Como sempre faço, em todos os natais desde que eu tenho 8 anos, vou para casa dos meus melhores amigos, Chris e Caitlin, eles sempre foram como irmãos pra mim, nos conhecemos quando me mudei pra Atlanta, quando tinha 6 anos, mais como nada é sempre feliz e pra sempre, quando fiz 13 anos tive que me mudar, meus pais receberam uma proposta de emprego irrecusável, então fomos embora pra Nova York, sempre falava com meus amigos pela webcam, telefone, tentamos até cartas, e eu sempre, sempre voltava pra Atlanta nos natais, quando podia, ia também nos feriados, mais aconteceu apenas algumas vezes, minha mãe sempre morreu de medo de me deixar ir viajar sozinha.

Sempre fomos inseparáveis, eu a Cait, o Chris, o Ryan, o Chaz e o Justin, embora o Justin não ter mais estado presente na minha vida desde que me mudei, jamais esqueceria dele, bem, agora também é meio impossível me esquecer, ele está em todos os lugares, nos jornais, na TV, no rádio, revistas, ele está até nas caixinhas de leite, pra mim isso é muito, mais muito estranho mesmo, ele sempre gostou de tocar e cantar, nunca botaram muita fé nele, e com certeza ele me surpreendeu muito. Pouco depois que eu fui embora, Scooter descobriu ele e foi aí que sua vida deu um giro de 360º, a ultima vez que ele me ligou eu me assustei, quando atendi e ele disse “É o Justin, Justin Bieber”, ele não estava no auge, como está agora, estava se preparando pra gravar seu primeiro clipe, conversamos pouco, ele disse que não estava se agüentando de felicidade, e eu sempre dizendo “Isso é ótimo, eu estou muito feliz por você”, ele também me contou do fim do “relacionamento” se é que aquilo foi um relacionamento com a Cait, eu e o Chris sempre morríamos de rir quando víamos os dois juntos, era muito estranho, ela era mais velha, mais alta, era muito engraçado. Essa foi a ultima vez que eu falei com ele, em quase três anos, foi a ultima vez que ele deu sinal de vida diretamente pra mim é claro, Chris sempre me dizia que ele ligou, que viajaram, que tinha perguntado de mim várias vezes, eu sempre desconversei, ele havia me deixado de lado, também, era quase impossível falar comigo, eu nunca paro em lugar nenhum, depois de Nova York, me mudei mais umas cinco vezes, sempre fazendo meus escândalos pra voltar pra Atlanta, Justin não apareceu em mais nenhum natal, estava sempre ocupado, eu sentia saudade dele, porém conclui que não o conhecia mais, apesar de meu primeiro “beijo” ter sido com ele, foi uma das cenas mais engraçadas da minha vida, concordamos que se um dia iríamos ter que dar o primeiro beijo, que fosse em alguém que conhecíamos, e que não sairia por aí contando pra todo mundo e falando o quanto o outro beijava mal, ele me conhecia e eu conhecia ele, então ele me beijou, rápido e sem entender nada, ambos desajeitados, segundos depois ele me olhou de olhos arregalados, não tanto quanto os meus, e disse com a cara mais fofa do universo “Eu beijo mal?” e rindo eu respondi “Eu não sei, nunca vi isso antes” demos de ombros e decidimos não contar a ninguém, e assim fizemos. E se alguém me perguntar se ele foi o meu primeiro amor, eu diria que eu realmente não tenho idéia, eu não tenho idéia do que seja o amor. Será sorrisos e abraços numa linda manhã de natal? Pra onde se olhar vão haver luzes e cores quentes, que gritam por abraços e chocolate quente? Eu não sei, eu era e ainda queria ser uma criança, queria poder saber se Justin lembraria de mim no dia do meu aniversario, ou em algum dia de natal, onde no ultimo que passamos juntos trocamos presentes , será que ele ainda se lembra da caixinha de sapato amarrada com uma fita vermelha onde eu, ele, a Cait, o Chris o Ry e o Chaz escrevemos uma lista de o que iríamos fazer quando nos víssemos de novo, nós só iríamos desenterrar a caixa e abrir, quando no natal, todos estivéssemos juntos, e só se estivesse nevando,porque nevar lá não é muito comum, o Chaz sempre queria desenterrar a caixa, e sempre trancávamos ele no banheiro até ele desistir, era muito engraçado.

Me acho boba, por todas as vezes que estou voltando pra Atlanta, deixo minhas lembranças voltarem com tudo na minha cabeça, hoje em dia, eu estou diferente, estou mais madura, sim, madura com 16 anos, faço muitas coisas sem pensar, digo não quando quero dizer sim, grito se for preciso, rio das coisas mais sem graças, e choro das coisas mais engraçadas, as coisas mais simples e sem importância do mundo, são incríveis pra mim, como a facilidade que as formiguinhas tem de se locomover por debaixo de nós, gigantes pra elas, eu sei, devo estar ficando mais louca a cada minuto.

- Passageiros, por favor, permaneçam sentados, o avião vai pousar. – Ouvi aquela voz que parecia eletrônica dizer, meu coração acelerou junto de um frio na barriga enquanto o avião pousava, era sempre assim, estava ansiosa para vê-los de novo. Saí do avião e fui atrás das minhas malas, com elas me rodeando avistei quatro pessoinhas correndo em minha direção, suspirei, como se tivesse tirado um peso das minhas costas, como eu amava aquelas pessoas, mais não estava completo, como sempre aquela sensação de que algo está faltando, ou alguém.

- ALLIE – Me invadiram com abraços, me fazendo ficar sem ar, era uma sensação maravilhosa.

- Eu senti tanto a falta de vocês. – Disse me segurando pra não começar a chorar, era sempre assim.

- Eu também. – Disseram.

- Cada vez que você reaparece, ta mais bonita Allice! – Ryan disse me abraçando.

- Eu ia dizer isso! – Chaz disse abraçando o outro lado.

- Larguem ela seus gaviões! – Disse meu pequeno ratinho Chris.

- Tenho tantas novidades! – Disse Cait puxando meu braço, os meninos reviraram os olhos e pegaram minhas malas.

- Obrigada meus amores!

- Imagina gata! – Chaz disse rindo.

Fomos pro carro, Ryan dirigindo, Chaz ao seu lado, eu Chris e Cait atrás.

- Estamos combinando uma coisa diferente pra esse natal! – Chris disse animado.

- Como assim uma coisa diferente?- Perguntei.

- Agente ta querendo ir pra casa do lago dos nossos avós – Gritou Cait batendo palminhas.

- Droga Caitlin, era eu que ia contar – Chris fez bico e cruzou os braços, como um bebê.

- Anw Chris. – Apertei suas bochechinhas, como senti falta de fazer isso. – Acho que vai ser legal, um natal diferente! – Sorri.

No caminho até a casa dos Beadles, fomos cantando uma musica qualquer, Ryan que não sabia cantar, apenas dizia as ultimas letras da palavra, fazendo todos nós morrer de rir.

- Vem , os meninos pegam suas malas. – Cait disse me puxando pela porta.

A casa continuava a mesma, porém algumas coisas estavam mudadas, a sala estava toda redecorada, e já haviam montado uma arvore, fiquei um pouco triste com isso, sempre montávamos juntos.

- Querida você chegou! – A Sra. Beadles, que eu chamava de tia, me puxou pra um abraço.

- Eu senti saudades tia! – Abracei ela com vontade.

- Meu Deus você está linda, como sempre. – Ela disse apertando minhas bochechas.

- Allice! Você veio. – Disse o Sr. Beadles, também o chamava de tio, se juntou ao abraço.

- TITIOS! – Gritei e saltitei. Todos riram.

- Anda vamos levar suas coisas pro quarto – Chris disse subindo as escadas com os meninos.

Eu e Cait subimos logo atrás deles.

- Ela vai ficar no meu quarto Chris idiota. – Chris se virou rindo, o bobo estava levando minhas malas pro quarto dele, fazendo graça, funcionou todos riram.

- Ahh é. – Ele disse entrando no quarto cor de rosa da Cait e dando uma gargalhada alta.

- Agora andem, saiam daqui! – Cait gritou empurrando os garotos pra fora do quarto.

- É SAIAM DAQUI! – Gritei, eles saíram do quarto murmurando coisas como, “garotas, fofoca”

Sentamos na cama ela me olhava com os olhos brilhando.

- O que aconteceu?

- Como você sabe que aconteceu alguma coisa? – Ela perguntou rindo baixinho, ainda com os brilhos nos olhos.

- Seus olhos.. eles brilham. FALA LOGO CAIT! – Gritei, fazendo ela rir.

- Ok, eu conheci um cara, ah meu, ele é lindo, muito lindo, maravilhoso, ele é um pouco mais velho que eu, mais é um fofo, e eu acho que eu gosto dele! – Ela corou.

- AAAAAH que linda meu Deus, você acha que gosta dele? Eu tenho certeza, seus olhos, eles brilham, eles te entregam Cait! – Comecei a fazer cócegas nela, que se contorcia.

- Aí como eu senti sua falta. – Ela disse pulando pra cima de mim, caímos no chão, ainda rindo como  bobas

Depois de tomar um banho e descansar um pouco da viajem , me deitei no sofá da sala e fiquei vendo os meninos jogarem Guitar Hero gritando e rindo feito idiotas, os meus amados idiotas.

Caitlin estava no banho, acho que já fazia mais de uma hora, ela é parece uma lesma em tudo que faz, vivo rindo dela por isso e ela rindo de mim do meu jeito desastrada.  Ouvi um celular tocar, bati as mãos no bolso do shorts, como reflexo, sempre que ouço um telefone tocar acho que é o meu, olhei pro lado do Ryan, devia ser dele.

- RY – Gritei.

- O-oi Allie. – Ele disse ainda olhando pra TV.

- Seu celular ta tocando senhorito!

- Ahhh, droga, espera um pouco Chris, não vai roubar! – Ele gritou e pegou o celular, foi atender no sofá atrás de mim, não pude deixar de ouvir a conversa.

- Alô?  - Cara, que saudade! – Não eu não sei. – Tá falando sério? – Não, vai ser em outro lugar. – Mais você ta falando sério mesmo? – Não eu não vou falar, juro. – Claro irmão. – Eu te mando por SMS. – Beleza, até então.

Ele desligou e deu um sorriso.

- Quem era Ry? – Eu e minha curiosidade gigante.

- Ah, um amigo do colégio, vai vir jogar comigo. – Ele disse voltando a atenção pro jogo. Dei de ombros.

Como sempre o resto do dia passamos juntos, hoje é quarta-feira, amanhã quinta obviamente, véspera de natal, e sexta obviamente meu tão querido natal, eu estou realmente animada

Estávamos todos atirados em colchões pela sala gigantesca com pijamas, rindo e comendo porcarias.

- Que horas agente vai amanhã? – Perguntei enfiando uma colher de sorvete na boca, amo comer sorvete antes de dormir, faz mal, mais eu amo.

- Antes do almoço, vamos ter que acordar um pouco cedo – Chris disse bocejando.

- Droga. – Chaz disse.

Vi Ryan pegando disfarçadamente um cookie que estava ao meu lado.

- RYYYYYYYYYY ESSE COOKIE É MEU! – Gritei, sou compulsiva por cookies.

- AH SUA COMILONA VOCÊ JÁ ESTA EMTUPIDA DE SORVETE E COOKIE.

- Mais Ry.. – Fiz bico.

- A droga, você e suas carinhas. – Ele me passou o cookie e eu sorri vitoriosa, abri a embalagem, mordi um pedaço, e enfiei o resto na boca do Ry que não entendeu nada mais comeu.

- Você é maluca Allie, primeiro briga comigo, depois me dá quase tudo! – Ele disse rindo.

- É que eu te amo Ryanzinho. – Disse abraçando ele.

- HEY E EU? – Gritou Chris, que eu jurei estar dormindo.

- E EU? – Cait disse cerrando os olhos.

- E EU? – Chaz disse cruzando os braços.

- EU AMOS TODOS VOCÊEEEEEES – Gritei pulando em cima deles, e logo depois nós dormimos.