Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 42
2ª Fase: Capítulo 40 - The Life Still There


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas (:
Agora que UPA está finalizada, vou me dedicar á OP. Espero que gostem do capítulo.
Boa leitura,
xoxo.



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Capítulo 05 – The life is still there.

A vida ainda está lá.

Era madrugada e a noite nunca parecera tão escura e sombria. Isabella cochilava e acordava diversas vezes, porém, em alguma delas, seus pesadelos retornavam e impediam-na de entrar em sono profundo. A carruagem percorria alamedas escuras e estreitas, cercadas de árvores altas e assustadoras; os únicos sons eram de pequenos animais e dos cascos dos cavalos.

- Não consegue dormir? – Esme perguntou a jovem Isabella.

- Não senhora. Ainda tenho alguns pesadelos com chamas e outras coisas mais. – Ela respondeu baixo.

- Logo eles sumirão. – Ela pousou seus dedos sobre a mão de Isabella e sorriu maternalmente.

Alguns dias atrás, região de Bordeaux, sudeste francês.

Logo que chegaram a vinícula Cullen, localizada na província de Bordeaux, alguns criados aproximaram-se da carruagem que o próprio jovem conde guiava. Ele parou num descampado em frente a entrada principal da propriedade. Alice ergueu os olhos ao seu redor e percebeu estar dentro de um chateâu. Os alicerces eram altos, espessos, de uma pedra escura e circundavam o pátio onde estavam; mais á frente havia uma porta ampla, de madeira maciça, com longos fechos em metal. Era um castelo muito amplo.

Jasper desceu da carruagem e ajudou Alice a levantar-se, quando os criados, agora conscientes de quem se aproximava, já tratavam de atendê-los.

- Milord Jasper! – Uma das criadas, uma senhora, exclamou. – Ficamos sabendo das revoltas na cidade Luz. Não esperávamos o senhor tão prontamente.

- Infelizmente tive que me adiantar. Estamos com graves problemas e tivemos que fugir. Nossa família está separada. – Ele anunciou. – Esta é Milady Alice Pavlova Brandon. Minha noiva.

- Seja bem vinda, milady. Vejo que a senhorita precisa de cuidados. Vou mandar que arrumem um quarto para a senhorita. – A criada mais velha prontificou-se.

- Senhor Jasper, creio que o senhor gostaria de descansar, alimentar-se e tratar de dar atenção a sua jovem dama, em primeiro lugar. – Um mordomo de meia idade, constatou Alice, apareceu á porta principal.

- Charlôt, quanto tempo. – Jasper cumprimentou-o. – Sim, primeiro cuidarei das necessidades básicas. Depois teremos tempo para conversar.

- Muito prazer, minha jovem dama. – Charlôt fez uma curta reverência à Alice.

- Muito prazer, monsieur. Creio que eu não esteja em condições de lhe reverenciar, perdoe-me. – Ela disse singelamente.

- Não trouxe bagagens, jovem senhor?

- Não tivemos tempo para tal, Charlôt. Por favor, peça para que providenciem vestimentas adequadas à senhorita Alice, enquanto mostro a ela os cômodos principais.

- Sim, senhor.

Charlôt tinha lá seus quarenta anos e trabalhava há muito tempo para o Conde Carlisle Cullen, Jasper explicava rapidamente para Alice. Aquela propriedade em que estavam, era a segunda mais importante da família, o que fazia com que Carlisle gastasse muito tempo, dinheiro e preocupação com aquele lugar. Alice reparou, enquanto andava vagarosamente pelos corredores, que havia inúmeros criados do gênero masculino, que ela pensou serem guardas, ou capangas em todo caso. “Esse tipo de gente costuma ter esse tipo de pessoa ao seu serviço”, ela pensou consigo mesma.

O interior do castelo era claro, tipicamente francês, com móveis adornados, muitos detalhes em dourado, madeiras maciças, estampas florais. Ao contrário do exterior, que era muito mais parecido com um conto de terror do que qualquer outra coisa.

Jasper subiu, amparando-a na maior parte do tempo, as escadarias principais. Mostrou a ela alguns quartos e onde eles ficariam.

- Este é o seu quarto. – Ele abriu a porta que a criada deixara encostada. – E ali, - ele apontou para uma parede com uma pequena diferença na pintura – é uma porta. Este lugar contém inúmeras passagens, caso precisemos fugir, ou apenas por segurança. E ali dentro é uma pequena sala, possui outra porta que leva ao meu quarto.

- Oh. – Ela soltou um silvo.

- Achei que gostaria de estar próxima, já que desconhece o ambiente.

- Isso é deveras gentil. Fico grata. – Ela sorriu docemente.

- Esta é Jasmyne. Vai ficar ao seu dispor. – Ele apresentou-a a criada. – Vou deixá-la a sós para tratar-se e quando estiver pronta, eu mesmo lhe trarei o jantar. Preciso conversar com Charlôt, senhorita, perdoa-me?

- Já faz mais que sua obrigação trazendo-me aqui e desgastando-se tanto por cuidar de minha pessoa, milord. Jasmyne e eu nos daremos bem. – ela assentiu. – Muito obrigada.

- Nos vemos no jantar.

Jasper beijou-lhe delicadamente as mãos e deixou-a a sós com a criada jovem. Desceu rapidamente as escadas e percorreu os corredores amplos do castelo, até voltar a entrada principal. Charlôt ainda encontrava-se lá, dando algumas ordens aos criados. Ele aproximou-se silenciosamente.

- Precisa ir se alimentar. Achei que gostaria de conversar mais tarde. – Charlôt murmurou.

- Podemos fazer isso enquanto me alimento. Você pode partilhas desta refeição comigo. – Jasper sorriu educadamente.

No aposento onde Alice se encontrava, Jasmyne dobrava as vestes da jovem dama e as colocava dentro de um cesto, enquanto Alice banhava-se. A criada saiu do banheiro, encaminhou-se para o quarto e abriu um pouco as janelas e as cortinas, e deixou sobre o biombo uma combinação e um vestido leve.

Alice esperou pacientemente Jasmyne. Quando a criada voltou, a mesma ajudou-a a sair da tina, enxugou-a e cobriu suas feridas com um pouco de leite de papoula. Em seguida, vestiu-a e esperou para que ela se deitasse. Logo, Alice cairia no sono, por conta dos efeitos da papoula, esqueceria suas dores e seus pesadelos.

- Senhorita, durma em paz. Quando a senhorita acordar, o jovem Conde estará aqui.

- Muito obrigada Jasmyne. – Alice sorriu. – Realmente fico grata por sua ajuda.

- Estou aqui para isso. Agora durma. – Jasmyne esperou alguns minutos, até que a jovem bailarina dormisse, para então deixar o aposento. Ela fechou silenciosamente a porta branca, de maçanetas douradas e afrescos de mesma cor.

Jasper encontrava-se em pé, numa grande sacada, na ala leste do castelo. Havia uma escada que descia para as vinícolas. Charlôt subiu vagarosamente as mesmas escadas e entregou-lhe uma taça com o vinho especial que produziam ali mesmo. O jovem conde inspirou o aroma que o vinho exalava e, imediatamente, sorveu uma quantidade pequena da taça; sem delongas, ele balançou-a, analisou-a contra a luminosidade proveniente de um poste e terminou de beber do conteúdo.

- Está perfeito. – Ele declarou. – Agora não enrole. Diga-me o que sabe.

- Sei que vai ser impossível entrar ou sair da capital nos próximos dias. Muitos estão saindo da cidade sorrateiramente e o mais rápido possível. Com o rumo que a revolução está tomando, logo começarão a apreender propriedades e até aristocratas.

- Vai ser outro massacre. Vão voltar a exibir cabeças em praças públicas. – Jasper sibilou sombriamente. – Sabe algo sobre meus irmãos?

- Não, infelizmente ninguém conseguiu encontrá-los ainda.

- Então estamos no escuro. Vamos torcer para que algo pior não lhes aconteça.

O céu naquela região estava pintado de tons avermelhados, púrpura, azul marinho e com uma leve pincelada de negro. Não havia qualquer indício de que as estrelas se mostrariam, mas tudo indicava que choveria forte. Um sopro de vento roçou nos cabelos ondulados do jovem conde e apagou a lamparina que havia próximo á ele e seu vassalo.

- Vou entrar e passar o resto da noite com minha querida Alice. Chame a todos, feche os portões, os cavalos e solte todos os cães. Avise algumas sentinelas. Não vamos querer intrusos nessas terras. – Ele ordenou e tratou de entrar no castelo pela porta dupla que havia atrás de si.

A ala leste do castelo era a mais sombria. Naquele lugar estavam guardados segredos que o jovem conde temia em ter que contar á sua amada; em seu interior, ele esperava que todo este alvoroço a fizesse esquecer desde pequeno e íntimo detalhe.

Alice despertou cerca de três horas após o crepúsculo. Percebeu que já era tarde e, percebeu também, que não tinha mais dor alguma em seu abdômen e costas, mas ao tatear a região, constatou que as feridas ainda estavam lá.

A bailarina levantou-se e caminhou até o baú que havia no quarto. Dentro dele havia um amontoado de vestidos e acessórios, luvas, chapéus e alguns sapatinhos. Ela escolheu uma camisola de algodão, uma anágua e um traje púrpura. Vestiu-os conforme a ordem necessária e procurou por algo em que pudesse colocar nos cabelos. Ao olhar-se no espelho, percebera que faltavam as meias e os sapatos.

Instintivamente, a jovem olhou ao redor do quarto e percebeu que haviam duas caixas redondas, fechadas por um laço grande e negro. “Não vejo porque não ser meu,” ela pensou e exibiu um sorriso, ao ver que nas duas caixas encontravam-se dois pares de sapatos: uma sapatilha sem salto, amarrada por fitas, que a permitia dançar e usar ao longo do dia; e o outro, era um sapatinho, também de tecido, porém com um salto de cerca de três dedos de altura, de cor neutra. Era noite e ela optou pelas sapatilhas.

- Aonde pensas que vais? – Uma voz divertida ecoou no escuro.

- Jasper?

- Sim, minha querida. – Ele saiu do escuro e pegou-lhe a mão para beijar. – Estás linda. Vejo que encontrou as roupas e os sapatos.

- Eu amei. São perfeitas. – Ela exibiu um sorriso singelo. – Onde as conseguiu?

- Esta é uma das residências de minha família. Temos muitas peças aqui. – respondeu o jovem conde, enquanto a guiava escada abaixo. – Dar-me-ia a honra de ter tua companhia num singelo jantar?

- Claro que sim! – Ela disse espontaneamente. – Quero dizer... Seria maravilhoso. Fico grata pelo convite.

- Não precisas de tanta formalidade aqui, Alice. – Ele divertiu-se com o rubor nas bochechas da jovem. – Percebo que se sente melhor. Como estão suas feridas?

- Não estão doendo, graças aos céus. Creio que se eu não fizer movimentos muito bruscos, posso voltar a dançar e fazer outras coisas. Existe um espaço para que eu possa praticar um pouco do ballet, Jasper?

- Sim, temos uma sala com um grande piano e alguns espelhos. Penso que se afastarmos um ou outro móvel, você terá um espaço para praticar sua dança.

- Oh, mas eu não gostaria de causar transtornos.

- Não causará. – Ele respondeu docemente ao guiá-la para uma saleta de jantar. – Eu detestaria que a senhorita parasse de praticar algo pelo qual eu a adoro. A dança, melhor dizendo, - ele pausou um instante para puxar a cadeira estofada para ela. – a primeira vez que fui àquele teatro perdi-me no tempo espaço; perdi-me ao ver a senhorita dançar tão lindamente como naquela noite. Eu odiaria pensar que você não poderia mais dançar, mas odiaria ainda mais, pensar que eu poderia tê-la perdido na noite do Don Juan.

Alice estava tocada. Apesar de saber dos sentimentos do Conde para com ela, jamais tinha ouvido tal declaração. Seu coração assoviou e ela soltou um suspiro baixo, sentiu um rubor extremo chegar ás suas bochechas e um frio á sua barriga. Ela estava ansiosa e não sabia o porque exatamente. Mas sabia que gostaria de beijar os lábios do conde, entretanto, teve que conter seu impulso. Não seria adequado, ou seria?

Mentalmente, Jasper debatia-se sobre sua declaração á jovem. Alice, embora extrovertida, não iria falar de seus sentimentos tão prontamente, então, por alguns instantes, pensou que poderia ter se precipitado.

- Creio que eu tenha me precipitado.

- Não, pardon, eu não... Não pense que meu silencio é uma resposta negativa ao que acabou de me dizer, meu caro senhor. Eu, realmente, tenho – e muitos – sentimentos por ti. Apenas não sei expressá-los de uma forma tão linda e eloqüente. Apenas tenho minha dança e um título, que me tornam um pouco mais importante.

- Não diga... – Ele teve que se conter para não expressar a raiva que sentiu de forma tão brusca. – Não diga coisas tolas assim. – A frase saíra um tanto nervosa, mas ainda sim suave. – A senhorita é deveras importante para mim, não importa se tem um título ou não.

Jasper levantou-se, rodeou a mesa circular e segurou nas mãos de Alice. Sem hesitar e controlar seus impulsos, levou suas mãos á face da jovem bailarina e a beijou, delicada e singelamente nos lábios. Aos poucos, sua língua invadira a boca pequena de Alice. Os dedos finos da jovem embrenharam-se nos fios soltos e dourados, puxando-o mais para si. Os pensamentos do jovem conde voltaram á tona quando já descia os lábios pelo pescoço da jovem.

- Pardon mademoiselle. Eu não queria precipitar-me.

- Não creio que... tenha se precipitado, monsieur Le conde. – Ela respondeu exibindo um sorriso zombeteiro.

- Cuidado senhorita, não provoque-me. – Ele disse divertido.

Momentos depois, como se adivinhassem o que se passava dentro da pequena sala, Charlôt adentrou o recinto, trazendo consigo uma garrafa de um dos vinhos tintos da adega Cullen. Ele fez uma curta reverência para Jasper e uma outra, mais longa, para Alice. Ela enrubesceu e agradeceu ao vinho. Bebericou vagarosamente ao liquido bordô.

- É delicioso. – Ela disse após o gole.

- Esse é um dos nossos melhores vinhos.

- Não tão apreciado quando ao produzido por aquela outra uva, eu imagino. – Ela supôs. – Pude notar que ela requer muito mais cuidado que a uva que originou este vinho, não é?

- Muito observadora. – O Conde Jasper sorriu. – Está correto.

- Entretanto o sabor é muito bom. Mas, - Ela hesitou por um instante, observando a taça de boca larga em suas mãos. – não creio que eu deva beber muito dela.

- Estou curioso. O que acontece com a senhorita quando bebe em demasia? – O Conde bebericava o vinho, enquanto a encarava com os olhos semicerrados.

- Não tenho plena certeza.

- Eu não deixaria que a senhorita passasse algum tipo de desconforto por conta da bebida. – O conde sibilou.

- Oh, não pensas que eu seja uma bailarina bêbada e desbocada, não é mesmo?

- Jamais pensaria nisso. Se fosse, teria se atirado para cima de minha pessoa assim que seus olhos pousassem sobre mim. Entretanto...

- Não sou assim.

- Não, não o é.

Quando Alice tinha terminado sua taça de vinho, Jasper tocou um pequeno sino – que mal fez barulho – e uma das criadas entrou, seguida por outras, com o jantar do casal. Havia um pequeno amontoado de tomates cereja, frutinhas e folhas verdes, numa travessa; noutro recipiente de prata, com as bordas adornadas por entalhes franceses, havia duas porções de uma ave pequena, dourada pelo calor do forno e que exalava um cheiro delicioso de especiarias. Uma terceira criada trouxera uma jarra com água e outra com um suco de frutas vermelhas. Alice agradeceu mentalmente por ver o suco.

- Necessitam de algo mais, senhor e senhorita? – Charlôt perguntou-lhes.

- Traga-me uma garrafa de vinho.

- Imediatamente.

Charlôt deixou-os. Percorreu os corredores e adentrou a cozinha; lá dentro, abriu uma porta de madeira maciça, com ferrolhos, que fechavam uma dispensa grande e cheia de estantes. Dentro dela havia outra porta, também de madeira maciça e ferrolhos. Ali, Charlôt desceu uma escada estreita, cercada pela umidade dos corredores subterrâneos, e ao chegar ao fim dela, não muito distante de onde havia entrado, ele ultrapassou um arco de pedra e contemplou inúmeras garrafas de vinho, mantidas acondicionadas numa posição inclinada, para que a rolha (com o símbolo do clã Cullen) estivesse sempre em contato com o vinho.

O mordomo pegou uma das garrafas escuras e voltou para a cozinha.

Alice degustava da ave assada quando Charlôt serviu o vinho encorpado para o jovem conde. Ela não pode deixar de notar a diferença entre as bebidas e percebeu também que o Conde apreciava muito mais este vinho, do que o anterior. Entretanto, achou desnecessário comentar sobre aquele pequeno detalhe. E sendo ela, não deixaria que passasse em branco. Haveria outras oportunidades.

Quando terminaram a sobremesa e Alice limpou os lábios com leves batidinhas do guardanapo de linho, Jasper levantou-se e estendeu a mão para a jovem.

- Gostaria de lhe mostrar um lugar.

Strangers In The Night – Richard Clayderman

O vestido de Alice esvoaçava com a corrente de vento que circulava pelo corredor do segundo andar. Jasper encaminhou-se para um terceiro lance de escadas amplas, de degraus baixos. Na parte leste do castelo, havia uma porta dupla e atrás dela, uma imensa sala, com um grande piano de cauda negro, espelhos por todos os lados e uma porta e janelas de vidro. As cortinas estavam abertas e ali, naquele pequeno reino distante de tudo, a luz do luar finalmente apareceu, cobrindo a sala de música com uma pequena nuvem prateada.

A jovem bailarina soltou um suspiro, maravilhada. Entretanto, as surpresas não haviam acabado. O Conde encaminhou-se para o piano e começou a dedilhar uma melodia que ela nunca tinha ouvido. Mas pensou que o conde soubesse, afinal seus dedos eram ágeis e seus olhos estavam fechados, conforme ele tocava aquela linda música.

Alice sentia-se nas nuvens, perdida entre flocos de algodão e, ao mesmo tempo, imersa numa cálida luz, como se ela lhe enchesse, como água. Parecia que não ouvia uma linda canção á eras atrás e, como há muito não acontecia, esqueceu de todos os problemas, revoltas e questões que deveriam ser tratadas. Apenas virou-se para a janela, sentindo a luz prateada sobre a sua pele, e fechou os olhos. Deixou que a música adentrasse seus tímpanos e penetrasse por seus poros; caminhasse lenta e levemente sobre sua pele e caísse em sua corrente sangüínea como uma droga. Perdeu-se no tempo e espaço, entre as notas harmônicas do jovem conde.

E sem perceber, arriscou um pequeno passo de ballet, seguido por outro, outro e mais outro. Formando uma seqüencia de movimentos leves e delicados, executados sem esforço, que terminaram sincronizada mente com a melodia que seu amado conde tocara.

O jovem Conde levantou-se e caminhou vagarosamente, parando em frente a bailarina.

- Eu sabia que poderia ver esse seu olhar novamente. – Ele colocou uma mecha do cabelo da jovem, atrás de sua orelha. – Estava tão pálida e abatida, que era visível que algo lhe estava faltando. Desde que saímos de Paris eu fiquei me perguntando o que eu deveria fazer... E então, só isso lhe trouxe de volta.

Alice sorriu.

- Parece que consegue ler meus sentimentos, vossa graça. Todavia, tenho um palpite de que seja muito mais que isso.

O rosto de Jasper transformou-se numa expressão divertida. Realmente Alice tinha seus palpites, como ela dizia, e eles pareciam nunca estar errados.

- Vamos, a noite neste lugar não tem tantos atrativos quanto a noite parisiense. A senhorita deve descansar. Não está totalmente recuperada.

“Eu tenho uma noção de um atrativo perfeito para o resto da noite”, a bailarina pensou, mas não o disse. Não seria prudente uma dama responder daquela maneira.

- Merci, monsieur. Amei tudo o que fez por mim esta noite e o que faz por minha pessoa.

- Apenas porque eu aprecio sua companhia, tanto quanto aprecio tudo o que vêm da senhorita, até mesmo um simples sorriso.


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Notas finais do capítulo

Alors, ajouté le chapitre?
Então, gostaram do capítulo? :D
Bom, primeiramente, vou estabelecer um dia para as postagens. Acho que para escrever um bom capítulo, para que eu tenha tempo de pesquisar, escrever, pensar nos detalhes e, também, para a Jeh revisar, postagens a cada 10 dias/15 dias ficarão melhores. Mais informações lá o grupo no face. :)
Como vocês sabem, todo autor adora comentários e, infelizmente, no último capítulo, não tive comentários suficientes, apenas 1, para ser sincera. Então, se não estiverem gostando de alguma coisa, podem falar. :> Espero ler mais reviews esta vez.
Por enquanto é só.
Qualquer coisa, me encontrem no grupo no face:
https://www.facebook.com/groups/119864531506798/
Beijinhos,
N.



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