Doce Sonho escrita por Choko


Capítulo 12
Capítulo 12: Notícias.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! =D



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Capítulo 12: Notícias.


Passaram-se algumas semanas e eu já sentia que estava mais acostumada a aquela vida. Apesar de ainda evitar me encontrar com Kazama-san nos corredores, ao menos com Tomoko e com outros servos eu conseguia conversar.


Mas, o que mais andava me preocupando ultimamente eram os sintomas de que Osen-chan havia me falado...eles estavam começando a aparecer. Apenas com pouco mais de quatro meses e duas semanas de gravidez eu já sentia minhas pernas mais fracas e a energia diminuindo. Não foram poucas as vezes que quando brincava com o filho de Tomoko nos jardins, acabava me sentando exausta na grama, precisando dar uma pequena pausa.


Fora que, como se já não bastassem os sintomas, ninguém além de Kazama-san naquela mansão sabia da gravidez. Eu mesma não tinha coragem de contar para os outros e estava ficando difícil justificar o aumento da barriga a cada mês.


Eu sabia que chegaria uma hora crítica em que teria que falar sobre isso, tanto para Tomoko-san como para os outros empregados. E também se aproximava o momento em que teria que me tornar uma oni completa. Mesmo assim, mesmo com o tempo passando e as coisas se complicando, eu não conseguia fazer nada além de adiar sempre um pouco mais.


Apenas pensava nisso quando fui mais uma vez interrompida no meio dos pensamentos por Tomoko, que apareceu batendo na porta de meu quarto.


– Chizuru-sama! Chizuru-sama! O almoço já está pronto! - informou-me ela, alegre como sempre.


Quando ia me levantar, já com certa dificuldade, a oni continuou a falar:


–Mas, apenas poderá comer depois de ir ao quarto de Kazama-sama. Ele agora a espera.


– O que?


Não, isso não podia ser verdade! Ou ao menos gostaria que não fosse. Depois de vários dias evitando falar com Kazama-san, ele agora...


– Ele não pode esperar eu terminar a refeição? -perguntei, com um fio de esperança. Talvez eu pudesse adiar mais um pouco, nem que fosse por alguns minutos.


– Não. Ele disse que é um assunto urgente!


– Mas é mesmo algo que tem que ser dito agora?


– Vamos, Chizuru-sama... - ela me chamou mais uma vez, percebendo minha total falta de disposição - ...se não for logo vê-lo, o almoço irá esfriar!


Suspirei pesadamente antes de me levantar e sair do quarto. Fui andando calmamente, sendo acompanhada por Tomoko. Eu não iria ter pressa alguma para chegar ao outro quarto.


Subimos as escadas, e agora que pensava, não havia ido a aquele andar nenhuma vez. Diferente de toda a casa, o corredor se destacava por ser em estilo oriental. No chão, ao invés do piso esbranquiçado, havia o costumeiro e macio tatame, as portas eram deslizantes e cobertas com o conhecido papel arroz. Olhava ao redor, tudo era bastante familiar e me fazia sentir novamente no Japão.


Porém, minha distração foi bem temporária. Quando paramos em frente a uma das portas e Tomoko-san a abriu, senti o nervosismo voltar. Kazama-san estava lá, me esperando, sentado no chão na outra ponta do quarto. Ao me ver abriu um sorriso divertido que contribuiu para que meu incomodo crescesse.


Entrei no quarto, ficando ainda bem próxima à saída. Apenas quando esta foi fechada é que tive a noção de que não teria mais escapatória.


–Vamos, sente-se. -disse ele, ao perceber minha relutância em permanecer distante.


Aproximei-me mais, começando a tremer um pouco. E apenas me sentei quando estava próxima da mesinha baixa que nos separaria. Passei a olhá-lo, esperando que continuasse a falar, para que terminasse logo aquele momento torturante e eu pudesse prosseguir com o almoço.


– Shiranui voltou hoje e trouxe algumas noticias do mundo humano.


Tentei não mostrar muito interesse, mas estava ficando difícil esconder minha curiosidade. Notícias do mundo humano...ao ouvir aquilo eu automaticamente pensava naqueles que havia deixado para trás há semanas.


Fitei o chão, tentando desviar o foco e não olhar diretamente para os olhos vermelhos que deviam estar ainda analisando cada reação minha. Continuei em silêncio, e dessa forma ele não demorou a contar o restante da informação.


– Parece que a 3ª divisão inteira do Shinsengumi foi aniquilada. Achei interessante que soubesse.


– A 3ª divisão?!


Não. Não podia ser verdade... a terceira divisão era a de Saitou-san!! E ele era forte demais para simplesmente ter sido derrotado!


– Não pode ser...você está mentindo não é Kazama-san? Isso não foi nem um pouco engraçado, não brinque com isso!! - disse a ultima parte já voltando a fitá-lo. Havia ficando mesmo irritava. Já não estava conseguindo disfarçar nada.


– Eu não estou mentindo. - e mais uma vez ele sorriu - ...ou você acredita mesmo que meros humanos conseguem sobreviver às armas de fogo?


Ouvindo aquela última frase, eu havia chegado no meu limite. Então, era mesmo verdade...cedo ou tarde o Shinsengumi cairia, morrendo pela honra e defendendo seus ideais. Eu não fazia mais parte daquele mundo, eu não era mais próxima a eles, isso não tinha mais nada a ver comigo...


...mesmo assim...doía. Doía muito mesmo ouvir aquilo!


Kazama-san havia conseguido mesmo me abalar com aquela simples notícia. E eu havia entrado naquele jogo sem nem mesmo ter como me defender. Apesar de ter passado muito tempo, eu não conseguia esconder o quanto ainda me importava com os membros do Shinsengumi!!


Quando percebi, já estava saindo do quarto. Lágrimas estavam a ponto de sair de meus olhos, mas eu não faria questão alguma de chorar na frente daquele oni. O coração estava acelerado, um nó na garganta havia se formado, eu precisava sair dali o quanto antes para chorar escondida em meu quarto.


Mas antes que conseguisse sair, em um piscar de olhos, Kazama-san apareceu atrás de mim e segurou com força meu ombro.


– Solte-me!!! - eu gritei, visivelmente alterada, enquanto segurava sua mão pesada e tentava a tirá-la de meu ombro.


Assim que consegui me desvencilhar, quando já não havia mais impedimentos, saí correndo do aposento. E para o meu desespero, antes que chegasse ao meu quarto, vi Tomoko no corredor. Mais uma vez fui interceptada, mas desta vez não tinha mais forças para me livrar de nada. Comecei a chorar ali mesmo, enquanto ela, sem saber o que fazer apenas tentava confortar.


– Chizuru-sama, se acalme... -dizia ela. E eu fazia esforço para conseguir dizer algo.


– Ele...ele... -mas naquele momento nem mesmo completar a frase eu podia, tanto que já voltava soluçar bastante.


Tomoko-san, não vendo muita escolha, apenas me abraçou. Mesmo não entendendo nada ou não sabendo o motivo de eu estar chorando tanto, ela não me questionou e nem me perguntou nada. Parecia que Tomoko-san, em seu silêncio, chorava junto.


Mais tarde, somente quando estava mais calma, pude almoçar e seguir com a rotina diária. Ainda que continuasse a me lembrar da conversa que havia tido com Kazama-san, tentava não me deixar abater por tanto tempo.


Fui caminhar depois pelo jardim, tentando olhar para aquelas flores, aquela paisagem que tanto gostava, e assim ficar um pouco mais em paz. E quando estava voltando para o meu quarto, novamente Tomoko me abordou.


– Chizuru-sama, parece que se sente melhor agora! -observou ela.


– Agradeço por ter me consolado naquela hora, Tomoko-san! -disse, sincera. Sorrindo um pouco, ainda que me custasse.


– Não há de que.


Ficamos alguns segundos em silêncio, até que ouvimos o barulho de passos apressados. Olhei para o lado e vi uma empregada correndo em nossa direção.


– Tomoko!! -gritou ela - Eu não posso fazer compras hoje no centro de Edo, poderia ir em meu lugar?!


– Ah, claro. Mas Amagiri-san não está aqui hoje, não é mesmo? Eu não posso ir sem que ele me acompanhe.

– Para ajudar a carregar as sacolas? Se quiser, Tomoko-san, eu posso ir com você! -disse eu, prontamente, sem pensar muito. Depois de todo o trabalho e preocupação que devia ter dado, acho que era o mínimo que eu poderia fazer para ajudar.


– Ótimo! Deixo isso com vocês duas!! - e a outra serva saiu correndo, sem dar tempo para qualquer uma de nós questioná-la.


– Realmente não tem problema, Chizuru-sama? Posso pedir para que outra pessoa vá em nosso lugar e...


– Não tem problema! Faz tempo que não saio da mansão e vou para o centro! É bom fazer isso de vez em quando! -disse, alegre pela possibilidade de sair um pouco da residência de Kazama-sama. Mas Tomoko pareceu um pouco desanimada com a resposta.


– Certo, vamos então...


Depois daquela frase, Tomoko não falou mais nada. Conforme andávamos, nos afastando cada vez mais da mansão, percebi que o silêncio daquela oni não era normal. A cada minuto que se passava e quanto mais entrávamos naquela densa floresta, a aflição de Tomoko ficava mais visível em sua face.


– Algo a preocupa? -perguntei, quebrando o silêncio depois de tanto tempo.


– Não! Claro que não! Por que algo me preocuparia?! - respondeu ela, de imediato, forçando um sorriso.


Apesar de não conhecê-la tão bem, sabia que algo não estava certo. Havia algo que Tomoko-san não queria contar, algo que pelo visto a incomodava profundamente. Tanto que, de certa forma, aquilo começou a me preocupar também.



Continua...



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Notas finais do capítulo

Então, pessoal? Gostaram do capítulo? Ou não?
...se tiver qualquer erro de português, favor avisar, pois acho que o corretor não está mais corrigindo como deveria! x.x
Esse capítulo serviu mais como uma introdução ao 13º. No próximo, Chizuru deve passar por uma grande transformação...aguardem...rs...
Bem, andei jogando Hakuouki Yuugi roku (de DS)...acho que tive algumas ideias. E assisti novamente a última temporada de Hakuouki. É bom refrescar a memória, já que estou retomando minhas fics de Hakuouki (no caso, esta e também Destinos entrelaçados)
Hã...acho que já falei demais aqui, não? Nos vemos nos reviews? =3
Não deixem de comentar, por favor!! *.*



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