona novamente. E vai ser um caos, de novo. Balancei a cabeça negativamente. 

                                               ....

- Bella, por favor ! - Minha mãe insistia 

- Não ! Eu me recuso a estar no mesmo ambiente que essa vadia ! -Eu disse apontando para a sala. 

- Bella, ela era a atual esposa do seu pai, nós temos que conversar com ela. 

Soltei um riso irônico 

- Eu só vou conversar com ela, se ela me disser que vai sumir do mapa depois. 

- Pare de ser infatil ! - Minha mãe disse - Agora vamos. - Ela disse em um tom sério. Continuei a encarando, como se dissesse que não iria sair dali nem por um decreto. - Vamos. - Ela disse mais firme. 

Relutei um pouco, mas acabei indo. Saímos da cozinha e andamos em direção a sala. A primeira coisa que eu conseguia enxergar era uma vadia interesseira, fingindo estar sentindo a morte do meu pai. Minha mãe e eu nos sentamos no sofá, em frente a ela. 

- Não serei egoísta na memória de Charlie. Ele passou as primeiras etapas de sua vida, com várias outras mulheres e... -Ela pareceu engolir seco - Quero ter certeza de que elas serão tratadas como família no seu velório e que sentem á frente conosco no funeral.

Pela primeira vez ela fez alguma coisa que prestava. 

- Isso significaria muito para a minha mãe. E para as outras. - Eu disse - Outras mulheres teríam ciúmes pelo passado dele. - Sorri forçado. 

- Tenho muita certeza de que o que Charlie e eu vivemos, foi intenso o bastante para ter sido bom para ele. - Ela sorriu - Não faz sentido me preocupar com as experiências dele de antes de nos conhecermos. 

- Do que é que a Rainha da Granola está falando ? - Vovó perguntou 

- Ela está falando sobre Charlie. - Minha mãe respondeu 

- Charlie morreu. O que é que ela está falando ? - Vovó insistiu 

- Que tiveram um bom casamento. - Respondi

- Não deixe que ela te venda cristais. - Vovó disse

Minha boca se abriu em um perfeito ' O ' . Olhei para a minha mãe e depois para Sophie 

- Está bem. - Mamãe respondeu meio sem entender. 

- Está com fome ? Ou sede ? - Sophie perguntou a vovó 

- O que ? - Vovó pareceu não ouvir

- Quer comer ou beber alguma coisa ? - Sophie disse gritando 

- Não grite comigo. - Vovó disse em tom normal - Me traz um copo d'água. - Ela disse a Sophie - Onde está Charlie ?

Mamãe e eu ficamos confusas. Olhei para ela. 

- Ele se foi vovó. Faleceu. 

Vovó colocou as mãos no rosto, chocada. E então ela começou a chorar. Levantei a sombrancelha e coloquei a mão na testa, a acariciando. Todos ficamos em silêncio por alguns segundos. 

- Eu vou buscar a água ok ? - Mamãe se levantou - Vou buscar. - Ela andou em direção a cozinha

- O que é que eu posso fazer para ajudar ? - Eu disse para Sophie - Porque eu sei que o papai nunca pensou que ia morrer, por isso eu tenho certeza de que deve haver muitas coisas para resolver. - Disse convicta

- Está tudo sobre controle. - Ela disse meio abalada - Charlie já tinha resolvido tudo. É uma das muitas mudanças que seu pai sofreu desde que nos conhecemos. - A olhei assustada - Tenho certeza de que a viagem espiritual de Charlie foi... Foi provocada em parte porque sentia que uma transição estava se aproximando. - A olhei como se ela estivesse louca - Ele me escreveu uma carta linda, sublinhando todos os detalhes do funeral que ele queria, desde os carregadores do caixão, a música, tudo. - Arregalei os olhos - Até escolher um lugar em Shady Glen, debaixo de um carvalho grande, onde qualquer dia irei descansar ao lado dele. - Soltei um riso assustado e tentei dizer algo, mas não saia nada. - Na realidade, o único problema tem sido conseguir que o consulado americano no México, nos ajude a liberar o corpo e enviá-lo para cá, mas a Verônica está tratando disso. 

- Ele ainda está no México ?! - Perguntei incrédula - Espera... - Parei - Eu estou surpresa que tenha voltado sem ele. 

- Oh, eu não estava no México. - A olhei confusa - Não sabia ? A viagem era uma coisa que o Charlie tinha que fazer sozinho. - Levantei as sombrancelhas surpresa - Um retiro espiritual ou algo do tipo. - Ela olhou para baixo - Mas cá entre nós - Ela olhou para os lados - Estava passando qualquer coisa lá.. Algum elemento de sua busca que ele não queria que eu soubesse. - Fiquei chocada com tamanha inocência - Acho que ele pode ter encontrado algum tipo de xamã. Ou talvez tenha começado a experimentar Peiote*. - Ela sussurrou.

A encarei assustada e incrédula. Como assim Peiote ? Como ela pode acreditar nisso ?! Sophie é tão inocente que chega a ser totalmente irritante. Mamãe voltou com a água da vovó, e Edward voltou para me buscar. Dei boa noite a todos, e sai indo em direção ao Edward. 

Lhe expliquei toda a situação e ele meio que ficou perdido na história. Pedi a ele que me levasse na casa de meu pai, eu precisava rever a casa em que morei toda a minha vida com ele... 

- Peiote é o caramba ! - Me virei para Edward revoltada - Ele estava no México comendo outra pessoa, e a vadia veio correndo para casa deixando o corpo lá para apodrecer. - Voltei minha atenção para a janela do carro 

- Alguém suspeito ? - Edward perguntou sem tirar os olhos da estrada

Soltei um suspiro. 

- A mulher número 2. A mulher número 4. 

- Espera, não são a mesma pessoa ? 

- Bem vindo ao circo. - Eu disse séria

                                            .... 

Chegamos a casa do meu pai, e tocamos a campainha. Eu achava que teria alguém lá.. Coloquei o ouvido na porta, para ver se escutava algo. Ouvi uma música. Olhei para o Edward, na esperança dele tentar abrir a porta, mas ele estava mais concentrado observando a casa. Balacei a cabeça negativamente e tentei abrir a porta. A abri e olhei para ver se tinha alguém ali. 

- Olá ? - Chamei - Tanya ? - Ouvi um choro - É a Isabella. Está aí ? - Subi as escadas e pude ouvir da onde vinha o som do choro. - Que ótimo. - Andei até o quarto de meu pai e vi que Tanya estava ajoelhada no chão, com um véu de noiva na cabeça, chorando enquanto olhava antigas fotografias. 

- Oh Bella. Bella, Bella. - Ela disse estendendo os braços

A abracei e tentei confortá-la.

- Está tudo bem. Está tudo bem.- Ela me soltou 

- Meu Deus, é tão parecida com ele.- Ela pegou em meu rosto - O que é que nos vai acontecer ? - Ela disse chorando - Sabe que nunca deixei de amar aquele homem. Não importava com quem ele estivesse casado, não importava com quem eu estava casada.

- Está tudo bem. - Eu continuei tentando confortá-la.

Pude perceber que Edward apareceu na porta.

- E quem é... -Ela  engoliu o choro - Este príncipe encantado ? - Ela tirou o véu da cabeça

- É o meu namorado, Edward. - Edward parecia assustado. - Edward, diga olá a Tanya. 

Tanya estendeu a mão para Edward. Edward a pegou.

- Encantado. - Ele disse

- Não tanto quanto eu. - Tanya disse sorrindo maliciosamente. Edward sorriu nervoso. - Quer uma taça de vinho tinto Edward ? 

A olhei incrédula. E depois olhei para Edward

- Você quer Edward, uma taça de vinho tinto ? - Perguntei irônica.

Essa mulher já tá passando dos limites. Dar em cima do Edward ?!  Em pleno preparativo do funeral do meu pai ?! Rolei os olhos.

                                           CONTINUA...