The Urgency escrita por Shushure


Capítulo 1
Stay, remain close to me


Notas iniciais do capítulo

Eu estou meio travada com a outra lá, então quis treinar um pouquinho a escrita.
Betada pela Ponche, obrigada.

Aí está o resultado, boa leitura.



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Todas as manhãs repetia incessantemente o mesmo processo. Aquilo já fazia parte de sua rotina de certa forma. Observar o baixinho se tornara muito mais do que seu passatempo predileto, tornara-se uma necessidade.

Não importava quantas horas do dia ele pensasse no menor, elas nunca valeram de nada para que sua realidade, de fato, mudasse. De qualquer maneira ele nunca o notaria mesmo.

Não gostava de pensar que estava vivendo um amor platônico; na verdade nem sabia se aquilo não passava apenas de uma enorme admiração pela pessoa dele.

Ria de si mesmo, não por ser só um completo idiota agindo desta maneira, mas em acreditar que tivesse tal valor.

Por dias passou momentos se amaldiçoando e tentando parar de pensar no rapaz, mas tornou-se algo inevitável, algo que era mais forte do que ele. Por fim, acabou aceitando o sentimento esquisito que se apossava de seu coração, que o fazia sentir estranho quando via a figura do outro.

Nunca se imaginara conversando com o menor, muito menos mantenho alguma amizade com ele. Nunca nem sequer cogitou a possibilidade de falar com ele.

Apenas gostava de vê-lo comportar-se timidamente na roda de amigos; de seus sorrisos acanhados e de sua voz baixinha e controlada enquanto contava coisas típicas de adolescentes.

Obviamente sentia-se estonteante quando o outro lhe lançava olhares, poucas as vezes notadas, mas fazia com que o moreno nutrisse esperanças de que era percebido.

Com certa relutância admitia para si que estes eram apenas olhares normais, que não havia nada de anormal ali. Que tudo fazia parte de sua imaginação.

Nunca resistira a passar pela sala do menor e olhá-lo pela janela, sempre sozinho, aliás, deveras solitário; mas o este nunca demonstrava insatisfação por conta do fato. Parecia que a companhia da solidão até o agradava.

O ano se passava em uma velocidade mais rápida que o normal, e isso - também obviamente - fazia com que o coração do moreno apertasse, temendo a "despedida" do moreninho que concluía, precocemente, os estudos.

Isso doía.

Doía por não ter coragem, a mínima que fosse, de dizer-lhe algumas palavras. De sustentar algum tipo de conversa, por mais comum ou boba que fosse.

Seu desejo era somente ser próximo de Naoyuki.

Toda e qualquer tentativa falha de chamar atenção do menor fazia com que parte de seu sentimento de admiração crescesse. Fazia com que se passasse por idiota na frente do outro.

E não importava o quanto se sentisse estúpido diante dele, nada importava. Todos seus gestos, olhares, e até conversas, levavam a ele.

Somente a ele.

Não se daria por vencido até que arrancasse um pouco de atenção do pequeno, mas, mesmo assim, quando passava pelos corredores e o via sozinho, desperdiçava a oportunidade de ter algum tipo de diálogo.

Fingia que não o via.

E, sinceramente, nem ele entendia o próprio comportamento.

Muito menos o sentimento que o tomava só de mirar olhos cor de mel por trás de uma armação negra e tímida dos óculos que usava.

O fato de ter perdido dois anos de estudos o irritava profundamente. Se não tivesse sido tão desleixado, poderia ter até certa proximidade com o outro.

Mas afinal, o que queria com tudo aquilo? Com certeza fora totalmente difícil de assumir para si mesmo que Naoyuki era especial, mas, o que faria depois disso? Iria se contentar apenas com a companhia dele?

Faltavam respostas e sentia-se totalmente perdido.

Todo aquele tempo decidiu não arriscar sua imagem perante todos, até perante si mesmo, não queria se sentir discriminado. E ainda por algo que ele nem tinha certeza que sentia.

Semanas passaram e Yutaka se manteve afastado de tudo, evitando a presença do menor que frequentava sua sala com certa assiduidade.

Às vezes parecia que o menor queria lhe provocar, encorajá-lo a tomar alguma atitude. Mas logo o maior notara que isso não passava de sua imaginação fértil.

Na semana decisiva do ano letivo, o moreno decidira que era a hora certa de voltar aos seus estudos, ou quase isso. Convencido que sua pseudo paixonite tivesse passado, poderia ter uma vida normal.

Não precisava nem dizer que estava enganado.

O moreno viu a figura sorridente que tanto lhe era querida, o sentimento estranho que o atingia sempre que via Naoyuki fora multiplicado em dez, mil, cem mil vezes.

O ar lhe faltou; porém, para controlar todas suas emoções, Yutaka se dirigiu para o assento mais próximo e bagunçou seus cabelos nervosamente, apoiando seus cotovelos nas coxas. Não era possível que nem isso acalentaria sua mente.

Murmurou um “Eu não precisava disso, não precisava mesmo”, em protesto aos acontecimentos, apoiando a cabeça nas mãos. Enquanto mirava as pedrinhas que estavam no chão sob seus pés, sentiu uma aproximação repentina, e uma mão que lhe foi tocada nas costas:

“Você tá’ bem, Uke-san?”

Se, de alguma maneira, pudesse explodir e sumir, Yutaka usaria deste artifício para fugir dele. Não sabia o que falar, muito menos como agir, a melhor coisa que pôde pronunciar foi um fraco:

“Estou bem, obrigado”

E sair rapidamente de onde estava anteriormente, deixando o outro com semblante confuso no rosto.

Se aquela tivesse sido a única chance de sua vida para falar com o menor, ele havia a desperdiçado estupidamente. E, com certeza, ele se culparia para sempre por ser tão idiota.

Ainda andando apressado, o moreno mantinha gestos brutos e nervosos para realizar toda e qualquer ação, deixando aparente seu stress e nervosismo. Aquilo não poderia ser verdade, não pra ele, e se a hora de agir tivera chegado, ele não seria covarde novamente.

Abruptamente, parou todo e qualquer movimento do seu corpo. Até porque este parecia ter vontade própria enquanto ele decidia sobre o que fazer. Manteve-se na mesma posição por instantes até que voltasse para seu caminho, só que, desta vez, tomando o caminho de volta.

Ainda conseguia mirar ao longe a figura pequena e rechonchuda do outro, estático, da mesma maneira que o havia visto anteriormente.

Talvez tivesse sido grosseiro demais.

Como não sabia o que falar, optou pela primeira coisa que passou pela sua cabeça e, assim, acelerou o passo para chegar até onde queria.

“Naoyuki, me desculpe por ter sido grosso, eu tô’ passando por um momento difícil na minha vida e você não tem nada a ver com isso.” - mentiu, falando para as costas do menor, tomando a liberdade de chamá-lo pelo primeiro nome. E este se virou surpreso por ouvir o timbre de voz conhecido.

“A-ah, fique tranquilo, Uke-san, sei que não teve a intenção de ser grosseiro. Eu te incomodei, e você agiu como qualquer um agiria.”

O maior percebera que este se sentia incomodado em manter o contato visual, e até mesmo em manter a conversa. Concluiu mentalmente algo semelhante a "sou um idiota mesmo".

“Tá’ bem, pensei que tivesse te agredido de alguma forma... Erm... Até mais.” - olhou para o menor que mirava o chão de concreto, aparentemente triste. E, mesmo assim, não resistiu em emendar um: “Boa sorte nas provas finais, senpai.

Yutaka falou risonhamente, enfatizando a palavra, num tom de piada, dando a entender que era descrente do fato do menor ser mais avançado do que si.

“Boa sorte também, kouhai. Você precisará muito dela.”. – o moreninho riu enquanto observava a reação um pouco negativa de Yutaka. Tentando consertar o que dissera, Naoyuki se embolou com as palavras: “D-desculpe, eu olhei suas notas no diário do Hirano-sensei, seu professor de Física, caso não se lembre, e elas não estão tão bo-boas. E sem falar da sua quantidade de faltas... E... Mesmo que eu não tivesse visto o diário escolar, perceberia que você é um tanto rebelde, não é?” – novamente riu; porém, daquela vez, ficando levemente envergonhado pelo outro observá-lo com tanta atenção.

Yutaka o encarou sem reação, por conta do certo atrevimento e da maneira extrovertida de falar consigo, então ele o notara de alguma maneira... E isso o aqueceu internamente, cessando o inquietamento do momento até que percebesse que o menor estava fazendo uma observação um tanto curiosa.

“Não sabia que você notava minha assiduidade. Na verdade... Pensei que você sabia que eu existia.”

“Você supõe demais, Uke-san. Seria bom se você parasse de supor o comportamento das pessoas e prestasse um pouco mais de atenção nelas mesmas.”

“Você também tá’ supondo.”

Naoyuki o encarou como uma criança cismada fazendo bico, apertando os livros contra o corpo, arrumando seus óculos para que ficassem melhores em seu nariz.

“Não interessa, kouhai.” - seu tom de brincadeira era facilmente notável até pela mudança no tom de sua voz. E eram essas coisas pequenas que mais cativavam o maior.

A maneira que o moreninho se portava sem timidez ao seu lado, quase como se fossem amigos de longa data, fazia-o extremamente feliz, podendo dizer também que grande contentamento se apossava de Yutaka.

Olhavam-se timidamente, como quem olha um pleno desconhecido a sua frente - o que não é uma inverdade -. Porém, com essa conversa, os dois haviam formulado outra imagem completamente diferente de cada um.

“Nee, kouhai-san, não quer que eu te acompanhe até sua sala? É de filosofia com Ranohi-sensei, creio que não deva faltar mais nessa matéria também ou repetirá de novo por matar aula.”

“Não entendo como sabe tanto sobre as aulas da minha sala. E também não entendo como não consegue parar de rir, Naoyuki.”

"Ora... Ayumi-san é uma amiga muito próxima, ela estuda na sua sala, é normal que eu saiba."

"Realmente... Eu não tinha pensado nisso. Enfim, foi bom conversar com você. Como disse, eu preciso correr pra aula."

Era perceptível que seu tom era carregado com uma pontada de decepção, mas aquilo fora impossível de ser evitado, Yutaka já não podia mais controlar suas reações perante o outro, era inevitável. Saber que Naoyuki poderia ter algum tipo de relação amorosa com alguém o feria demais.

Seus pés já o guiavam a sua classe, o maior nem ao menos conseguiu ser educado e aquilo não lhe serviria mais como precedente para alguma conversa com ele.

Já podia até sentir as dores das saudades no ano seguinte. Não ver a face iluminada e risonha lhe traria grandes dores.

Ao contrário do que achava do ano, suas aulas se arrastavam depressivamente, tirando-o do sério por nem conseguir pregar os olhos. De tanta irritação, praguejava "Que merda, que merda!" em alto e bom som, sem se importar com quem quer que ouvisse seus lamentos.

Abaixou a cabeça em seus braços cruzados, fitando a madeira rabiscada de sua carteira. Não tinha o mínimo de entusiasmo para prestar atenção na aula de seu professor preferido, Nohira-san, nem que aquela fosse a matéria que este mais gostava.

"Deveria prestar mais atenção, kouhai. Você verá essa matéria até o último ano."

Yutaka levantara a cabeça num rompante, não acreditando que aquela era a voz melodiosa e divertida que sempre gostara de escutar. Olhava-o como se fosse um alienígena, estranhando o menor estar sentado próximo a si, compartilhando da carteira dupla que estava.

"N-Na-Naoyuki, o que você tá fazendo aqui na minha sala, do meu lado, falando comigo? Aliás, você está matando aula?"

Gaguejava como nunca antes, e se corrigira a tempo de que o outro não descobrisse o apelido secreto que lhe dera. E percebera que, a cada pergunta que tivera feito ao menor, ia arrancando o semblante animado que contagiava o rosto rechonchudo.

“Ah... Me desculpe, Uke-san, estou te incomodando, não é? Pensei que podíamos conversar. E sim, estou matando aula, já passei de ano há alguns meses. Hehe.”

“Peraí, peraí. Pode ficar, eu só me assustei pelo fato de você estar aqui, do meu lado. Não tem problema... Se quiser ainda... E eu não conseguia estudar mesmo, muito menos cochilar.”

“Não vejo anormalidade alguma eu estar aqui, do seu lado, Uke-san. Na verdade, venho tentando chamar sua atenção há algum tempo, só que você vive fugindo de mim. Chega até ser engraçado. Por isso acho que devo não te incomodar mais, você deve estar sendo educado em não me mandar embora, mas eu compreendo.”

“E-eu não sei o que falar...”

“Eu tinha razão então.”

“Espera, sério, por favor. Fique um tempo aqui, eu quero que fique. É que preciso me concentrar e–“

“Como assim se concentrar? Eu só queria conversar, Uke-san.”

“Não, não, espera. Nossa... Você tá entendendo tudo errado. Senta aí antes que o professor te veja.”

“Seja mais claro.”

“Senta aí e cala a boca.” – puxou o corpo menor que se projetava para fora da sala. Como sua carteira encontrava-se perto da mesma, e também no fundo da sala, era muito difícil notar toda a discussão que ocorria.

“Você tem um minuto para se concentrar, caso não consiga nesse tempo, eu vou embora.”

Yutaka acenou um sim mudo, aflito por se colocar nessa situação. Naquele momento deveria satisfações ao menor e não sabia o que explicar, muito menos se saberia mentir para ele. Suas mãos suavam frio, suas pernas vacilavam, e sentia-se completamente mole. Olhava as feições calmas do outro, que acompanhava a aula nada interessante de biologia celular como se nada estivesse acontecendo. Não aguentava olhá-lo tão de perto e não poder fazer nada, na verdade, não aguentava só olhá-lo. Queria mais, muito mais do outro. Que, a cada palavra, surpreendia-o com seu modo nada tímido de agir com aquele rostinho bonitinho era muito mais do que isso, que, ali, estava alguém muito mais profundo do que as aparências. E, dessa vez, Yutaka não gostaria de deixar essa oportunidade passar.

“Tempo esgotado.” – falou sem nem ao menos mirá-lo. Este ainda estava com os olhos grudados na explicação tediosa.

Nada que foi pronunciado pela boca do maior fora escutado por Naoyuki. Yutaka o observava com uma expressão séria, decidida.

Não sabia se passaram segundos, muito menos minutos encarando o menor de perto; memorizando todas suas feições, do modo mais concentrado que podia, fazendo questão de não perder nenhum detalhe da face calma que lhe encarava na mesma intensidade, com grande paciência.

“Sabe, desse jeito você até poderia me deixar constrangido.”

“Você me deixa pior sempre que olha pra mim, Naoyuki.”

“E–“

“Não, agora você vai esperar... Você não faz idéia de como sinto raiva de mim, muito menos por tudo que passei por sua causa, as horas de sono que perdi, as preocupações inúteis que eu tinha, todas as farras que poderia ter aproveitado, o apetite, as horas de estudo que perdi por não conseguir me concentrar, tudo que perdi. Tudo. E tudo por sua causa.”

“Ma–“

“Eu ainda não terminei. Naoyuki, você é o grande culpado por todas as desgraças que acontecem comigo, fez com que eu perdesse toda e qualquer paz que eu tinha na minha vida. Você mudou minha rotina, fez com que me privasse de tantas coisas que até perco as contas. E sabe o que me dá mais raiva? Você nunca teve conhecimento disso. Meu ano letivo foi infernal, infernal.

Mas sabe uma coisa que fez ele valer a pena?

Se não sabe, eu vou te responder.

São seus malditos sorrisos tímidos, sua maneira de arrumar os óculos no nariz, o jeito acanhado de como anda segurando os livros, sua voz; tudo em você, Naoyuki, tudo. Eu pensei que não poderia me apaixonar por alguém como você, ainda mais pelo fato de ser um homem. Que me renegaria e pisaria em todos meus sentimentos sinceros por você.

Mas, sabe, mesmo que você o faça, eu não me arrependerei. Não negarei mais nenhuma oportunidade que me aparecer; eu não direi que o amo, mas meu sentimento por você vai além de admiração pela sua beleza. Eu o conheci minimamente hoje, e você... Como sempre, me surpreende cada vez mais.”

“Ah.”

Yutaka olhou para as mãos por breves segundos, tempo bastante para que o outro sumisse do seu lado.

Dizer que já esperava aquilo não era algo que diria, mas esperava algo semelhante. Afinal, um estranho chegar do nada e dizer que o amava era, no mínimo, abominável.

Compreendia completamente o lado do outro. Na verdade, até concordava com a ação deste.

E certo sossego o abatia no momento. Um peso enorme de suas costas havia sido retirado.

E também era certo que, depois de que todo o choque da situação passasse, o que seria colocado no lugar do grande peso antes livrado, seria uma imensa dor.

Sua mente entrara em estado de letargia, não pensava em absolutamente nada; encarava um ponto fixo e assim ficara o resto de todas as suas aulas. Poucas as vezes seus olhos piscaram.

Alguns alunos tentaram falar consigo; mas, cansados de não obter respostas, desistiam e iam fazer outras coisas.

O sinal estridente o acordara levemente do transe, fazendo com que caminhasse apático em direção à estação de metrô mais próxima que o conduziria de volta para casa.

“Uke-san.”

Sua imaginação brincava consigo, querendo lhe dar esperanças de que Murai voltara e pelo menos responderia decentemente a sua declaração, nem que fosse com xingamentos.

“Uke-san, estou falando com você, não me ignore.”

Apertou o passo para que, assim, de algum modo, funcionasse para que as brincadeiras de seu subconsciente parassem; sendo interrompido por mãos pequenas e grossas num de seus braços.

“Então você me fala tudo aquilo e agora decide que vai fingir que não existo de novo?”

Essa fora a sua vez de pronunciar um fraco “Ah” para o menor.

“Você está se sentindo bem?”

“Acho que sim.”

“Não parece, você olha pra mim, mas parece que não vê nada. Tem certeza que não está sentindo alguma coisa?”

“Eu não sinto nada.”

E, como horas atrás, olhavam-se como se tivessem muitas coisas para serem ditas, porém, diferente da outra vez, nada fora de fato dito.

“Se não dirá nada, Murai-san, por favor me solte e me deixe ir pra casa.”

“Tudo bem.” – soltou-lhe o braço e o viu suspirar cansado, voltando ao trajeto que antes seguira.

“Sabe Uke-san, creio que passei algo semelhante ao que você passou todo esse tempo. Apenas não incluindo a falta de apetite... Na verdade, ele até aumentou, e isso é uma droga.”

Yutaka ficou imóvel enquanto absorvia todas as palavras do menor, sorrindo bobo com a piada ridícula que este usara em um momento tenso.

“Estou 4 kg acima do meu peso e isso é imperdoável, Yutaka-kun. Você não merecia que eu viesse atrás de você... Mas sempre acabo sendo bonzinho.”

“Você tá falando sério?” – encarava-o totalmente descrente, sentindo uma enorme felicidade com as simples palavras que o outro dissera, mas mantendo-se controlado para não se decepcionar novamente.

“Pra mim peso é coisa séria.”

“Não tô crente disso ainda.”

“Para de bancar o bobo, Yutaka. Eu sinto por você o mesmo que sente por mim, mas multiplique por dois o tempo que sofreu. Acho que com o tempo posso te dar uma chance, uma oportunidade.”

Seu sorriso de covinhas não se contentava em sorrir apenas com o rosto, todo seu corpo – que antes estava acuado – sorria-lhe de uma forma exuberante, exalando felicidade. Aproximou-se do moreninho ainda sorrindo, contagiando-o no momento. Não se importava com quem quer que escutasse o que falaria, muito menos com o que faria.

“Não perderei a oportunidade, Naoyuki, nenhuma que me der, não desperdiçarei nenhuma sequer. – afagava o com o polegar as bochechas grandes e lisinhas – Mas, para me redimir, irei te ajudar com seu problema... Chega de doces.”

“Fi-“

Yutaka murmurou um algo semelhante a “Shh” antes de tocar-lhe os lábios com os seus, num beijo calmo, inocente e rápido, porém, carregado de sentimento de ambos.

Selando o acordo dos dois. Um acordo que, para o maior, duraria o máximo de tempo que fosse possível.

“Naoyuki... Realmente preciso ir pra casa, mesmo contra minha vontade.”

Nao está bom. E ok, pode ir pra casa agora, eu deixo.” – selou os lábios do maior e saiu como se nada tivesse acontecido, arrancando um sorriso bobo de Yutaka.

Até amanhã, Nao-shi” – murmurou para si mesmo.

"Fique,

permaneça perto de mim,

assim eu posso me sentir importante"


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Notas finais do capítulo

Eu também sei falar de amor s2
Trecho final, City and Colour novamente.
É m, eu sei que não é um casal que te agrade, mas só consegui pensar neles, aceite essa fic como um presente, por favor ;-;
Poshi, obrigada de novo, por tudo.
E mals roubar o Hirano e transformá-lo em outras coisas, digo o mesmo pra Ayumi. OFAKWOP hehe criatividade kd

É isso ai.



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