Acordei no dia seguinte com o barulho da porta e o Sol. A mãe de Luke veio ao meu encontro.

- Muito obrigada por trazê-lo são e salvo. – disse ela me abraçando.

- Como? – perguntei.

- Está em todas as revistas, jornais e até na televisão. Se ele vir o estado que estava ontem, vai ficar super bravo! – ela suspirou olhando para o filho com carinho.

   Luke se remexeu na cama e abriu os olhos minimamente. Aproximei-me e sua mãe saiu.

- Bom dia. – sussurrei.

- Oi. Bom dia. – sussurrou grudando o travesseiro na cara. Nem devia estar me ouvindo.

- Que dia é hoje? – perguntei.

- Dia... Dia... 16 de Dezembro? – respondeu indeciso.

- Sim! Pelo menos isso sabe. Vamos, bom dia, ninguém mandou você beber todas ontem à noite. Toma o remédio e vai passear, sei lá! – sussurrei.

- Uhum... – resmungou ele levantando a cabeça e analisando o quarto. – Como vim parar aqui?

- Er... Eu te trouxe. – disse.

   Luke arregalou os olhos.

- O que eu fiz ontem à noite? – perguntou.

   Liguei a TV e passei os canais para ver se havia algo sobre ontem à noite. Achei um, mas passei direto lembrando sobre o que a mãe dele havia dito.

   Luke foi mais rápido e pegou o controle de minha mão. Voltou naquele maldito canal e sentou-se na cama.

“Parece que ontem o astro de Hollywood, Luke Malory, bebeu um pouco mais da conta. Rachel, sua amiga, o levou para casa. Nosso câmera-man, tentou filmar o estado do ator, mas ela interferiu com uma ameaça clara de: Quem não se afastar agora do carro, terá uma morte bem demorada e dolorosa! É parece que a moça queria mesmo proteger a reputação do rapaz.” Disse uma mulher estranha.

“Fontes dizes que, Luke Malory se meteu em uma briga no meio da festa de Nikky Star! Ninguém saiu ferido. As pessoas que deram entrevista para nosso câmera-man, dizem que a briga começou por causa de Rachel Julies.”

   Luke tentava caçar na memória, momentos da noite passada.

- O que mais eu fiz noite passada?

- Bom, ficou pulando no meio do jardim, subiu na cama falando que era o super-homem, ficou vomitando muitas vezes, babou na Cheer e depois não me reconheceu na festa da Nikky... – comecei a listar.

- Hmm... E porque meu nariz dói? – perguntou.

- Porque você levou um soco nele quando eu te chamei.

- O que aconteceu com o cara que eu soquei? – perguntou novamente abrindo e fechando os dedos vermelhos e um pouco inchados.

- Bom, depois que você deu uma surra nele e ele te acertou, você caiu no chão. Quando ele foi tentar bater em você novamente, eu dei uma cotovelada no nariz dele. Sério, deu para ouvir a cartilagem se movendo. Foi horrível!

   Luke riu fraco. Peguei a aspirina na cabeceira da cama e lhe entreguei o copo d’água. Ele engoliu as duas e puxou-me para seu peito. A imagem de Luke puxando-me para sua boca passou pela minha mente. Balancei a cabeça tentando espantar da memória.

- O que foi? – perguntou de olhos fechados.

- Só me lembrando das esquisitices que você fez. – menti rindo de nervoso.

- Eu não mostrei a bunda no meio da avenida ou algo assim não é? – perguntou receoso.

- Não. Não chegou a esse ponto, mas você acabou com minha bala de menta. – acusei.

- Foi mal mesmo. – ele disse. – O que é isso? – perguntou pegando um papel na cabeceira.

- Não sei. – disse sincera.

   Ele leu a primeira parte e arregalou os olhos lendo o resto.

- Parece história de amor, Mas não é. E está longe de ser isso. Porque você não é um príncipe encantado nem de longe. Mas não importa! – ele leu.

   Oops!

- Isso não é nada. Só um poema. – disse eu normalmente. Era mais que um poema idiota. Era como eu me sentia em relação a ele.

- Gostei do poema. – disse ele sincero.

   Alguma coisa vibrou em minha bolsa no chão do quarto. Corri até lá e tirei o pequeno celular.

- Alô?

“Rachel? Oi, aqui é a Savannah! Da Eleven Records!” disse a tal Savannah.