Dean andou mais um pouco até parar em um hotel. Assim que ele estacionou o carro um homem se aproximou.

- Tem quarto? - perguntou o caçador.

- Tem sim.

- O senhor pode me ajudar, porque a minha… namorada está dormindo - Dean teve uma leve dificuldade de falar "namorada".

- Ah sim, claro!

O homem entrou no hotel pegou uma chave, enquanto Dean pegava Thirteen no colo.

- Por aqui! O quarto é confortável, tem TV a cabo, cama de casal, banheiro próprio - explicou o homem enquanto ia na direção do quarto.

- Ah sim, muito obrigado!

Dean colocou a médica deitada na cama, que continou dormindo.

- Aqui está a chave - disse o homem.

- Obrigado! Eu só vou pegar umas coisas e já volto.

Ele trancou o quarto e foi até o carro pegar as coisas dele e de Thirteen. De volta ao quarto, o caçador só tirou os sapatos e se deitou lentamente ao lado de sua "namorada". Se deitou de frente para ela e pegou uma de suas mãos, ficou admirando o sono dela, tão linda, tão tranqüila, ele queria que tudo fosse diferente, que ela não fosse doente e que ele tivesse uma vida normal, mas logo caiu na realidade e resolveu aproveitar o máximo ao lado dela.

Já fazia dois dias que os dois estavam hospedados. Thirteen foi acordada pela voz de Dean, ele falava ao telefone.

- Tá… eu sei. Calma, Sam! Eu vou dar um jeito!

Quando ele desligou o telefone, a médica estava sentada na cama.

- Te acordei? Desculpa! - disse ele.

- Tudo bem, já está meio tarde mesmo - disse ela esfregando os olhos.

- Então… quer que eu traga o café da manhã ou você quer ir em algum lugar?

- Ah… pode trazer! Estou com preguiça! - disse ela se deitando na cama e se espreguiçando. 

- Então eu vou lá! Já volto!

Dean saiu e Thirteen foi para o banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Ela percebeu que suas mãos estavam um pouco trêmulas, sintomas da doença, foi até a sua bolsa e tomou um par de comprimidos. Ficou olhando pensativa para o seu reflexo no espelho, suspirou e voltou para o quarto. Uns quinze minutos depois, Dean voltou com o café da manhã.

- Ai, eu vou sentir falta disso! - disse ela tirando um donut do saco.

- Vai sentir falta? 

- É… Dean, eu ouvi.

- O que?

- Era o seu irmão, não era? Ele precisa de você de volta.

- Ah, ele sabe se virar!

- Dean, é sério! Você acha o que? Que nós vamos ter uma relação normal? Vamos casar?

- Não… ah… sei lá.

- Uma hora essa nossa viagem ia acabar e eu acho que chegou a hora.

- Sério? Você quer voltar para casa?

- Sim. Tenho que retomar minha vida, preciso explicar as coisas para o meu chefe, você precisa fazer suas coisas.

- Mas e a gente?

- Eu não sei, talvez a gente consiga se ver de novo.

- Até perdi a fome.

Dean largou a comida e saiu do quarto. Poucos minutos depois ela foi atrás dele e o encontrou encostado no carro. Thirteen só se aproximou e sem falar nada o abraçou.

- Você sabe que é a coisa certa a se fazer - disse ela.

Ele não respondeu só beijou a cabeça dela. Juntos, voltaram para o quarto e começaram a arrumar as coisas. Entraram no carro em silêncio e continuaram assim durante a viagem. Já era madrugada quando os dois chegaram no apartamento dela.

- Você ainda lembra do endereço - disse ela.

- Nunca vou me esquecer - disse ele.

Chateados e cabisbaixos, pegaram as coisas dela e foram até o apartamento. Ela abriu a porta , pegou suas coisas e as colocou do lado de dentro do apartamento, se virou e ficou de frente para Dean.

- Posso entrar? - perguntou ele.

- Se você entrar eu não vou mais deixar você sair - respondeu ela.

Os dois ficaram se olhando, os olhos de Thirteen se encheram de água, ela tentou segurar o choro mas não conseguiu.

- As coisas não precisam ser assim - disse Dean.

- Infelizmente precisam. Nós não podemos pensar no futuro, a gente sabe muito bem.

- Eu odeio isso.

- É a vida.

- Será que um dia eu ainda vou te ver de novo?

- Eu acho que sim - disse ela com um sorriso.

Os dois se beijaram e depois ficaram abraçados por um bom tempo. 

- Melhor você ir - disse ela.

- É. Qualquer coisa me liga, por favor Remy.

- Eu prometo, Dean.

Ainda segurando a mão dela, ele foi se afastando e a última coisa que um sentiu do outro, foi o leve toque das pontas dos dedos. Ele desceu as escadas e sumiu, Thirteen entrou no apartamento chorando, odiava aquela situação, odiava ter aquela doença, odiava não poder ficar com Dean. Foi para o quarto e se deitou na cama de barriga para cima, não sentia vontade de nada, já que o que ela queria não poderia ter. Já fora do prédio, Dean foi para o carro e ligou para Sam, desligou o telefone e ligou o rádio. A música que começou a tocar, não ajudou muito no humor dele.

Nothing goes as planned, 

Everything will break. 

People say goodbye. 

in their own special way. 

All that you rely on, 

And all that you can fake 

Will leave you in the morning, 

Come find you in the day.

Pensou em mudar de estação, mas a letra estava mexendo com ele. Mal o caçador sabia, que no apartamento, Thirteen estava ouvindo a mesma música.

Oh, you're in my veins, 

And i cannot get you out. 

Oh, you're all i taste 

At night inside of my mouth. 

Oh, you run away, 

Cause I am not what you found. 

Oh, you're in my veins, 

And I cannot get you out

Dean chegou a uma lanchonete em que o Sam estava esperando.

- Pronto? - perguntou o mais velho.

- Sim.

Sem falar mais nada os dois foram para o carro. Preocupado, Sam não agüentou.

- Tudo bem?

- Não.

- Quer falar sobre o que aconteceu.

- Também não.

- Dean, você não lida muito bem com esse tipo de situação, eu acho…

- Sam! Já disse que não quero falar nada. Vamos caçar que eu ganho mais.

No outro dia de manhã, Thirteen foi até o hospital conversar com House, para voltar a trabalhar normalmente, ela teve que contar tudo para o médico. Ele prometeu manter segredo, o que surpreendeu muito Thirteen. Quando ela finalmente voltou a trabalhar, as vezes se pegava distraída pensando em Dean. Ela estava no refeitório tomando um café quando Chase chegou.

- Posso me sentar? - ele perguntou.

- Claro.

- Você está tão diferente.

- Sim, eu estou.

- E qual o motivo?

- Prefiro não comentar - respondeu ela pegando o copo de café e se levantando.

- Tudo bem então - disse o Chase para ele mesmo.

Longe do hospital, Dean voltou para a vida de caçadas, assim como ela, o caçador não gostava de comentar sobre o tempo que passou com Thirteen, ele achava melhor não pensar muito para não se chatear mais. Mas uma dúvida que não saia da cabeça dos dois, "será que vamos nos ver novamente?".