“ -Deixa eu adivinhar... Apaixonada pelo cara errado? – perguntei e ela me olhou curiosa. – Eu sou Tom.”

-Eu sei quem você é... – sorriu me olhando com o canto de seus olhos. – E deixa eu adivinhar, se meteu em outro escândalo?

    Tomou a tequila que o barman lhe serviu e olhou para mim com um sorriso cínico nos lábios, notei que seus olhos eram azuis e extremamente atraentes, principalmente aos olhos de um bêbado ferido como eu.

-Não dessa vez. – sorri amargamente, desejando que o motivo de estar ali realmente fosse outro escândalo ridiculamente absurdo. Qualquer coisa que não fosse aquela mulher, aquele meu vício. – E você não disse seu nome.

-Eu não quero ver ele estampado nos jornais de amanhã, obrigada. – pediu outra dose ao barman.

-Ok, eu vou pular toda essa merda. – disse e ela levantou uma sobrancelha me olhando com uma expressão divertida. – Você já deve ter percebido que eu estou bêbado.

-Não me diga. – riu debochadamente virando sua terceira dose.

-E pelo que me parece você também está desesperada para esquecer alguma coisa. – permaneci em silêncio esperando uma reação da parte dela, que não demorou muito tempo para vir.

-Por que não para de enrolar e vai direto ao ponto? – sorri satisfeito com o olhar interessado que ela me lançava.

-Eu aposto toda a minha fortuna, que está aqui por causa de um homem. – disse e ela sorriu aproximando seu rosto do meu.

-Previsível. – sussurrou quase encostando sua boca na minha, mas infelizmente se distanciou logo após mantendo aquele sorriso indecifrável no rosto.

-Eu posso fazer você esquecê-lo... Nem que seja por uma noite, nem que seja por alguns momentos. Eu posso tirar ele da sua cabeça, posso fazer parar de doer. – sussurrei próximo ao seu ouvido observando os pelos de sua nuca se arrepiarem levemente. – Você só precisa vir comigo.

     Me afastei e nos encaramos em silêncio. Ela tinha uma expressão confiante embora facilmente decifrada aos meus olhos. Ela estava indecisa. Permaneci calado enquanto esperava por uma resposta, mesmo que soubesse qual seria. A mulher á minha frente virou uma última dose de tequila e bateu com o copo no balcão do bar esboçando uma careta, então agarrou a bolsa e se levantou, cambaleando por alguns segundos.

-Para onde nós vamos?

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    Acordei no dia seguinte em uma cama dura e desconfortável de algum motel, provavelmente o primeiro que achara. O despertador marcava 10:30 da manhã e meu celular exibia 5 chamadas perdidas.

-Merda... – sussurrei voltando a enterrar minha cabeça no travesseiro igualmente duro e desconfortável. Eu tinha uma entrevista do outro lado da cidade em uma hora e meia. David ia me matar.

    Olhei ao redor, as paredes desbotadas e manchadas passando despercebidas aos meus olhos. A mulher dormindo ao meu lado exibia suas costas pálida e macia por baixo do lençol encardido que cobria de sua cintura para baixo.

-Hey! Acorda. – a chacoalhei me levantando, colocando minha boxer e minha calça jeans apressado. Ela abriu os olhos e se sentou na cama, olhou ao redor com um tanto de dificuldade devido á claridade, permaneceu pensativa por alguns segundos e quando tudo pareceu lhe voltar á cabeça fez uma careta e voltou a se enterrar na cama escondendo seu rosto no travesseiro.

-Fecha a janela! – reclamou, sua voz saiu abafada devido ao travesseiro e eu demorei alguns segundos para entender. Mesmo assim não atendi ao seu pedido.

- Eu tenho um compromisso. Se quiser ficar, fique. Eu vou deixar tudo pago. – foram minhas últimas palavras antes de deixar o quarto e ela para trás.

-Puxa...Que história romântica! – Andreas exclamou ironicamente.

-Ele só não esperava que 2 meses depois ela estivesse em capas de revistas alegando que estava grávida. – Georg disse.

-Ela não alegou nada! Foi a amiga dela que abriu a boca para a mídia, vocês não se lembram da capa da revista?! “ MINHA MELHOR AMIGA ESTÁ GRÁVIDA DE TOM KAULITZ “ ... – ri, ainda indignado com aquela frase, como uma pessoa podia ser tão mesquinha a ponto de fazer isso com a amiga? - Se dependesse da Beatrice eu não teria ouvido uma palavra sobre a Tessie e tudo teria sido melhor para todos! – exclamei duvidoso de minhas próprias palavras, já não tinha tanta certeza se gostaria de nunca conhecer o bebê que descansava em meus braços.

-O mais hilário foi que da primeira vez que escutamos o rumor de que o Tom seria papai, ninguém acreditou! Nem mesmo ele! – Bill exclamou aparecendo na sala com um enorme sanduíche nas mãos. – Por que todo mundo estava falando “Uma tal de Beatrice está grávida de Tom Kaulitz” , mas ninguém acreditou por que o Tom nunca tinha ouvido esse nome antes! Ela não disse aquele dia no bar! Ou disse mas ele estava tão bêbada que não lembrava...Enfim... – parou para rir e dar uma mordida no sanduíche. – Foi só quando ele viu a foto dela na capa da revista que sua cor começou lentamente a mudar para branco acinzentado.

-Tom, Tom...Admita que foi tudo sua culpa! – Andreas apoiou a mão em meu ombro rindo como um louco.

-Ele já sabe disso. – Bill disse me olhando com desaprovação. – E por isso está tão mal-humorado ultimamente. Admita que o seu problema é peso na consciência por todas as merdas que fez e continua fazendo. – ele me lançou um olhar irritante de quem tinha certeza que estava certo. Suspirei, quando se tratava de mim Bill sempre estava certo.